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Planejamento e análise de Fluxo de Caixa

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• Introdução
• Planejamento de Caixa
o Caixa mínimo
o Plano de vendas e de gastos
o Diminuindo a incerteza do plano de caixa
o Montando o plano de caixa
• Análise de fluxo de caixa
o Estrutura do Fluxo de caixa
o Enfoques de análise
• Questionário
• Glossário
• Fonte

fonte:Infomoney

Introdução

O objetivo deste curso é ajudar o empresário na elaboração de um plano de


caixa para a sua empresa. Neste sentido, iremos discutir como a partir do plano
de vendas e o de gastos de sua empresa é possível elaborar um fluxo de caixa,
que possa ser usado como ferramenta de gestão. Também abordamos os
principais enfoques que podem ser usados pelos empresários na análise do
fluxo de caixa de uma empresa.

Já as vantagens do uso do fluxo de caixa como ferramenta de gestão são


abordadas em material em separado neste mesmo canal.

Planejamento de caixa

É através do fluxo de caixa que o empresário consegue planejar as necessidades de caixa da sua empresa. De
maneira geral, é recomendável estabelecer uma necessidade mínima de caixa, para garantir a manutenção das
atividades operacionais da empresa.

O montante exato que deve ser deixado em caixa varia de acordo com a empresa, sua área de atuação e estratégia
do empresário, sendo que o objetivo é preservar uma liquidez mínima para a empresa, já que somente valores
acima desta quantia serão efetivamente considerados como excedentes de caixa.

Caixa mínimo

Se uma empresa estabeleceu, por exemplo, uma necessidade mínima de caixa de R$ 2mil, e fechou o mês com R$
3mil, isso significa que apenas R$ 1mil podem ser considerados como excedentes, e serem efetivamente aplicados
ou investidos. Por outro lado se, no final do mês, a empresa fechou com o caixa negativo em R$ 3 mil, isso significa
que, no cálculo de quanto precisa levantar em financiamento, deve considerar R$ 5mil, o que reflete a necessidade
mínima de caixa.

Quando se fala em planejamento de caixa, em geral tem-se em mente o prazo de um ano, embora o mesmo possa
ser elaborado para prazos mais longos, sendo que este período é depois subdividido em intervalos de um mês.
Porém, como ilustraremos mais adiante, muitas vezes o planejamento mensal não é suficiente para garantir que
uma empresa tenha os recursos necessários para pagar suas contas em dia, sendo necessário um
acompanhamento diário.

Plano de vendas

O primeiro passo na elaboração do fluxo de caixa da sua empresa é, sem dúvida, estabelecer um plano de vendas.
Este plano deve ser elaborado pela área de vendas da empresa, sendo que, para tanto, podem ser usados dados
internos e externos.
• Dados internos
São consideradas as previsões de vendas de cada vendedor da empresa (ou canal de venda). Não se
deve apenas se concentrar nas receitas, mas também no tipo de produto e quantidade prevista de venda.
É importante reforçar aos vendedores que suas projeções serão usadas no estabelecimento de metas, o
que deve coibir o excesso de otimismo.
• Dados externos
Além das previsões dos vendedores, é preciso levar em consideração outros aspectos, como as
expectativas com relação ao setor e à economia como um todo, etc. O mais recomendável é usar esses
dados para validar a possibilidade das metas projetadas serem efetivamente alcançadas. Por exemplo, se
você está projetando um crescimento de 10% nas vendas, mas as previsões para o setor são de
crescimento de apenas 4%, é preciso ajustar os números.

Mais adiante, na montagem do fluxo de caixa, iremos discutir a importância de se determinar o prazo de recebimento
destas vendas.

Plano de gastos

De maneira semelhante ao plano de vendas, o objetivo aqui é prever os gastos em que uma empresa irá incorrer no
período em análise. Um erro comum entre as empresas é não dedicar o mesmo esforço à projeção dos gastos, o
que acaba subestimando as saídas de caixa, e prejudicando todo o planejamento de caixa.

Dentre os itens que devem ser incluídos no plano de gastos, podemos citar: compra de materiais, máquinas e
equipamentos, aluguel, condomínio, salários (aqui é importante analisar se vale à pena montar reserva para
pagamento de férias, décimo terceiro, etc), outros encargos trabalhistas, pagamento de duplicatas, pagamento de
juros de empréstimos, recolhimento de impostos, distribuição de dividendos aos sócios, ou pagamento de pró-
labore, etc.

