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A Terceira Turma do Tribunal Superior do Trabalho reconheceu a competência da

Justiça do Trabalho para julgar ação proposta por um trabalhador temporário do Estado
do Piauí, em que pedia o pagamento do FGTS e o reconhecimento do vínculo de
emprego com o estado.

Segundo a petição inicial, o trabalhador foi contratado, sem concurso público, pelo
Estado do Piauí em março de 1996 para exercer a função de auxiliar administrativo em
um hospital estadual.

Contudo, em dezembro de 2007, foi dispensado sem receber nenhum direito trabalhista.

O auxiliar administrativo, então, propôs ação trabalhista, requerendo o pagamento do


FGTS e do reconhecimento do vínculo empregatício com o Estado do Piauí. O
trabalhador requereu a aplicação da Súmula n° 363 do TST, segundo a qual, ao servidor
público contratado sem concurso, somente lhe é conferido o direito ao número de horas
trabalhadas, respeitado o valor da hora do salário-mínimo, e dos valores referentes aos
depósitos do FGTS.

Contudo, ao analisar a ação, o juízo de primeiro grau acolheu o questionamento


preliminar do ente público quanto à incompetência da Justiça do Trabalho para julgar o
caso. Com isso, o juiz determinou a remessa dos autos à Justiça Comum. Para o juiz, a
relação entre o auxiliar e o estado foi de natureza jurídico-administrativa, não submetida
ao regime da CLT.

O trabalhador, então, recorreu ao Tribunal Regional do Trabalho da 22ª Região (PI), que
reformou a sentença. Segundo o TRT, a competência é definida pelo pedido e pela
causa de pedir. Nesse caso, destacou o acórdão Regional, é da Justiça Trabalhista a
competência para julgar o caso, pois os pedidos do auxiliar foram referentes a parcelas
típicas de uma relação de emprego.

Inconformado, o Estado do Piauí interpôs recurso de revista ao TST, reafirmando a


incompetência da justiça trabalhista, tendo por base a decisão do Supremo Tribunal
Federal (STF) no Recurso Extraordinário n° 573.2002. Nesse julgado, o STF entendeu
que compete à Justiça Comum o julgamento de causas instauradas entre o Poder Público
e seus servidores submetidos a regime especial disciplinado por lei local editada antes
da Constituição Federal de 1988. Seguindo esse entendimento, o Estado do Piauí
argumentou que o trabalhador estava sob a égide do regime Administrativo Estatutário
instituído por leis estaduais, o que afastaria a competência da Justiça do Trabalho para
apreciar o caso.

Entretanto, o relator do recurso na Terceira Turma, ministro Horácio de Senna Pires,


entendeu que a decisão do TRT não violou o artigo 114 da Constituição Federal –
dispositivo que trata da competência da Justiça do Trabalho -, conforme alegado pelo
Estado do Piauí no recurso de revista. Pelo contrário. Segundo o ministro, a ação de fato
decorreu de uma relação de emprego e reivindicou direitos previstos na CLT, atraindo a
competência da Justiça do Trabalhista.

Assim, a Terceira Turma, ao seguir o voto do relator, decidiu, por unanimidade, não
conhecer do recurso de revista do Estado do Piauí. (RR-81000-64.2009.5.22.0003)
Llll

O Supremo Tribunal Constitucional (STF) tem seguido o entendimento da liminar proferida na


ADI 3.395 , no sentido de que o inciso I do artigo 114, teve suspensa toda e qualquer
interpretação que insira "na competência da Justiça do Trabalho, a apreciação de causas
instauradas entre o Poder Público e seus servidores, a eles vinculados por típica relação de
ordem estatutária, ou de caráter jurídico-administrativo (enquanto essa última é de Direito
singelamente administrativo, a relação estatutária é de Direito Constitucional-Administrativo a
um só tempo)".

Diário Online nº 31618 de 05/03/2010


 
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Diário Online nº 31409 de 30/04/2009
 
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DIÁRIO OFICIAL Nº. 31409 de 30/04/2009

SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO


DISTRATOS DE SERVIDOR TEMPORÁRIO

GOVERNO DO ESTADO DO PARÁ


SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO
DISTRATO DE SERVIDORES TEMPORÁRIOS A CONTAR DE 30.04.2009

612/2010 Tribunal Regional do Trabalho da 15ª REGIÃO 558


Data da divulgação: Quinta-feira, 25 de Novembro de 2010
consequências advindas da existência do desemprego estrutural,
bem como as dificuldades econômicas e sociais patentes em nosso
país.Nesse sentido, já se pronunciou o C. TST, cujo trecho do
aresto, passo a transcrever, in verbis: ‘Trata-se de verificar se a
ausência de anotação da CTPS constitui justa causa a ensejar a
rescisão indireta, nos termos do art. 483, d , da Consolidação das
Leis do Trabalho. Ressalte-se que a anotação da CTPS é obrigação
legal do empregador, pelo que configurou-se o ato faltoso por parte
deste. Embora o Reclamante não tenha se insurgido de forma
imediata, deixando transcorrer tempo razoável entre o
inadimplemento e o momento de promover a resilição do contrato
de trabalho, não é aplicável à espécie o princípio da imediatidade,
aplicado ao empregador, pois trata-se de hipótese diversa. Destarte,
a analogia com hipótese diversa implicaria logicamente em falsa
analogia. Na hipótese, deve aplicar-se o princípio da
hipossuficiência. Isto porque o empregado é obrigado a submeter-
se a certas condições, por um período de tempo, ainda que lhe
provoquem prejuízo, com o objetivo único de preservar seu posto de
trabalho. Entender isso como perdão tácito, como pretende o
empregador, que não se encontra nas mesmas condições do
empregado, implicaria forçar por demais uma analogia com hipótese
absolutamente diversa. Ressalte-se também, consoante já bem
observado pela decisão recorrida, a ausência de anotação da CTPS
não implica mera infração administrativa. Pelo contrário, causa
inúmeros e significativos prejuízos ao trabalhador, pois, além da
inobservância dos seus direitos, o prejudica na comprovação do
tempo de serviço para fins de aposentadoria. Destarte, a aceitação
dessa situação, por parte do empregado, pode ser entendida
unicamente em face da preocupação em manter seu emprego.
Assim, se o Reclamante continuou a trabalhar normalmente sem
carteira assinada, por certo tal fato não decorreu da aceitação de
maneira pacífica a modificação ou inexecução das cláusulas
contratuais. A reação rápida, assim que tenham ciência do
inadimplemento culposo, na hipótese de empregado que tenta
manter seu emprego, não implica renúncia tácita ao seu direito de
resilir o contrato, pois este não pode sequer ser considerado seu
objetivo, nem implica o armazenamento de faltas para serem
retiradas e invocadas a qualquer momento. (TST, RR - 237/1993-
010-15-85, Ministro JOSÉ SIMPLICIANO FONTES DE F.
FERNANDES, DJ – 28/11/2003) E mais: RESCISÃO INDIRETA DO
CONTRATO DE TRABALHO. FALTA DE REGISTRO DA CTPS DA
RECLAMANTE. De acordo com a jurisprudência sedimentada nesta
Corte, a falta de anotação da CTPS do empregado configura-se
justa causa ensejadora da rescisão indireta do contrato de trabalho.
No caso concreto, embora a empregada não se tenha insurgido de
forma imediata, deixando transcorrer longo espaço de tempo entre o
inadimplemento e o momento de promover a rescisão do contrato
de trabalho, não se pode considerar como perdão tácito, por parte
do trabalhador, não se aplicando, ao caso concreto, o princípio da
imediatidade, e sim o princípio da hipossuficiência, porque a
aceitação dessa situação, por parte do empregado, deve ser
entendida unicamente em razão da preocupação de zelar pelo bem
maior, que é, sem dúvida, a manutenção do seu emprego. Recurso
de revista conhecido e não provido neste tópico” (RR - 1309/2003-
026-12-00, 2ª Turma, Relator Ministro Vantuil Abdala, DJ –
03/10/2008). Por conseguinte, analisando de forma criteriosa a
situação trazida à baila, inclusive sob a égide dos princípios
constitucionais da dignidade da pessoa humana e dos valores
sociais do trabalho, reconheço a rescisão indireta do contrato de
emprego, nos termos do art. 483, d, da CLT. (...) Concluo, pois, pelo
reconhecimento da extinção do contrato de emprego, por justa
causa cometida pela empregadora e, ato contínuo, reformo a r.
sentença de origem para condená-la ao pagamento de aviso prévio
indenizado e indenização rescisória de 40% sobre o FGTS, bem
como à integração dos reflexos do aviso prévio em 13º salário
proporcional, em férias, acrescidas de 1/3, em FGTS e indenização
rescisória de 40% sobre o FGTS e sobre as horas extras deferidas
pelo Juízo de origem. Devida, ainda, à entrega das guias
necessárias à percepção do Seguro-Desemprego, sob pena de
responder pela indenização substitutiva.”(Recurso Ordinário.
PROCESSO TRT/15ª REGIÃO Nº 00593-2008-082-15-00-9.
Relator: LORIVAL FERREIRA DOS SANTOS. Publicada em
19/06/2009.) GN Portanto, caracterizada a rescisão indireta, haja
vista a negativa ilegal do Reclamado de promover as regularizações
necessárias, ferindo a legislação trabalhista e os preceitos
constitucionais da dignidade do trabalho e da pessoa humana. Uma
vez reconhecido o vínculo empregatício, necessária se faz sua
competente anotação em CTPS, nos termos dos Arts. 13 e 29 da
CLT; nada havendo que falar-se em prescrição, nos termos do art.
11 §1º do mesmo diploma legal, requerendo-se, portanto, a
anotação do vínculo empregatício na CTPS. II - DAS VERBAS
RESCISÓRIAS Uma vez que o contrato de trabalho ora em
comento era de trato sucessivo e por período indeterminado, nos
termos do art. 477, faz jus o Reclamante ao Aviso Prévio
indenizado, na base da maior remuneração percebida, e seus
reflexos legais, quais sejam a indenização de 1/12 (um doze avos)
de férias e 1/3, 13º salário e FGTS incidentes. Faz jus, ainda, às
férias referente ao período de 01/06/2009 a 22/05/2010, acrescida
de seu terço constitucional. De mesma forma, é devido o 13º salário
proporcional de 5/12; bem como o FGTS sobre todo o período
trabalhado, inclusive incidindo sobre as verbas rescisórias, além da
multa indenizatória de 40%. A integralização de tais verbas

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