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Rio de Janeiro
2008
Marco Antonio Alencar de Mesquita
Prof. Orientador:
______________________________________
Rio de Janeiro
2008
MARCO ANTONIO ALENCAR DE MESQUITA
Professor-Orientador: ____________________________________________
Rio de Janeiro
ii
2008
iii
ABREVIAÇÕES
Resumo
Abstract
Palavras-Chave
Keywords
Introdução
O Brasil vive atualmente uma de sua fase de maior solidez econômica dos últimos
anos, tendo com um dos segredos para esse crescimento a grande abertura de crédito que,
crescentemente, inclui a grande massa no mercado de consumo, a reboque da maré de crédito
encorajada pelo governo, as instituições financeiras buscam cada vez mais o grande público
oferecendo crédito com cada vez mais facilidade ao grande público.
Com isso, passaram a ser apresentadas no judiciário fluminense lides nesse com
esse contexto, qual seja, pessoas que descobriam, muitas das vezes em lojas de departamento,
que estavam negativas por empréstimos ou compras realizadas em seu nome sem seu
conhecimento, sofrendo a restrição creditícia além de serem expostas a situações vexatórias.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO....................................................................................................................... v
1.2. Moeda-Mercadoria............................................................................................ 09
1.3. Metal....................................................................................................................09
1.3.2. Moedas
Antigas......................................................................................11
1.3.4. Moeda de
Papel.....................................................................................12
1.4.1. Padrão-
Ouro..........................................................................................13
1.5.4. República:
(1889) .................................................................................16
3.1.1.
Isonomia................................................................................................24
3.1.4. Da responsabilidade
objetiva...............................................................26
3.1.5. Do direito a
informação....................................................................27
3.1.6 – Da boa-fé.............................................................................................28
4. DOS ASPECTOS LEGAIS..............................................................................................31
5. DA PROTEÇÃO DO CONSUMIDOR – ESTUDO DE DIREITO COMPARADO.32
5.1. O Sistema de proteção ao consumidor na Argentina.....................................32
5.2. O Sistema de proteção ao consumidor Norte-Americano...............................33.
5.3. O Sistema de proteção ao consumidor em Portugal........................................33
5.4. O Sistema de proteção ao consumidor na Espanha.........................................35
5.5. O Sistema de proteção ao consumidor na Itália..............................................35
6. DO CONSUMIDOR POR EQUIPARAÇÃO.................................................................37
7. DO DIREITO DE INFORMAÇÃO................................................................................39
7.1. Do entendimento jurisprudencial ....................................................................39
7.2. Responsabilidade de informar..........................................................................40
7.2.1. Da responsabilidade solidária na informação.....................................40
7.2.2 – Da responsabilidade objetiva pela não informação...........................41
7.3 – Do terceiro fraudador......................................................................................41
7.4 – Da aplicação do CDC.......................................................................................41
8 – DO DIREITO DE INFORMAÇÃO DO CONSUMIDOR BYSTANDER................43
8.1 – O fato de terceiro como não exclui a responsabilidade do fornecedor..............43
9 – DA APLICAÇÃO PROCESSUAL................................................................................47
9.1 – Em face da instituição financeira.......................................................................45
9.2 – Em face do órgão restritivo de crédito...............................................................47
CONCLUSÃO.......................................................................................................................48
x
BIBLIOGRAFIA..................................................................................................................49
ANEXOS...............................................................................................................................51
11
1. EVOLUÇÃO HISTÓRICA
Nos primórdios da organização social, o Homem obtinha seus alimentos baseado
apenas no extrativismo1, utilizando-se dos recursos naturais disponíveis de forma
desorganizada e predatória.
Esse sistema arcaico, não visava à circulação econômica, mas apenas a simples
satisfação social, trazendo como objeto principal a troca de bens para consumo entre os clãs.
Assim, da pesca, seria retirado o necessário pelo clã que a realizou, sendo negociado o
excesso com outro clã que produziu qualquer outro tipo de produto, não importando o valor,
mas apenas a quantidade.
1.2. Moeda-Mercadoria
Com o passar do tempo, percebeu-se que alguns bens tinham maior importância
que outros, sendo assim, o sistema de escambo simples não seria justo.
1
Atividade de colheita manual de produtos de origem animal, vegetal ou natural.
2
Grupo constituído de pessoas com grau de parentesco que é definido pela descendência de um ancestral
comum.
3
Mera troca, baseada na necessidade mútua.
12
Nesse passo, era necessário que se criasse um instrumento que tivesse forma
unitária e valor pré-estabelecido, assim os produtos produzidos por todos seriam valorados e
assumiram a função de moeda, circulando ainda como elemento de troca, mas serviam para
avaliar o valor. Eram as moedas–mercadorias.
