You are on page 1of 70

Segurança Industrial

CURSO DE FORMAÇÃO DE OPERADORES DE REFINARIA


SEGURANÇA INDUSTRIAL

1
Segurança Industrial

2
Segurança Industrial

SEGURANÇA INDUSTRIAL
ANTONIO GRAVENA
ANDRE LUIS DA SILVA KAZMIERSKI
ILSON PAULO CASTELO DE BARROS

Equipe Petrobras
Petrobras / Abastecimento
UN´s: Repar, Regap, Replan, Refap, RPBC, Recap, SIX, Revap
3

CURITIBA
2002
Segurança Industrial

363.11 Gravena, Antonio.


G775 Curso de formação de operadores de refinaria; segurança industrial /
Antonio Gravena, Andre Luis da Silva Kamierski, Ilson Paulo Castelo de
Barros; coordenação do Comitê de Desenvolvimento de Competências da
REPAR; diagramação e revisão UnicenP. – Curitiba : PETROBRAS :
UnicenP, 2002.
70 p. : il. (algumas color) ; 30 cm.

Financiado pelas UN: REPAR, REGAP, REPLAN, REFAP, RPBC,


RECAP, SIX, REVAP.

1. Segurança Industrial. 2. Segurança do Trabalho. 3. Brasil. I.


4 Kamierski, Andre Luis da Silva. II Barros, Ilson Paulo Castelo de. III.
PETROBRAS. REPAR. IV. UnicenP. V. Título.
Segurança Industrial

Apresentação

É com grande prazer que a equipe da Petrobras recebe você.


Para continuarmos buscando excelência em resultados, dife-
renciação em serviços e competência tecnológica, precisamos de
você e de seu perfil empreendedor.
Este projeto foi realizado pela parceria estabelecida entre o
Centro Universitário Positivo (UnicenP) e a Petrobras, representada
pela UN-Repar, buscando a construção dos materiais pedagógicos
que auxiliarão os Cursos de Formação de Operadores de Refinaria.
Estes materiais – módulos didáticos, slides de apresentação, planos
de aula, gabaritos de atividades – procuram integrar os saberes téc-
nico-práticos dos operadores com as teorias; desta forma não po-
dem ser tomados como algo pronto e definitivo, mas sim, como um
processo contínuo e permanente de aprimoramento, caracterizado
pela flexibilidade exigida pelo porte e diversidade das unidades da
Petrobras.
Contamos, portanto, com a sua disposição para buscar outras
fontes, colocar questões aos instrutores e à turma, enfim, aprofundar
seu conhecimento, capacitando-se para sua nova profissão na
Petrobras.

Nome:

Cidade:

Estado:

Unidade:

Escreva uma frase para acompanhá-lo durante todo o módulo.