Enquanto alguns encargos são fixos, como aluguel e condomínio, outros variam de acordo com o volume de vendas
(ex. compra de materiais, gastos com impostos, etc). Exatamente por isso é importante que, na elaboração do plano
de gastos, seja considerado o plano de vendas, de forma que os dois sejam consistentes entre si. Uma projeção de
forte aumento de vendas deve acarretar necessidade de investimentos adicionais, seja em termos de funcionários,
ou de máquinas, e isso deve ser levado em consideração no plano de gastos.

Para cada mês, o fluxo líquido de caixa será determinado com base na diferença entre o resultado projetado para as
vendas e para os gastos. Para se projetar o saldo de caixa da empresa, no final do mês, deve-se somar ao saldo
inicial o valor do fluxo líquido de caixa. A este valor deve-se subtrair a necessidade mínima de caixa como
discutimos acima, para então se estimar o total de caixa excedente, ou a necessidade de financiamento da empresa.

Montando um fluxo de caixa

Agora que você já está mais familiarizado com os conceitos envolvidos na elaboração de um fluxo de caixa, que tal
arregaçar as mangas e elaborar um para a sua empresa? Para ajudá-lo neste exercício vamos assumir uma
Empresa X, cujas vendas e compras seguem as seguintes hipóteses:

• Do total de vendas: 10% são à vista e 90% a prazo.

• Nas vendas a prazo: 3 parcelas iguais, sendo a primeira em 30 dias.

• Compra de materiais: equivale a 40% do valor das vendas.

• Pagamento das compras: em 3 parcelas. A 1a, de 50%, é paga no ato da compra, e as outras duas, de
25% do valor, são pagas em 30 e 60 dias.

• Aluguel: mensal e fixo em R$ 2.000,00.

• Salários e encargos: gastos iniciais com salários de R$ 1,5mil, que crescem em linha com as vendas.
Para cada R$ 1,00 em gastos com salário são pagos outros R$ 0,40 em encargos.

• Receita financeira: caso haja excesso de caixa, estes recursos são aplicados na poupança a uma taxa de
0,65% ao mês.
• Despesa financeira: caso a empresa tenha déficit em caixa, ela levanta recursos através da linha BB Giro
Automático a uma taxa de 2,25% ao mês.

• Impostos: pagamento à vista com alíquota de 5% sobre vendas.