“O gado, principalmente o bovino, foi dos mais utilizados; apresentava vantagens de locomoção
própria, reprodução e prestação de serviços, embora ocorresse o risco de doenças e da morte.
O sal também foi utilizado como outra moeda–mercadoria; de difícil obtenção, principalmente em
áreas remotas, era muito utilizado na conservação de alimentos. Ambas as formas deixaram marca de sua
função como instrumento de troca em nosso vocabulário, pois, até hoje, empregamos palavras como pecúnia
(dinheiro) e pecúlio (dinheiro acumulado) derivadas da palavra latina pecus (gado). A palavra capital
(patrimônio) vem do latim capita (cabeça). Da mesma forma, a palavra salário (remuneração, normalmente em
dinheiro, devida pelo empregador em face do serviço do empregado) tem como origem a utilização do sal, em
Roma, para o pagamento de serviços prestados.” 4
1.3. Metal
O metal era trocado inicialmente sobre a forma bruta, entretanto, para ter maior
valor no mercado e fácil aceitação, logo foi negociado em forma de barras ou outras formas
que o metal era encontrado, como anéis, braceletes, ou seja, de todas as formas possíveis.
4
BANCO CENTRAL DO BRASIL. Brasília, DF, 2008. Disponível em: <http://www.bcb.gov.br/?
ORIGEMOEDA>. Acesso em: 29 set. 2008.
5
Acúmulos de riquezas
13
como a conhecemos hoje, com denominação de valor e assinatura do emitente para atestar a
validade e a pureza e a validade da moeda.
Com sua possibilidade de ajuste, era o metal servia de matéria prima para muitos
objetos, principalmente as vestimentas de guerra.
Porém, por ser necessária mão de obra especializada passou a ser o metal objeto
de cobiça, pois não estava ao alcance de todos.
A valorização do metal quanto moeda era cada vez maior, sendo ainda atribuído
grande valor de troca a outros objetos que poderiam ser fundidos e transformados em moedas
para circular com dinheiro.
6
Antes da Era Comum
7
Massa de metal exposta a alta temperatura que forma um retângulo de metal denso.
14
A confecção de moedas em ouro e prata foi durante muitos anos, sendo vinculadas
por seu valor comercial, ou seja, não havia valor da moeda, mas sem do metal. Assim, uma
moeda na qual haviam sido utilizados dez gramas de ouro, era trocada por mercadorias neste
mesmo valor.
Por ser maior o valor atribuído ao valor, o ouro era sempre utilizado para valores
maiores, sendo a prata e ao bronze os destinado a valores menores. Este sistema de valoração
se manteve durante muitos séculos, sendo abolido no século XVIII, outros metais e ligas
metálicas passaram a ser utilizados passando assim a moeda a ter valor estipulado pelo valor
específico da inscrição, não pelo metal utilizado.
Na Idade Média, criou-se a figura do ourives9, que quando mantinha sobre seu
poder o ouro in natura, emitia recibo que servia como garantia. Com o passar do tempo, os
recibos foram inseridos nas negociações, tudo para dinamizar a circulação dos valores.
8
Rei da Macedônia, entre 336 AEC até 323 AEC. Considerado uma dos maiores conquistadores do mundo.
9
Profissional dedicado a fundir, modelar, concertar ou fabricar peça em ouro.
15
Vendo que o curso do papel-moeda foi aceito, os líderes das nações passam a
organizar a emissão desse título de crédito. Assim, exercendo seu poder de Estado, garantindo
o seu pagamento.
1.4.1. Padrão-ouro
10
Povo da região de Gênova (Itália), cidade pólo do comércio Europeu entre os séculos XII até XIV, por ser
banhada pelo Mar Mediterrâneo.
16
11
Moeda da época em Portugal que antecedeu o escudo Português.
12
Plural popular naquele tempo para o Real.
13
Retirada do bem in natura, nesse período específico, a maior extração era do pau-brasil.
14
O País era responsável por 59% da produção mundial de Ouro.
15
Criada na cidade de Salvador na Bahia, por D. Pedro II, rei de Portugal entre 1667-1706, em 08 de Março de
1694.
17
Com a vinda da nobreza para Brasil, entre outras medidas adotadas imediatamente
para deixar a colônia com características de Reino Unido a Portugal, fez-se necessária a
criação do Banco do Brasil, através do alvará em 12/10/1808, a criação do Banco do Brasil
objetivava ser instrumento para levantamento de recursos.
Porém, deve-se frisar que tais créditos iniciais visavam cobrir os gastos excessivos
da Coroa, pois estes sempre superavam a arrecadação. Com as sucessivas despesas da
administração régia, e com o acúmulo do déficit, a partir de 1817, os títulos do Banco do
Brasil, começaram a perder a credibilidade e sua desvalorização era eminente.