5
Segurança Industrial

Sumário
1 SEGURANÇA INDUSTRIAL ................................................. 7 1.8.5 Do funcionamento ............................................. 33
1.1 Antecedentes Históricos .................................................. 7 1.8.6 Do treinamento .................................................. 34
1.2 Histórico da Segurança do Trabalho no Brasil ................ 7 1.8.7 Do processo eleitoral .......................................... 34
1.2.1 Conceito de Segurança ......................................... 9 1.8.8 Das contratantes e contratadas ........................... 35
1.2.2 Conceito de Acidente ........................................... 9 1.8.9 Disposições finais .............................................. 35
1.2.3 Conceito de Acidente do Trabalho ....................... 9 1.9 O mapa de risco ............................................................. 38
1.2.4 O Ambiente de Trabalho ...................................... 9 1.9.1 Simbologia de Riscos ......................................... 38
1.2.5 A experiência e a percepção .............................. 10 1.9.2 Cores de Riscos .................................................. 38
1.2.6 Procedimentos para Identificação 1.9.3 Objetivos do Mapa de Riscos ............................ 40
através das Cores ............................................... 11 1.9.4 Etapas de elaboração .......................................... 40
1.2.7 Equipamentos de Proteção lndividual – EPI ...... 11 1.10 Acidente do Trabalho .................................................... 40
1.3 Classificação dos E.P.I.'s ................................................ 12 1.10.1 Tipos de lesão .................................................... 41
1.3.1 Das obrigações do empregador quanto ao EPI: .. 12 1.11 Fontes de Acidentes / Incidentes .................................... 42
1.3.2 Das obrigações do empregado ........................... 12 1.11.1 Ato Abaixo do Padrão e Condição
1.3.3 Das obrigações do fabricante e do importador ... 12 Abaixo do Padrão .............................................. 43
1.3.4 Responsabilidades da Empresa .......................... 13 1.11.2 Metodologia para Análise de
1.3.5 Responsabilidade do Usuário ............................. 13 Acidentes/Incidentes .......................................... 45
1.4 Características dos Equipamentos de 1.11.3 A Importância da Análise do Incidente
Proteção Individual – EPI .............................................. 13 ou Quase Acidente – A Pirâmide de
1.4.1 Proteção para a Cabeça ...................................... 13 Segurança de Frank Bird .................................... 47
1.4.2 Proteção dos olhos ............................................. 14 1.12 Acidente de trajeto e estabilidade após
1.4.3 Proteção facial ................................................... 14 o acidente de trabalho .................................................... 48
1.4.4 Proteção auditiva ............................................... 15 1.12.1 Estabilidade após acidente de trabalho .............. 48
1.4.5 Proteção das mãos .............................................. 16 1.12.2 Custo dos acidentes ........................................... 49
1.4.6 Proteção dos pés e pernas .................................. 17 1.12.3 Custo dos Acidentes no Brasil ........................... 49
1.4.7 Proteção do tronco ............................................. 18 1.13 Causas do acidente de trabalho ...................................... 50
1.4.8 Capas, jaquetas e conjuntos ............................... 18 1.13.1 Causas de Acidentes – O Modelo de
1.4.9 Proteção do corpo inteiro ................................... 18 Falha Humana .................................................... 51
1.4.10 Proteção respiratória .......................................... 19 1.13.2 Falha dos Sistemas Gerenciais ........................... 51
1.4.11 Equipamentos filtrantes, respiradores 1.13.3 Por Que as Pessoas Erram (Falha Humana)? ..... 52
e máscaras .......................................................... 19 1.14 Atos e condições inseguras ............................................ 54
1.4.12 Equipamentos autônomos .................................. 21 1.14.1 Ato inseguro ...................................................... 54
1.4.13 Equipamentos de Proteção Respiratória com ......... 1.14.2 Condicão insegura ............................................. 55
alimentação por linha de ar (ar-mandado) ......... 22 1.14.3 Análise dos acidentes ......................................... 55
1.4.14 Proteção contra quedas ...................................... 23 1.15 Controle de acidentes .................................................... 57
1.4.15 Colete salva vidas .............................................. 24 1.16 Procedimento em caso de acidente ................................ 57
1.5 Equipamento de Proteção Coletiva – EPC .................... 24 1.16.1 Procedimento do Acidentado ............................. 57
1.6 Alguns Cuidados na Utilização dos Equipamentos 1.16.2 Procedimento do Supervisor .............................. 58
de Proteção Individual – EPI ......................................... 25 1.17 Condições gerais ............................................................ 59
1.7 Inspeção Planejada ........................................................ 27 1.17.1 Emissão .............................................................. 59
1.7.1 A Importância da Inspeção Planejada ................ 28 1.17.2 Requisição ......................................................... 60
1.7.2 Levantamento dos riscos de acidentes ............... 30 1.17.3 Cancelamento .................................................... 60
1.7.3 Relatório de Inspeção ......................................... 30 1.17.4 Etiquetas de Advertência ................................... 60
1.8 NR-5 – Comissão interna de prevenção 1.17.5 Recomendações de Segurança ........................... 61
6 de acidentes – CIPA ....................................................... 31 1.17.6 Execução dos Trabalhos ..................................... 62
1.8.1 Do objetivo ........................................................ 31 1.17.7 Conclusão dos Trabalhos ................................... 62
1.8.2 Da constituição .................................................. 31 1.18 Condições específicas .................................................... 63
1.8.3 Da organização .................................................. 31 1.18.1 PTT – Permissão de Trabalho Temporária ......... 63
1.8.4 Das atribuições .................................................. 32 1.18.2 Liberação de Área .............................................. 64
Segurança Industrial

