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Histórico
Revolucionário
Reformador
Decorrente
Revisor
O constituinte, ao elaborar uma nova ordem jurídica, desde logo constitui um poder
constituinte derivado reformador, pois sabe que a Constituição não se perpetuará no
tempo. Entretanto, trouxe limites ao poder de reforma constitucional.
Os Municípios não tem poder constituinte decorrente, uma vez que são regidos por Lei
Orgânica e não por uma Constituição. Do ponto de vista formal, Lei Orgânica não se
confunde com Constituição. Há autores que afirmam que como as Leis Orgânicas são
Constituições Municipais, os Municípios foram investidos do poder derivado sob a
modalidade decorrente.
Distrito Federal: Também é autônomo, uma vez que possui capacidade de auto-
organização, autogoverno, auto-administração e autolegislação. O Distrito Federal,
vedada sua divisão em Municípios, reger-se-á por Lei Orgânica, votada em 2 turnos,
com interstício mínimo de 10 dias e aprovada por 2/3 dos membros da Câmara
Legislativa, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos na Constituição
Federal (art. 32 da CF).
O Distrito Federal também não tem Constituição, mas sim Lei Orgânica, valendo o
disposto para os Municípios.
O artigo 3º dos ADCT estabeleceu que a revisão constitucional seria realizada após 5
anos, contados da promulgação da Constituição, pelo voto da maioria absoluta dos
membros do Congresso Nacional, em sessão unicameral. O procedimento anômalo é
mais flexível que o ordinário, pois neste segundo exige-se sessão bicameral e 3/5 dos
votos.
- Quanto ao fundamento:
- Quanto à matéria:
Poder Constituinte Originário: Autônomo. Não está subordinado a qualquer limitação
material.
- Quanto à forma:
Iniciativa de uma emenda constitucional: Só pode exercer a iniciativa quem tem poder
de iniciativa, pois caso contrário haverá um vício de iniciativa, uma
inconstitucionalidade formal (art. 60 da CF).
1/3, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal (art. 60,
I da CF): Trata-se de iniciativa coletiva, pois exige a assinatura de no mínimo 1/3 dos
Deputados ou Senadores. Não há iniciativa parlamentar individual nas emendas
constitucionais.
Assim, se existe uma emenda constitucional, é porque ela foi aprovada quatro vezes,
duas na Câmara e duas no Senado. São necessários 308 Deputados e 49 Senadores. O
projeto de lei, diferentemente, é apreciado em um turno de discussão e votação,
necessitando de maioria relativa em cada uma das Casas do Congresso Nacional.
Rejeitada em uma das casas: o projeto de emenda constitucional estará rejeitado, pois é
necessária a vontade expressa das duas casas para aprovar uma emenda constitucional.
Assim, não se aplica o princípio da primazia da deliberação principal sobre a revisional,
que é própria do processo legislativo ordinário.
Mesa é o órgão responsável pela condução dos trabalhos legislativos pelo período de
dois anos.
Titular do poder constituinte originário: Pela lógica representa uma limitação, pois se
não a criatura iria suprimir o próprio criador.
Exercente do poder de reforma: O Congresso Nacional não pode transferir esse poder
para outros órgãos, pois recebeu procuração sem poderes para substabelecer.
Tendo em vista que o plebiscito não foi um treino de democracia, o seu resultado é
vinculante. Entretanto, não é imutável, pois nada impede que o eleitorado seja
novamente consultado através de um novo plebiscito.
Forma Federativa do Estado: Não pode ser objeto de emenda constitucional a proposta
tendente a abolir a forma federativa de Estado (matéria estipulada na CF) e nem a
tendente a modificar a auto-organização ou autonomia dos Estados (elemento essencial
de um Estado Federal).
A forma de governo (República), embora não mencionada, também não pode ser
mudada, por força do plebiscito de 1993.
Voto direto, secreto, universal e periódico: Não pode ser objeto de emenda
constitucional a proposta tendente a abolir ou modificar o voto e suas características.
Voto direto: Não pode ser objeto de emenda constitucional a proposta tendente a abolir
ou modificar a eleição direta (mandante eleitor escolhe diretamente o mandatário).
Entretanto, a Constituição traz um caso em que a eleição será indireta, isto é, quando
houver dupla vacância (Presidente e Vice-Presidente) nos 2 últimos anos do período
presidencial. Neste caso, será realizada eleição 30 dias depois da última vaga, pelo
Congresso Nacional, na forma da lei. Trata-se de uma exceção à regra do artigo 14 da
Constituição Federal. Os eleitos completarão o período dos antecessores. (art. 81, §1 e 2
da CF).
Antes do movimento das “Diretas Já”, a eleição era indireta, isto é, nós escolhíamos o
Congresso Nacional e esse escolhia o Presidente.
Voto secreto: Não pode ser objeto de emenda constitucional a proposta tendente a abolir
ou modificar o sigilo do voto, pois é garantia da liberdade de expressão. Todos têm o
direito de ninguém saber o conteúdo de sua votação (cabine indevassável).
Voto universal: Não pode ser objeto de emenda constitucional a proposta tendente a
abolir ou modificar o direito de voto a todos os nacionais sem qualquer discriminação.
A faixa mínima de fixação eleitoral para 16 anos é determinada tendo em vista que a
pessoa tem que ter um mínimo de discernimento para exercer esse direito político. Tal
condicionamento não retira o caráter universal do voto.
Voto periódico: Não pode ser objeto de emenda constitucional a proposta tendente a
abolir ou modificar o direito de periodicamente renovar aquele que não vai indo bem.
No Brasil, não pode haver investidura vitalícia.
A separação dos poderes: Não pode ser objeto de emenda constitucional a proposta de
ingerência de um poder no outro, pois seria tendente a abolir a separação dos poderes.
Pelo princípio da separação dos poderes, as funções do Estado estão divididas entre o
Poder Legislativo, Poder Executivo, Poder Judiciário, que são independentes, mas
harmônicos entre si (art. 2º da CF).
Direitos e garantias individuais: Não pode ser objeto de emenda constitucional a
proposta tendente a abolir ou modificar os direitos e garantias individuais.
Os Direitos Individuais são uma espécie dos Direitos Fundamentais, juntamente com os
Direitos Sociais e os Direitos Políticos, mas somente os Direitos individuais e uma parte
dos Direitos políticos (voto e suas características) fazem parte das cláusulas pétreas,
estando de fora os Direitos Sociais.
O art. 7º, XXIX da CF teve 2 alíneas (que dispunham de forma mais favorável ao
trabalhador rural no que se refere à prescrição) revogadas pela EC 28/00. Como não
houve ADIN e nem manifestação do Supremo Tribunal Federal, conclui-se que há
possibilidade de supressão dos direitos sociais por emenda constitucional.
Corrente minoritária: Não pode ser objeto de emenda constitucional, pois é um direito
individual e há precedente no STF reconhecendo um direito individual, mesmo fora do
art 5º da CF.
Não há dúvida de que, por lei ordinária, não pode ser mudada a imputabilidade penal
para 16 anos.
Possibilidade de estender à pena de morte (exceção do artigo 5º, XLVII da CF), por
meio de emenda constitucional, aos crimes hediondos: Segundo a doutrina não é
possível, pois seria tendente a abolir o direito à vida (direitos individuais), mas por
consulta plebiscitária ao titular do poder constituinte originário sim. Desta forma não há
uma impossibilidade jurídica de ampliação da pena de morte, mas há impossibilidade
por reforma.