16
Crédito esse que objetivava a circulação de papéis do Banco, gerando receita inicial com tais emissões.
18
O período imperial no Brasil foi iniciado meio a uma crise, pois havia
dificuldades de organizar a nova nação. Os gastos necessários para garantir esta organização
ocasionaram na diminuíram a quantidade de ouro e prata que circulavam, sendo substituídos
pelo cobre.
No século XIX, a expansão econômica para a nova nação exigia uma atitude mais
rápida que garantisse a distribuição das riquezas em todo o território. Para garantir esse
processo de bancos de diversas cidades brasileiras passaram a emitir dinheiro, garantindo
assim que os valores chegassem mais rápidos em todo o território nacional.
A influência social geradas pelo acesso ao crédito tem reflexo direto na economia
do país, trazendo assim aumento no campo do consumo.
17
Sigla de produto interno bruto que é o total de riquezas produzidas no país.
18
ONU, Organização das Nações Unidas, 2008. Disponível em: <http://www.un.org>. Acesso em: 15 Set. 2008.
21
Fonte: BNDES19
Vemos com isso que o crédito ao consumidor é benéfico ao país, entretanto tem
um impacto social fortíssimo, principalmente pela facilitação de fraudes, tendo em vista o
aumento do crédito e avidez da instituição financeira em aumentar a todo o custo as suas
margens de investimento.
19
BNDES - BNDES – Visão do Desenvolvimento, Nº 2 – 29/06/2006 (Gráfico de Origem do Banco Central do
Brasil (*) Inclui Indústria, Comércio, Serviços e Pessoa Física.).
20
Projeto de Lei nº 1.485/07, que institui multa diária de R$ 800,00, as instituições financeiras que abordarem
transudes nas ruas de Belo Horizonte - MG.
22
Frisa-se que as empresas de crédito vêm se utilizando, cada vez mais, de meios de
oferecimento de crédito sem qualquer cuidado mínimo visando apenas à proliferação de
contratos, sendo certo que tal facilidade traz consigo riscos as instituições financeiras.
Tal fenômeno do acesso ao crédito e suas conseqüências social pode ser verificada
no judiciário fluminense pelo crescente número de demandas interpostas em face das
instituições financeiras, ilustrando a informação acima, frisa-se que dentre as vinte empresas
mais acionas nos Juizados Especiais Cíveis do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro em 2008,
nove são instituições financeiras.
21
CORREGEDORIA. Tribuna de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, 2008. Disponível em:
<http://www.tj.rj.gov.br/cgj/servicos/estatisticas/top30.html >. Acesso em: 10 Out. 2008.
23
22
Juizado Especial Cível criado pela lei 9.099/95, tendo com base os princípios da celeridade e economia
processual.
23
CORREGEDORIA Tribuna de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, 2008. Disponível em:
<http://www.tj.rj.gov.br/cgj/servicos/estatisticas/top30/pizza.jpg>. Acesso em: 10 Out. 2008
24
Tais reflexos sociais serão apresentados no próximo capítulo, sobre a ótica dos
princípios que regem o código de defesa do consumidor, pois veremos que os aspectos sociais
estão além de dispostos na legislação infraconstitucional, também na Constitucional.
24
Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos
danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações
insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.
§ 1° O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança que o consumidor dele pode esperar, levando-se em
consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais:
I - o modo de seu fornecimento;
II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam;
III - a época em que foi fornecido.
25
Art. 17. Para os efeitos desta Seção, equiparam-se aos consumidores todas as vítimas do evento.
26
Consumidor bystander é o consumidor equiparado – “Logo, basta ser ‘vítima’ de um produto ou serviço para
ser privilegiado com a posição de consumidor legalmente protegido pelas normas sobre responsabilidade
objetiva pelo fato do produto presentes no CDC” – (MARQUES, p. 292).
25
Como toda a norma jurídica, a lei nº 8.078/90, tem por bases conceitos
e princípios que o fundamentam.
Assim, podemos perceber que não basta a determinação legal para o legislador
infraconstitucional regulamentar a norma jurídica, é necessário se faz buscar nas fontes
necessárias para regulamentar corretamente a norma, pois o legislador infraconstitucional
necessita recorrer a idéia original do legislador originário, para melhor legislar, indo assim até
a fonte do direito, que conforme define José Cretella Júnior:
"Fonte é o vocábulo que designa concretamente o lugar onde brota alguma coisa,
como fonte d'água ou nascente. Usada metaforicamente, por translação de sentido,
a expressão fonte do direito indica o lugar de onde provém a norma jurídica, donde
nasce regra jurídica que ainda não existia na sociedade humana. O termo fonte
cria uma metáfora bastante precisa, porque remontar à fonte de um rio é procurar
o lugar de onde suas águas saem da terra.” (CRETELLA, p.76)
Estudar a fonte é antes de tudo ir até a origem da norma primária que regerá a
jurídica, trazendo assim, a característica principal, no nosso caso, a realidade do consumidor.