Segurança
Industrial
1.1 Antecedentes Históricos
1
menores de 18 anos e limitou a jornada de traba-
lho para 12 horas diárias e 69 horas por semana.
A Revolução Industrial foi uma das maio-
Criou-se, em 1897, a Inspetoria das Fá-
res revoluções da humanidade. A Inglaterra foi
o berço da Revolução Industrial. O avanço da bricas como órgão do Ministério do Trabalho
tecnologia e a criação de produtos para ofere- Britânico, com o objetivo de realizar exames
cer a um número maior de consumidores mar- de saúde periódicos no trabalhador, além de
caram essa época. se propor a estudar as doenças profissionais,
principalmente nas fábricas pequenas ou des-
No período de 1760 a 1830, ocorreu o ad-
vento da Revolução Industrial na Inglaterra, providas de serviços médicos próprios.
que deu grande impulso às indústrias na for- Paralelamente, em outros países europeus e
ma como são conhecidas atualmente. nos Estados Unidos, adota-se uma legislação
progressista em defesa da saúde do trabalhador.
A Revolução Industrial teve como ponto
Em 1919, é fundada em Genebra, a Orga-
mais importante a revolução social, devido às
mudanças nas diversas sociedades do mundo. nização Internacional do Trabalho (OIT), com
A área econômica, por conta dessa revolução, o objetivo de estudar, desenvolver, difundir e
sofreu uma série de transformações na indús- recomendar formas de relações de trabalho. O
tria, na agricultura, no comércio, enfim, em Brasil foi um dos seus fundadores e signatários
toda a economia que se tornou capitalista. (serão verificados, adiante, alguns dados rela-
A Revolução Industrial transformou total- tivos ao Brasil).
mente as relações de trabalho exigentes, pois,
naquela época, praticamente só existia a figu- 1.2 Histórico da Segurança do Trabalho
ra do artesão, que produzia seus produtos in- no Brasil
dividualmente ou com alguns auxiliares e tro- No Brasil, para falar de Segurança do Tra-
cava seus produtos por outros, geralmente em balho, devem ser localizadas na legislação as
um mercado público. ações do governo que regularizam e aplicam
Das máquinas domésticas e artesanais, práticas de trabalho saudáveis.
criaram-se as máquinas complexas que exigiam No começo deste século, naqueles estados
volumosos investimentos de capital para sua onde se iniciava a industrialização – São Paulo
aquisição e considerável mão-de-obra para o e Rio de Janeiro – a situação dos ambientes de
seu funcionamento, que foi recrutada indiscri- trabalho era péssima, ocorrendo acidentes e doen-
minadamente entre homens e mulheres, crian- ças profissionais de toda ordem. W. Dean, em
ças e velhos. O êxodo rural logo aconteceu e seu livro “A industrialização de São Paulo
as relações entre capital e trabalho também se 1881–1945”, afirmava que as condições de
iniciaram através de movimentos trabalhistas trabalho eram duríssimas: muitas estruturas
reivindicatórios. que abrigavam as máquinas não haviam sido,
Pressionado, o Parlamento Britânico apro- originalmente, destinadas a essa finalidade –
vou, em 1802, a “Lei de Saúde e Moral dos além de mal iluminadas e mal ventiladas, não
Aprendizes”, que estabeleceu o limite de 12 dispunham de instalações sanitárias. As má-
horas de trabalho por dia, proibiu o trabalho quinas amontoavam-se, ao lado umas das
noturno e introduziu medidas de higiene nas outras, e suas correias e engrenagens giravam
fábricas. O não cumprimento desta Lei obri- sem proteção alguma. Os acidentes eram fre- 7
gou o Parlamento Britânico a criar, em 1833, qüentes, porque os trabalhadores, cansados,
a Lei das Fábricas, que estabeleceu a inspeção que trabalhavam aos domingos, eram multa-
das fábricas, instituiu a idade mínima de 9 anos dos por indolência ou por erros cometidos, se
para o trabalho, proibiu o trabalho noturno aos fossem adultos, ou separados, se fossem crianças.
Segurança Industrial
Em 1923, criava-se a Inspetoria de Higie- estão listados alguns fatores que prejudicam
ne Industrial e Profissional junto ao Departa- uma análise mais aprofundada nas estatísticas
mento Nacional de Saúde, no Ministério do de acidentes:
Interior e Justiça. a) enorme quantidade de acidentes não
Em 1934, introduz-se a Inspetoria de Hi- registrados ou ocorrência de sub-re-
giene e Segurança do Trabalho, no Departa- gistros;
mento Nacional do Trabalho, do Ministério do b) grande quantidade de trabalhadores que
Trabalho, Indústria e Comércio. não têm carteira de trabalho assinada;
Nesse mesmo ano, o governo de Getúlio c) sistema de estatística oficial não é con-
Vargas promulga a segunda Lei de Acidentes fiável devido, dentre outros fatores, à
do Trabalho e, dez anos depois, ainda no go- burocracia.
verno Vargas, aparece a terceira Lei. Em 1972, foi criado o PNVT – Plano Na-
Um ano antes, a legislação trabalhista con- cional de Valorização do Trabalhador, em fun-
sagra-se na CLT (Consolidação das Leis do ção da situação alarmante do número de aci-
Trabalho), com todo o Capitulo V dedicado à dentes registrados no país.
Higiene e Segurança do Trabalho. A legislação em vigor foi publicada em
Não obstante o Brasil ser signatário da 22 de dezembro de 1977 e recebeu o número
OIT, somente pela Portaria 3227 de 1972 é que 6514. Ela altera o capitulo V, do titulo II, da
veio a obedecer à Recomendação 112, de 1959, Consolidação das Leis do Trabalho.
daquela Organização. Tornou-se, então, obri- Decorrentes dessa Lei, foram baixadas 28
gatória a existência de Serviços de Segurança Normas Regulamentadoras, Portaria 3214, de
e Medicina do Trabalho nas empresas, de acor- 8 de junho de 1978, pelo então Ministro
do com o número de empregados e o grau de Arnaldo Prieto.
risco em que se enquadram. Ainda assim, em Na iniciativa privada, o pioneirismo fica
torno de 85% dos trabalhadores ficaram ex- com a Associação Brasileira para Prevenção de
cluídos destes serviços obrigatórios. As micro, Acidentes – ABPA, fundada em 21 de maio de
pequenas e médias empresas não estão enqua- 1941, com a participação de algumas pessoas
dradas nesta legislação e, atualmente as gran- idealistas que não aceitavam a produção, o lucro