Recebimentos Mês 1 Mês 2 Mês 3 Mês 4

Unidades no mês 1.500 1.575 1.650 1.725

Var% -- 5,0% 4,8% 4,5%

Preço (R$) R$ 5,00 R$ 5,00 R$ 5,00 R$ 5,00

Vendas (R$) R$ 7.500,00 R$ 7.875,00 R$ 8.250,00 R$ 8.625,00

A Vista R$ 750,00 R$ 787,50 R$ 825,00 R$ 862,50

A prazo (mês 1) -- R$ 2.250,00 R$ 2.250,00 R$ 2.250,00

A prazo (mês 2) -- -- R$ 2.362,50 R$ 2.362,50

A prazo (mês 3) -- -- -- R$ 2.475,00

Subtotal (a vista e a prazo) R$ 750,00 R$ 3.037,50 R$ 5.437,50 R$ 7.950,00

Receitas Financeiras R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00

Total (1) R$ 750,00 R$ 3.037,50 R$ 5.437,50 R$ 7.950,00

Pagamentos Mês 1 Mês 2 Mês 3 Mês 4

1. Material R$ 3.000,00 R$ 4.725,00 R$ 4.950,00 R$ 5.175,00

% Vendas 40,0% 40,0% 40,0% 40,0%

Pagamento de material

À Vista R$ 1.500,00 R$ 2.362,50 R$ 2.475,00 R$ 2.587,50

A prazo (mês 1) -- R$ 750,00 R$ 750,00 --

A prazo (mês 2) -- -- R$ 1.181,30 R$ 1.181,30

A prazo (mês 3) -- -- -- R$ 1.237,50

Subtotal (a vista e a prazo) R$ 1.500,50 R$ 3.112,80 R$ 4.406,50 R$ 5.006,30


2. Aluguel R$ 2.000,00 R$ 2.000,00 R$ 2.000,00 R$ 2.000,00

3. Salários R$ 1.500,00 R$ 1.575,00 R$ 1.650,00 R$ 1.725,00

Encargos R$ 450,00 R$ 472,50 R$ 495,00 R$ 517,50

subtotal R$ 1.950,00 R$ 2.047,50 R$ 2.145,00 R$ 2.242,50

4. Encargos financeiros R$ 0,00 -R$ 35,40 -R$ 136,30 -R$ 212,60

5. Impostos R$ 375,00 R$ 393,80 R$ 412,50 R$ 431,30

Total (2) R$ 5.825,50 R$ 7.518,60 R$ 8.827,70 R$ 9.467,40

Fluxo Líquido (1-2) R$ 5.075,50 R$ 4.481,10 R$ 3.390,20 R$ 1.517,40

(*) Vale lembrar que Vendas e Materiais são pagos a prazo, portanto só influenciam no cálculo do fluxo de caixa quando o
pagamento é efetivado.
Na tabela abaixo verificamos, com base no fluxo líquido estimado acima, qual a posição de caixa da empresa no
início e final de cada mês, assumindo como hipótese que o objetivo é ter, no mínimo em caixa o equivalente a R$
1.500,00.

Mês 1 Mês 2 Mês 3 Mês 4

Fluxo líquido -R$ 5.075,50 -R$ 4.481,10 -R$ 3.390,20 -R$ 1.517,40

Caixa inicial R$ 5.000,00 -R$ 75,50 -R$ 4.556,60 -R$ 7.946,80

Caixa final -R$ 75,50 -R$ 4.556,60 -R$ 7.946,80 -R$ 9.464,20

Caixa mínimo R$ 1.500,00 R$ 1.500,00 R$ 1.500,00 R$ 1.500,00

Excesso/(Necessidade) -R$ 1.575,5 -R$ 6.056,6 -R$ 9.446,8 -R$ 10.964,2

Receitas /(Despesas) -R$ 35,4 -R$ 136,3 -R$ 212,6 -R$ 246,7

Como fica evidente pela análise da evolução acima, quando o saldo final do caixa é maior do que o caixa mínimo
necessário para a empresa ocorre um excesso de caixa que pode ser aplicado e gera no mês seguinte uma receita
financeira. Em contrapartida, caso o caixa final seja menor do que o mínimo necessário, então será preciso levantar
recursos no mercado, o que acarretará o pagamento de despesas financeiras no mês seguinte.

Fluxo de Caixa Dentro do Mês

Entretanto, os dados acima acabam não sendo suficientes para assegurar que a empresa em questão não irá
atrasar seus pagamentos, pois não passa de uma fotografia de como o caixa irá fechar o mês, com base nos fluxos
mensais previstos.

Para garantir que no decorrer do mês a empresa terá, TODOS OS DIAS, recursos suficientes para efetuar os
pagamentos devidos, é preciso acompanhar a evolução do fluxo de caixa dia a dia. Na tabela acima colocamos um
exemplo de evolução do fluxo de caixa diário da Empresa X no qual fica evidente que, em alguns dias do mês, a
empresa terá dificuldades para efetuar seus pagamentos.

Assim sendo, mesmo que durante o mês as entradas de caixa superem as saídas isso não é, em absoluto, garantia
de que a empresa terá como atender suas necessidades diárias de caixa. Diante disso fica fácil entender que para
garantir a solvência de uma empresa, o empresário precisa analisar o fluxo de caixa em uma freqüência maior do
que mensal: preferencialmente, em uma base diária.

No próximo módulo iremos discutir como analisar o planejamento de caixa da sua empresa de forma a facilitar a sua
gestão enquanto empresário.

Análise de Fluxo de Caixa

Agora que você já sabe como deve proceder para montar o fluxo de caixa da sua empresa está na hora de aprender
algumas técnicas de avaliação deste fluxo, que irão ajudá-lo a melhorar a gestão de caixa da sua empresa.

Antes de mais nada, vamos enquadrar o fluxo de caixa elaborado no módulo anterior dentro de uma estrutura geral.
O fluxo de caixa de uma empresa deve ser dividido em quatro grandes grupos: Operacional, Permanente, Acionista
e Financeiro.

