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CULTIVO DE COGUMELOS

FICHA TÉCNICA
Setor da Economia: primário
Ramo de Atividade: agrícola
Tipo de Negócio: cultivo de cogumelos
Produtos Ofertados/Produzidos: cogumelos in natura e em conserva
Investimento inicial: 30mil reais
Área: 500m²

APRESENTAÇÃO
Esculturas delicadas e delirantes, cogumelos são espetáculos de difícil definição do
plano arquitetônico a que pertencem. Estima-se que existe 1,5 milhão de espécies
identificadas, número que representa apenas 30% dos fungos existentes. A
Micologia, ciência que os estuda, não dá conta de identificar tanta variedade. Há
fungos que nascem e morrem em poucas horas. Uns são deliciosas iguarias, outros
são venenos fatais e existem ainda aqueles que funcionam como poderosos
alucinógenos, também há aqueles que impulsionam inovações na medicina.
Alimentam-se das substâncias que degradam, devolvendo-as ao solo processadas
na forma de humus, que fertiliza o solo promovendo assim reciclagem e
regeneração do ambiente.
Nem vegetal, nem animal, fungos são considerados um caso à parte na natureza;
pertencem, digamos assim, ao “reino dos fungos”. Sua composição é 70 a 90%
água e fora isso são filamentos cujas membranas contêm quitina (componente da
pele humana e de insetos). Os cogumelos são enfim, fungos que se transformaram
em frutos. A matriz do cogumelo desenvolve-se num "composto" proveniente
daquela matéria que ajudam a decompor. Uma linha de produção inicia-se com o
preparo do "composto", segue até a colheita chegando ao beneficiamento.

MERCADO
Atualmente, as cidades paulistas de Mogi das Cruzes, Suzano e Atibaia constituem
um pólo produtor. A estimativa de consumo mensal brasileira é de 30 mil quilos do
cogumelo "champignons de Paris”. A variedade “shiitake”, muito utilizada na
culinária japonesa, por ter conquistado o paladar do consumidor brasileiro, pode
hoje ser encontrada tanto em lojas especializadas quanto em feiras livres
(comercializados, em sua grande maioria, frescos). A tendência é de crescimento
da demanda, alimentada pela continuidade no fornecimento mola mestra do
estabelecimento de um hábito de consumo.

LOCALIZAÇÃO
O local ideal para se cultivar o Shiitake deve ser bastante úmido, algo em torno de
90%, com temperaturas amenas entre
10 e 30 graus e com altitude média de 800 metros. A área mínima para se iniciar o
cultivo deve ser de aproximadamente
500 m².

ESTRUTURA
O cultivo requer uma área de aproximadamente 500m², divida entre galpão de
compostagem câmara de pasteurização; incubadora (opcional); galpão de cultivo;
sala de limpeza e sala de processamento. Especialmente o galpão deve oferecer
condições indispensáveis como proteção do sol, chuvas e ventos, além de
temperatura e umidade adequadas.
1 - Galpão de Compostagem - barracão coberto, com ou sem paredes laterais
piso de concreto (resistência ao peso), levemente inclinado para haver acúmulo de
água, com um canal lateral de coleta de água (que a recolhe em um tanque e a
bombeia, fazendo com que retorne ao composto, eliminando o desperdício de
nutrientes). Na produção em pequena escala, pode-se improvisar um barracão de
compostagem com uma lona plástica estendida no chão e uma cobertura rústica
(base de sapé ou mesmo lona plástica) com dimensões para 12 toneladas de
composto inicial, ou seja, 20m x 6m e 4m de altura.
2 - Câmara de Pasteurização - túnel de pasteurização feito em alvenaria, com
paredes e teto isolados termicamente (blocos de cimento celular ou paredes duplas,
com uma camada intermediária de ar, isopor ou lã de vidro). Suas dimensões são:
2,5 a 3,0 m de altura. 2 m3 para cada tonelada de composto. Piso do túnel: duplo
(base de alvenaria e, 30 ou 50 cm acima, um tablado (caibros de 5 cm de
espessura, com 1 a 2 cm de espaçamento) onde será colocado o composto. O
tablado com espaçamento permite a passagem do vapor de água. Uma casa de
cultivo, nas condições ideais, necessita de investimento inicial muito elevado. Por
isso, alguns produtores utilizam galpões mais simples. A estrutura mais comum é
de barracões de madeira forrados com papel aluminizado que reflete o calor e
impede que a elevação excessiva da temperatura interna.
3 – Incubadora (opcional) - pode ser o próprio galpão de cultivo. Local fechado,
com temperatura e umidade controladas, para colocação dos sacos depois de
semeados e antes de receber a terra de cobertura.
4 - Galpão de Cultivo - deve oferecer condições ambientais controladas,
principalmente quanto à temperatura, fator que oferece maior dificuldade de
manutenção - entre 16-18º C. Em construções de alvenaria, protege-se paredes e
teto com tinta impermeável, para que não deteriorem com o passar do tempo e
mantenham seu poder isolante. Em galpões mais rústicos, feitos de madeira e
papel aluminizado, esta proteção é reforçada com plástico.
5 – Sala de Limpeza - onde são tratados os cogumelos após a colheita - momento
em que precisam ser imediatamente cuidados. Sua localização deve ser ao mesmo
tempo próxima da saída da propriedade e dos galpões de cultivo, conservando
ainda a facilidade para acesso. No local deverão estar disponíveis todos os meios e
utensílios para limpeza dos cogumelos.
6 – Sala de Processamento - onde é feito o cozimento, o envase e a rotulagem
dos cogumelos. A tendência é, cada vez mais, terceirizar esta etapa.

