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CURSO DE ENFERMAGEM
PORTO ALEGRE
2009
Carla de Azevedo Rangel
PORTO ALEGRE
2009
AGRADECIMENTOS
CC – Centro Cirúrgico
CC – Centro Cirúrgico
CEDOC – Centro de Documentação
CEP – Comitê de Ética e Pesquisa
CME – Centro de Materiais e Esterilização
COFEN – Conselho Federal de Enfermagem
COREN – Conselho Regional de Enfermagem
EPI (s) – Equipamento de Proteção Individual (ais)
GHC – Grupo Hospitalar Conceição
HNSC – Hospital Nossa Senhora da Conceição
NR (s) – Normas Regulamentadora (s)
PCMSO – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional
QV – Qualidade de Vida
QVT – Qualidade de Vida no Trabalho
RBE – Roteiro Básico de Entrevista
RH – Recursos Humano
SOBECC – Sociedade Brasileira de Enfermagem em Centro Cirúrgico
SR – Sala de Recuperação
TCLE – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
WHOQOL – Qualidade de Vida – Instrumento da Organização Mundial da Saúde
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO................................................................................................ 09
1.1 PROBLEMA DE PESQUISA........................................................................ 10
1.2 OBJETIVOS DA PESQUISA........................................................................ 10
1.2.1 Objetivo geral.......................................................................................... 10
1.2.2 Objetivos específicos............................................................................. 11
1.3 JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA DA PESQUISA........................................ 11
2 REFERENCIAL TEÓRICO............................................................................. 12
2.1 UNIDADE DE CENTRO CIRÚRGICO......................................................... 12
2.2 A ENFERMAGEM E O CENTRO CIRÚRGICO............................................ 14
2.3 SAÚDE DO TRABALHADOR...................................................................... 16
2.3.1 Estresse................................................................................................... 18
2.3.2 Qualidade de vida (QV)........................................................................... 19
2.3.3 Qualidade de vida no trabalho (QVT).................................................... 19
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS....................................................... 23
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA........................................................... 23
3.2 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA.................................................................... 23
3.3 TÉCNICAS E INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS......................... 24
3.4 TÉCNICAS DE ANÁLISE DE DADOS......................................................... 25
3.5 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS........................................................................ 26
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO...................................................................... 28
4.1 PERFIL DO GRUPO ESTUDADO............................................................... 28
4.2 POSICIONAMENTO PESSOAL SOBRE A QVT DA INSTITUIÇÃO 29
HOSPITALAR.....................................................................................................
4.3 PERCEPÇÃO DOS ENFERMEIROS QUANTO AO TRATAMENTO DADO 30
PELA EMPRESA A SUA QVT.............................................................................
4.4 PERCEPÇÃO DOS ENFERMEIROS QUANTO AO GRUPO DE 42
TRABALHO........................................................................................................
5 CONCLUSÃO................................................................................................. 48
REFERÊNCIAS.................................................................................................. 51
Apêndice I – Roteiro de Entrevistas................................................................ 54
9
1 INTRODUÇÃO
Ao longo dos anos, ressalta Mininel (2006) que vários foram os pesquisadores
que dedicaram seus estudos em prol da saúde dos trabalhadores de enfermagem,
buscando com isso conhecer quais os determinantes que causam os desgastes e
morbi-mortalidade, objetivando com isso possíveis intervenções junto à instituição
onde trabalham e, aos enfermeiros gerenciais, formas de amenizar e proteger seus
trabalhadores dos riscos a que se expõem. Ainda como ressalta Mininel (2006), a
importância do processo saúde-doença:
Da mesma forma, este local não pode ser a razão de doenças degenerativas
e psicológicas destes profissionais que se dedicam a curar doenças e
contraditoriamente estão adoecendo em locais que se pressupõem sejam de cura.
Nesse ambiente, conforme Cruz e Varela (2002), a enfermeira, enquanto
16
administradora e coordenadora da assistência de enfermagem fazem parte dele e,
como tal, compartilha e vivencia aquilo que é interpretado por todos.
“Acredita-se que o trabalho tanto de forma individual como social tem como
importante instrumento a própria organização, que deve ser considerada a partir da
adequação do ambiente, quer seja físico ou social, ao processo de trabalho”
(VILLAR, 2002, p.15).
