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MATERIAL DE APOIO DE
PROJETOS PRODUTIVOS
SUSTENTÁVEIS
Açailândia
2009
1. INTRODUÇÃO
Todos estes pontos somente serão alcançados com políticas econômicas que
incentivem o setor florestal, para um melhor manejo e eficiência na sua exploração, uma
vez que esta esbarra, por exemplo, na baixa expectativa de lucro imediato pelo setor
privado.
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À primeira vista podemos pensar que isso é ótimo. Devemos então estar
cercados de práticas de exploração sustentável de recursos naturais, permitindo manter
os tais recursos para as gerações futuras. Ah, sim, claro, conservando a natureza
também.
Será?
Nos últimos anos, vários pesquisadores têm estudado a questão de se algumas
explorações de recursos naturais apresentadas como sustentáveis de fato o são. Um
deles foi o paraense Carlos Peres, que com vários colaboradores estudou se era ou não
sustentável a exploração da castanha-do-Pará. Na natureza, esses frutos da castanheira
(Bertholletia excelsa) são abertos por cutias. As cutias muitas vezes enterram as
sementes para consumi-las depois, mas são uns roedores desmemoriados que muitas
vezes esquecem onde enterraram as sementes, que então germinam. Hoje o florescente
mercado internacional para as chamadas “Brazil nuts” tem deixado pouca coisa para as
cutias. A exploração da castanha-do-Pará por populações locais na Amazônia tem sido
frequentemente apontada como um exemplo de exploração sustentável – uma das “jóias
da coroa” do governo Lula no que se refere ao “uso sustentável” de recursos naturais.
O estudo de Peres e seus colegas foi publicado na Science, a mais prestigiosa
revista científica do Mundo (Science, 302: 2112-2114, 2003). Foi um estudo muito
amplo. Em nada menos que vinte e duas localidades espalhadas pela Amazônia - a
maioria delas no Brasil, mais algumas no Peru e na Bolívia - os autores mediram todas
as castanheiras maiores que 10 cm DAP (Diâmetro à Altura do Peito). As árvores
jovens, ou seja, as que ainda não produzem frutos, são aquelas com DAP menor que 60
cm. É, castanheiras são árvores bem grandes. O estudo comparou a freqüência de
árvores jovens em localidades com diferentes antiguidades e intensidades de
exploração.
Os resultados foram claros e perturbadores. A proporção de árvores jovens
variava de 31 a 76% nas cinco localidades onde não havia exploração de castanhas-do-
Pará. Caía para 10,6 a 47% nas dez localidades pouco exploradas, e para 3,8 a 25% nas
cinco localidades moderadamente exploradas. Já nas três localidades persistentemente
exploradas, a proporção de castanheiras jovens caía para ínfimos 0,7 a 1,6% - dezenas
de vezes mais baixa que a proporção normal. Pior, em uma dessas três localidades as
poucas castanheiras jovens eram rebrotamentos de árvores quebradas por ventos, as
quais não se reproduzem mais. Ou seja, as populações exploradas tendem a ser
populações velhas, com poucas árvores jovens.
A conclusão de Peres e seus colaboradores resume tudo com perfeição: “a
mensagem clara é que as práticas de coleta de castanha-do-Pará não são sustentáveis a
longo prazo”. Por algumas décadas, a produção pode até ser mantida porque as
castanheiras vivem e frutificam por muito tempo. Mas depois que as árvores adultas de
hoje morrerem nas áreas exploradas, não há quase árvores jovens vindo depois para
substituí-las. Ou seja, a segunda e tranquilizadora parte da definição de sustentabilidade,
“sem comprometer a habilidade das gerações futuras atenderem às suas próprias
[necessidades]” acabava de ir para o espaço.
Num estudo mais recente, também na Amazônia, Plinio Sist e Fabrício
Nascimento, dois pesquisadores da EMBRAPA, analisaram a sustentabilidade da
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chamada “exploração madeireira de baixo impacto” (“reduced impact logging” ou RIL)
(Forest Ecology and Management, 243: 199-209, 2007). RIL é uma técnica pela qual
apenas as árvores acima de um certo diâmetro, das espécies comerciais, são retiradas,
deixando as demais árvores no lugar. A área estudada, na Fazenda Rio Capim, em
Paragominas (Pará), era explorada pelo grupo CIKEL – Brasil Verde. Um detalhe
muitíssimo importante, a “sustentabilidade” da exploração na Fazenda Rio Capim é
certificada pelo FSC (“Forest Stewardship Council”), a mais tradicional e exigente
entidade internacional que fornece selos verdes para companhias de exploração
madeireira no Mundo.
Sist e Nascimento fizeram um planejamento experimental cuidadoso, e
coletaram uma imensa quantidade de dados. Antes do corte das árvores, utilizaram duas
linhas de amostragem, cada uma incluindo nove áreas amostrais de 100 x 100 metros
cada. Em cada área, identificaram e mediram nada menos que todas as árvores com
DAP igual ou maior que 20 cm – um trabalho hercúleo. Depois da extração das árvores
comerciais, verificaram quantas das restantes árvores da floresta haviam sido mortas ou
danificadas por esse processo. Além disso, usando dados sobre o crescimento das
árvores, calcularam quanto tempo as árvores comerciais levariam para repor o estoque
que havia sido retirado. Um ciclo de 30 anos – ou seja, 30 anos entre extrações
sucessivas de madeira da mesma área – é o recomendado por lei na Amazônia
brasileira.
Novamente os resultados foram perturbadores. Sist e Nascimento estimaram que
apenas metade do estoque das madeiras comerciais poderia ser reposto após o ciclo
“legal” de 30 anos. Ou seja, novamente a exploração dita sustentável na verdade não é
sustentável, pela própria definição. Pior que isso, é preciso olhar também a questão da
conservação ou não da floresta como um todo. Os dois pesquisadores encontraram que
em média nada menos que 13,9% das árvores restantes de cada área haviam sido
mortas, mais 6,7% danificadas com diferentes graus de severidade, durante a extração
das árvores comerciais. A abertura do dossel – ou seja, as “falhas” na continuidade do
topo da floresta – tinha duplicado a triplicado. Em resumo, trata-se de uma exploração
de recursos que não permite manter os níveis desses recursos para as gerações futuras, e
além disso causa um dano considerável à floresta. Olhe bem que a CIKEL tem sido
considerada um dos melhores exemplos de bom manejo florestal - imagine as outras
companhias. Sist e Nascimento foram ainda mais além e apontaram que a não-
sustentabilidade que eles verificaram não era em absoluto um resultado isolado, mas
sim similar ao de outros estudos desenvolvidos no sudeste da Ásia.