Estrutura do Fluxo de Caixa

No módulo anterior discutimos, exclusivamente, os fluxos relacionados às atividades operacionais da empresa,


deixando de lado completamente as entradas e saídas de caixa relacionadas com a compra (ou venda) de
máquinas, ou equipamentos, e a injeção de novos recursos por parte dos acionistas, ou, inversamente, a distribuição
de dividendos.

• Operacional. Em termos de entradas, inclui os recursos obtidos com a venda dos produtos ou serviços
que a empresa produz ou presta, enquanto as saídas são compostas de gastos com a produção e venda
destes mesmos produtos e/ou serviços (ex. matéria prima, salários, etc).

• Permanente. Está relacionado com os bens móveis e imóveis da empresa, como máquinas,
equipamentos, fábricas, etc. As entradas refletem recursos recebidos com a venda dos itens que ficaram
obsoletos, ou então precisam ser renovados. Por sua vez, as saídas, em geral mais freqüentes, incluem
gastos com a compra, renovação ou manutenção destes bens.

• Acionista.Em termos de entradas, inclui todos os aportes de capital efetuados pelos acionistas na
empresa, já as saídas representam pagamentos efetuados em favor dos acionistas pela empresa, como
pagamento de dividendos, etc.

• Financeiro.Equivale ao resumo dos três grupos acima, e é calculado como sendo a diferença entre a
soma de todas as entradas acima e soma de todas as saídas. Caso este fluxo seja positivo, pode-se dizer
que a empresa tem excesso de caixa e pode investir estes recursos, enquanto, se for negativo, indica
necessidade de recursos adicionais. Também estão incluídos neste grupo os pagamentos e recebimentos
de juros oriundos das necessidades de financiamento, ou excesso de caixa.

Algumas questões importantes relacionadas à gestão da empresa podem ser constatadas através da análise dos
quatro componentes do fluxo de caixa de uma empresa. Por exemplo, a análise detalhada dos fluxos operacionais
da empresa permite que o empresário entenda se a necessidade de caixa apresentada decorre de algum problema
com a própria estrutura do negócio, que deve, portanto, ser revista.

A segmentação dos vários fluxos de entrada e saída de caixa de uma empresa, de acordo com as suas origens,
também ajuda na otimização dos resultados da empresa, ao contribuir para uma gestão mais eficiente. Sem essa
separação de fluxos fica difícil para o empresário, por exemplo, entender se as necessidades de caixa da empresa
têm natureza ocasional ou permanente.

Enfoques analíticos

Um erro comum entre as empresas é dedicar muito empenho e esforço ao processo técnico de elaboração do fluxo
de caixa, e dedicar pouca atenção à análise das informações que são usadas na elaboração deste documento.
Como qualquer modelo ou ferramenta de análise, a máxima: "entra lixo sai lixo", ainda vale. Em outras palavras, de
nada adianta investir apenas nos modelos de controle e projeção de caixa, se a qualidade da informação usada
nestes processos é ruim. Exatamente por isso reforçamos a importância de se investir tempo na análise das
informações antes de se tomar uma decisão com base nos resultados do fluxo de caixa.

Abaixo discutimos três das abordagens de análise das informações obtidas no fluxo de caixa de uma empresa.

• Análise de ConsistênciaSua maior preocupação é com as informações e se estão sendo corretamente


utilizadas e interpretadas. Como o próprio nome sugere, nesta abordagem o objetivo é assegurar que
existe consistência entre as informações usadas e os resultados alcançados.

Dentre os cuidados que devem ser tomados para garantir a qualidade e a consistência das informações,
podemos citar: adoção de um plano de contas detalhado e comparação dos resultados de vários períodos,
assim como do resultado alcançado com o projetado.

Neste tipo de abordagem são comuns os seguintes questionamentos: Foram consideradas todas as
informações relevantes? Estas informações estão sendo atualizadas de maneira uniforme? Existe
equilíbrio na ordem de grandeza dos vários itens?

• Análise Comparativa.O objetivo deste tipo de análise é entender a evolução do fluxo de caixa entre
períodos, e se o mesmo está melhorando ou piorando com o passar do tempo. Através deste tipo de
análise o empresário pode, eventualmente, identificar problemas na gestão da empresa que exijam
revisão. Dentre as comparações recomendadas estão a com o mês anterior, com o mesmo período no ano
anterior, e com o planejado.