EQUIPAMENTOS
Garfos e pás para a formação de pilhas, mangueira para umedecimento,
termômetro para acompanhar a compostagem, barracões para cultivo, estufa e
desidratadora. Exige ainda veículo utilitário.

INVESTIMENTOS
O investimento varia muito de acordo com o porte do empreendimento e do
quantitativo de que dispõe o investidor. Considerando uma produção, montada
numa área de 500m², será necessário um investimento de R$30mil
aproximadamente.
Obs.: os valores apresentados são indicativos e servem de base para o empresário
decidir se vale ou não a pena aprofundar a análise de investimento e não
contempla a aquisição do terreno.
Investindo em AUTOMAÇÃO
Uma tendência cada vez mais presente nas empresas que buscam o sucesso é
automatizar as diversas atividades desenvolvidas. A automação melhora o
dinamismo dos serviços oferecidos, reduzindo filas, tempo de espera, agilizando a
emissão de notas fiscais, entre outros. Existem muitas opções que possibilitam essa
facilidade: caixas eletrônicas isoladas ou integradas, impressoras para
preenchimento automático de cheques, impressoras de notas fiscais nos caixas,
código de barras nos produtos, banco de dados sobre cada produto ou serviço e
cadastro de clientes.
Investigue de que forma a adoção de um equipamento dessa natureza pode ser
capaz de incrementar seus lucros.

PESSOAL
Na hora de selecionar as pessoas que irão trabalhar na sua empresa, você deve
levar em consideração as habilidades específicas exigidas para cada tipo de
atividade que desenvolverão. No cultivo de cogumelos exige além de dedicação
conhecimentos técnicos especializados. O empreendedor pode trabalhar apenas
com o auxílio de um empregado.

PROCESSOS PRODUTIVOS
O segredo da produção está na escolha das toras de eucalipto: com pouca resina e
serradas de acordo com normas técnicas (poderão também ser usadas, além do
eucalipto, árvores frutíferas como a mangueira, abacateiro e noz pecã). O cultivo
do “shiitake” em serragem também é rentável, mas exige mais tecnologia.
Para cultivar comercialmente cogumelo, o produtor não deve se preocupar em
produzir suas próprias matrizes, que é uma área específica e especializada, porque
existem laboratórios especializados no fornecimento de matrizes de boa qualidade.
Outra opção é adquirir o composto já semeado, junto a outro produtor, restando
apenas o trabalho de cultivar os cogumelos. Neste sistema, o produtor pode
também vender total ou parcialmente sua produção in natura, terceirizando as
etapas comerciais e industriais do processo.

ETAPAS:
a) Obtenção ou preparação da matriz;
b) Preparação do composto e compostagem;
c) Compostagem livre;
d) Pasteurização;
e) Preparo da terra de cobertura;
f) Semeadura;
g) Incubação;
h) Colocação da terra de cobertura;
i) Produção e colheita;
j) Limpeza.