des empregadoras são estas empresas. e a melhoria da qualidade de vida sem a preven-
Um outro fato alarmante é que os riscos e ção dos acidentes decorrentes do trabalho.
as condição insalubres a que estão expostos Da mesma forma, mantido pela iniciati-
va privada CNI – Confederação Nacional da
estes trabalhadores são muito maiores que em
Indústria, foi criado em 22 de janeiro de 1942,
empresas de porte superior. Nas empresas de
pelo Decreto lei nº 4048, o SENAI, que em-
maior porte, as condições financeiras e eco-
bora tenha como finalidade principal a forma-
nômicas permitem um maior investimento em
ção profissional, visualizou que não podia ha-
máquinas modernas e processos com certa
ver ensino de um trabalho sem o conhecimen-
garantia de segurança e higiene do trabalho, o
to dos correspondentes riscos de acidentes. Daí
que não ocorre nas pequenas empresas. o surgimento da área de Segurança do Traba-
Alguns estudos realizados apontam que lho na Instituição, que hoje oferece treinamen-
o risco nas pequenas empresas industriais (até tos específicos, promovendo permanente tro-
100 empregados) é 3,77 vezes maior que o das ca de informações e de experiências entre
grandes empresas (mais de 500 empregados) empresas, a fim de conscientizar seus funcio-
ou 1,96 vezes o das médias empresas (101 a nários para as práticas prevencionistas.
500 empregados). Poucos anos depois surge o SESI – Ser-
As indústrias do ramo da mecânica, mate- viço Social da Indústria, também mantido pela
rial elétrico e eletrotécnico são responsáveis iniciativa privada, com a finalidade de propor-
pelos índices mais elevados de acidentes gra- cionar lazer e saúde ao trabalhador. Hoje, na
ves, seguidos pelas indústrias ligadas ao ramo área de saúde, operacionaliza o PCMSO – Pro-
dos produtos alimentícios. Em nível nacional, grama de Controle Médico de Saúde Ocupa-
a indústria da construção civil responde por cional – e junto com o SENAI, por meio de
8 25% dos acidentes, inclusive os mais graves e
uma Unidade Corporativa, desenvolve traba-
letais. lhos de Higiene Industrial (levantamentos qua-
Com relação às estatísticas de acidentes litativos e quantitativos de riscos) para fins de
do trabalho, os dados brasileiros são poucos elaboração do PPRA – Programa de Preven-
confiáveis, por diversos motivos. A seguir, ção de Riscos Ambientais.
Segurança Industrial
O Brasil tem uma legislação muito antiga O grande desafio dos profissionais respon-
e abrangente, considerada boa por vários es- sáveis pela prevenção de acidentes tem sido
pecialistas. Não é estranho que ainda assim conscientizar as pessoas de que...
apresente taxas elevadíssimas de acidentes do
trabalho? todo trabalho é importante e deve ser pla-
É muito difícil encontrar essa resposta, nejado e executado com segurança!
porém uma coisa é ter a lei e outra é se querer Assim, nos estudos que os cientistas rea-
prevenir acidentes e doenças profissionais. lizam, com vistas à prevenção de acidentes, o
“Caso se deseje uma melhoria contínua ser humano é sempre o principal fator, sob to-
de qualidade de vida, deve-se nos postos de dos os aspectos que o envolvam e o relacio-
trabalho ter como meta a melhoria da higie- nem com os acidentes e sua prevenção.
ne e da segurança”. A segurança deve ser exercida antes que
ocorra o acidente. É errado pensar que só ser-
Como conseguir isto? ve para criar mais trabalho. É comum ser lem-
Participando dos programas de educação brada apenas quando ocorre um acidente.
e treinamento de higiene e segurança, co- Todos os acidentes têm uma ou mais cau-
nhecendo as normas e regulamentos, as sas que contribuem para provocá-lo. A ques-
medidas de controle, os equipamentos de tão é que se deve antecipar, avaliando, identi-
proteção individual e coletiva e partici- ficando e eliminando as possíveis causas que
pando ativamente das campanhas de pre- poderiam provocar o acidente. Com isto, pode-
venção de acidentes. se afirmar com toda a certeza que:
Os acidentes podem ser evitados!
A partir da Revolução Industrial, além da
higiene, a segurança no local de trabalho pas- 1.2.3 Conceito de Acidente do Trabalho
sou a ser vista como problema social digno de “Acidente do trabalho é o que ocorre pelo
atenção e de medidas de controle. exercício do trabalho, a serviço da em-
presa, ou ainda pelo exercício do traba-
1.2.1 Conceito de Segurança lho dos segurados especiais, e provoca
Segurança é a condição, o estado ou a lesão corporal ou perturbação funcional
qualidade de seguro, daquilo em que se pode que cause a morte, a perda ou redução da
confiar, que não representa, em princípio, pe- capacidade para o trabalho, permanente
rigo ou risco para nossa vida, saúde, integri- ou temporário”.
dade física e mental.
Daí a grande importância da educação e “Toda vez em que se falar em segurança,
do treinamento para desenvolver nas pessoas pode-se pensar na prevenção de acidentes.”
atitudes e hábitos nas conhecidas e freqüentes
Instruções de Segurança. 1.2.4 O Ambiente de Trabalho
É muito comum as pessoas ligarem segu- “... é no trabalho que as pessoas dedicam
rança a acidente. Na verdade, entende-se mais a maior parte de suas vidas...”.
facilmente aquilo que se vê. Por esta razão é que se deve ter um local
de trabalho que ofereça condições dignas de
1.2.2 Conceito de Acidente higiene e segurança e que seja, ao mesmo tem-
Acidente é o fato inesperado, não previs- po, um local agradável.
to e não desejado, que poderá ser ou não com Considerando que o ser humano, dotado
lesão, em uma ou em várias pessoas ao mes- de inteligência e raciocínio, é capaz de criar e
mo tempo. fabricar coisas para o seu benefício, seu pra-
Os jornais sempre publicam acidentes, ou zer, sua comodidade, seu lazer, enfim, para
seja, as conseqüências de quando não se utili- tornar sua vida a mais agradável possível,
za a Segurança. pode-se concluir que ele é capaz de criar um
ambiente apropriado para o seu trabalho. 9
Exemplo: Para compreender melhor o que foi dito
Você se lembra de algum outro acidente, anteriormente, separa-se esse ambiente de tra-
com você, com alguém de sua família ou al- balho em duas partes: Aspectos Pessoais e