Historicamente as empresas brasileiras tinham certa dificuldade em efetuar esse tipo de comparação
devido à inflação. Para tanto, eram efetuados ajustes nas informações de forma a representá-las de
maneira comparável, seja através da conversão em moeda forte (ex. dólar), seja pelo ajuste pela inflação
dos valores dos respectivos componentes do fluxo de caixa.

• Análise de otimização. Somente depois que o empresário estiver satisfeito que, através da análise
comparativa entre vários períodos, existe consistência no fluxo de caixa elaborado, é que se pode falar em
análise de otimização. O objetivo deste tipo de análise é estabelecer alternativas que permitam que a
empresa alcance os melhores resultados possíveis em termos de geração de caixa.

Dentre os questionamentos feitos neste tipo de análise podemos citar: É possível melhorar o fluxo
operacional adiando alguns pagamentos, ou antecipando receitas? Existem alternativas de investimento
mais atrativas, em termos de taxa de juro paga, para serem consideradas? O prazo dos empréstimos pode
ser aumentado? É possível efetuar aos poucos os investimentos necessários? Não vale mais a pena
reinvestir lucros do que levantar empréstimos adicionais?

Estabelecendo referências

Antes de concluir se a capacidade de geração de caixa da sua empresa é boa ou ruim, é preciso estabelecer
critérios de avaliação do que é bom ou ruim. Estes critérios devem ser analisados em conjunto, de forma a permitir
uma análise adequada sobre a capacidade de uma empresa continuar gerando caixa no longo prazo.

Assim, como empresário, estabeleça uma meta de variação do fluxo de caixa em relação ao previsto. Se sua
intenção é analisar a projeção diária dos fluxos de caixa, então é recomendável estabelecer um patamar pequeno de
variação, de até 2%. É possível determinar percentuais mais altos de oscilação entre o projetado e o efetivo mas,
neste caso, é preciso levar em consideração os valores envolvidos.

Por exemplo: uma flutuação de 70% em um fluxo estimado de saída de R$ 10 é bem menos traumática, do ponto de
vista de gestão operacional da empresa, do que uma variação de 5% sobre uma entrada de R$ 500.000,00.

Ao concluir o processo de elaboração e aprovação do fluxo de caixa de uma empresa, os profissionais responsáveis
devem ser capazes de entender; quais as contas que sofrem maior sazonalidade, e que exigem acompanhamento
mais próximo; quais as contas mais relevantes em termos de saída de recursos; que tipo de controles e
comparações devem ser efetuados para assegurar que a tendência de geração de caixa projetada está correta.
Finalmente, em caso de excesso ou necessidade significativa de caixa, é preciso saber como proceder.

Com isso terminamos nosso curso de Planejamento de Fluxo de Caixa, que tinha como objetivo ajudá-lo a adotar
procedimentos mais efetivos de planejamento e controle das entradas e saídas de caixa da sua empresa.
Anexo I. Questionário.

Para facilitar o entendimento do conteúdo, o curso foi dividido em quatro módulos distintos, como ilustrado abaixo.
Ao final de cada módulo, propomos um rápido questionário, no qual você poderá avaliar o quanto absorveu do
material apresentado.

1. Uma empresa fechou o mês com vendas de R$ 5mil, das quais recebeu à vista 60%. Considerando que as
despesas do mês foram pagas à vista e ficaram em R$ 2mil, e que o caixa mínimo previsto é de R$ 1mil. Qual a
situação da empresa ao final do mês?

a) Não pode sacar recursos, mas também não precisa de financiamentos.


b) Teve excesso de caixa de R$ 3mil.
c) Teve excesso de caixa de R$ 1mil.
d) Teve necessidade de caixa de R$ 2 mil.

Resposta correta (a).

2. O saldo final do caixa no mês deve ser calculado como sendo:

a) O saldo inicial menos as saídas e mais as entradas de caixa do mês.


b) O saldo inicial mais as entradas de caixa no mês e menos o caixa mínimo.
c) O saldo inicial mais as entradas e menos as saídas de caixa e o caixa mínimo.
d) O saldo inicial menos as entradas e mais as saídas e mais o caixa mínimo.

Resposta correta (c).