Cultivo em toras:
a) O eucalipto deve ser cortado em toras de 0,8m a 1m, com diâmetro entre 10cm
e 15cm, para facilitar o manejo. Os furos, com profundidade de 2cm, são feitos em
zigue-zague nas toras. Uma tora de 15cm deverá ter entre 45 e 60 furos. Após a
inoculação, os furos são cobertos com parafina e breu (para evitar a contaminação
das sementes ou o ataque de formigas) derretidos a 120º C e empilhados em
camadas de cinco, até uma altura de 1,5 m e mantidas em temperatura de 25ºC
umidade relativa do ar entre 80% e 100% (ambas alcançadas através de irrigação
com água sem cloro). É fundamental que as pilhas não estejam em contato direto
com o solo, para evitar a contaminação. Três meses depois, as pilhas são refeitas e
as toras, invertidas, possibilitando desenvolvimento uniforme dos cogumelos.
b) A inoculação do “shiitake” deve ocorrer de três a sete dias depois do corte,
período em que ocorrerá o escorrimento da seiva, com as toras inclinadas. Após
seis meses, está na hora do choque térmico, com a imersão (variando de 8 a 24
horas) das toras em tanques de água a uma temperatura 5º C inferior à do
ambiente.
c) Depois do choque vem o período de incubação: as toras são levadas ao barracão
de frutificação, onde serão mantidas inclinadas, amparadas em cavaletes, sem
irrigação.
d) A colheita começa três dias após o choque térmico, estendendo-se por até dez
dias, quando as toras recebem novo choque. Uma tora rende entre seis e oito
colheitas.
e) Após a colheita, re-empilhar as toras, e voltar a rega-las regularmente como na
incubação, por mais ou menos 2 meses até que apareçam novamente os
primórdios, que indicam o momento de um novo choque. Esse procedimento
deverá ocorrer por mais 5 a 10 vezes até que o Shiitake esgote todos os nutrientes
da tora, ou até que a casca se perca totalmente. Dependendo do diâmetro da tora,
esse esgotamento de nutrientes levará de 1 a 2 anos.
f) Os cogumelos poderão ser comercializados frescos dando preferência aos mais
bonitos. A produção
excedentes devem ser secas sendo esta a forma tradicional de conservação desse
cogumelo. A secagem deve ser feita com temperaturas entre 40 e 45 C,
inicialmente por 2 horas, passando a 50 C por mais 2
horas, e finalizar com 60 C o restante da secagem. Isto deve acontecer com muita
ventilação. Esse tipo de secagem demora de 8 a 12 horas para concluir. Outro tipo
de secagem pode ser feita ao sol por 2 a 3 dias. Depois de seco, guardar em sacos
plásticos bem vedados e armazená-los em local seco.
g) O substrato é uma forma bem mais complexa de cultivo, exigindo
investimentos, tecnologia e equipamentos de grande vulto. A alternativa seria a
aquisição do substrato inoculado e pronto para a colheita.