Os estudos que discuti são apenas dois, e pode-se perguntar se são apenas
exceções a uma suposta regra geral de explorações de fato sustentáveis. Pode até ser,
mas não tenho muita esperança disso. De qualquer forma, eles mostram, no mínimo,
que alguns dos casos apontados como sendo de exploração sustentável na verdade não o
são.
Você pode ter notado que tanto o estudo de Peres e colaboradores como o de Sist
e Nascimento foram a posteriori, ou seja, visaram analisar a sustentabilidade ou não de
uma exploração que já existia e que, em ambos os casos, era dita sustentável. É claro
que seria desejável ter estudos a priori, ou seja, testar se a exploração de um dado
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recurso natural é de fato sustentável antes de autorizá-la. Onde estão os estudos a
priori? Pode até haver alguns, mas são raríssimos. Noventa e seis por cento das reservas
extrativistas brasileiras não têm sequer plano de manejo, quanto mais avaliação de
sustentabilidade. Ora, então, a pergunta que não quer calar é: se quase não há estudos a
priori, por que a gente ouve falar que tantas atividades são sustentáveis?
Por uma razão muito simples: porque na grande maioria das vezes a palavra
sustentabilidade não tem sido usada em seu sentido real. Quando um empresário diz que
sua empresa é sustentável, na maioria das vezes o que ele realmente está dizendo é
“estou tendo cuidado com as questões ambientais”. Quando alguém de uma associação
extrativista diz que uma exploração é sustentável, de modo geral o que ele realmente
está dizendo é que “nossa atividade é menos destrutiva que outros usos da terra que
poderiam ser feitos aqui”. Tanto uma afirmação como a outra podem muito bem estar
corretas - ou não, dependendo do caso. Mas nem uma coisa nem outra quer dizer,
necessariamente, que as atividades em questão sejam sustentáveis. Isso vale para ambos
os sentidos que mencionei aqui – tanto o sentido de fornecer recursos para as gerações
futuras, como o sentido da demografia da própria espécie explorada.
Tomando por exemplo a própria castanha-do-Pará, pode ser verdade que
explorar castanheiras tenha menos impacto que derrubar tudo e criar bois, mas nem por
isso a exploração da castanha será sustentável. Caso não seja, isso trará a ruína não só
da população biológica explorada, mas também das populações humanas estimuladas a
depender de um recurso que não está conseguindo se renovar. Sustentabilidade ilusória
não é bom para ninguém, muito menos para quem depende dela. Já ouvi o argumento
“Ah, sim, mas até lá eles já vão estar usando outro recurso”. Isso, claro, depois da
população explorada originalmente ter sido dizimada. Que sustentabilidade é essa?
A demografia, ou seja, o estudo das populações naturais, é um dos temas
centrais da ciência fascinante, mas tão mal compreendida, que é a ecologia. A ecologia
é a ciência que estuda as relações dos seres vivos entre si e com seu ambiente. Tem sido
confundida com uma de suas aplicações, ou seja, os problemas ambientais. Mas há hoje
uma forte ecologia acadêmica no Brasil, uma das melhores do Mundo, com muitos
excelentes profissionais. Por que raramente se chama algum deles para avaliar a
verdadeira sustentabilidade de alguma coisa, antes de se sair dizendo por aí que é
sustentável? De um ponto de vista otimista, talvez seja por desconhecimento de que há
por aí gente capacitada a avaliar essas coisas. De um ponto de vista mais pessimista,
também pode ser porque quem diz, no fundo, muitas vezes não está interessado na
resposta.
Isso pode parecer um detalhe de pouca importância para a conservação. Mas não
é. Muito da popularidade da palavra sustentabilidade vem do fato de que ela soa tão
bem. Antes de mais nada, claro, diz o que todos nós queremos ouvir. Depois, parece tão
técnica que quem ouve geralmente supõe que para alguém estar dizendo isso,
certamente deve haver profundo conhecimento técnico por trás para embasar. Por isso
mesmo sustentabilidade, se mal usada, é uma palavra muito perigosa. É a chave mágica
que abre todas as portas para exploração de populações biológicas em áreas que de outra
forma seriam protegidas. É a base filosófica de todo um gigantesco paradigma no qual
se assenta a atual política “ambiental” brasileira. Nunca antes na história desse país se
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demarcou tantas “reservas de desenvolvimento sustentável”, em muitos casos sem se
fazer a mínima idéia se a exploração estimulada com o nosso dinheiro é de fato
sustentável. Se tudo isso for um gigante de pés de barro, estamos em maus lençóis.
Sustentabilidade, palavra perigosa: use com cuidado. Usar levianamente um
conceito de tal importância é desastroso para as gerações futuras da própria definição,
assim como para a conservação da biodiversidade. Como qualquer outra pessoa
preocupada com o bem estar social da humanidade, adoraria ser convencido que
qualquer utilização de recursos naturais seja de fato sustentável. Mas para isso é preciso
ter argumentos convincentes que o demonstrem, não basta presumir que algo é
sustentável só porque gostaríamos que assim fosse.
Fernando Fernandez é biólogo, PhD em Ecologia pela Universidade de Durham
(Inglaterra). Professor do Departamento de Ecologia da UFRJ, seu principal interesse em
ensino e pesquisa é a Biologia da Conservação.
• SEQUESTRO DE CARBONO
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Emissão de Carbono na Atmosfera
O gás carbônico existente na atmosfera é essencialmente originado pelo
processo de respiração (79%). Pode ser gerado ainda pela queima de materiais
orgânicos, combustíveis fósseis (gasolina, querosene, óleo diesel, xisto, etc) ou não
(álcool, óleos vegetais). Pode ainda ser resultado da atividade vulcânica.
Os solos ricos em matéria orgânica em decomposição (pântanos) apresentam
grande concentração de CO2. O gás carbônico presente na atmosfera é importante
componente do efeito estufa, um fenômeno atmosférico natural, que ocorre porque
gases como o gás carbônico (CO2), vapor de água (H2O), metano (CH4), ozônio
(O3) e óxido nitroso (N2O) são transparentes e deixam passar a luz solar em direção
à superfície da Terra. Esses gases porém, são praticamente impermeáveis ao calor
emitido pela superfície terrestre aquecida (radiação terrestre). Esse fenômeno faz
com que a atmosfera permaneça aquecida após o pôr-do-sol, resfriando-se
lentamente durante a noite. Em função dessa propriedade física, a temperatura média
global do ar próximo à superfície é de 15ºC. Na sua ausência, seria de 18ºC abaixo
de zero. Portanto, o efeito estufa é benéfico à vida no planeta Terra como hoje esta é
conhecida.