O CDC tem com núcleo, a defesa e a proteção do consumidor, tal proteção está
presente em vários aspectos: sociais, econômicos, informativos, quanto à saúde, quanto às
obrigações, quanto às cobranças, entre outros, que devem ser respeitados pelo fornecedor de
produto ou serviço.
27
Código de Defesa do Consumidor – Lei nº 8.078/90 de 11 de setembro de 1990.
26
3.1.1 – Isonomia
Com isso vemos que a isonomia é um principio que visa igualar o patamar entre o
consumidor e o fornecedor de serviço ou produto, trazendo assim a igualdade legal que deve
ser respeitada a igualdade, prevista na Constituição Federal, no seu art. 5º, caput.30
28
A Magna Carta (significa "Grande Carta" em latim), cujo nome completo é Magna Carta Libertatum seu
Concordiam inter regem Johannen at barones pro concessione libertatum ecclesiae et regni angliae (Grande
Carta das liberdades, ou Concórdia entre o Rei João e os Barões para a outorga das liberdades da Igreja e do rei
Inglês), é um documento do ano de 1.215 que limitou o poder dos monarcas Ingleses, especialmente o do Rei
João, conhecido como “João sem terra”, que o assinou, impedindo assim o exercício do poder absoluto. Resultou
de desentendimentos entre João, o Papa e os barões ingleses acerca das prerrogativas do soberano. Segundo os
termos da Magna Carta, João deveria renunciar a certos direitos e respeitar determinados procedimentos legais,
bem como reconhecer que a vontade do rei estaria sujeita à lei. Considera-se a Magna Carta o primeiro capítulo
de um longo processo histórico que levaria ao surgimento do constitucionalismo, sendo tal termo utilizado para
designar as Constituições.
29
Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o atendimento das necessidades dos
consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a
melhoria da sua qualidade de vida, bem como a transparência e harmonia das relações de consumo, atendidos os
seguintes princípios:
I - reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no mercado de consumo;
30
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
27
“(...) é justamente a possibilidade de o juiz considerar provados os fatos alegados pelo consumidor,
desde as afirmações sejam verossímeis (coerentes, plausíveis, razoáveis) ou ficar evidente a dificuldade de
produzir determinada prova (hipossuficiência). Caberá ao fornecedor, para não perder a causa, demonstrar o
contrário, ou seja, que os fatos não ocorrem como alegado pelo consumidor na ação.”33
34
Art. 6º São direitos básicos do consumidor:
IV - a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais coercitivos ou desleais, bem como
contra práticas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos e serviços;
35
Art. 1° O presente código estabelece normas de proteção e defesa do consumidor, de ordem pública e interesse
social, nos termos dos arts. 5°, inciso XXXII, 170, inciso V, da Constituição Federal e art. 48 de suas
Disposições Transitórias.
36
Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos
danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações
insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.
29
A proteção trazida pelos artigos 6º, IV37 e 51 da lei 8.078/9038, tem o objetivo de
evitar retrocessos, tendo em vista que a transparência nas relações de consumo devem ser a
ser regra nas relações social, para manter o equilíbrio social e a confiança do mercado,
devemos citar, que a permissão de cláusulas abusivas ou onerosas ao consumidor seriam um
retorno ao tempo de insegurança jurídica nas relações contratuais.
37
Art. 6º São direitos básicos do consumidor:
IV - a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais coercitivos ou desleais, bem como
contra práticas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos e serviços;
38
Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de produtos
e serviços que:
I - impossibilitem, exonerem ou atenuem a responsabilidade do fornecedor por vícios de qualquer natureza dos
produtos e serviços ou impliquem renúncia ou disposição de direitos. Nas relações de consumo entre o
fornecedor e o consumidor pessoa jurídica, a indenização poderá ser limitada, em situações justificáveis;
II - subtraiam ao consumidor a opção de reembolso da quantia já paga, nos casos previstos neste código;
III - transfiram responsabilidades a terceiros;
IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o consumidor em desvantagem
exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou a eqüidade;
V - (Vetado);
VI - estabeleçam inversão do ônus da prova em prejuízo do consumidor;
VII - determinem a utilização compulsória de arbitragem;
VIII - imponham representante para concluir ou realizar outro negócio jurídico pelo consumidor;
IX - deixem ao fornecedor a opção de concluir ou não o contrato, embora obrigando o consumidor;
X - permitam ao fornecedor, direta ou indiretamente, variação do preço de maneira unilateral;
XI - autorizem o fornecedor a cancelar o contrato unilateralmente, sem que igual direito seja conferido ao
consumidor;
XII - obriguem o consumidor a ressarcir os custos de cobrança de sua obrigação, sem que igual direito lhe seja
conferido contra o fornecedor;
XIII - autorizem o fornecedor a modificar unilateralmente o conteúdo ou a qualidade do contrato, após sua
celebração;
XIV - infrinjam ou possibilitem a violação de normas ambientais;
XV - estejam em desacordo com o sistema de proteção ao consumidor;
XVI - possibilitem a renúncia do direito de indenização por benfeitorias necessárias.