gum de seus amigos? É difícil esquecer, não é Aspectos Físicos.
mesmo?
Segurança Industrial
Aspecto Pessoal – é o jeito que se dá ao O comprometimento é o que leva as pes-
ambiente de trabalho, conforme o posto, o in- soas ao sucesso, além do interesse, da persis-
teresse, as possibilidades e o objetivo de quem tência, da vontade.
é responsável por ele. É o desejo especial e forte de assumir um
É fato que todos gostam de estar em locais compromisso e de dar conta dele. Nasce da
limpos, arrumados, seguros e confortáveis; po- consciência e da vontade de contribuir, cola-
rém, nem sempre, tem-se a influência direta so- borar para a solução de qualquer problema.
bre essas condições. De qualquer forma, pode- Deve-se participar de um trabalho em grupo
se, pelo menos, manter a ordem e a limpeza. e desejar o sucesso: não como vaidade pessoal,
Teste: Como está nesse momento a sua mas pela certeza de que se está fazendo o melhor.
mesa de trabalho? Ou a sua bancada na ofici- Antes, porém, é preciso conhecer a em-
na? O seu microcomputador, se você o utiliza? presa e sua cultura, os chefes, os colegas e,
principalmente, a si mesmo, capacidade, de-
Está tudo arrumado, limpo, organizado? sejos, objetivos e, também, limitações. Afinal,
Se a resposta for negativa mãos à obra, come- não existe nenhuma pessoa que saiba tudo e que
ce já a organização, a limpeza. possa tudo. Cada um possui suas habilidades e
deve utilizá-las respeitando os seus limites na-
Importante: turais. O trabalhador deve explorar ao máximo
Os hábitos pessoais e a vida familiar re- seu potencial estendendo-o a outras áreas.
fletem no ambiente de trabalho de uma ma- Aspecto Físico – o ambiente físico no lo-
neira muito especial. cal de trabalho deverá atender em primeiro lu-
Claro que a parte pessoal do ambiente de gar à adequação do ser humano, através de um
trabalho não se refere somente ao indivíduo, correto arranjo físico chamado de ergonomia.
mas, principalmente, às outras pessoas que É necessário procurar conhecer “fisica-
fazem parte desse ambiente, ao grupo, à equipe. mente” o local de trabalho, assim como algu-
Para que se possa atingir os objetivos de mas características importantes como as di-
melhoria da qualidade de vida, o ambiente de mensões, a iluminação, a ventilação, o ruído,
trabalho deve ser de confiança mútua e res- a poeira, os gases, os vapores, etc.
peito humano. É importante também o tipo de trabalho,
Não tenha medo de errar, de agir, de parti- a movimentação e a postura corporal em que
cipar, de dar sua opinião. Se ela não for aceita se trabalha, o ritmo de trabalho, a ocupação
dessa vez, será numa próxima. principal, o horário, etc.
Mostre a necessidade de participação de A Ergonomia e a Higiene Industrial pode-
cada um no processo de melhoria do local de rão ajudar muito no correto arranjo do local
trabalho. de trabalho.
Incentive o respeito que é o principal fa- É interessante que se saiba que, no passa-
tor no trabalho em equipe. Discuta, reflita com do, grandes epidemias devastaram a humani-
o grupo, aceitando as decisões da maioria. Um dade. A peste bubônica, também conhecida
grupo unido, coeso e participativo certamente como peste negra, foi uma das maiores que se
alcançará a eficiência e o dinamismo que to- espalhou violentamente há séculos, devido às
dos buscam. péssimas condições de higiene naquele tem-
Converse sobre a possibilidade de distri- po. Causada por uma bactéria, ela é transmiti-
buir as tarefas de acordo com a preferência, a da pelo sangue do rato para o homem, através
capacidade e a dinâmica de trabalho de cada um. das picadas de pulgas.
Faça com que os outros se sintam incluí- A partir de fatos como esses, deve-se pen-
dos e participantes do seu trabalho. Demons- sar que ainda hoje poderão surgir infecções e
tre a importância do trabalho que você está doenças transmissíveis se não forem tomados
fazendo. alguns cuidados básicos. Basta lembrar da den-
Pratique permanentemente suas qualida- gue e da leptospirose, que ameaçam a popula-
des pessoais: respeito, criatividade, controle ção de muitas cidades brasileiras.
10 emocional, conhecimento, responsabilidade,
discernimento, alegria, bom humor. 1.2.5 A experiência e a percepção
Deve-se incentivar as pessoas a vencerem A experiência é um fator indispensável a
as barreiras aparentemente invencíveis para o toda a atividade perceptiva e a todas as for-
Sucesso. mas de treinamento sensorial. A sensibilidade
Segurança Industrial
da nossa percepção depende muito do quanto Além das pinturas de tubulações é comum
já se sabe sobre o objeto com o qual nossos identificar com o nome do produto em setas
sentidos vão entrar em contato. pintadas ou em adesivos. As setas fazem a orien-
Explicando melhor: é a experiência que tação do sentido do fluxo em tubulações de
apura, que aumenta, que aguça os sentidos do linhas próximas a equipamentos, válvulas ou
provador de vinho, do selecionador de chá, do interseções de linhas.
músico, do conhecedor de carros, etc. As cores são utilizadas também como si-
A motivação é o processo que promove, nalização de obstáculos, advertências, identi-
mantém e dirige a aprendizagem e o compor- ficação de equipamentos de emergência, etc.
tamento das pessoas. A motivação interfere na
aprendizagem: para aprender não basta poder, A Norma Regulamentadora – NR 26 define estes casos
é preciso querer. Ela também interfere no com-
Vermelho Amarelo Branco Preto Azul Verde
portamento, na capacidade de realização, sa-
Laranja Púrpura Lilás Cinza Alumínio Marrom
tisfação para o trabalho, ação, desempenho.
Aperfeiçoar os sentidos consiste no pro-
cesso de ganhar experiência através da prática 1.2.7 Equipamentos de Proteção lndividual – E.P.I.
numa aprendizagem contínua. É considerado Equipamento de Proteção
Para se compreender bem as coisas que Individual (E.P.I.), todo dispositivo ou produ-
estão ao nosso redor, tanto em casa como no to, de uso individual utilizado pelo trabalha-
trabalho, é preciso que a nossa atenção, a per- dor, destinado à proteção de riscos suscetíveis