Desse modo, a questão preocupante é a intensificação do efeito estufa em
relação aos níveis atuais. Quanto maior a concentração de gases estufa na atmosfera,
maior será a capacidade de aprisionar a radiação terrestre (calor) e maior será a
temperatura da Terra. O principal gás estufa é o vapor de água, porém sua
concentração é muito variável no tempo e espaço. O CO2, segundo gás em
importância, tem causado polêmica quanto à quantidade emitida e principais locais e
fontes de emissão, além da necessidade de controle de emissões. Isso ocorre devido
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ao aumento de sua concentração na atmosfera (cerca de 0,5% ao ano) e seu tempo de
vida na atmosfera, que é de até 200 anos. A necessidade de estabelecimento de
protocolos de controle de emissões de gases estufa é incontestável (Protocolo de
Kyoto, por exemplo), pois testar a hipótese do efeito estufa intensificado em um
experimento com próprio Globo seria bastante arriscado.
• SEQUESTRO DE CARBONO
Estima-se que, em 1998, o Brasil tinha emitido, pelo menos 285 milhões de
toneladas de carbono, das quais cerca de 85 milhões resultaram da queima de
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combustíveis fósseis (71% do uso de combustíveis líquidos e 15,6% da queima de
carvão mineral, 4% de gás natural). Esse número é relativamente baixo quando
comparado às emissões provenientes da queima de combustíveis fósseis de outros
países. Isto é devido ao fato de que a matriz energética brasileira é considerada
relativamente limpa pelos padrões internacionais uma vez que se baseia na energia
hidrelétrica (renovável). A maior parte das emissões do Brasil (2/3) provém de
atividades de uso da terra, tais como o desmatamento e as queimadas, o que, atualmente,
representa 3% das emissões globais.
- Créditos de carbono
Estes créditos geralmente são comprados por empresas que não conseguem
reduzir a emissão dos gases poluentes, permitindo-lhes manter ou aumentar a emissão.
As empresas que conseguem reduzir a emissão dos gases poluentes lucram com a venda
destes créditos de carbono. Este sistema visa privilegiar as indústrias que reduzem a
emissão destes gases, pois seus lucros com a venda dos créditos aumentam. Já os países
mais desenvolvidos podem incentivar os países em desenvolvimento a reduzirem a
emissão de gases poluentes, comprando os créditos no mercado de carbono.
O termo extrativismo é, em geral, usado para designar coletas de produtos naturais, seja
de origem mineral (exploração mineral), animal (peles, carne, óleos) ou vegetal
(madeira, folhas, frutos).
A partir dos anos 60, os governos da região Norte desenvolveram ações para
atrair inúmeros empresários do Centro-sul do país para implantarem
empreendimentos na área rural. No Acre, nos municípios de Rio Branco, Sena
Madureira, Senador Guiomard, Xapuri e Brasiléia, muitos seringais foram
transformados em pastos para gados ou abandonados. Por outro lado, consideráveis
áreas de terras onde moravam os seringueiros foram adquiridas pelo Governo
Federal para Reforma Agrária. Para concretizar essas transformações muitos
seringueiros foram expulsos de suas moradias com violência, e em busca de novas
áreas, ocuparam seringais abandonados ou glebas do governo, dando origem ao
“Seringueiro Autônomo”, pois estes não tinham patrão fixo ao qual tinham que
entregar a produção, por serem os donos da terra.
Foram os seringueiros “autônomos” de Brasiléia, Xapuri, os primeiros a
saírem em defesa do extrativismo, em 1976, para impedir novos desmatamentos de
áreas extrativistas, e se estenderam a outras regiões do Acre, e outros estados(Pará e
Amazonas). Esses movimentos foram chamados “Empates”.
Os conflitos entre fazendeiros e seringueiros chamaram atenção da opinião
pública, especialmente depois da morte do presidente do Sindicato dos
Trabalhadores Rurais de Brasiléia, Wilson de Souza Pinheiro, em 1978. Estes
mesmos conflitos foram a causa do assassinato por fazendeiros de Chico Mendes,
presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri, em 1988.
Em 1982, o Governo Federal começou a refletir sobre a possibilidade de
defender o extrativismo. Enquanto no Acre, o INCRA - Instituto Nacional de
Colonização e Reforma Agrária, e a SUDHEVEA – Superintendência da Borracha,
se encontravam em impasse por causa dos projetos de colonização, pelo desenho
espacial dos mesmos.
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Os seringueiros se reuniram em Brasília, no ano de 1985, solicitando que se
acabasse com a colonização nos seringais, e que estes lhe fossem dados em
concessão, para que o extrativismo pudesse ser mantido. Este encontro de
seringueiros é o marco histórico para oficialização de pedido da criação de “Reservas
Extrativistas”, que surgiu como a “Reforma Agrária” dos extrativistas, pois
legitimava a posse, reconhecia os direitos à terra daqueles que nela trabalhavam e
viviam há muitos anos.
- Conceito oficial: De acordo com o Decreto 98.897 de 30 de janeiro de 1990:
Art 1° As reservas extrativistas são espaços territoriais destinados a exploração auto-
sustentável e conservação dos recursos naturais renováveis, por população
extrativista.
Parágrafo único: são espaços territoriais considerados de interesse ecológico e social,
as áreas que possuam características naturais ou exemplares da biota que
possibilitem a sua exploração auto-sustentável, sem prejuízo da conservação
ambiental.
No Brasil temos o seguinte quadro de Reservas Extrativistas:
• RESERVAS DE
É uma área natural que abriga populações tradicionais, cuja existência baseia-se em
sistemas sustentáveis de exploração dos recursos naturais, desenvolvidos ao longo de
gerações e adaptados às condições ecológicas locais e que desempenham um papel
fundamental na proteção da natureza e na manutenção da diversidade biológica.
A Reserva de Desenvolvimento Sustentável tem como objetivo básico preservar a
natureza e, ao mesmo tempo, assegurar as condições e os meios necessários para a
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reprodução e a melhoria dos modos e da qualidade de vida e exploração dos recursos
naturais das populações tradicionais, bem como valorizar, conservar e aperfeiçoar o
conhecimento e as técnicas de manejo do ambiente, desenvolvido por estas
populações.
