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SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA (ST)

Por Cadmo Matias da Mota


Professor de Direito e Legislação Tributária

www.editoraferreira.com.br

Os estudantes de legislação tributária estadual têm enorme dificuldade sobre a ST


relativa ao ICMS. O tema é polêmico e o instituto legal tem sido muito utilizado
pelos governos dos estados visando a maior eficiência na administração e na
arrecadação de tão importante tributo de âmbito nacional.

Segundo a doutrina dominante, a ST é um instituto que os governos usam para


concentrar a arrecadação tributária em poucos contribuintes quando não lhes é
possível atingir um universo maior de contribuintes. Por exemplo, quando se tem
um universo grande de contribuintes, como os postos de gasolina (postos
revendedores de combustíveis), fica difícil a fiscalização atingir a todos os
estabelecimentos contribuintes do imposto e obter o máximo de eficiência na
cobrança do imposto; estabelece, então, a cobrança através da ST na indústria ou
no distribuidor. Dessa forma, a administração tributária controla a arrecadação em
um universo menor de contribuintes e obtém, assim, maior eficiência.

No site www.fazenda.mg.gov.br, encontra-se o seguinte conceito de ST:

“Substituição tributária é um procedimento fiscal utilizado pelo governo brasileiro. Ele


atribui ao contribuinte a responsabilidade pelo pagamento do imposto devido pelo seu
cliente. A substituição será recolhida pelo contribuinte e posteriormente repassada ao
governo.Tecnicamente o correto seria: REGIME DE SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA, onde
o verdadeiro devedor de determinado tributo, é SUBSTITUÍDO POR FORÇA DE LEI, por
outrem.” (Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre)

A melhor doutrina tem que a substituição tributária “é a alteração da


responsabilidade pelo cumprimento da obrigação tributária pelo legislador, a
terceiro que não praticou o fato gerador, mas que possui vinculação indireta com o
real contribuinte”.

O Regime da Substituição Tributária tem como principal característica a atribuição


ao contribuinte substituto responsabilizar-se pelo cálculo, retenção e recolhimento
aos cofres públicos do montante do imposto devido pelas operações de terceiros -
contribuinte substituído (antecedentes, concomitantes ou subseqüentes), além do
seu próprio imposto. O imposto devido é apurado em cada operação, de forma
individualizada, de forma compensatória entre débito e crédito. Como regra geral,
tal sistemática encerra todo o ciclo de tributação de uma mercadoria sujeita ao
ICMS/ST, não mais sofrendo incidência do imposto nas operações subseqüentes.
Distingue-se, portanto, da mercadoria sujeita ao regime dito “normal” onde o
confronto entre débitos e créditos é apurado em períodos de tempo legalmente
definidos, enquanto houver sua circulação.

A ST pode ser estabelecida em operações internas (dentro do próprio Estado) ou


interestaduais (entre unidades da Federação). No primeiro caso, não há exigência
de Convênio (CONFAZ) celebrado entre os Estados e o Distrito Federal. No segundo
caso, há necessidade de Convênio.

Exemplo:

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Uma operação de saída de veículos automotores, de fábrica localizada no Estado do Minas
Gerais, para estabelecimento revendedor situado em São Paulo. A legislação atribui ao
fabricante a responsabilidade pela substituição tributária. Significa, de modo simplista, que,
na primeira saída do produto do estabelecimento industrial, o total do valor do imposto
devido até a sua venda final para o consumidor, já terá sido calculado e cobrado
antecipadamente do primeiro adquirente (o revendedor). O fabricante, no prazo previsto,
deverá recolher o montante do ICMS/ST aos cofres paulistas, separadamente do imposto
devido pelas próprias operações, ICMS normal, devido ao Estado de Minas Gerais.