3. Dentre os objetivos do empresário ao planejar o caixa deve estar:

a) Minimizar a incerteza dos resultados.


b) A única preocupação deve ser com a maximização das entradas de caixa.
c) Sobretudo, com a redução dos gastos.
d) Nenhuma das alternativas.

Resposta correta (a).

4. Quando o saldo final de caixa é menor que o caixa mínimo a empresa teve:

a) Necessidade de caixa, que é calculada como sendo a diferença entre o caixa mínimo e o final.
b) Necessidade de caixa, que é calculada como sendo a diferença entre o caixa mínimo e o inicial.
c) Excesso de caixa, que é calculado como sendo a soma do caixa final com o caixa mínimo.
d) Excesso de caixa, que é calculado como sendo a diferença entre o caixa final e o caixa mínimo.

Resposta correta (d).

5. Quais são os grupos em que pode ser dividido o fluxo de caixa de uma empresa?

a) Operacional e Permanente.
b) Permanente e Financeiro.
c) Operacional, Permanente e Acionista.
d) Operacional, Permanente, Acionista e Financeiro.

Resposta correta (d).

6. Qual grupo do fluxo de caixa inclui informações sobre os bens móveis e imóveis da empresa?

a) Operacional.
b) Permanente.
c) Acionista.
d) Financeiro.

Resposta correta (b)

7. Qual grupo do fluxo de caixa é resultado da soma dos outros?

a) Financeiro.
b) Acionista.
c) Permanente.
d) Operacional.

Resposta correta (a).

8. Por que é importante segmentar o fluxo de caixa em grupos?

a) Só assim é possível entender quanto os acionistas estão tirando da empresa.


b) Reduz os custos associados com a gestão de caixa da empresa.
c) Facilita entendimento se necessidade de caixa é temporária ou permanente.
d) Agiliza aprovação do fluxo, já que permite alocar responsabilidade por grupo.

Resposta correta (c).

9. Qual o objetivo da análise de consistência do fluxo de caixa?

a) Estabelecer prioridade com relação à coleta de informações.


b) Assegurar aprovação, por todos os profissionais, das informações usadas.
c) Definir metas de resultados para o planejamento de caixa.
d) Garantir relação correta entre as informações utilizadas e os resultados obtidos.

Resposta correta (d).

10. Qual o objetivo da análise comparativa do fluxo de caixa?

a) Entender como os concorrentes da empresa estão se saindo.


b) Entender a evolução no tempo da geração de caixa da empresa.
c) Entender a origem das entradas de caixa da empresa.
d) Entender a origem das saídas de caixa da empresa.

Resposta correta (b).

Glossário

Cliente. É considerado cliente a pessoa física ou jurídica que compra e/ou utiliza o produto ou serviço prestado pela
empresa.

Controles. Métodos usados para verificar se os padrões de trabalho das práticas de gestão estão sendo cumpridos,
através do estabelecimento de prioridades e, quando necessário, pelo planejamento e implementação de ações de
correção ou prevenção.

Demonstrativos Financeiros. Termo que define uma série de relatórios que categorizam e quantificam as
principais contas de uma empresa. Dentre os demonstrativos financeiros mais utilizados estão o balanço patrimonial,
a demonstração de resultado, a demonstração das origens e aplicações de recursos, e as alterações do patrimônio
líquido, além das notas explicativas que acompanham os demonstrativos acima.

Depreciação. Termo usado para definir um débito que tem como objetivo reduzir o valor contábil de um determinado
ativo. Este lançamento busca representar contabilmente a perda de valor de algum ativo em decorrência do uso, da
ação do tempo, da obsolescência (redução da vida útil de um bem) tecnológica ou redução no preço de mercado.
Por ser um lançamento contábil, a depreciação não tem efeito direto no caixa da empresa.

Despesas. Em contabilidade determina a soma de todos os valores gastos por uma empresa em um determinado
período de tempo. Assim, reflete a soma das despesas variáveis e fixas que a empresa possa incorrer.

Despesas Financeiras. Quando as despesas estão relacionadas aos juros pagos pela empresa referente a
empréstimos ou financiamentos levantados, então estas despesas são denominadas Despesas Financeiras.

Estratégia. Conjunto de decisões que orientam a definição de ações que serão tomadas pela empresa para se
posicionar de forma competitiva e garantir sua continuidade no longo prazo. Essas ações podem envolver o
lançamento de novos produtos, entrada em novos mercados etc.