cepção, a experiência e a motivação constituam de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.
a base da aprendizagem. Entende-se como Equipamento Conjugado de
Proteção Individual, todo aquele composto por
1.2.6 Procedimentos para Identificação através vários dispositivos, que o fabricante tenha as-
das Cores sociado contra um ou mais riscos que possam
Dentre as capacidades dos órgãos dos sen- ocorrer simultaneamente e que sejam suscetí-
tidos do ser humano a mais utilizada nas sen- veis de ameaçar a segurança e a saúde no tra-
sações recebidas é o sentido da visão. balho. O equipamento de proteção individual,
Nos ambientes de trabalho, há necessida- de fabricação nacional ou importada, só pode-
de de distinguir o que é seguro do que é peri- rá ser posto à venda ou utilizado com a indica-
goso, através das cores, na identificação dos ção do Certificado de Aprovação – CA, expe-
sistemas de canalizações, equipamentos, pro- dido pelo órgão nacional competente em ma-
teções de máquinas, corredores, caminho de téria de segurança e saúde no trabalho do Mi-
fuga e para localizar os equipamentos de com- nistério do Trabalho e Emprego.
bate a incêndio onde a rapidez é fundamental. A empresa é obrigada a fornecer aos em-
As aplicações e as técnicas de utilização pregados, gratuitamente, EPI adequado ao ris-
das cores podem provocar reações e condicio- co, em perfeito estado de conservação e funcio-
namentos mentais ou físicos, positivos ou ne- namento, nas seguintes circunstâncias:
gativos, no ambiente de trabalho, que refle- a) sempre que as medidas de ordem geral
tem diretamente na produtividade, através de não ofereçam completa proteção con-
conforto e segurança. tra os riscos de acidentes do trabalho ou
Essas aplicações contribuem também para de doenças profissionais e do trabalho;
melhorar o rendimento da iluminação e cons- b) enquanto as medidas de proteção cole-
tituem uma combinação positiva para o traba- tiva estiverem sendo implantadas; e,
lhador, principalmente, quando atuam sobre c) para atender situações de emergência.
seu campo de visão.
A Norma Regulamentadora (NR 26) so- Cabe ao empregador, quanto ao E.P.I.:
bre Sinalização de Segurança do Ministério do a) adquirir o adequado ao risco de cada
Trabalho estabelece: atividade;
“As cores que devem ser usadas nos lo- b) exigir seu uso;
cais de trabalho para prevenção de acidentes, c) fornecer ao trabalhador somente o apro-
identificando os equipamentos de segurança, vado pelo órgão nacional competente 11
delimitando áreas, identificando as canaliza- em matéria de segurança e saúde no
ções empregadas nas indústrias para a con- trabalho;
dução de líquidos e gases, e advertindo contra d) orientar e treinar o trabalhador sobre o
riscos”. uso adequado, guarda e conservação;
Segurança Industrial
e) substituir, imediatamente, quando da- 1.3.1Das obrigações do empregador quanto ao
nificado ou extraviado; EPI:
f) responsabilizar-se pela higienização e – adquirir o tipo de equipamento adequa-
manutenção periódica; e do à atividade do empregado;
g) comunicar ao Ministério do Trabalho – fornecer ao empregado somente o equi-
e Emprego qualquer irregularidade ob- pamento aprovado pelo Ministério do
servada. Trabalho e de empresas cadastradas na
Secretaria de Segurança e Saúde do Tra-
balhador do Ministério do Trabalho –
Cabe ao empregado, quanto ao EPI: MTb;
a) usar apenas para a finalidade a que se
– treinar o trabalhador para utilizar de for-
destina;
ma adequada o equipamento;
b) responsabilizar-se pela sua guarda e
– tornar obrigatório o uso do equipa-
conservação;
mento;
c) comunicar ao empregador qualquer alte-
– substituir, imediatamente, o equipa-
ração que o torne impróprio para uso; e,
mento quando for danificado ou extra-
d) cumprir as determinações do emprega- viado;
dor sobre o uso adequado.
– responsabilizar-se pela sua higieniza-
ção e manutenção periódica;
1.3 Classificação dos E.P.I.'s
Os Equipamentos de Proteção Individual – comunicar ao MTb qualquer irregula-
podem ser de dois tipos: ridade observada no EPI.
a) de uso permanente; 1.3.2 Das obrigações do empregado
b) de uso temporário. – usar o equipamento apenas para a fina-
– Os E.P.I.'s de Uso Permanente são lidade a que se destina;
aqueles que a empresa fornece aos – responsabilizar-se pela guarda e con-
trabalhadores em função da habitua- servação do equipamento;
lidade, permanência e natureza dos – comunicar ao empregador qualquer al-
perigos e riscos de suas atividades teração que o torne impróprio para o
ou ambientes de trabalho. Ex.: ca- uso.
pacetes de segurança, óculos de
segurança, protetores auriculares, 1.3.3 Das obrigações do fabricante e do
capas impermeáveis de trevira, bo- importador
tas de segurança, luvas de seguran- – comercializar ou colocar à venda so-
ça, EPI´s para proteção de riscos ine- mente o equipamento que tiver Certi-
rentes ao cargo de soldadores e ou- ficado de Aprovação – CA, do Minis-
tros a critério da SMS. tério do Trabalho- MTb;
– Os E.P.I: s de Uso Temporário são – renovar o CA, o Certificado de Regis-
aqueles que a empresa fornece aos tro de Fabricante – CRF e o Certifica-
trabalhadores para a realização de do de Registro Importador – CRI, quan-
um trabalho específico sob condição do estiver vencido o prazo de validade
de risco, em situação normal, anor- estipulado pelo MTb;
mal ou emergencial, e que devem ser – requerer novo CA quando houver alte-
devolvidos a SMS após o término do ração das especificações do equipamen-
trabalho para higienização, reposição to aprovado;
de peças ou materiais, inspeção, ma-
nutenção, etc. Ex.: máscaras, capas – responsabilizar-se pela manutenção da
de aproximação, roupas de emergên- mesma qualidade do EPI padrão que
12 deu origem ao Certificado de Aprova-
cia, cintos de segurança, etc.
ção (CA);
A legislação define obrigações do empre- – cadastrar-se junto ao MTb, através do
gador, do empregado e do fabricante como se Departamento Nacional de Segurança
segue. e Saúde do Trabalhador – DNSST.
Segurança Industrial
1.3.4 Responsabilidades da Empresa – o gari não pode recolher o lixo sem es-