Cultivo em serragem:
É um cultivo da vanguarda onde os resultados são mais rápidos e mais produtivos,
porém muito mais tenso do que o feito em tronco, pois exige muito mais
investimentos. Tenha atenção com os cuidados sanitários para evitar
contaminações, que neste caso qualquer que seja, o substrato deverá ser
descartado.
a) Escolha da serragem: a preferência é a de árvores de folha larga. Mas na
ausência de serragens específicas usamos a que encontramos evitando as de
aglomerado, compensados e as de madeiras tratadas com fungicidas, pois as
substâncias contida nestas "podem" inibir o crescimento do micélio. As mais
comuns de se encontrar são as de Pinus, tomando o cuidado de deixar sua
serragem descansar ao tempo por 3 semanas, e de Eucaliptos de uso imediato.
b) Preparação da serragem: a serragem sozinha é relativamente pobre em
nutrientes. Para melhorar essa produtividade, acrescenta-lhes suplementos tais
como farelo de arroz, de trigo, fubá etc.. faz-se uma mistura, na proporção de 10 a
20% de farelo de arroz, sobre o peso seco da serragem e água até obter uma
umidade de 60 %. O melhor pH é o de 5 a 6. Esse substrato deve ser colocado em
sacos plásticos de polipropileno (PP) que agüenta até 140 C sem se deformar,
encher 2/3 das unidades com o substrato, fechando-o com fechepac, ou com um
anel de cano de PVC por fora do boca saco e tampão de algodão por dentro.
c) Esterilização: se faz em grandes autoclaves no caso de produção industrial, e em
panelas de pressão para produção a nível caseiro. A temperatura a ser atingida é
de 127 C por 2 horas. Na panela de pressão contar o tempo a partir da saída de
pressão pela válvula. Deve-se colocar no fundo da panela um suporte, para que o
saquinho fique só no vapor. Caso a água não seja suficiente, interromper a
contagem do tempo juntamente com o apagar do fogo, colocar mais água na
panela e só reiniciar a contagem do tempo quando sair pressão da válvula. Outra
opção é a Tindalização, onde se atinge a temperatura de 100 C por 1,5 horas, por 2
dias consecutivos.
d) Semeadura: após o resfriamento saquinhos devem ser conduzidos a uma sala
previamente desinfetada. Essa desinfecção consta de limpeza do chão, paredes e
teto, seguida de pulverização do ar com formol comercial a 10%, 3 dias antes de
realizar a semeadura. Ao aplicar o formol, seja rápido pois ele é irritante das
mucosas, por isso, seus vapores faz arder olhos, nariz, garganta e provoca
escamações da pele. O frasco de "semente" e uma colher das de sopa deve ser
flambada com fogo e desinfetada com álcool, assim como as mãos do semeador. É
aconselhável que o mesmo tome um banho e coloque roupas limpas para iniciar a
operação. Tudo preparado, abrimos a embalagem do composto e colocamos uma
colher das de sopa cheia de "sementes" , e fechamos rapidamente.
e) Incubação: esses saquinhos devem ficar por até 60 dias a temperatura
ambiente, ou melhor acondicionado a 25 C, e umidade relativa de 90 %, onde o
crescimento miceliar é mais intenso. Durante esse período podem ocorrer
contaminações com fungos e bactéria, promovido por vários fatores, tais como:
falta de esterilização; falha no processo de limpeza e desinfecção de objetos, do ar,
do semeador durante a semeadura; furos na embalagem; sementes contaminadas.
As contaminações podem ser identificadas, analisando as embalagens a partir de
uma semana, onde não deverão conter colônias de coloração verde claro ou escuro,
amarelo, marrom, ou ainda porções grudentas, melecadas e mal cheirosas. As
embalagens contaminadas devem ser descartadas ou incineradas.
f) Indução e produção: ao final da colonização a embalagem plástica encontra-se
mais grossa em função da formação de protuberâncias na serragem entre o corpo e
a lamina da embalagem, e também coloração intensamente branca que irá se
tornar marrom. Então deve-se cortar a tampa superior da embalagem e colocar em
lugar fresco e ventilado, regar com bastante água três vezes ao dia até iniciar a
brotação. Pare as regas no substrato só devendo deixar o chão úmido. Aguardar o
crescimento dos cogumelos que serão colhidos e processados iguais ao do cultivo
em toras.
g) Repouso: após a total colheita da embalagem os mesmos deverão ser voltados
de cabeça para baixo e fechar a área onde estes vão repousar e aguardar por duas
semanas. Em seguida, retira-se a embalagem totalmente, repetindo a indução.
Uma terceira brotação poderá acontecer se repetir o processo descrito, porém a
quantidade de cogumelos tenderão a diminuir, tornando-se inviável sua
manutenção.( Cogumelo Gigante; Caetetuba; Hiratake; Shimeji e outros Pleurotus
spp )
h) Estufas climatizadas - existe um perigo de pragas e doenças. Se observarmos os
procedimentos corretos, são eliminados esses perigos. O ideal seria a utilização de
"estufas" climatizadas com medidores de umidade comandado por termostato, com
medidores de umidade comandado por temporizador, com by pass(passagem livre)
que regula a entrada de oxigênio.Com isso é possível abaixar a temperatura para
uma hibernação do cogumelo durante um período e, posteriormente, retornar ao
seu crescimento normal, voltando à temperatura ideal de produção.

AMEAÇAS
1 – Fungos e parasitas - Os mais freqüentes são os mais prejudiciais, o
"Verticillium fungícola", produz uma doença conhecida como "bolha seca". E a
"Mycogone perniciosa" - "a bolha úmida" - ou "mela". A contaminação provém do
solo de cobertura, de correntes de ar, ácaros, insetos.
2 – Bactérias - Ocorrem normalmente em todas as fases do cultivo de cogumelos
comestíveis e nem sempre ocasionam problemas. Para evitar bactérias
patogênicas, basta seguir corretamente o processo de pasteurização e a assepsia
dos locais de cultivo. A limpeza das camas, paredes e chão deve ser efetuada com
pulverização de água clorada ou de água com formol.
3 – Ácaros - Atraídos pelo cheiro do composto, transportados por insetos ou
provenientes do composto mal pasteurizado, reproduzem-se em alta velocidade e
são resistentes às mudanças de temperatura. A única forma de combatê-los são os
inseticidas, ferramenta que tem seus riscos. Para evitar os ácaros, dentre outros
procedimentos, o solo deve ser tratado com vapor d'água a 90º C, por três horas
seguidas.
4 – Insetos - Os que causam maiores estragos são pequenas moscas - moscas do
esterco -, pois perfuram o cogumelo e suas larvas se deslocam através de
galerias,causando danos irreversíveis. A prevenção consiste em evitar frestas nos
barracões de cultivo e uma vez verificada a presença de algum inseto deve-se
tomar medidas imediatas de controle.