A saúde do trabalhador se faz necessária e essencial para todas as classes
de trabalhadores. “A luta pela saúde, a possibilidade do trabalho como fonte de
prazer e de desenvolvimento, estão presentes mais como luta contra o sofrimento
que como ampliação da capacidade de ação” (SILVA, 2002, p.04).
O trabalhador deve ser visto como um todo, de maneira integral. É através de
pesquisas no próprio ambiente em que se encontra esse profissional que é possível
verificar qual o grau de exposição a riscos em que se encontram esses profissionais
e quais as incidências negativas dessas influências.
Villar (2002) aponta que a organização do trabalho atualmente se tornou um
grande desafio nas empresas por haver divergências entre trabalhadores e
empregadores, fazendo com que as condições físicas, ambientais e organizacionais
da execução do trabalho causem aos trabalhadores um maior desgaste e
sofrimento.
Desde 2004, a “[...] Política Nacional de Saúde do Trabalhador do Ministério
da Saúde visa à redução dos acidentes e doenças relacionadas ao trabalho,
mediante a execução de ações de promoção, reabilitação e vigilância na área de
saúde” (BRASIL, 2008).
De acordo com o Ministério da Saúde, todo trabalhador tem direito à saúde
[_]. Além do ambiente de trabalho são necessários todos os equipamentos de
proteção, observação da jornada de trabalho, verificação do número mínimo de
profissionais por pacientes atendidos (BRASIL, 2008).
17
Da mesma forma, conforme o Código de Ética dos profissionais de
enfermagem, do COFEN, Seção I, das relações com a pessoa, família e
coletividade, direitos, em seu art. 10, é possível verificar o amparo da lei às
condições insalubres de trabalho: “recusar-se a executar atividades que não sejam
de sua competência técnica, científica, ética e legal ou que não ofereçam segurança
ao profissional, à pessoa, família e coletividade” (COFEN, 2007).
Todo profissional que trabalha na área da saúde é protegido pelas Normas
Regulamentadoras (Nrs), que são as normas que garantem com que profissional
tenha saúde e segurança no trabalho (BRASIL, 2008). Destacamos aqui as normas
de maior interesse para o trabalhador de enfermagem:
NR 06 - Equipamento de Proteção Individual – EPI: é a norma que estabelece os
critérios para a utilização de Equipamentos de Proteção Individual adequados ao
risco e fornecidos gratuitamente pelo empregador ao empregado.
NR 07 - Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO: é a norma
que estabelece a obrigatoriedade de elaboração e implementação, por parte de
todos os empregadores, do PCMSO dos empregados.
NR 17 – Ergonomia: é a norma que estabelece parâmetros de adaptação das
condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores.
NR 32 - Segurança e Saúde no Trabalho em Serviços de Saúde: é a norma que
estabelece as diretrizes básicas para a implementação de medidas de proteção à
segurança e à saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde, classifica e lista os
agentes biológicos, cria a Comissão Tripartite Permanente Nacional da NR-32,
formada pelo governo, empregadores e trabalhadores para controle periódico do
cumprimento.
O que se verifica é que, apesar da legislação do COFEN amparar
amplamente o profissional de saúde, na prática, a situação é muito complexa,
havendo diferentes cenários quanto às condições instaladas. Conforme salienta o
COFEN (2007), a situação das entidades públicas são diferentes das privadas,
sendo que nas primeiras, poderá ocorrer o descaso e falta de verbas, e nas
privadas, apesar de terem um quadro financeiro melhor, não existe uma política de
amparo aos trabalhadores, o que acaba desgastando os trabalhadores em ambas as
situações, tornando o local de trabalho estressante e desestimulante, e assim
18
prejudicial à saúde desse profissional. Quando existem equipamentos de proteção,
não existe acompanhamento psicológico para os problemas resultantes do ambiente
ao qual profissional é submetido. Diante de tudo isso, o estresse e o desgaste físico
são razões pela quais os termos serão abordados a seguir.
2.3.1 Estresse
Sem dúvida que tudo o que diz respeito ao profissional de enfermagem, aos
malefícios que se acumulam para sua saúde futura, a que se submete ou acaba se
submetendo, reflete tanto em sua vida em família, sobre os que estão à sua volta e
até mesmo aos seus pacientes.