Em termos práticos: um veículo Fiat Pálio 1.0 no valor de R$20.000,00 (preço de


fábrica) pagará 12% de ICMS para MG na operação própria (realizada entre a
indústria e o revendedor). Vr. Do ICMS = 2.400,00 - debitado na nota fiscal. Com a
instituição da ST, o fabricante deverá reter do revendedor (destinatário) o imposto
devido por ele, conforme disposto na legislação tributária de SP. O preço de venda
a consumidor é fixado pela fábrica em R$26.000,00 e a alíquota do ICMS em SP é
de 12% {12% s/ R$26.000,00 (BC da ST) = R$3.120,00 (para efeito de cálculo
apenas) – R$2.400,00 (dedução do ICMS normal devido pelo fabricante) =
R$720,00 (ICMS/ST a ser recolhido pelo fabricante – neste caso, ocorre a
presunção de um fato gerador que só iria se consumar com a venda ao consumidor
do veículo pelo revendedor)}. Ocorre, assim, uma antecipação, pelo fabricante
(substituto), de um imposto que seria pago pelo revendedor (substituído) quando
da realização da venda ao consumidor final.

O art. 150, da CF/88, em § 7º, estabelece que a “lei poderá atribuir a sujeito
passivo de obrigação tributária a condição de responsável pelo pagamento de
imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente,
assegurada a imediata e preferencial restituição da quantia paga, caso não se
realize o fato gerador presumido” e o art. 155, inciso II e parágrafo 2º, inciso XII,
da CF/88 estabelece que cabe à lei complementar (a) definir seus contribuintes e
(b) dispor sobre substituição tributária. A Lei Complementar n° 87/96, diz que:

Art. 5º - Lei poderá atribuir a terceiros a responsabilidade pelo pagamento do


imposto e acréscimos devidos pelo contribuinte ou responsável, quando os atos
ou omissões daqueles concorrerem para o não recolhimento do tributo.

Art. 6º Lei estadual poderá atribuir a contribuinte do imposto ou a depositário a


qualquer título a responsabilidade pelo seu pagamento, hipótese em que
assumirá a condição de substituto tributário.

§ 1º - A responsabilidade poderá ser atribuída em relação ao imposto incidente


sobre uma ou mais operações ou prestações, sejam antecedentes,
concomitantes ou subsequentes, inclusive ao valor decorrente da diferença entre
alíquotas interna e interestadual nas operações e prestações que destinem bens
e serviços a consumidor final localizado em outro Estado, que seja contribuinte
do imposto.

§ 2º A atribuição de responsabilidade dar-se-á em relação a mercadorias, bens


ou serviços previstos em lei de cada Estado.

Art. 7º - Para efeito de exigência do imposto por substituição tributária, inclui-


se, também, como fato gerador do imposto, a entrada de mercadoria ou bem no
estabelecimento do adquirente ou em outro por ele indicado.

Art. 8º - A base de cálculo, para fins de substituição tributária, será:

I - em relação às operações ou prestações antecedentes ou concomitantes, o


valor da operação ou prestação praticado pelo contribuinte substituído;

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II - em relação às operações ou prestações subsequentes, obtida pelo somatório
das parcelas seguintes:

a) o valor da operação ou prestação própria realizada pelo substituto tributário


ou pelo substituído intermediário;

b) o montante dos valores de seguro, de frete e de outros encargos cobrados ou


transferíveis aos adquirentes ou tomadores de serviço;

c) a margem de valor agregado, inclusive lucro, relativa às operações ou


prestações subsequentes.

§ 1º - Na hipótese de responsabilidade tributária em relação às operações ou


prestações antecedentes, o imposto devido pelas referidas operações ou
prestações será pago pelo responsável, quando:

I – da entrada ou recebimento da mercadoria, do bem ou do serviço;

II - da saída subsequente por ele promovida, ainda que isenta ou não tributada;

III - ocorrer qualquer saída ou evento que impossibilite a ocorrência do fato


determinante do pagamento do imposto.

§ 2º - Tratando-se de mercadoria ou serviço cujo preço final a consumidor,


único ou máximo seja fixado por órgão público competente, a base de cálculo do
imposto, para fins de substituição tributária, é o referido preço por ele
estabelecido.

§ 3º - Existindo preço final a consumidor sugerido pelo fabricante ou importador,


poderá a lei estabelecer como base de cálculo este preço.