COMEÇANDO
Como em todo negócio, é preciso que se elabore primeiramente um estudo de
viabilidade econômica da atividade a ser exercida. Existem vários planos para se
organizar uma fazenda de cogumelos, desde o cultivo mais simples e rústico até o
mais complexo e mecanizado. Cada um deles tem suas vantagens. O mais rústico,
por exemplo, tem a vantagem de exigir um investimento inicial, em termos de
instalações, quase irrisório, comparado a instalações modernas climatizadas. No
entanto este baixo custo inicial torna-se alto quando analisado sob o ponto de vista
de retorno. O cultivo de cogumelos é um processo trabalhoso e que exige técnica
especializada, portanto o ideal, como em todos os negócios, é a obtenção de alta
produtividade com a redução máxima de custos. Isto não significa que é necessária
a construção de fazenda totalmente mecanizada, mas sim que o bom senso seja
adotado e que se utilize recursos mais baratos (local com clima mais ameno, por
exemplo), mas eficientes. Portanto, o primeiro passo a ser dado pelo futuro
produtor de cogumelos é a realização de análise de mercado. Outros fatores
também são de grande importância, para a elaboração de um projeto, como:
escolher estrategicamente o local de cultivo, a fim de minimizar os custos tanto de
instalações quanto de produção; o clima da região deve ser considerado na escolha,
bem como a distância entre o local de produção e o centro consumidor;
disponibilidade de mão-de-obra para o cultivo e disponibilidade do fornecimento de
matérias primas.
E como ponto fundamental de todo o planejamento, é imprescindível que o futuro
produtor adquira conhecimento teórico sobre o assunto antes de qualquer etapa,
por meio de cursos, palestras, livros, apostilas, manuais, etc. Além de assessoria
técnica especializada, tanto na elaboração do projeto, quanto na implantação e
posteriores visitas periódicas.

CLIENTES
Por se tratar de um produto perecível, sua produção deverá estar pré-vendida, ou
como opção, ser desidratado ou mantido em conserva. É necessário descobrir o
ponto de equilíbrio entre demanda e produção. À identificação e à conquista do
nicho de mercado deverá ser dada muita atenção, pois ao apelar para
atravessadores poderão estar sendo perdidos até 70% do lucro. A única ameaça ao
“shiitake” brasileiro é o produto desidratado, importado da China – de qualidade
inferior, mas oferecido a preços muito menores.

DIVULGAÇÃO
O ditado popular diz que “a propaganda é a alma do negócio”, mas a gente pode
continuar dizendo que os "músculos" também são importantes. Assim, entendemos
que dotar os clientes internos (funcionários, os "músculos" do negócio) de
informações sobre os produtos oferecidos é a chave para vendê-los ao cliente
externo.
Voltando à "alma do negócio", concluímos que para atingir o consumidor e garantir
as vendas, você deve planejar o seu marketing. E como fazer isso? A primeira
sugestão é fazer uma análise da sua realidade: identifique quais são os custos de
seus serviços, adapte-os e busque a otimização de sua alocação. Mantenha seus
consumidores motivados, partindo para uma revisão da sua estrutura de
comercialização, avaliando paralelamente, se essa estrutura atinge seu mercado-
alvo com sucesso. Lembre-se que o marketing deve ser contínuo e sistêmico.
Considere ainda, que num plano de marketing é importante o conhecimento de
elementos como preço, produto (serviço), ponto (localização) e promoção. Avaliar
as preferências e necessidades de seus clientes em relação às funções, finanças,
facilidade, "feeling" (sensibilidade) e futuro.

DIVERSIFICAÇÃO
A comercialização pode ser feita de várias formas:
a) In-natura - A forma mais representativa de comercialização do shitake é a
natural. Estes são colocados à disposição do consumidor com todo o aroma, textura
e sabor característicos. A grande limitação é o tempo de sua viabilidade, que varia
de acordo com a espécie, desde que mantidos em sacos plásticos vedados e sob
refrigeração. A comercialização In natura do Agaricus (champignon), exige que os
cogumelos, logo após a colheita, sejam consumidos ou resfriados rapidamente até
2 - 3º C. O Pleurotus e o Lentinus não devem nunca ser lavados após a colheita. Se
lavados, perdem os seus aromas característicos e podem apressar o processo de
desenvolvimento;
b) Seco - Após a colheita, os cogumelos devem ser limpos e deve iniciar-se
imediatamente a secagem que pode ser efetuada ao sol ou com o uso de estufas;
c) Envazamentos (appertization): vidros e latas;
d) Conserva em soluções;
e) Aproveitamento de pedaços de cogumelos abertos.
Obs.: os cogumelos, de modo geral, não têm bom congelamento, pois ocorre o
rompimento das células.

LEMBRETES
Antes de vender é bom que saiba calcular o preço do seu serviço, harmonizando o
desejo do consumidor e a expectativa de ganho do proprietário. Nesse contrato
bilateral temos de um lado o cliente cuja expectativa é ter serviço de qualidade
gastando o mínimo, e do outro lado está o sonho do empresário em ver seu
estabelecimento retornar o capital investido. Uma sugestão é buscar inspiração
para essa "arte" em cursos que orientem o empreendedor a levantar seu custo e
estabelecer uma margem de lucro que seja justa e segura, como por exemplo,
aqueles que ensinam a formação de preços.