A Reserva de Desenvolvimento Sustentável é de domínio público, sendo que as
áreas particulares incluídas em seus limites devem ser, quando necessário,
desapropriadas, de acordo com o que dispõe a lei.
O uso das áreas ocupadas pelas populações tradicionais será regulado de acordo com
o disposto no art. 23 desta Lei e em regulamentação específica.
A Reserva de Desenvolvimento Sustentável será gerida por um Conselho
Deliberativo, presidido pelo órgão responsável por sua administração e constituído
por representantes de órgãos públicos, de organizações da sociedade civil e das
populações tradicionais residentes na área, conforme se dispuser em regulamento e
no ato de criação da unidade.
As atividades desenvolvidas na Reserva de Desenvolvimento Sustentável obedecerão
às seguintes condições:
I - é permitida e incentivada a visitação pública, desde que compatível com os
interesses locais e de acordo com o disposto no Plano de Manejo da área;
II - é permitida e incentivada a pesquisa científica voltada à conservação da
natureza, à melhor relação das populações residentes com seu meio e à
educação ambiental, sujeitando-se à prévia autorização do órgão responsável
pela administração da unidade, às condições e restrições por este
estabelecidas e às normas previstas em regulamento;
III - deve ser sempre considerado o equilíbrio dinâmico entre o tamanho da
população e a conservação; e
IV - é admitida a exploração de componentes dos ecossistemas naturais em
regime de manejo sustentável e a substituição da cobertura vegetal por
espécies cultiváveis, desde que sujeitas ao zoneamento, às limitações legais e
ao Plano de Manejo da área.
O Plano de Manejo da Reserva de Desenvolvimento Sustentável definirá as zonas de
proteção integral, de uso sustentável e de amortecimento e corredores ecológicos, e
será aprovado pelo Conselho Deliberativo da unidade.
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A Floresta Nacional é de posse e domínio públicos, sendo que as áreas particulares
incluídas em seus limites devem ser desapropriadas de acordo com o que dispõe a
lei.
Nas Florestas Nacionais é admitida a permanência de populações tradicionais que a
habitam quando de sua criação, em conformidade com o disposto em regulamento e
no Plano de Manejo da unidade.
A visitação pública é permitida, condicionada às normas estabelecidas para o manejo
da unidade pelo órgão responsável por sua administração.
A pesquisa é permitida e incentivada, sujeitando-se à prévia autorização do órgão
responsável pela administração da unidade, às condições e restrições por este
estabelecidas e àquelas previstas em regulamento.
A Floresta Nacional disporá de um Conselho Consultivo, presidido pelo órgão
responsável por sua administração e constituído por representantes de órgãos
públicos, de organizações da sociedade civil e, quando for o caso, das populações
tradicionais residentes.
A unidade desta categoria, quando criada pelo Estado ou Município, será
denominada, respectivamente, Floresta Estadual e Floresta Municipal.
Art. 20. A Reserva de Desenvolvimento Sustentável é uma área natural que abriga
populações tradicionais, cuja existência baseia-se em sistemas sustentáveis de
exploração dos recursos naturais, desenvolvidos ao longo de gerações e adaptados às
condições ecológicas locais e que desempenham um papel fundamental na proteção da
natureza e na manutenção da diversidade biológica.
§ 3o O uso das áreas ocupadas pelas populações tradicionais será regulado de acordo
como disposto no art. 23 desta Lei e em regulamentação específica.
Fruta Sã (MA)
Empresa da Associação Wyty Catë das Comunidades Timbira do Maranhão e Tocantins
A FrutaSã é uma empresa com finalidade social que beneficia polpas de frutas nativas
do cerrado. É controlada conjuntamente pelos índios e pelo Centro de Trabalho
Indigenista, a organização que presta assessoria aos povos Timbira. Operada por uma
equipe de profissionais contratados, a FrutaSã conta com equipamentos modernos e
produz polpas amplamente reconhecidas e apreciadas por sua qualidade nos mercados
regionais.
Por meio do beneficiamento e da valorização dessas frutas, esta empresa contribui para
a manutenção do “cerrado em pé”. A FrutaSã promove ainda parcerias com outros
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empreendimentos econômicos de caráter similar nos estados do Tocantins e do Pará a
favor de um desenvolvimento regional ambientalmente correto, economicamente
sustentável e socialmente justo. Por essas características, recebeu o Prêmio Chico
Mendes de 2004, do Ministério do Meio Ambiente, conferido a iniciativas de destaque
na área ambiental.
Com essas iniciativas, a FrutaSã contribui para a geração de trabalho e renda para
coletores de frutas, índios e não-índios do entorno das Terras Indígenas, promovendo a
melhoria da qualidade de vida para as populações tradicionais diretamente envolvidas
com o extrativismo e o beneficiamento dos frutos do cerrado.
Cidade: Carolina/MA
Produtos: Polpas congeladas das frutas: Abacaxi, bacuri, acerola, araçá, bacaba, buriti,
cajá, caju, cupuaçu, goiaba, juçara(o açaí do Maranhão, rico em ferro), manga,
maracujá, murici e tamarindo.
Fonte: http://www.centraldocerrado.org.br/comunidades/frutasa/
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iniciada em 1992. Como tem sido freqüente nos últimos anos (exceto em 2003), os
setores vinculados à pecuária (5,0%), com crescente inserção externa, apresentaram
desempenho superior aos associados à lavoura (4,6%), de maior peso na agroindústria.
O aumento de 22,4% assinalado pelo grupamento de defensivos para uso agropecuário
contribuiu para que o total da agroindústria crescesse acima destes dois principais
grupamentos (total da agricultura e total da pecuária).
Recentemente, contudo, seja em função do novo patamar dos preços do petróleo, seja em
função, principalmente, do problema ambiental, tem sido muito comentada a possibilidade de
que o Brasil possa ser um grande exportador de etanol de cana. Convém lembrar que os EUA
tornaram-se rapidamente o maior produtor mundial de álcool, mas utiliza o milho para obtê-lo.
Nosso presidente e o daquele país tem conversado muito sobre isso, restando saber se eles
conversam sobre como são produzidos tais matérias-primas e derivados.
Deixando essa dúvida, o milho e os americanos para outra oportunidade, cabe aqui lembrar
que nossa cana, nosso etanol e nosso açúcar têm sido produzidos de forma bastante
problemática, para dizer o mínimo. E a expansão dessas produções, seja em São Paulo, seja
no Brasil, podem não contribuir para que venhamos a ter, mais do que crescimento,
desenvolvimento, principalmente se quisermos que ele seja sustentável, em termos ambientais
e sociais, já que elas são e serão economicamente viáveis para alguns.