Ferramenta de Gestão. Atividades executadas regularmente com o objetivo de administrar uma empresa de acordo
com os padrões de trabalho. Também podem ser conhecidas como processo de gestão, métodos ou metodologia de
gestão e práticas de gestão.
Fornecedor. Qualquer organização que forneça bens e serviços, sendo que o uso destes pode acontecer em
qualquer estágio da produção. Podem ser incluídos como fornecedores os distribuidores, revendedores, bem com os
indivíduos que suprem a empresa com materiais e componentes.

Geração de caixa. Capacidade de uma empresa, no decorrer de suas atividades operacionais, conseguir fazer com
que as entradas de caixa superem as saídas, em um determinado período de tempo.

Gestão de caixa. Termo usado para determinar procedimentos adotados pela empresa para garantir que seu caixa
da empresa esteja sempre positivo. Nesse processo a empresa tenta "casar" as entradas de caixa com as saída, de
forma que não seja preciso levantar financiamento ou atrasar algum pagamento.

Inadimplência. Situação em que não é possível efetuar o pagamento, ou transferência de fundos, como acordado.
Não reflete uma situação temporária, ou problemas operacionais, mas sim é resultado de dificuldades financeiras. A
pessoa que se encontra em situação de inadimplência é chamada inadimplente.

Liquidez. Na análise das demonstrações financeiras de uma empresa é usado para definir a capacidade que esta
empresa tem de gerar recursos que podem ser rapidamente transformados em papel moeda. Assim, a liquidez de
uma empresa é função da sua disponibilidade de caixa, e dos títulos negociáveis e ativos circulantes que possui.

Margem. Existem vários tipos de margem na análise de empresas, todas elas denominam o percentual de cada R$
1 em vendas, que sobra depois de ser descontado um determinado grupo de despesas. Quando usado de maneira
genérica, refere-se ao quanto o empresário efetivamente ganha na venda de cada produto, depois de descontadas
todas as despesas.

Metas. Níveis de desempenho que a empresa pretende alcançar por um determinado período de tempo.

Padrão de trabalho. Regras de funcionamento das práticas de gestão - que podem estar expressas na forma de
procedimentos e rotinas de trabalho, ou qualquer meio que possibilite orientar a execução destas práticas.

Processo. Conjunto de recursos e atividades relacionadas que transformam insumos (matéria prima) em produtos.
Esta transformação deve gerar valor para os clientes, sendo que, para que a transformação aconteça, são utilizados
alguns recursos (como mão de obra, máquinas, investimentos, etc).

Receitas. Em contabilidade, o termo define a soma de todos os valores recebidos por uma empresa em um
determinado período de tempo. Assim, receita reflete a soma das vendas à vista e a prazo e outros ganhos que a
empresa possa ter.

Receita Financeira. Quando os valores recebidos estão relacionados aos juros de aplicações financeiras, ou outros
investimentos, eles são denominados Receita Financeira

Sazonalidade. Flutuação no volume de vendas ou receitas que ocorre em uma determinada época do ano.

Solvência. Termo usado para indicar uma situação em que a empresa está em condições de arcar com o
pagamento de suas obrigações. Assim, uma empresa é considerada solvente se tem condições de pagar suas
dívidas.

Taxa de juro. Remuneração que o tomador de um empréstimo deve pagar ao proprietário do capital emprestado.
Pode ser definida, portanto, como a remuneração do capital. Uma taxa de juro, quando eficiente, deve remunerar:

• O risco envolvido no investimento. De investimentos mais arriscados deve-se exigir taxas de juros
proporcionalmente maiores;
• As expectativas inflacionárias, que representam a perda do poder aquisitivo;
• A compensação pela não aplicação do dinheiro em outro investimento;
• Os diversos custos administrativos envolvidos na operação.

Fontes:

FREZATTI. F. Gestão de Fluxo de Caixa Diário. 1. ed. São Paulo: Editora Atlas, 1997. 124 p.

GITMAN. L.J. Princípios de Administração Financeira. 3. ed. São Paulo: Harper & Row do Brasil - HARBRA Ltda,
1987. 781 p.

DE SANTI, A e OLINQUEVITCH, J.L. Análise de Balanços para Controle Gerencial. Ano 1993. São Paulo: Atlas.
fonte:Infomoney

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