NOTÍCIAS
COGUMELOS ATRAEM TURISTAS DE TODO O PAÍS
Fazenda mostra diversas formas de cultivo e ensina produtores.
19/11/05
O Vale Paraibano
Turistas e produtores rurais de todo o país estão descobrindo a mais nova atração
do Vale do Paraíba, a Fazenda Guirra, mais conhecida como a "Fazenda dos
Cogumelos". Entre as maiores atrações do local, o cultivo de diversas qualidades de
cogumelos atrai pela lucratividade que representa mais do que o dobro do investido
pelo produtor.
Os cogumelos são iguarias apreciadas pelos gourmets mais exigentes, como os
franceses, italianos, americanos, chineses, e claro, japoneses. No Brasil, o consumo
de cogumelos está ganhando espaço entre os restaurantes mais requintados. Para
atender a demanda do mercado, produtores rurais estão abdicando de outras
culturas e aprimorando-se na arte de cultivar cogumelos.
Na Guirra, os visitantes aprendem as técnicas necessárias para garantir uma boa
produção com baixos investimentos. Além da teoria, eles aprendem na prática
como montar estufas, inocular as toras de eucaliptos, desenvolver compostos para
o cultivo de outros gêneros de cogumelos, além de aproveitar os resíduos em
hortas orgânicas.
Os cursos acontecem nos finais de semana e reúnem grupos de 60 a 70 pessoas.
Segundo o proprietário da fazenda e zootecnista, Carlos Abe, que ministra os
cursos, o cultivo do cogumelo é atraente devido ao baixo investimento e a
lucratividade.
O shiitake, por exemplo, se desenvolve em toras de eucaliptos. Cada tora produz
praticamente 1 quilo do cogumelo e exige um investimento na ordem de R$ 8,00
cada. No mercado, o quilo do produto é negociado a R$ 17 e repassado aos
consumidores por até R$ 30.
Além do shiitake, os visitante da Guirra também têm a opção de aprender a
produzir cogumelos dos gêneros champignon e Agaricus blazei - utilizado como
fonte medicinal no tratamento de doenças como o câncer, diabetes e outras.
Por mês, a Fazenda Guirra exporta duas toneladas de cogumelos para o Japão.
Produtores da região do Vale do Paraíba e de outros estados do país, que já
passaram pelo local, já estão cultivando e comercializando os gogumelos --alguns
deles também exportam para outros países.
LUCRATIVIDADE - A produtora Elisa Serrano Romero, de Monteiro Lobato, é um
bom exemplo dessa boa rentabilidade. Há pouco mais de um ano cultivando o
shiitake, ela vende 20 quilos do produto por semana no comércio de São Paulo.
Elisa negocia o shiitake em restaurantes e supermercados por R$ 15,00 o quilo.
"Estou satisfeita com a venda, mas pretendo aumentar a minha produção nos
próximos meses, além de investir no cultivo de outros gêneros de cogumelos."
Animado, o comerciante Márcio Furtado, de Americana, interior de São Paulo,
esteve na fazenda e também pretende começar sua produção. "É um investimento
pequeno e não exige muito do produtor. A gente mesmo pode fazer todo o
trabalho."
O biomédico Afro Benassi Júnior, de São Paulo, também está apostando na
produção. "Eu já fiz uma experiência no meu sítio e com as técnicas aprendidas no
curso pretendo aprimorar minha produção."
TURISMO - Para aqueles que pretendem apenas conhecer os sistemas de cultivo
dos cogumelos, a fazenda reserva outras atrações como passeios por trilhas
ecológicas, cachoeiras e deliciosos pratos à base de shiitake.
Fonte: site – portal do agronegócio.

CURSOS E TREINAMENTOS
Curso de Introdução ao Cultivo de Cogumelo
IDEAGRO – Instituto para o Desenvolvimento de Agronegócios
Rua Ipiranga, 1535 – Jardim Santista – Mogi das Cruzes – SP
CEP 08730-000
(11) 44724-8233 ou 4727 6338
gomes@ideagro.org.br
http://www.ideagro.org.br

SENAR - Serviço Nacional de Aprendizagem Rural


Rua Nestor Gomes, 277, Ed. Anchieta, 5º andar, sala 501,
Centro – Vitória/ES
CEP: 29015-150
Tel.: (027) 3222-2309
Oferecem diversos cursos desde que haja demanda

ASSOCIAÇÃO AGRICULTURA ORGÂNICA


Av. Francisco Matarazzo, 455 - Prédio do Fazendeiro, 2º andar, sala 24
São Paulo/SP
Tel.: (11) 3875-2625
Fax: 3872-1246
http://www.aao.org.br