§ 4º - A margem a que se refere a alínea "c" do inciso II do caput será


estabelecida com base em preços usualmente praticados no mercado
considerado, obtidos por levantamento, ainda que por amostragem ou através
de informações e outros elementos fornecidos por entidades representativas dos
respectivos setores, adotando-se a média ponderada dos preços coletados,
devendo os critérios para sua fixação ser previstos em lei.

§ 5º - O imposto a ser pago por substituição tributária, na hipótese do inciso II


do caput, corresponderá à diferença entre o valor resultante da aplicação da
alíquota prevista para as operações ou prestações internas do Estado de destino
sobre a respectiva base de cálculo e o valor do imposto devido pela operação ou
prestação própria do substituto.

§ 6o Em substituição ao disposto no inciso II do caput, a base de cálculo em


relação às operações ou prestações subseqüentes poderá ser o preço a
consumidor final usualmente praticado no mercado considerado, relativamente
ao serviço, à mercadoria ou sua similar, em condições de livre concorrência,
adotando-se para sua apuração as regras estabelecidas no § 4o deste artigo.

Art. 9º - A adoção do regime de substituição tributária em operações


interestaduais dependerá de acordo específico celebrado pelos Estados
interessados.

§ 1º - A responsabilidade a que se refere o art. 6º poderá ser atribuída:

I - ao contribuinte que realizar operação interestadual com petróleo, inclusive


lubrificantes, combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, em relação às
operações subseqüentes;

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II - às empresas geradoras ou distribuidoras de energia elétrica, nas operações
internas e interestaduais, na condição de contribuinte ou de substituto tributário,
pelo pagamento do imposto, desde a produção ou importação até a última
operação, sendo seu cálculo efetuado sobre o preço praticado na operação final,
assegurado seu recolhimento ao Estado onde deva ocorrer essa operação.

§ 2º - Nas operações interestaduais com as mercadorias de que tratam os


incisos I e II do parágrafo anterior, que tenham como destinatário consumidor
final, o imposto incidente na operação será devido ao Estado onde estiver
localizado o adquirente e será pago pelo remetente.

Art. 10 - É assegurado ao contribuinte substituído o direito à restituição do valor


do imposto pago por força da substituição tributária, correspondente ao fato
gerador presumido que não se realizar.

§ 1º - Formulado o pedido de restituição e não havendo deliberação no prazo de


noventa dias, o contribuinte substituído poderá se creditar, em sua escrita fiscal,
do valor objeto do pedido, devidamente atualizado segundo os mesmos critérios
aplicáveis ao tributo.

§ 2º - Na hipótese do parágrafo anterior, sobrevindo decisão contrária


irrecorrível, o contribuinte substituído, no prazo de quinze dias da respectiva
notificação, procederá ao estorno dos créditos lançados, também devidamente
atualizados, com o pagamento dos acréscimos legais cabíveis.

A “Lei” referida no art. 4º da LC acima é a lei estadual instituidora do ICMS. No


caso de SP é a Lei de n° 6.374/1989.

Vale lembrar que a lei tributária estadual conterá as normas sobre a ST no


respectivo estado e as normas complementares (Decretos, Resoluções, Portarias e
Instruções Normativas) regulamentarão o instituto, estabelecendo todos os
procedimentos necessários para a efetivação da exigência.

Os estudantes para concurso das carreiras de Auditor Fiscal e Gestor Fazendário no


Estado de Minas Gerais têm à disposição, no site da SEF-MG, todas as informações
sobre o instituto. Nos outros estados, como São Paulo, deve-se pesquisar o
respectivo código tributário e as demais normas pertinentes ao ICMS/ST para
verificar os procedimentos pertinentes, as operações e as prestações sujeitas à ST.

O site da Secretaria de Fazenda de São Paulo é:

http://info.fazenda.sp.gov.br/NXT/gateway.dll?f=templates&fn=default.htm&vid=s
efaz_tributaria:vtribut

A Lei (SP) n° 6.374, de 1° março de 1989 (DOE de 02-03-89), em seu art.