Quanto ao uso da força-de-trabalho tem-se que a maior parte dele concentra-se na lavoura
canavieira e se trata de uma ocupação temporária, viabilizada por um deslocamento de
brasileiros entre e dentro das regiões, geralmente desprovidos de outras oportunidades de
ganho perene no ano. Estima-se que em São Paulo o número de migrantes, vindos
principalmente do Nordeste para cortar cana, chegue a cento e vinte mil. Infelizmente, ainda
tem sido muito comum o desrespeito à legislação nesse procedimento, ocorrendo uma
intermediação (terceirização) espúria que foi revigorada nos últimos anos, o que é reconhecido
pelos empresários mais conscientes. Ela já se faz presente também nos estados que vêm
aumentando suas áreas de cana, como o Mato Grosso do Sul, Goiás etc. A UNICA (União da
Agroindústria Canavieira do Centro/Sul) recomenda aos usineiros e fornecedores que
respeitem a legislação e que não usem a terceirização na contratação de trabalhadores, mas
reconhece que nem sempre isso é acatado. O problema é saber em que medida isso ocorre, já
que o ilegal e o espúrio não fazem parte das estatísticas, sejam ou não oficiais.
Rendimento Rendimento
Pagamento Remuneração Pagamento
do corte de do corte de Remuneração
do corte de no corte do corte de
ANO cana. Em ANO cana. Em diária no corte.
cana. Em (1)x(2). Em cana. Em
t/homem/dia t/homem/dia Em R$/dia
R$/t (1) R$/dia R$/t (1)
(2) (2)
196
2,73 2,99 8,16 1990 0.96 6,10 5,86
9
197
2,02 3,05 6,16 1992 0,84 6,30 5,29
0
197
2,50 3,00 7,50 1994 0,83 7,00 5,81
2
197
2,51 3,30 8,28 1996 1,05 7,00 7,35
3
197
2,57 3,77 9,69 1998 1,06 7,00 7,42
7
198
2,29 3,97 9,09 2000 0,88 8,00 7,04
0
18
198
2,17 4,50 9,77 2002 0,88 8,00 7,04
2
198
1,92 5,00 9,60 2004 0,86 (*) 8,00 6,88
5
198
1,25 5,00 6,25 2005 0,86 (*) 8,00 6,88
8
Fonte: IEA, Informações Estatísticas e Anuários Estatísticos, vários anos.
(*) Valores correntes ou pagos nos anos de 2004 e 2005, respectivamente: R$ 2,93 e R$ 3,11.
Dado o pífio crescimento da economia brasileira nas últimas décadas, especialmente no âmbito
das atividades urbano-industriais, tem sido reforçada a característica de pagamento por
produção, o que se constitui em uma super-exploração da força-de-trabalho utilizada na
colheita de cana queimada, não se podendo descartar a possibilidade de que isso foi a causa
de recentes mortes em canaviais paulistas, o que tem demandado uma ação de prevenção e
de fiscalização por parte dos Ministérios Público e do Trabalho, inclusive no tocante às
condições dos alojamentos. É comum a alegação de que, principalmente em São Paulo, a cana
é a lavoura que paga os mais altos salários, bem acima do salário mínimo. A tabela que
acompanha ese artigo mostra que isso se deve à elevação do rendimento (t/homem/dia) do
corte, tendo ocorrido uma perda real da remuneração diária, a qual chegou a quase dez reais
no início da década de 1980 e atualmente situa-se em torno de sete reais, em valores de julho
de 1994. É sabido que trabalhadores que não atingem um mínimo de rendimento do corte não
são contratados e há quem diga que esse mínimo já está na casa das dez toneladas diárias.
Finalmente, não mais se justifica a queima prévia de cana para a colheita. Isso se constitui em
um desperdício de material energético, assim como tem impacto urbano negativo em termos
principalmente de saúde humana devido ao agravamento da poluição urbana justamente no
período do inverno, em que ocorrem frequentes inversões térmicas. Isso já está devidamente
comprovado em pesquisas feitas por médicos pneumologistas. Portanto, é indefensável
continuar queimando cana e está certo o governador de São Paulo, Sr. José Serra, ao tomar a
iniciativa de propor a antecipação do prazo para o fim dessa prática, já que a lei em vigor a
permite até 2031 nas áreas não mecanizáveis e até 2021 nas áreas mecanizáveis do território
paulista.
É necessário evitar que tais impactos ambientais negativos sejam expandidos caso a cana
venha a ser produzida e se usinas e destilarias forem instaladas em áreas próximas a espaços
ambientais que, a muito custo, têm sido até hoje preservados, como o Pantanal.
Assim, resta concluir que, por conta desses (e de outros) aspectos, dificilmente pode-se fugir
da necessidade de regulação de nossa agroindústria canavieira, queiram ou não os liberais,
sejam autênticos ou ideológicos, sejam os de ocasião. Tal regulação pode ser feita tanto pelo
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governo federal como pelos governos locais (estaduais e municipais). Argumentar que isso
pode representar uma volta ao passado, quando existia o IAA (Instituto do Açúcar e do Álcool)
em nada vai ajudar.
Do site: http://www.sucre-ethique.org/Agroindustria-canavieira-de-Sao.html
O principal deles está no próximo passo a ser dado nesse processo de interlocução,
quando a Iniciativa Brasileira deixa o âmbito representativo de negociação - adotado até esta
etapa do diálogo intersetorial, em vista das exigências logísticas e operacionais, que não
permitiam avançar se não por aproximações sucessivas – e busca a legitimação participativa
dessa construção de entendimento, através de consultas ampliadas e presenciais sobre o até
agora acordado.
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Nesse sentido, uma grande responsabilidade recai sobre todos nós produtores,
agroindustriais, comerciantes varejistas, agentes financeiros e consumidores. Cada
representante dos principais setores envolvidos nesse processo tem um papel importante a
nele desempenhar, mormente na divulgação intra-setorial de seus resultados e mobilização de
seus pares para o aperfeiçoamento e consolidação do até agora construído. O sistema de
verificação que vai assegurar sustentabilidade ao setor agropecuário brasileiro depende da
validação e credibilidade que somente a sociedade a ele pode conferir.
Resumo
Abstract
Technological changes are present so intense in agro industrial national chains, especially in
the livestock production of bovine, poultry and pig farming, mainly in the processing segment.