Quando se trabalha sob pressão, seja ela qual for, facilmente nos
estressamos. Macedo et al (2007) afirmam que a reação do nosso organismo diante
do estresse é de enfrentamento ou de fuga diante de situação ameaçadoras. Com
isso, ocasiona estímulos que fazem com que nossos batimentos cardíacos,
19
respiração, taxa da glicose e energia se alterem durante esse estágio de alerta,
voltando ao normal após cessarem os estímulos.
De acordo com Mangolin et al. (2003, p.21), “o estresse emocional é um dos
fatores propiciadores de doenças psicossomáticas em indivíduos de diferentes
classes profissionais”.
Esta situação está associada à QV que será apresentada a seguir.
[...] uma percepção subjetiva que fica entre o que é idealizado e o vivenciado
pelo indivíduo - o que deseja e o que é possível. Ou seja, a despeito da
presença da dor crônica, as pessoas ainda se consideram bem de saúde.
Aceitam a condição e convivem com ela da maneira possível (BRASIL et al.
2008, p.390).
Diante disso, fica clara a percepção, de que, para se poder oferecer uma
assistência adequada ao paciente, é necessário que se tenha, em primeiro lugar,
uma boa QVT; e em segundo lugar, uma boa remuneração. Não esquecendo de que
um apoio psicológico, amenizando ansiedades e angústias, é um ingrediente muito
importante também para a saúde do profissional da saúde.
Isso nos leva a entender porque é fundamental que o profissional de
enfermagem deva saber da importância que é de se ter uma boa QVT, e, com isso,
fazendo com que ocorra uma influência positiva sobre a QV na assistência de
enfermagem.
Estudos sobre a QVT, segundo Sousa e Motta (2008), surgem com a idéia de
humanizar o trabalho desses profissionais, englobando aspectos que motivam a
satisfação no trabalho, fatores ambientais e ergonômicos, criando assim, uma visão
geral das relações do homem com seu ambiente de trabalho, bem-estar, saúde e
segurança física.
A busca de um instrumento para avaliar a QV, segundo Fleck et al (1999), fez
com que a OMS desenvolvesse um projeto colaborativo multicêntrico, que
possibilitou a elaboração da WHOQOL-100, que é um instrumento de avaliação da
QV composta por 100 itens, na sua versão para o português foi desenvolvida no
Departamento de Psiquiatria e Medicina Legal da Universidade Federal do Rio
22
Grande do Sul, Porto Alegre, Brasil (FLECK et al, 1999).
O modelo desenvolvido pela OMS, embora validado mundialmente, tem
restrições para o uso devido a seu detalhamento, o que o torna financeiramente
pouco viável, em estudo sem financiamento específico. Desta forma, outros
instrumentos continuam sendo delineados e usados. Entre os instrumentos
específicos destinados a medir a QV do trabalhador também dispomos do Roteiro
Básico de Entrevista (RBE), criado por Fernandes (1996), que tem como objetivo
fazer um levantamento da percepção dos profissionais em nível de satisfação com
as condições e a organização da empresa na qual trabalham, com isso, criando
subsídios para a gestão de estratégias de Recursos Humanos (RH).
Esta será a metodologia utilizada nesta pesquisa, que passa a ser
apresentada no próximo capítulo.
23
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Para a coleta de dados, inicialmente, foi feito contato com a chefia da unidade
do CC, onde através dela é que a pesquisadora abordou a equipe de enfermeiros do
Centro Cirúrgico de um Hospital de grade porte da cidade de Porto Alegre,
realizando marcação da entrevista de acordo com o tempo disponível de cada
participante da pesquisa, em seu turno de trabalho.
A todos os participantes da pesquisa foi apresentado o projeto de pesquisa
com seus objetivos e junto o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)
conforme ANEXO II, que foi devidamente aceito e assinado por todos os
entrevistados.
A coleta foi realizada através de perguntas fechadas, conforme o instrumento
de coleta de dados o Roteiro Básico de Entrevista (RBE), baseado na metodologia
de Fernandes (1996) utilizada para mensurar a QVT conforme o ANEXO I, composto
de 11 blocos, que serviram de levantamento sobre a percepção dos enfermeiros
diante dos elementos organizacionais, ambientais e comportamentais presentes na
sua QVT, tendo uma escala polarizada de satisfação de 7 (sete) níveis:
1 bastante insatisfeito
2 insatisfeito
3 levemente insatisfeito
4 neutro
5 levemente satisfeito
6 satisfeito
7 bastante satisfeito
25
3.4 TÉCNICAS DE ANÁLISE DOS DADOS
11,11% 20 a 30 anos
11,11% 31 a 40 anos
44,45% 41 a 50 anos
+50 anos
33,33%
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0
- 1 ano 1 a 2 anos 3 a 4 anos 4 a 5 anos + 5 anos
Quanto à dupla jornada de trabalho foi identificado que não há duplo vínculo,
todos os profissionais declararam não trabalhar em outra instituição.