§ 1º Presume-se exagerada, entre outros casos, a vontade que:
I - ofende os princípios fundamentais do sistema jurídico a que pertence;
II - restringe direitos ou obrigações fundamentais inerentes à natureza do contrato, de tal modo a ameaçar seu
objeto ou equilíbrio contratual;
III - se mostra excessivamente onerosa para o consumidor, considerando-se a natureza e conteúdo do contrato, o
interesse das partes e outras circunstâncias peculiares ao caso.
§ 2° A nulidade de uma cláusula contratual abusiva não invalida o contrato, exceto quando de sua ausência,
apesar dos esforços de integração, decorrer ônus excessivo a qualquer das partes.
§ 3° (Vetado);
§ 4° É facultado a qualquer consumidor ou entidade que o represente requerer ao Ministério Público que ajuíze a
competente ação para ser declarada a nulidade de cláusula contratual que contrarie o disposto neste código ou de
qualquer forma não assegure o justo equilíbrio entre direitos e obrigações das partes.
30
3.1.6 – Da boa-fé
39
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor;
31
40
“Normas constitucionais de eficácia indireta, de princípios, são aquelas que estabelecem orientações gerais.”
– TAVARES, 2007, p. 82.
41
Constituição Federal de 1988.
42
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético,
histórico, turístico e paisagístico;
43
Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:
II - zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública aos direitos assegurados
nesta Constituição, promovendo as medidas necessárias a sua garantia;
III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio
ambiente e de outros interesses difusos e coletivos;
44
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim
assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:
V - defesa do consumidor;
45
Denominação dada em discurso pelo Presidente da Assembléia Nacional Constituinte, Ulysses Guimarães, em
27 de Julho de 1988.
32
Não obstante ao prazo concedido pelo referido artigo, 120 dias, a norma
jurídica só teve sua publicação em 11 de Setembro de 1990, finalmente iniciando a
regulamentação dos dispositivos constitucionais.
Ainda sobre o prisma Constitucional, nos trás o artigo 150, §5º, que a informação
também era uma das formas de demonstrar a preocupação com o consumidor:
Com isso vemos que a lei nº 8.078/90, que vem regulamentar as relações de
consumo no país tem sua origem na Constituição Federal, trazendo para a norma
infraconstitucional a “proclamada presença do Estado no mercado de consumo”
(FILOMENO, 2007, p. 13), trazendo assim maior complexidade na análise da matéria, sendo
elevada, inclusive a direito fundamental, o que a rigor, deixou mais rígida a sua modificação,
conforme própria determinação Constitucional.48
48
Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:
§ 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:
IV - os direitos e garantias individuais.
34
“Artículo. 1.° [Objeto] La presente ley tiene por objeto la defesa de los
consumidores y usuários. Se considera consumidores o usuários, las personas
físicas o jurídicas que contratam a título oneroso para su consumo final o de su
grupo familiar o social; a) la adquisición o lacación de cosas muebles; b) la
prestación de serviços; c) la aquisición de inmuebles nuevos destinados a vivienda.
Incluso lo lotes de terreno adquiridos com el mismo fin, cuando la oferta sea
pública y dirigida a persona indeterminada.”49
49
Ley de Defesa Del consumidor, nº 24.420 de 13/10/1993, artigo 1º. - CASADO, 2006, p. 53
50
ARGENTINA, Constituição Argentina, art. 42.
<http://www.senado.gov.ar/web/interes/constitucion/cuerpo1.php> acesso 03 de Nov.2008.
35
Outro aspecto relevante da ley nº 24.240, é que seu artigo 2º prevê a aplicação desta as
instituições financeira, sendo uníssona a jurisprudência nesse sentido:
Conforme exposto o Código Civil português veda a usura, ainda mais, se esta se
origina a ausência de informação ao consumidor, sendo aplicado ao contrato para manter a
limitação aplica-se o percentual de 3% a 5%52.