8º estabelece:

CAPÍTULO II - Do Substituto

Artigo 8º - São sujeitos passivos por substituição, no que se refere ao imposto


devido pelas operações ou prestações com mercadorias e serviços adiante
nominados: (Redação dada pelo inciso I do art. 1º da Lei nº 9.176, de 02-10-95
- DOE 03-10-95)

I - o destinatário da mercadoria - comerciante, industrial, cooperativa ou


qualquer outro contribuinte, exceto produtor ou extrator de minério - quando

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devidamente indicado na documentação correspondente, relativamente ao
imposto devido na saída promovida por produtor ou extrator de minério;

II - o remetente da mercadoria - comerciante, industrial, produtor, cooperativa


ou qualquer outro contribuinte, pessoa de direito público ou privado -
relativamente ao imposto devido nas subseqüentes operações realizadas por
representante, mandatário, comissário, gestor de negócio ou adquirente da
respectiva mercadoria, quando estes, a critério do fisco, estejam dispensados de
inscrição na repartição fiscal;

III - quanto a combustível ou lubrificante, derivado ou não de petróleo,


relativamente ao imposto devido nas operações antecedentes ou subseqüentes:
(Redação dada ao "caput" do inciso III, mantidas suas alíneas, pelo inciso IV do
art. 1° da Lei 10.619, de 19-7-00 - DOE 20-7-00)

a) o fabricante, o importador ou o distribuidor de combustíveis, este como


definido na legislação federal; (Redação dada pelo art. 3º da Lei nº 10.136, de
23-12-98 - DOE 24-12-98)

b) o fabricante ou o importador de lubrificante ou o arrematante desse produto


importado do exterior e apreendido;

c) o revendedor de lubrificante situado em outro Estado ou no Distrito Federal


que promova saída da mercadoria a estabelecimento deste Estado, quando
devidamente credenciado pelo Fisco paulista;

IV - quanto a álcool carburante: o distribuidor, o importador ou o


estabelecimento fabricante de combustível derivado de petróleo, relativamente
ao imposto devido nas operações antecedentes ou subseqüentes; (Redação dada
pelo inciso IV do art. 1° da Lei 10.619, de 19-7-00 - DOE 20-7-00)

V - quanto a aditivos, agentes de limpeza, anticorrosivos, desengraxantes,


desinfetantes, fluídos, graxas, removedores, aguarrás mineral e óleos de
têmpera, protetivos e para transformadores, ainda que não derivados de
petróleo, para uso em aparelhos, equipamentos, máquinas, motores e veículos,
relativamente ao imposto devido nas operações subseqüentes até sua entrega
ao consumidor: (Redação dada pelo inciso II do art. 1º da Lei nº 9.355, de 30-
05-96 - DOE 31-05-96)

a) fabricante, o distribuidor, o importador ou o arrematante de produto


importado do exterior e apreendido;

b) qualquer estabelecimento situado em outro Estado ou no Distrito Federal que


promova saída da mercadoria a contribuinte deste Estado, quando devidamente
credenciado pelo Fisco paulista;

VI - quanto a energia elétrica: a empresa geradora, a distribuidora ou qualquer


outra que comercializar energia elétrica, relativamente ao imposto devido nas
operações antecedentes ou subseqüentes; (Redação dada pelo inciso IV do art.
1° da Lei 10.619, de 19-7-00 - DOE 20-7-00)

VII - quanto a fumo ou seus sucedâneos manufaturados, relativamente ao


imposto devido nas operações subseqüentes até o consumo final:

a) o fabricante, o importador ou o arrematante do produto importado do


exterior e apreendido;

b) qualquer estabelecimento situado em outro Estado ou no Distrito Federal que


promova saída da mercadoria a contribuinte paulista;

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VIII - quanto a cimento, de qualquer tipo, relativamente ao imposto devido nas
operações subseqüentes até o consumo final:

a) o fabricante, o importador ou o arrematante do produto importado do


exterior e apreendido;

b) o distribuidor, depósito ou atacadista situado em outro Estado ou no Distrito


Federal que promova saída da mercadoria a estabelecimento paulista;