Foi então investigado a percepção destes enfermeiros quanto a sua QVT que
passa a ser apresentado a seguir.
66, 67%
Quanto às Condições Percepção sobre Percepção sobre Percepção sobre Percepção sobre
a limpeza a arrumação do a segurança condições de
de Trabalho
(nº participantes) serviço – EPIs – trabalho
(nº participantes) (nº participantes) (nº participantes)
Bastante Insatisfeito 0 0 0 0
Insatisfeito 0 0 0 0
Levemente Insatisf. 2 2 0 2
Neutro 2 1 0 1
Levemente Satisfeito 4 4 2 3
Satisfeito 0 1 5 3
Bastante Satisfeito 1 1 2 0
Fonte: Dados da pesquisa
Bastante Insatisfeito 0 2 0 1
Insatisfeito 3 1 1 1
Levemente Insatisf. 2 2 1 2
Neutro 0 3 3 4
Levemente Satisfeito 2 1 3 0
Satisfeito 2 0 1 1
Bastante Satisfeito 0 0 0 0
Fonte: Dados da pesquisa
55,56%
22,22%
22,22%
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0
insatisfeito levemente neutro levemente satisfeito
insatisf eito satisfeito
33,33%
Gráfico 7: Garantia de emprego dos enfermeiros.
Fonte: Dados da pesquisa.
22,22%
22,22%
Conforme pode ser observado na tabela 3, não houve para nenhuma das
questões deste bloco enfermeiros que tenham se manifestado como “insatisfeitos”.
Assim como apenas um enfermeiro se manifestou como “bastante satisfeito” quanto
aos programas de participação oferecidos pela empresa aos funcionários.
Conforme assinado por Duarte e Lautert (2006) uma ação comunicativa bem
sucedida produz um acordo entre os falantes sobre o significado das mensagens
transmitidas, e é um meio para se obter o entendimento, além de coordenar ações
para este, favorecendo a relação entre o sujeito e o mundo, de maneira direta ou
reflexiva, contribuindo assim para qualidade de vida no trabalho. Desta forma neste
trabalho os aspectos da comunicação investigados neste trabalho foram se a
instituições utiliza meios adequados de comunicação entre os diversos segmentos,
se esses fluxos de comunicação entre os enfermeiros são adequados e se existe
comunicação das metas de produção e decisões da direção para com o grupo
investigado.
Em relação aos meios de comunicação utilizados pela instituição, as
respostas encontradas ficaram localizados entre um pequeno número de
enfermeiros “levemente insatisfeitos” e “bastante satisfeitos”, o grupo mais
significativo dos resultados foi de enfermeiros “satisfeitos” quanto à forma desta
comunicação, conforme pode ser visualizado no gráfico 9. Outra parte dos
enfermeiros se manifestou “neutros” ou “levemente satisfeitos” neste aspecto.
38
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0
levemente neutro levemente satisfeito bastante
insatisfeito satisf eito satisf eito
22,22%
22,22%
44,45%
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0
insatisfeito levemente neutro levemente satisfeito
insatisfeito satisfeito
Conforme Gadamer (1990), citado por Cruz e Varella (2202), nos diz que a
comunicação de um ser que fala uma tradição que precisa ser reconhecida e
compreendida, uma historia de vida expressada através da linguagem, com suas
idéias e conjecturas (pré-julgamentos e julgamentos) e que têm importância na
interpretação de possíveis resultados da ação terapêutica da enfermagem. Essas
constituem possibilidades de abertura de novas alternativas, para a interpretação e
compreensão do que se passa consigo naquele momento de sua história de vida.