Outro aspecto relevante da legislação lusitana, é que por não ter legislação
específica, traz como norma penal ao que se beneficia da usura a prisão53, sendo a mesma
iniciada pela queixa do ofendido sendo, portanto de caráter privado, o que não poderia ocorrer
no Brasil, tendo em vista que a legislação pátria determina que a proteção do ao consumidor é
de ordem pública54.
52
Artigo 1.146º (Usura)
1. É havido como usurário o contrato de mútuo em que sejam estipulados juros anuais que excedam os juros
legais, acrescidos de 3% ou 5%, conforme exista ou não garantia real.
2. É havida também como usurária a cláusula penal que fixar como indemnização devida pela falta de restituição
de empréstimo, relativamente ao tempo de mora, mais do que o correspondente a 7% ou a 9% acima dos juros
legais, conforme exista ou não garantia real.
3. Se a taxa de juros estipulada ou o montante da indemnização exceder o máximo fixado nos números
precedentes, considera-se reduzido a esses máximos, ainda que seja outra a vontade dos contraentes.
4. O respeito dos limites máximos referidos neste artigo não obsta à aplicabilidade dos artigos 282º a 284º.
(Redacção do Dec.-Lei 262/83, de 16-6)
53
Artigo 226º (Usura)
1 - Quem, com intenção de alcançar um benefício patrimonial, para si ou para outra pessoa, explorando situação
de necessidade, anomalia psíquica, incapacidade, inépcia, inexperiência ou fraqueza de carácter do devedor, ou
relação de dependência deste, fizer com que ele se obrigue a conceder ou prometa, sob qualquer forma, a seu
favor ou a favor de outra pessoa, vantagem
pecuniária que for, segundo as circunstâncias do caso, manifestamente desproporcionada com a
contraprestação é punido com pena de prisão até 2 anos ou com pena de multa até 240 dias.
2 - A tentativa é punível.
3 - O procedimento criminal depende de queixa.
4 - O agente é punido com pena de prisão até 5 anos ou com pena de multa até 600 dias se:
a) Fizer da usura modo de vida;
b) Dissimular a vantagem pecuniária ilegítima exigindo letra ou simulando contrato; ou
c) Provocar conscientemente, por meio da usura, a ruína patrimonial da vítima.
5 - As penas referidas nos números anteriores são especialmente atenuadas ou o facto deixa de ser punível se o
agente, até ao início da audiência de julgamento em 1ª instância:
a) Renunciar à entrega da vantagem pecuniária pretendida;
b) Entregar o excesso pecuniário recebido, acrescido da taxa legal desde o dia do recebimento; ou
c) Modificar o negócio, de acordo com a outra parte, em harmonia com as regras da boa fé.
(Código Penal Português)
54
Art. 1° O presente código estabelece normas de proteção e defesa do consumidor, de ordem pública e interesse
social, nos termos dos arts. 5°, inciso XXXII, 170, inciso V, da Constituição Federal e art. 48 de suas
37
“Artículo 51.
1. Los poderes públicos garantizarán la defensa de los consumidores y usuarios,
protegiendo, mediante procedimientos eficaces, la seguridad, la salud y los
legítimos intereses económicos de los mismos.
2. Los poderes públicos promoverán la información y la educación de los
consumidores y usuarios, fomentarán sus organizaciones y oirán a éstas en las
cuestiones que puedan afectar a aquéllos, en los términos que la ley establezca.
3. En el marco de lo dispuesto por los apartados anteriores, la ley regulará el
comercio interior y el régimen de autorización de productos comerciales.”55
Se vi è sproporzione tra la prestazione (att.166) di una parte e quella dell'altra, e la sproporzione è dipesa dallo
stato di bisogno di una parte, del quale l'altra ha approfittato per trarne vantaggio, la parte danneggiata può
domandare la rescissione del contratto.
L'azione non è ammissibile se la lesione non eccede la metà del valore che la prestazione eseguita o promessa
dalla parte danneggiata aveva al tempo del contratto.
Non possono essere rescissi per causa di lesione i contratti aleatori (1934, 1970).
Sono salve le disposizioni relative alla rescissione della divisione (761 e seguenti).”56
Disposições Transitórias.
55
ESPANHA, Constituição Espanhola,
<http://www.tribunalconstitucional.es/constitucion/consti03.html#capit5> acesso 03 de Nov. 2008.
56
ITÁLIA, Código Civil, <http://www.jus.unitn.it/cardozo/Obiter_Dictum/codciv/Lib4.htm> Acesso em 03 de
Nov. 2008.
38
Com estudo comparado, verificamos que a legislação brasileira é uma das mais
modernas do mundo, tendo em vista ser um microssistema jurídico específico, que trata todos
os aspectos inerentes ao assunto, pois, apenar de outras nações elevarem a proteção ao
consumidor em suas constituições, ou criarem princípios que proíbem a vantagem excessiva,
nenhuma delas legislou objetivamente sobre o tema.