IX - quanto a refrigerante, cerveja, inclusive chope, água ou gelo, relativamente


ao imposto devido nas operações subseqüentes até o consumo final:

a) o fabricante, inclusive o engarrafador de água, o importador ou o


arrematante do produto importado do exterior e apreendido;

b) o distribuidor, depósito ou atacadista situado em outro Estado ou no Distrito


Federal que promova saída da mercadoria a estabelecimento paulista;

X - quanto a sorvete, de qualquer espécie, relativamente ao imposto devido nas


operações subseqüentes até o consumo final:

a) o fabricante ou importador;

b) o distribuidor, depósito ou atacadista situado em outro Estado ou no Distrito


Federal que promova saída da mercadoria a estabelecimento paulista;

XI - quanto a amêndoa, avelã, castanha, noz, pêra ou maçã, estrangeira, que


não tiver sofrido qualquer processo de industrialização, relativamente ao
imposto devido nas operações subseqüentes até o consumo final:

a) o importador;

b) o atacadista, a cooperativa ou o arrematante da mercadoria importada do


exterior e apreendida;

XII -quanto a veículos automotores, relativamente ao imposto devido nas


saídas subseqüentes: (Redação dada pelo art. 4° da Lei n° 10.136, de 23-12-98
- DOE 24-12-98)

a) o fabricante, o importador ou o arrematante do produto importado do


exterior e apreendido;

b) qualquer estabelecimento situado em outro Estado ou no Distrito Federal que


promova saída da mercadoria a contribuinte paulista;

XIII - quanto a pneumáticos, câmaras-de-ar e protetores de borracha,


relativamente ao imposto devido nas operações subseqüentes até o consumo
final:

a) o fabricante, o importador ou o arrematante do produto importado do


exterior e apreendido;

b) qualquer estabelecimento situado em outro Estado ou no Distrito Federal que


promova saída da mercadoria a contribuinte paulista;

c) o fabricante de veículo automotor situado neste ou em outro Estado ou no


Distrito Federal que, tendo recebido a mercadoria, não aplicá-la em processo
produtivo;

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XIV - quanto a produtos farmacêuticos, relativamente ao imposto devido nas
operações subseqüentes até o consumo final:

a) o fabricante, o importador ou o arrematante do produto importado do


exterior e apreendido;

b) o distribuidor, depósito ou atacadista situado em outro Estado ou no Distrito


Federal que promova saída da mercadoria a estabelecimento paulista;

XV - quanto a produtos da indústria química, relativamente ao imposto devido


nas operações subseqüentes até o consumo final:

a) o fabricante, o importador ou o arrematante do produto importado do


exterior e apreendido;

b) o distribuidor, depósito ou atacadista situado em outro Estado ou no Distrito


Federal que promova saída da mercadoria a estabelecimento paulista;

XVI - quanto a papel usado e apara de papel, sucata de metal, caco de vidro,
retalho, fragmento e resíduo de plástico, de borracha ou de tecido: o
contribuinte que realize as operações a seguir indicadas, relativamente ao
imposto devido nas anteriores saídas promovidas por quaisquer
estabelecimentos:

a) saída de mercadorias fabricadas com esses insumos;

b) saída dessas mercadorias com destino a outro Estado, ao Distrito Federal ou


ao Exterior;

XVII -quanto a produto agropecuário e seus insumos ou mineral: o contribuinte


que realize qualquer das operações a seguir indicadas relativamente ao imposto
devido nas anteriores saídas:

a) saída com destino a outro Estado, ao Distrito Federal ou ao exterior;

b) saída com destino a estabelecimento industrial;

c) saída com destino a estabelecimento comercial;

d) saída com destino a consumidor ou a usuário final;

e) saída de estabelecimento que o tenha recebido de outro do mesmo titular,


indicado como substituto nas alíneas precedentes;

f) industrialização;

XVIII - quanto a mercadoria remetida para industrialização: o contribuinte


autor da encomenda, relativamente ao imposto devido nas sucessivas saídas da
mercadoria remetida para industrialização, até o respectivo retorno ao seu
estabelecimento;

XIX - quanto a mercadoria remetida por produtor ou extrator de minérios a


cooperativa de que faça parte: a cooperativa, relativamente ao imposto devido
nessa saída;