The changes arising from the market itself, whether internal or external market, and the scope
of the internal firm, mean that innovations in products and processes are present in different
productive linkages and can be seen by the launch of new products and the improvement of
existing products. In the area of processing companies to innovate not only pass through the
character of the distribution, purchasing new equipment and improving production processes,
but also by the inventive effort, carrying out different activities for the development of new or
improved products, processes or services. Thus, this article aims to present some major
revisions on technological change in these agro industrials chains of the livestock bovine,
poultry and swine. To this end, it was used information obtained from the available literature.
INTRODUÇÃO
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As inovações tecnológicas estão presentes atualmente nas diversas cadeias produtivas que
compõem o sistema agroindustrial da carne, principalmente nas cadeias de produção de
bovinos, aves e suínos. Essas inovações, expressas no desenvolvimento de produtos e
processos, dinamizam o processo concorrencial das empresas nos mercados interno e externo,
pois produtos antes vendidos sem diferenciação passam a ser ofertados com maior agregação
de valor. A definição de inovação mais amplamente utilizada por aqueles que trabalham com a
questão das mudanças tecnológicas deriva de Schumpeter (1912-1943). Segundo esse autor,
o processo inovativo consiste de três fases sequenciais: invenção, inovação e difusão. A
invenção distingue-se da inovação em decorrência de ser a segunda um fenômeno
essencialmente econômico, em que ocorre a comercialização de um novo produto ou
implementação de um novo processo. Em contraposição, as invenções constituem
conhecimento novo, cuja aplicação pode ou não ser economicamente viável.
Para Sáenz e Garcia Capote (2002), “a inovação é uma combinação de necessidades sociais e
de demandas do mercado com os meios científicos e tecnológicos para resolvê-las [...]”, sendo
assim, para se manter competitivo é importante haver a disponibilidade de equipamentos que
satisfaçam a eficácia na produção. Uma cadeia de produção agroindustrial pode ser
segmentada, de acordo com Batalha e Silva (2001), de jusante e montante, em três
macrossegmentos: comercialização, industrialização e produção de matérias-primas. A lógica
de encadeamento das operações, de jusante a montante, como forma de definir a estrutura de
uma cadeia de produção agroindustrial, assume que as condicionantes impostas pelo
consumidor final são os principais indutores de mudanças de todo o sistema. Nesse sentido,
transformações no comportamento do consumidor influenciam de modo relevante as inovações
em curso nas cadeias agroindustriais e, principalmente, no modo como os diferentes elos
produtivos estarão articulados para conseguirem responder de maneira eficiente às exigências
do consumidor final.
Bovinocultura
De todas as cadeias produtivas do setor agropecuário, a que mais se transformou, nos últimos
anos, foi a do leite, pois no desafio de se produzir com competitividade, os produtores cada vez
mais especializados precisam se preparar para a crescente demanda em qualidade e
quantidade, sendo que a alimentação e a capacidade genética são fatores importantes na
produção de leite por vaca. Além desses fatores, a ordenha pode influenciar muito na
produtividade, pois técnicas e equipamentos obsoletos diminuem a eficiência e causam perdas
do produto e de tempo, e ocasionam maiores gastos com mão-de-obra (MACHADO et al.,
2005).
Na cadeia de carne bovina, as inovações tecnológicas podem ser observadas tanto pelo
lançamento de novos produtos, ou seja, produtos que representam alterações completas em
suas características (como é o caso dos produtos temperados, enlatados, orgânicos,
porcionados), como por melhorias em produtos existentes; venda em embalagens de menores
tamanhos, etc. No que diz respeito às inovações tecnológicas de processo, tais mudanças
podem ser caracterizadas pela compra de equipamentos automáticos ou na atualização do
layout das fábricas.
Avicultura
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A produção de frango e ovos cresceu muito nos últimos 20 anos, fruto de esforços e
investimentos, por parte das empresas dos segmentos de genética, nutrição, medicamentos e
produtos veterinários, em pesquisa e desenvolvimento de novos produtos, cada vez mais
eficientes. Contando com um plantel de excelente qualidade genética, assistência técnica
intensiva, instalações padronizadas, bom manejo e um controle sanitário rigoroso, a avicultura
brasileira, graças ao pacote tecnológico imposto pelas empresas integradoras e alguns
produtores independentes, possui um alto índice de produtividade, ocupando a segunda
posição mundial.
O alto nível tecnológico alcançado pela avicultura nacional, notadamente a de corte, colocou a
atividade em posição privilegiada em relação a outras atividades pecuárias desenvolvidas no
Brasil, com nível de produtividade internacional, comparada a dos países mais atualizados do
mundo.
Os avanços tecnológicos na criação de frango têm acontecido desde o design de novas peças
(bebedouro, comedouro, etc.) até o desenvolvimento de novos conceitos e alternativas. A idéia
é obter o potencial genético máximo das aves com custos cada vez mais reduzidos, seja pela
eliminação dos desperdícios ou pela redução de mão-de-obra. Nos incubatórios, além dos
avanços conseguidos com materiais e design de peças, a automação dos controles tem tido
papel fundamental no aperfeiçoamento da tecnologia.
Suinocultura
Para recuperar o atraso tecnológico e ser competitivo no futuro, o país necessita de ações
integradas, contínuas e duradouras em diferentes níveis envolvendo os poderes executivo,
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legislativo e judiciário, as universidades, as instituições científicas e tecnológicas, as empresas
privadas e também o chamado terceiro setor (SCOLARI, 2006).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante do relato de diversos autores, a cadeias agroindustriais são locais importantes para a
realização de inovações tecnológicas de produtos e processos. Pôde-se observar nas cadeias
de produção da pecuária de corte, da avicultura de corte e da suinocultura que as inovações
são impulsionadas tanto pelo mercado como pela própria firma. As alterações que não mudam
fundamentalmente as características dos produtos, como tipos e tamanhos de embalagens,
formas de apresentação dos produtos e, as alterações em processos para a produção de
novos ou melhorados produtos são tidos como fundamentais para a competitividade das
empresas. As alterações de processos, de uma forma geral, traduzem-se na compra de
equipamentos mais atualizados, capazes de aumentar a produtividade e reduzir os custos por
meio da redução de perdas e maior eficiência produtiva. É importante observar que nem todas
as empresas possuem o mesmo nível tecnológico, mas é notada a necessidade dos agentes
produtivos em inovar, seja por meio da difusão ou por meio do esforço inventivo de criação de
um novo ou melhorado produto, mesmo que este já seja conhecido em outros mercados. Isso
faz com que as empresas desse setor estejam cada vez mais na fronteira tecnológica,
despontando internacionalmente em mercados altamente competitivos, como em países da
Europa, Estados Unidos e Ásia.