O CDC nos mostra o consumidor stricto sensu, que é a pessoa física ou jurídica
que é o objetivo fim da relação de consumo57.
Porém, o CDC através dos artigos 2º, parágrafo único, 17 e 19, trouxe a
categoria de consumidor por equiparação, vejamos:
“Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto
ou serviço como destinatário final.
(...)
Art. 17. Para os efeitos desta Seção, equiparam-se aos consumidores todas as
vítimas do evento.
(...)
Art. 29. Para os fins deste Capítulo e do seguinte, equiparam-se aos consumidores
todas as pessoas determináveis ou não, expostas às práticas nele previstas.”
Dentro desse contexto, podemos dar como exemplo a vítima de fraude, que nunca
realizou a contratação do serviço de crédito, porém, sofreu restrição creditícia, estamos diante
de uma hipótese que possibilita a equiparação do consumidor, pois não houve manifestação
de vontade em contratar pelo consumidor, contudo, houve contratação (fraudulenta).
57
Conceito trazido pelo art. 2º da lei nº 8.078/90:
Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário
final.
Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja
intervindo nas relações de consumo.
40
7 – DO DIREITO DE INFORMAÇÃO
58
Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o atendimento das necessidades dos
consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a
melhoria da sua qualidade de vida, bem como a transparência e harmonia das relações de consumo, atendidos os
seguintes princípios:
I - reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no mercado de consumo;
41
Conforme previsão do artigo 43, §2º do CDC59 o consumidor lato sensu tem
direito a informação antecipada sobre inclusões em sistemas de proteção de crédito, ou
qualquer outro sistema de arquivo de dados. O mesmo deve ser aplicado ao consumidor
comparado, tendo em vista a norma consumerista assim determinar.
Deve-se frisar, que na hipótese de crédito cedido à pessoa estranha, não exime de
responsabilidade da instituição financeira solidariamente com o órgão restritivo de crédito,
pois estes deveriam ter se cercado de cuidados necessários para evitar as fraudes ocorridas,
gerando conseqüentemente restrições indevidas.
59
Art. 43. O consumidor, sem prejuízo do disposto no art. 86, terá acesso às informações existentes em
cadastros, fichas, registros e dados pessoais e de consumo arquivados sobre ele, bem como sobre as suas
respectivas fontes.
§ 2° A abertura de cadastro, ficha, registro e dados pessoais e de consumo deverá ser comunicada por escrito ao
consumidor, quando não solicitada por ele.
60
Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como
destinatário final.
61
Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja
intervindo nas relações de consumo.
42
Com isso percebemos que em uma sociedade de consumo, o abalo de crédito traz
um efeito extremamente danoso ao consumidor.
Para sanar tal problema, o legislador trouxe para a seara da relação de consumo
tais hipóteses, pois há a facilitação do ônus probatório, a responsabilidade objetiva o direito
de informação prévia antes da restrição creditícia, informação detalhada de contratos de
outorga de crédito, entre outros.
62
Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos
danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações
insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.
63
Art. 333. O ônus da prova incumbe:
I - ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito;
44
64
Art. 43. O consumidor, sem prejuízo do disposto no art. 86, terá acesso às informações existentes em
cadastros, fichas, registros e dados pessoais e de consumo arquivados sobre ele, bem como sobre as suas
respectivas fontes.
§ 1° Os cadastros e dados de consumidores devem ser objetivos, claros, verdadeiros e em linguagem de fácil
compreensão, não podendo conter informações negativas referentes a período superior a cinco anos.
§ 2° A abertura de cadastro, ficha, registro e dados pessoais e de consumo deverá ser comunicada por escrito ao
consumidor, quando não solicitada por ele.
§ 3° O consumidor, sempre que encontrar inexatidão nos seus dados e cadastros, poderá exigir sua imediata
correção, devendo o arquivista, no prazo de cinco dias úteis, comunicar a alteração aos eventuais destinatários
das informações incorretas.
§ 4° Os bancos de dados e cadastros relativos a consumidores, os serviços de proteção ao crédito e congêneres
são considerados entidades de caráter público.
§ 5° Consumada a prescrição relativa à cobrança de débitos do consumidor, não serão fornecidas, pelos
respectivos Sistemas de Proteção ao Crédito, quaisquer informações que possam impedir ou dificultar novo
acesso ao crédito junto aos fornecedores.
65
Art. 52. No fornecimento de produtos ou serviços que envolva outorga de crédito ou concessão de
financiamento ao consumidor, o fornecedor deverá, entre outros requisitos, informá-lo prévia e adequadamente
sobre:
I - preço do produto ou serviço em moeda corrente nacional;
II - montante dos juros de mora e da taxa efetiva anual de juros;
III - acréscimos legalmente previstos;
IV - número e periodicidade das prestações;
V - soma total a pagar, com e sem financiamento.