– instruir todos os empregados sobre a tar usando luvas especiais;
necessidade e a maneira correta de usar – um bombeiro para entrar num prédio
e de manter os equipamentos de prote- em chamas tem que estar usando más-
ção individual; cara contra gás.
– acompanhar junto ao usuário a realiza- Não é possível detalhar todas as profis-
ção de testes, visando a sua adequação; sões e quais os equipamentos de proteção in-
– possuir uma relação de equipamentos dividual necessários para exercê-las com se-
de proteção individual por função; gurança e sem riscos. Por isso, serão apresen-
– fornecer os equipamentos de proteção tados, a seguir, de forma reduzida os tipos de
de utilização eventual e orientar quan- proteção que podem ser feitas em cada parte
to ao uso; do corpo, a saber:
– fazer cumprir a obrigatoriedade quan-
to ao uso através de técnicas compor- 1.4.1 Proteção para a Cabeça
tamentais; A cabeça deve ser protegida nos locais
– proporcionar aos empregados facilida- onde há o perigo de impacto e de penetração
des para guardar, limpar e manter o seu de objetos que caem ou que se desprendem e
EPI. são lançados à distância; de queimaduras de
origem elétrica e em trabalhos a céu aberto.
1.3.5 Responsabilidade do Usuário Proteger os olhos e o rosto, em ambientes
Cuidar do EPI sob sua responsabilidade, onde haja probabilidade de lesões, quando
utilizando-o de modo correto e sempre que seu apresentam iluminação forte direta ou indire-
uso seja obrigatório, mantendo-o em boas con- ta, líquidos e radiações perigosas ou uma com-
dições, zelando pela limpeza adequada, subs- binação de todos estes riscos.
tituição de partes e testes de certificação. Devem ser fornecidos equipamentos ade-
quados para proteção auditiva aos emprega-
1.4 Características dos Equipamentos de dos em todas as áreas onde o nível de ruído
Proteção Individual – EPI não possa ser reduzido.
Para cada tipo de atividade existe um ris- Deve ser fornecida proteção respiratória
co correspondente. A escolha do equipamen- em áreas que apresentem um ambiente respi-
to de proteção se fará não somente em função ratório limitado ou possibilidade de deficiên-
do risco, mas também das condições do pró- cia de oxigênio ou contaminação do ar.
prio trabalho. Alguns tipos de EPI para partes da cabeça:
O equipamento de proteção individual – Proteção do couro cabeludo – bonés,
protegerá contra os riscos dos locais de traba- redes, gorros, etc.
lho e, ao mesmo tempo, dará proteção contra – Proteção do crânio – Deve ser utili-
as condições de trabalho incômodas e desa- zado o capacete para proteger o crânio
gradáveis. nos trabalhos sujeitos a agentes meteo-
Existem vários equipamentos de proteção rológicos (trabalhos a céu aberto), im-
individual, os EPI específicos para cada ativi- pactos provenientes de quedas, proje-
dade profissional e a parte do corpo que deve ção de objetos ou outros, queimaduras
proteger. ou choques elétricos.
Para esclarecer o que foi abordado anterior- O capacete é composto, basicamente, pelo
mente, serão apresentados alguns exemplos: “casco” e pela “suspensão”, que operam e for-
– um soldador tem que usar máscara com mam o sistema de proteção.
lentes próprias;
O Casco
O “casco” é rígido,
leve e balanceado, para
permitir um confortável
uso. Constitui-se de uma 13
peça, geralmente, injetada em polietileno de
alta densidade, não condutora de corrente elé-
trica. Dependendo do tipo, resiste até 20.000
Volts durante 3 minutos, com fuga não superior
Segurança Industrial
a 9mA e quando testado para ruptura, não deve Óculos com proteção lateral
ocorrer abaixo de 30.000 Volts. Possuem lentes de cris-
O polietileno injetado possui durabilida- tal ótico endurecido, que
de média de 5 anos e, após este tempo, pode- podem ser incolores ou co-
rão aparecer trincas em sua estrutura, loridas filtrantes, resistentes a impactos de partí-
provocada pelo ressecamento do polietileno. culas sólidas. Seu uso é recomendado para pro-
Ocorrendo o ressecamento do casco, toda a sua teção contra projeção de partículas e poeiras.
resistência mecânica contra impacto será com- Os óculos de lente de
prometida. Nessa situação, o capacete deverá policarbonato, são reco-
ser substituído por outro novo. mendados também para
Recomenda-se não fazer furos no casco projeção de partículas e
para que não seja diminuída a sua resistência poeiras.
contra impactos.
Óculos de proteção total
Suspensão São constituídos de
A suspensão tem a função de absorver im- material plástico, macio e
pactos na cabeça, amortecendo o choque me- flexível, lente inteiriça, de
cânico transmitido pelo casco. acrílico ou policarbonato,
A suspensão possui duas partes impor- resistente a impactos, plana e transparente.
tantes: Possuem ainda um dispositivo para ventilação
– A cinta ajustável e a dupla fita amorte- indireta com tela para filtrar poeiras e um ti-
cedora. rante para ajuste e fixação. Protegem contra
A suspensão deve ser poeiras, respingos de produtos químicos e im-
trocada sempre que houver pactos de partículas.
desgaste da mesma ou que Podem ser usados sobre óculos comuns.
for contaminada por gases
ácidos, óleos e outros agen- Óculos para solda e corte
tes, que podem atacar o material de que é feita É obrigatório o seu
a suspensão e diminuir-lhe a segurança. uso para trabalhos de cor-
Para uma proteção eficaz durante o tem- te de metais com uso de
po de uso mantenha-a limpa, lavando-a com maçarico. Protege a visão
água e sabão. Não use álcool ou outros produ- contra a luminosidade gerada durante o corte,
tos. Ao menor sinal de deterioração troque de de modo a evitar danos à retina ocular. São
imediato a suspensão. construídos com armação de PVC não tóxico,
Os brigadistas de combate a incêndio e Celeron ou Poliestireno, possuindo lentes
vazamentos de produtos combustíveis e infla- filtrantes com tonalidades variáveis de 3 a 6.
máveis devem utilizar capacetes a prova de Os trabalhadores devem solicitar sua substi-
fogo dotados de viseiras refletivas de radia- tuição no caso das lentes estiverem riscadas
ção térmica e luminosa e protetor para a nuca. ou com respingos de aço.