XX - quanto a serviço de transporte realizado por mais de uma empresa: a que


promova a cobrança integral do preço;

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XXI - serviço de transporte de carga iniciado em território paulista, realizado por
transportador autônomo, qualquer que seja o seu domicílio, ou por empresa
transportadora estabelecida fora do território paulista e não inscrita no cadastro
de contribuintes deste Estado: o tomador do serviço, quando contribuinte do
imposto neste Estado;

XXII - quanto a serviço de transporte de bem, mercadoria ou valor prestado por


empresa transportadora estabelecida em território paulista: o tomador do
serviço, desde que remetente ou destinatário da mercadoria transportada e
contribuinte do imposto neste Estado; (Redação dada pelo inciso IV do art. 1° da
Lei 10.619, de 19-7-00 - DOE 20-7-00)

XXIII - o tomador do serviço - comerciante, industrial, cooperativa ou qualquer


outro contribuinte, pessoa de direito público ou privado - relativamente ao
imposto devido na prestação de serviço realizada pelo prestador;

XXIV - o industrial, o comerciante ou o prestador de serviço, relativamente ao


imposto devido pelas anteriores saídas de mercadorias ou prestações de serviço,
promovidas por quaisquer outros contribuintes.

XXV - o destinatário paulista de mercadoria ou bem importados do exterior por


importador de outro Estado ou do Distrito Federal e entrados fisicamente neste
Estado, pelo imposto incidente no desembaraço aduaneiro e em operação
subseqüente da qual decorrer a aquisição da mercadoria ou bem, ressalvado o
disposto no § 14. (Acrescentado pelo inciso I do art. 2° da Lei 10.619, de 19-7-
00 - DOE 20-7-00)

§ 1º - A sujeição passiva prevista no inciso II:

1 - aplica-se também na saída promovida por contribuinte de outro Estado com


destino a contribuinte paulista regularmente inscrito, que deva entregar a
mercadoria a pessoa indicada naquele inciso;

2 - poderá ser efetivada mediante Termo de Acordo, facultada a exigência de


prestação de fiança ou de outra forma da garantia.

§ 2º - Para efeito do disposto no inciso IX, equiparam-se a refrigerantes os


produtos gasosos da posição 2202.90 da Nomenclatura Brasileira de
Mercadorias-Sistema Harmonizado - NBM/SH.

§ 3º - A sujeição passiva prevista no inciso X abrange também os acessórios,


como cobertura, xarope, casquinha, copo, copinho, taça e pazinha saídos do
estabelecimento fabricante ou importador quando acompanharem, integrarem
ou acondicionarem o sorvete.

§ 4º - A sujeição passiva prevista no inciso XII:

1 - abrange os acessórios colocados no veículo pelo sujeito passivo;

2 - não se aplica:

a) às remessas em que as mercadorias devam retornar ao estabelecimento


remetente;

b) aos acessórios colocados pelo revendedor do veículo.

§ 5º - A sujeição passiva prevista no inciso XIII não se aplica:

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1 - às remessas em que as mercadorias devam retornar ao estabelecimento
remetente;

2 - aos pneus e câmaras-de-ar de bicicletas.

§ 6º - A sujeição passiva prevista no inciso XIX fica atribuída ao


estabelecimento destinatário nos casos em que a cooperativa mencionada
remeta a mercadoria a outro estabelecimento dela mesma ou a estabelecimento
de cooperativa central ou de federação de cooperativas de que faça parte, bem
como de cooperativa central para a respectiva federação de cooperativas.

§ 7º - A sujeição passiva por substituição é atribuída às mesmas pessoas


indicadas neste artigo situadas em outro Estado ou no Distrito Federal em
relação às operações ou prestações que venham a ocorrer no território paulista
com mercadoria ou serviço proveniente dessas unidades da Federação, desde
que, para esse efeito, haja o prévio e expresso ajuste.