A criação racional das abelhas da tribo meliponini e da tribo trigonini é denominada de meliponicultura.
Conhecidas popularmente como abelhas sem ferrão ou abelhas nativas ou indígenas, essas abelhas
possuem ferrão atrofiado, não conseguindo utilizá-lo como forma de defesa. Algumas espécies são pouco
agressivas, adaptam-se bem a colméias racionais e ao manejo e produzem um mel saboroso e
apreciado.
Além do mel, essas abelhas podem fornecer, para exploração comercial, pólen, cerume, geoprópolis e os
próprios enxames. Outras formas de exploração são: educação ambiental, turismo ecológico e
paisagismo.
A polinização é outro produto importante fornecido pelos meliponideos. Uma vez que não possuem o
ferrão, as abelhas nativas podem ser usadas com segurança na polinização de espécies vegetais
cultivadas no ambiente fechado da casa de vegetação. Além disso, algumas culturas, como o pimentão,
necessitam que, durante a coleta de alimento, a abelha exerça movimentos vibratórios em cima da flor
para liberação do pólen. Esse comportamento vibratório é típico de algumas espécies de abelhas nativas,
mas não é observado na abelha africanizada (Apis mellifera), que não consegue ser um agente
polinizador eficiente dessas culturas.
No Brasil são conhecidas mais de 400 espécies de abelhas sem ferrão que apresentam grande
heterogeneidade na cor, tamanho, forma, hábitos de nidificação e população dos ninhos. Algumas se
adaptam ao manejo, outras não. Embora vantajosa, a criação racional dessas abelhas é dificultada pela
escassez de informações biológicas e zootécnicas, pois muitas sequer foram identificadas ao nível de
espécie.
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A alta cotação do preço do mel das abelhas nativas no mercado, que em média varia de R$ 15,00 a 50,00
cada litro, aliada ao baixo investimento inicial e a facilidade em manter essas abelhas próximas das
residências, tem estimulado novos criadores a iniciarem nessa atividade.
Entretanto, muitos produtores em busca de enxames para povoarem os meliponários, acabam atuando
como verdadeiros predadores, derrubando árvores para retirada das colônias, que, muitas vezes, acabam
morrendo devido a falta de cuidado durante o translado e ao manejo inadequado.
Outra causa da morte das colônias é a criação de espécies não adaptadas à sua região natural. É
relativamente comum que produtores iniciantes ou experientes das regiões Sul e Sudeste do Brasil
queiram criar abelhas nativas adaptadas às regiões Norte e Nordeste, e vice-versa. A falta de adaptação
dessas abelhas às condições ambientais da região em que são colocadas acaba por matar as colônias,
podendo contribuir para a extinção das mesmas.
A quantidade de colônias nos meliponários também é um fator crucial para preservação das espécies.
Várias pesquisas indicam que, quando a espécie criada não ocorre naturalmente na região do
meliponário, são necessários pelo menos 40 colônias para garantir uma quantidade de alelos sexuais e
evitar que os acasalamentos consangüíneos provoquem a morte das mesmas em 15 gerações.
Embora somente três espécies de abelhas estejam na lista de animais em risco de extinção do Ibama
(Exomalopsis (Phanomalopsis) atlantica; Melipona capixaba e Xylocopa (Diaxylocopa) truxali), e dessas
somente a Melipona capixaba é social, sabe-se que nas reservas florestais a quantidade de ninhos de
abelhas sem ferrão vem se reduzindo ano a ano.
A extinção dessas espécies causará um problema ecológico de enormes proporções, uma vez que as
mesmas são responsáveis, dependendo do bioma, pela polinização de 80 a 90% das plantas nativas no
Brasil. Assim, o desaparecimento das abelhas causaria a extinção de boa parte da flora brasileira e de
toda a fauna que dependa dessas espécies vegetais para alimentação ou nidificação.
Conscientes do problema, o governo brasileiro, por meio do Conselho Nacional do Meio Ambiente
(CONAMA) publicou no Diário Oficial da União em 17 de agosto de 2004 a RESOLUÇÃO Nº 346 DE 06
DE JULHO DE 2004, que disciplina a utilização de abelhas silvestres nativas, bem como a implementação
do meliponário.
Contudo, sabe-se que somente a criação de uma legislação normativa não é suficiente para preservação
de espécies da fauna e flora nativa. É necessário, também, um programa informativo visando a
capacitação e sensibilização para que os produtores não só sejam conscientizados, mas também sejam
capazes de mobilizar e informar aos seus vizinhos sobre o problema. Resta, assim, fazer um apelo não só
aos governos nos níveis federais, estaduais e municipais, mas também à sociedade como um todo para
que se comece a divulgar os problemas acarretados pela retirada indiscriminada dessas abelhas da mata.
A criação dos meliponídeos deve ser realizada com responsabilidade para evitar a extinção das abelhas
e, a médio e longo prazo, a extinção da flora e fauna que dependem direta ou indiretamente desse
importante agente polinizador.
Fonte: http://www.cpamn.embrapa.br/apicultura/abelhasSemFerrao.php
RESUMO
O artigo apresenta os resultados finais do Projeto “O mel de abelhas no Arquipélago do Bailique: uma
alternativa de sustentabilidade sócio-econômica e ambiental” 2, situado no Arquipélago do Bailique, delta
do Rio Amazonas, Estado do Amapá. O objetivo geral do projeto consiste no estudo do potencial
produtivo do mel de abelhas nas comunidades do Arquipélago e sua inserção no mercado local. As metas
compreendem a capacitação dos produtores, o plano de negócios, o plano de ação e a identificação de
novos mercados. O projeto envolve 38 famílias de apicultores de doze comunidades, associados à
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Cooperativa de Produtores. A implementação do projeto possibilitará o aumento na geração de emprego,
incremento na arrecadação de impostos, interiorização do desenvolvimento, produção de alimentos
básicos, integração da cadeia produtiva e fixação do homem ao seu meio de produção.
INTRODUÇÃO
DESENVOLVIMENTO
O projeto de apicultura é de produção familiar e está instalado em doze comunidades identificadas com
potencial para a atividade e proximidade no acesso de uma localidade para outra. Apesar disso, todo o
Arquipélago do Bailique é conhecido pelo seu grande potencial apícola.