§ 1° As multas de mora decorrentes do inadimplemento de obrigações no seu termo não poderão ser superiores a
dois por cento do valor da prestação.
§ 2º É assegurado ao consumidor a liquidação antecipada do débito, total ou parcialmente, mediante
redução proporcional dos juros e demais acréscimos.
46
9 – DA APLICAÇÃO PROCESSUAL
47
Deve-se ressaltar que a restrição aconteceu sem devida informação, por culpa
exclusiva do reclamado, que não pode alegar fato de terceiro para eximir-se de
responsabilidade.
68
BRASIL, Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, 13ª Vara Cível da Capital, Ação indenizatória c/c
reparação de danos, Delourdes Lopes da Silva x Losango Promotora de Vendas LTDA, 2006.001.061635-4,
Procedência da Ação, Julgadora: LEDIR DIAS DE ARAUJO, Diário Oficial em 15 de Setembro de 2006. p.
211/212.
49
69
“Nesses casos, diante a evidente abusividade empreendida na manipulação do contrato verificando o
inadimplemento da obrigação, a informação é encaminhada aos Serviços de Proteção ao Crédito lastreada em
dados absolutamente potestativos, pois, remotamente, milita contra o consumidor apenas uma presunção de
existência da dívida, mas na prática, o seu nome é lançado no rol dos inadimplentes como se verdade absoluta
fosse.” (COVIZZI, 2000. p. 69).
70
Art. 43. O consumidor, sem prejuízo do disposto no art. 86, terá acesso às informações existentes em
cadastros, fichas, registros e dados pessoais e de consumo arquivados sobre ele, bem
§ 2° A abertura de cadastro, ficha, registro e dados pessoais e de consumo deverá ser comunicada por escrito ao
consumidor, quando não solicitada por ele.
71
Art. 43. O consumidor, sem prejuízo do disposto no art. 86, terá acesso às informações existentes em
cadastros, fichas, registros e dados pessoais e de consumo arquivados sobre ele, bem como sobre as suas
respectivas fontes.
§ 3° O consumidor, sempre que encontrar inexatidão nos seus dados e cadastros, poderá exigir sua imediata
correção, devendo o arquivista, no prazo de cinco dias úteis, comunicar a alteração aos eventuais destinatários
das informações incorretas.
72
BRASIL, Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, 20ª Câmara Cível da Capital, Apelação, Clube de
Diretores Lojistas do Rio de Janeiro CDL/RJ x Anderson Silva Salazar, 207.001.33044, Reforma parcial no
acórdão minorando o quantum indenizatório, Julgadora: Desembargadora Odete Knaack de Souza, Publicado no
Diário Oficial em 03 de Agosto de 2007. p. 49.
50
A nova lei, sob o ponto de vista prático, trouxe ao consumidor por equiparação a
garantia de direitos ao consumidor principal, dentre elas a informação prévia sobre anotação
juntos aos órgãos restritivos de crédito.
Com isso, ficou evidenciada que a relação bancária não só é uma relação de
consumo nos moldes do CDC, mas também que há a responsabilidade de informação entre a
instituição financeira e o órgão restritivo de crédito, uma vez que este publica dados enviados
pela instituição.
ONU - Organização das Nações Unidas, 2008. Disponível em: <http://www.un.org>. Acesso
em: 15 Set. 2008.
CORREGEDORIA Tribuna de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, 2008. Disponível em: <
http://www.tj.rj.gov.br/cgj/servicos/estatisticas/top30/pizza.jpg>. Acesso em: 10 Out. 2008
CRETELLA JÚNIOR, José, Primeiras Lições de Direito, Rio de Janeiro, Editora Forense,
1984.
TAVARES, André Ramos – Curso de Direito Constitucional, São Paulo, Ed. Saraiva, 2007.
BRASIL. Código de processo civil, 5.869/73, do Diário Oficial da União, Brasília, DF, 17
Jan. 1973.
BESSA, Leonardo Roscoe. O consumidor e seus direitos, ao alcance de todos. Brasília: Ed.
Brasília Jurídica, 2006.
FILOMENO, José Geraldo Brito, Manual de direitos do consumidor, São Paulo, Editora Atlas
S.A, 2007.
Anexos
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Ficha Cadastral
Matrícula: 05203607
Identidade: 20.181.390-4
CPF: 100.122.967-32
Endereço: Rua João de Magalhães, n° 60, Casa 02, Bonsucesso, Rio de Janeiro/RJ CEP.
21.042-190.
E-mail:marco.mesquita@rdfadvogados.com.br