EVENTOS
O empreendedor deve estar sempre em contato com as entidades e associações
para obter informações sobre os eventos que ocorrerão dentro da sua área (tipo,
data, local de realização). Os eventos como feiras, roda de negócios, congressos,
etc., são muito importantes para o empresário ficar por dentro das tendências de
mercado, conhecer novos produtos e tecnologias, realizar parcerias e fazer bons
negócios.
Onde pesquisar: União Brasileira de Feiras e Eventos - http://www.ubrafe.com.br

AGRISHOW 2006
Av. Jabaquara 2940, 2º. Andar
São Paulo/SP
Cep: 040046-500
Tel.: (011) 5591-6300
http://www.agrishow.com.br

ACAPS - Convenção Capixaba de Supermercados


Periodicidade: anual
Local: Pavilhão de Carapina – Serra/ES
Organização: ACAPS – Associação Capixaba de Supermercados
Tel.: 3324-3599
http://www.acaps.com.br

FISPAL Food Service 2006


22ª Feira Internacional de Produtos e Serviços para Alimentação
Periodicidade: anual
Data do Evento: 17 a 20 de Julho
Local: Anhembi – São Paulo/SP
Informações: tel.: (011) 5694-2666
E-mail: telemarketing@fispal.com
Organização: FISPAL - Agência Internacional Privada de Desenvolvimento
do Mercado de Alimentos.
Rua Ministro Nelson Hungria, 239 - cj. 04
Real Parque - São Paulo/SP
CEP: 05690-050
Tel.: (011) 3759-7090
Fax (011) 3759-7185
E-mail: falecom@fispal.com

FISPAL NORDESTE
Informações: tel.: (011) 5694-2666
E-mail: telemarketing@fispal.com
Organização: FISPAL - Agência Internacional Privada de Desenvolvimento
do Mercado de Alimentos.
Rua Ministro Nelson Hungria, 239 - cj. 04
Real Parque - São Paulo/SP
CEP: 05690-050
Tel.: (011) 3759-7090
Fax (011) 3759-7185
E-mail: falecom@fispal.com

LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
É interessante que se faça uma consulta à “CARTILHA DO FORNECEDOR
CAPIXABA”, que se encontra disponível na Biblioteca do SEBRAE/ES.
Nessa atividade se faz necessário que o produtor tenha conhecimento de algumas
leis:
Lei nº. 10.165 de 12/2000 – Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente,
seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, que altera a Lei nº. 6.938 de
08/1981 e dá outras providências.
Lei nº. 7.754 de 04/1989 – Estabelece medidas para a proteção das florestas
existentes nas nascentes dos rios e dá outras providências.
Lei nº. 9.605 de 02/1998 – Dispõe sobre as sanções penais e administrativas
derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente e dá outras
providências.

REGISTRO ESPECIAL
Para registrar sua empresa você precisa de um contador. Profissional legalmente
habilitado para elaborar os atos constitutivos da empresa, auxilia-lo na escolha da
forma jurídica mais adequada para o seu projeto e preencher os formulários
exigidos pelos órgãos públicos de inscrição de pessoas jurídicas. Além disso, ele é
conhecedor da legislação tributária à qual está subordinada a nossa produção e
comercialização. Mas, na hora de escolher tal prestador de serviço, deve-se dar
preferência a profissionais qualificados, que tenha boa reputação no mercado e
melhor que seja indicado por alguém que já tenha estabelecido com ele uma
relação de trabalho.
Para o caso especial do cultivo de cogumelos não foi identificado nenhum registro
especial, a não ser o de produtor rural junto à secretaria da agricultura para a
venda in-natura e para a venda em conserva registro junto ao órgão da vigilância
sanitária. Neste caso deve adequar as instalações de acordo com o Código Sanitário
(especificações legais sobre a condições físicas). Em âmbito federal a fiscalização
cabe a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, estadual e municipal fica a cargo
das Secretarias Estadual e Municipal de Saúde.

LINKS INTERESSANTES
http://educar.sc.usp.br
http://www.ideagro.org.br
http://www.herbario.com.br
http://www.aao.org.br
http://www.portaldoagronegocio.com.br

ENTIDADES
SENAR - Serviço Nacional de Aprendizagem Rural
Rua Nestor Gomes, 277, Ed. Anchieta, 5º andar, sala 501,
Centro – Vitória/ES
CEP: 29015-150
Tel.: (027) 3222-2309

INSTITUTO ADOLPHO LUTZ


Av. Dr. Arnaldo, número 355, Bairro Cerqueira César
São Paulo/SP
CEP: 01246-902
Tel.: (011) 3068-2050
http://www.ial.sp.gov.br