Até recentemente, a extração do mel era feita de forma rudimentar e predatória, para captura de enxames
nativos, contribuindo para a degradação da floresta e não garantindo um produto de qualidade e em
escala comercial. Assim, verificou-se a premente necessidade de substituição do método de extração
para a criação e manejo racional dos apiários. As colméias foram doadas por apiários comunitários que
variavam de cinco a dez famílias. As famílias de apicultores foram escolhidas obedecendo alguns
parâmetros como a vocação dos pelo processo tradicional de colheita do mel, a proximidade entre as
comunidades e a fábrica, a facilidade de locomoção para as áreas de captura e a composição florística.
A apicultura é, provavelmente, a única atividade desenvolvida pelo homem que não agride a natureza. Ao
contrário das demais, a apicultura convencional não promove desmatamentos ou queimadas, não polui e
não gera subprodutos tóxicos. Além disso, através da polinização as abelhas garantem a produção de
frutos e sementes das espécies vegetais silvestres, assegurando sua perpetuação, além de fornecer cera,
geléia real, mel, pólen, própolis e veneno, todos produtos amplamente aproveitados como alimento
natural ou fins medicinais, preventivas e curativas (Pretti, 2002).
O número de colheitas pode chegar a quatro por ano, dependendo da alimentação das abelhas. Por se
tratar de um projeto piloto, onde o manejo dos apiários está em fase de aprendizado pelos apicultores,
optou-se por subestimar a produção e considerar apenas uma colheita por safra em cada colméia,
evitando dessa forma as estimativas acima da capacidade dos apicultores. Estima-se que cada colméia
produza, em média, um volume de 30 kg de mel/ano. Esses dados refletem as observações dos
apicultores e são confirmados nas bibliografias consultadas. A média mundial é de 54 Kg/colméia (Wiese,
1995). O estudo preliminar das espécies melíferas da região mostrou a existência de um grande
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potencial de espécies melíferas durante todo o ano. Apesar do mel ser um produto sazonal, em período
de entressafra é possível realizar coletas.
A estimativa de produção para a primeira safra foi de 4,3 toneladas em 145 caixas. No entanto, só foi
possível distribuir 70 caixas aos apicultores em apiários comunitários. A produção superou as
expectativas. Foram produzidas 3,6 toneladas, o que justifica o investimento no setor apícola.
CONCLUSÕES
O Projeto preenche todos os requisitos de viabilidade, tanto na ótica econômico-financeira quanto social
e ambiental. Mesmo tratando-se de um empreendimento administrado por pequenos produtores rurais,
os resultados esperados são alentadores, o que permite recomendar o seu deferimento.
A viabilidade do empreendimento sob o ponto de vista social, econômico e ambiental têm apresentado
mudanças de comportamento nas populações do Arquipélago. A organização da comunidade mostra-se
cada vez mais fortalecida pela participação de mais produtores no empreendimento, onde começa a se
verificar maior circulação de renda na comunidade, provavelmente, favorecida pelo aumento da produção
e de produtos beneficiados na fábrica.
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METODOLOGIA:
Foram considerados aspectos da argila utilizada, tipo de forno, combustível utilizado,
bem como parâmetros que influenciam na eficiência energética do processo como
tempo de queima, quantidade de combustível, etc, tendo como referência de
comparação a lenha. Também foi analisada a qualidade do bloco cerâmico sinterizado
com pó-de-serra, tendo-se como referência de comparação a lenha. Ainda foi realizada
uma análise do potencial de uso do pó-de-serra para a olaria selecionada como estudo de
caso, considerando-se as distâncias entre as principais indústrias da madeira da região,
bem como a capacidade de produção de blocos da olaria.
RESULTADOS:
A olaria selecionada para estudo situa-se no Novo Gama - GO, tem 14 funcionários e
opera há 20 anos. A matéria-prima principal para a fabricação do bloco, a argila,
provém do leito de um rio próximo à olaria, que produz blocos cerâmicos (8 furos
seções quadradas) para vedação de dimensões comerciais de 10x20x20 cm. Apresenta
uma produção mensal de 240.000 blocos, não possui estoque e seus funcionários nunca
passaram por programas de treinamento.
Foi observado o uso de uma mistura entre dois tipos de argila para a produção do bloco
cerâmico. Uma delas apresenta características de solo orgânico, devido à coloração
escura, além de grande plasticidade. A outra apresenta cor amarela e é menos plástica.
Para a mistura, utiliza-se 60% da argila escura (cinza) e 40% da argila clara (amarela).
Observou-se que a argila escura apresenta menor umidade higroscópica do que a outra,
além de apresentar maior porcentagem de silte (44,4%) do que de argila (39,7%). A
argila amarela apresenta maior percentual de argila (41,6%) do que de silte (41,1%).
Com relação ao potencial econômico, observou-se: para o Distrito Federal, para todas as
regiões de indústria cerâmica analisadas, a sinterização com pó-de-serra gerou um custo
inferior à sinterização com lenha.
CONCLUSÕES:
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Observou-se, quanto à qualidade dos blocos cerâmicos sinterizados com pó-de-serra e
com lenha, que estes não satisfazem as especificações da NBR 7171 (1992) quanto às
dimensões e desvio de esquadro. Ainda, os blocos possuem resistência à compressão
média de 0,9 MPa e 1,0 MPa, respectivamente, sendo que no caso do pó-de-serra os
valores obtidos permaneceram abaixo do limite da referida norma. Quanto ao controle
de qualidade no processo, porém, observou-se que os valores obtidos para resistência à
compressão para o caso do pó-de-serra apresentam menor variação que para a lenha.
Para a comprovação desta tendência, aponta-se a necessidade da realização de mais
ensaios, considerando-se um universo amostral maior.
BIBLIOGRAFIA
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SILVA, Geraldo Eulálio do Nascimento. Direito Ambiental Internacional. 2. ed., Rio
de Janeiro: Trex, 2002.
Disponível em <http://www.ambientebrasil.com.br/composer.php3?
base=./agropecuario/index.html&conteudo=./agropecuario/artigos/ciclocarbono.html>
Acesso em 28 de out. 2009.
Disponível em http://www.ambientebrasil.com.br/composer.php3?
base=./snuc/index.html&conteudo=./snuc/snuc6.html Acesso em 31 de out. 2009
Disponível em
<http://www.gestaodoagronegocio.com.br/familiar/projetos/agroindustria.htm>
Acesso em 31 de out. 2009.
30