A imagem da empresa pelo funcionário expressa a o prazer do mesmo quanto
40
a seu trabalho. Neste grupo pesquisado, o maior número de pessoas esta no grupo
dos “satisfeitos”, sendo que 33,34% dos entrevistados sentem-se “satisfeitos” com
os ideais da empresa e 22,22% “levemente satisfeitos” e “bastante satisfeitos” para
cada nível, perfazendo 77,78% os demais se distribuíram igualmente entre os
“levemente insatisfeitos” ou “neutros” (com 11,11% cada), conforme evidenciado no
gráfico 13.
22,22%
33,34%
neutro
22,22% 11,11% levem ente s atis feito
s atis feito
bas tante s atis feito
22,22% 44,45%
11,11% 11,11%
ins atis feito
levem ente ins atis feito
11,11% neutro
levem ente s atis feito
s atis feito
bas tante s atis feito
11,11%
44,45%
11,11%
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0
levemente neutro satisfeito bastante satisfeito
insatisfeitos
55,56%
De acordo com Krahl (2001) citado por Miranda (2006) esses conflitos
parecem acentuar-se dentro do Centro Cirúrgico, pois o ambiente é crítico [...] as
questões éticas relacionadas à profissão devem ser respeitadas bem como as
normas reguladoras, assistenciais e administrativas que promovem diretrizes no
gerenciamento de enfermagem setorial.
Muitos autores como Miranda (2006), Oler et al (2005), Stumm et al (2006),
Kussler (2007) manifestam que o CC é um local com grande nível de estresse
porque é onde o limite da vida está exposto. Os enfermeiros são profissionais que,
historicamente, exercem a chefia destes locais, conciliando os diferentes conflitos
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existentes entre equipes assistenciais (equipe cirúrgica e de enfermagem) e
administração (manutenção e insumos), sendo também a equipe que permanece
continuamente no local. Por essa razão, está exposta a um maior desgaste.
Com relação às orientações técnicas prestadas pela empresa, às respostas
ficaram dispersas entre “levemente insatisfeitos”, “neutros” e “satisfeitos” sendo cada
um com 22,22%. Com uma pequena diferença (33,34%) dos enfermeiros
entrevistados optaram por estarem “levemente satisfeitos” com relação às
orientações técnicas que a empresa oferece como nos mostra o gráfico 18.
22,22% 22,22%
levem ente ins atis feito
neutro
levem ente s atis feito
s atis feito
22,22%
33,34%
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0
insatisfeitos levemente neutro satisfeito
insatisf eito
57%
Conforme Stamps (1997) e Lino (2004), citados por Schmidt e Dantas (2006),
satisfação no trabalho é considerada um dos importantes indicadores de QVT e sua
medida tem sido utilizada em estudos no Brasil e no exterior.
Dejours e Abdoucheli (1994) citados por Villar (2002), afirmam que “a
organização do trabalho é, de certa forma, a vontade do outro. Ela é, primeiramente,
a repartição entre os trabalhadores, isto é, a divisão de homens: a organização do
trabalho recorta assim, de uma só vez, o conteúdo da tarefa e as relações humanas
de trabalho".
Também citado por Villar (2002), Faria (1984) trata a organização do trabalho
como sendo um conjunto de conhecimentos oriundos da ciência social e humana, da
ciência exata, da lógica, da tecnologia, para estabelecer não simplesmente métodos,
mas, sobretudo às condições mais favoráveis à satisfação, à saúde e a
produtividade do homem ao trabalho.
Quanto à capacidade da empresa propor inovações, o grupo de “levemente
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satisfeitos” e os “levemente insatisfeitos” foram os de minoria, apenas 11,11%; não
tendo nenhuma manifestação de “bastante satisfeitos” nem bastante insatisfeitos”. A
maioria (33,34%) se diz “neutros”, quanto à capacidade da empresa em propor
inovações e 22,22% se sentem “insatisfeitos” e “satisfeitos” para cada nível quanto à
capacidade de inovação proposta pelo hospital.
33,34%
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0
insatisfeito levemente neutro levemente bastante
insatisfeito satisfeito satisfeito
49%
13%
22,22%
33,34%
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4.ed. São Paulo: Atlas, 2002. 175
p.
KUSSLER, V.de F.S. Estudo de caso dos tempos de ocupação das salas
cirúrgicas de um hospital. Trabalho de Conclusão de Curso de Administração
Hospitalar do Centro Universitário do IPA. Aprovado em 26 de Novembro de 2007.
84p.