ASSOCIAÇÃO AGRICULTURA ORGÂNICA


Av. Francisco Matarazzo, 455 - Prédio do Fazendeiro, 2º andar, sala 24
São Paulo/SP
Tel.: (11) 3875-2625
Fax: 3872-1246
http://www.aao.org.br

PREFEITURA DE VITÓRIA
SEMUS - Sec. Municipal de Saúde – Vigilância Sanitária do Município de Vitória.
Av. Mal. Mascarenhas de Moraes, 1185
Forte São João – Vitória/ES
CEP: 29010-331
Tel.: (027) 3132-5047 / 3132-5044 / 3132-5045
http://www.vitoria.es.gov.br/home.htm

DIVISÃO DA VIGILÂNCIA SANITÁRIA ESTADUAL


Av. Marechal Mascarenhas de Moraes, 2025
Bento Ferreira, Vitória/ES
Cep: 29052-121
Tel.: (027) 3137 –2427
Fax: (027) 3137- 2432 / 2472
E-mail:visa@saude.es.gov.br
http://www.saude.es.gov.br

DFA/ES - Delegacia Federal de Agricultura ES (SIF/Ministério da


Agricultura)
Av. Nossa Senhora dos Navegantes, 495, Térreo, Centro Empresarial Enseada
Enseada do Suá – Vitória/ES
CEP: 29050-420
Tels.: (27) 3137-2283 – Dr. Olavo e 3137-2700
http://www.agricultura.gov.br

FAES/SENAR-ES – Federação da Agricultura do ES.


Av. Nossa Senhora da Penha, 1495, 10º andar, Torre A, Ed. Corporate Center
Santa Lúcia – Vitória/ES
CEP: 29045-401
Tels.: (27) 3235-9015 / 3235-9031

IDAF - Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do ES.


Rua Raimundo Nonato, 135 - Forte São João
Vitória/ES
CEP: 29010-540
Tel. (27) 3132-1510
http://www.idaf.es.gov.br

INCAPER - Instituto Capixaba de Pesquisa Assistência Técnica e Extensão


Rural
Rua Afonso Sarlo 160, Bento Ferreira
Vitória/ES
CEP: 29052-010
Tel.: (27) 3137-9888
www.incaper.es.gov.br

IBAMA/ES - Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais


Renováveis
Av. Marechal Mascarenhas de Moraes, 2487, Bento Ferreira
Vitória (ES)
CEP: 29050-625
Tel.: (027) 3324-1811
http://www.ibama.gov.br

ITAL – Instituto de Tecnologia de Alimentos


Av. Brasil, n.º 2880 - Jardim Brasil - Campinas –SP
Caixa Postal 139 - CEP 13.073-001
Tel. (0xx19) 3743-1700
http://www.ital.sp.gov.br

EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária


Embrapa Sede - Parque Estação Biológica - PqEB s/nº.
Brasília, DF – Brasil
CEP: 70770-901
Tel.: (0xx61) 3448-4433
Fax: (0xx61) 3347-1041
e-mail: sac@sede.embrapa.br
http://www.embrapa.br

IAC - Instituto Agronômico de Campinas


Av. Barão de Itapura, 1481
Campinas/SP
CEP: 13020-902
Tel.: (0xx19) 3231-5422
http://www.iac.sp.gov.br
MINISTÉRIO DA SAÚDE
http://www.saude.gov.br

AGENCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA


SEPN 515, Bloco B - Edifício Ômega
Brasília/DF
CEP: 70770-502
Tel.: (0xx61) 3448-1000
http://www.anvisa.gov.br

FORNECEDORES E FABRICANTES
Cardoncello
http://www.cardoncello.com.br
Tel.: (24) 2291-5682

EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária


Embrapa Sede - Parque Estação Biológica - PqEB s/nº.
Brasília, DF – Brasil
CEP: 70770-901
Tel.: (0xx61) 3448-4433
Fax: (0xx61) 3347-1041
e-mail: sac@sede.embrapa.br
http://www.embrapa.br

AGRODATA VIDEOPAR
www.agrodata.com.br

BIBLIOGRAFIA
- SEBRAE/RJ. Como Cultivar cogumelos, Tecnologia & Mercado, 1997.
- MASCHIO, José. SHITAKE, Cogumelo ganha mercado no Brasil e cultivo aumenta,
Agrofolha, 5º caderno, 24/03/98, p. 5-8.
- Sites:
http://www.ideagro.org.br
http://www.herbario.com.br
http://www.aao.org.br
http://www.portaldoagronegocio.com.br

ÁREA RESPONSÁVEL E DATA DE ATUALIZAÇÃO


UCE – Unidade de Capacitação Empresarial - SEBRAE/ES
Data de atualização: fevereiro de 2006

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