§ 8º - Tratando-se de mercadoria ou serviço proveniente de outro Estado ou do


Distrito Federal:

1 - sendo inaplicável a sujeição passiva por substituição, a responsabilidade pela


retenção e pelo pagamento do imposto relativo à substituição é do destinatário
estabelecido em território paulista, exceto o estabelecimento varejista;

2 - em relação a combustível líquido ou gasoso ou lubrificante, derivados de


petróleo, e à energia elétrica, destinados a adquirente paulista para consumo, o
imposto será devido a este Estado, devendo ser recolhido e pago pelo
remetente. (Redação dada pelo inciso V do art. 1° da Lei 10.619, de 19-7-00 -
DOE 20-7-00)

§ 9º - A sujeição passiva por substituição com retenção antecipada do imposto


nos casos previstos neste artigo abrange, também, o imposto exigível do
destinatário em razão do recebimento ou da entrada de mercadoria, quando
forem definidos como fatos geradores do imposto.

§ 10 - A sujeição passiva por substituição em relação às operações anteriores


previstas neste artigo:

1 - prevalece, também, sendo o caso, nas seguintes hipóteses:

a) saída da mercadoria com destino a consumidor ou a usuário final ou, ainda, a


pessoa de direito público ou privado não contribuinte;

b) saída da mercadoria ou prestação de serviço amparadas por não-incidência


ou isenção;

c) saída ou qualquer evento que impossibilite a ocorrência das operações ou


prestações indicadas neste artigo;

2 - em relação a cada situação, mercadoria ou serviço, depende de normas


complementares à sua execução, fixadas em regulamento.

§ 11 - O disposto no item 2 do parágrafo anterior também se aplica em relação


aos incisos XX a XXIV.

§ 12 - O pagamento decorrente do disposto na alínea "b" do item 1 do


parágrafo anterior poderá ser dispensado nos casos em que a legislação admita
a manutenção do crédito.

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§ 13 - Salvo as hipóteses expressas e previamente ajustadas em acordos, não
se admitirá a imposição por outro Estado ou pelo Distrito Federal de regime de
substituição ou de seus efeitos a operações ou prestações que venham a ocorrer
no território paulista com mercadoria ou serviço provenientes de outro Estado ou
do Distrito Federal.

§ 14 - A responsabilidade prevista no inciso XXV não se aplicará se o importador


efetuar o pagamento, a este Estado, dos impostos ali referidos. (Acrescentado
pelo inciso I do art. 2° da Lei 10.619, de 19-7-00 - DOE 20-7-00)

O RICMS 2000 (SP) aprovado pelo Decreto nº 45.490, de 30-11-2000, e alterações


posteriores, em seu livro II, nos arts 260 a 318 trata da ST naquele Estado.

É necessário ainda que sejam verificados os Convênios (CONFAZ) e os Protocolos


relativos ao ICMS/ST celebrados entre os estados e o Distrito Federal.

Além de efetuar o recolhimento do imposto (obrigação principal), os contribuintes


devem cumprir obrigações acessórias (apresentar declarações, informar, submeter-
se à fiscalização e emitir documentos fiscais, entre outros), dentre elas temos a
GIA/ST: São obrigados a apresentar a Guia Nacional de Informação e Apuração do
ICMS Substituição Tributária, GIA-ST, os sujeitos passivos por substituição
tributária que efetuarem operações sujeitas à substituição tributária com
contribuintes de unidade federada diversa daquela do seu domicílio fiscal.

A Guia Nacional de Recolhimento de Tributos Estaduais (GNRE) tem sido um


documento de uso habitual por todos os contribuintes que realizam operações de
vendas interestaduais sujeitas à substituição tributária. Já no caso de operações
internas, o documento para se efetuar o recolhimento do imposto se dá através de
Guia de Recolhimento (SP) ou Documento de Arrecadação Estadual – DAE (MG).

Fontes Consultadas:

Constituição Federal de 1988


Lei Complementar Federal n. 87/1996
Legislação Tributária do Estado de São Paulo
Sites: www.fazenda.mg.gov.br; www.fazenda.sp.gov.br e
http://members.fortunecity.com/icmsmg/manual/id152.htm

Por Cadmo Matias da Mota


Professor de Direito e Legislação Tributária

www.editoraferreira.com.br

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