1.4.3 Proteção facial


É obrigatório o uso de protetores faciais
para todos os empregados cujo trabalho ofe-
reça risco de lesão dos olhos e da face, por
partículas, respingos, vapores de produtos quí-
micos ou por radiações luminosas intensas. Os
principais tipos, de protetores são:

1.4.2 Proteção dos olhos Protetor facial com lente trans-


É obrigatório o uso de óculos de seguran- parente de policarbonato
14 ça para todos os empregados cujo trabalho ofe- Devem ser utilizados
reça risco de lesão aos olhos, provenientes de para proteção contra res-
impacto de partículas, respingos de líquidos pingos de produto quími-
agressivos e metais em fusão, poeiras e radia- cos e impactos de partícu-
ções perigosas. las líquidas.
Segurança Industrial
Protetor facial com lente escura Instruções de uso
Devem ser utilizados 1. Para melhor proteção auditiva os plugs de-
para proteção contra radia- vem ser adequadamente inseridos. Para tan-
ções luminosas intensas, to, siga cuidadosamente as instruções de uti-
infravermelhas e ultravio- lização:
letas, em trabalhos de ins- Mãos e plug devem estar limpos antes do
peção dos queimadores de fornos e onde ocor- manuseio!
rerem reflexos luminosos de grande lumino- 2. Role e aperte o plug
sidade. suavemente, até que
ele atinja um diâme-
Protetor facial com lente escu- tro tão pequeno, quan-
ra (máscara para soldador) to possível.
Devem ser utilizados
para proteção contra raios 3. Enquanto o plug esti-
infravermelhos e ultravio- ver comprimido, in-
letas em trabalhos de troduza-o, rapidamen-
soldagem. te, no canal auditivo.
A introdução ficará
Protetor facial aluminizado mais fácil se a orelha
Devem ser utilizados for levemente puxa-
para proteção contra im- da, com a outra mão,
pactos e estilhaços de pe- para cima.
ças ou materiais.
4. Com a ponta do dedo,
1.4.4 Proteção auditiva mantenha o plug no
É obrigatório o uso de protetores auricula- lugar, até que a ex-
res em locais onde for constatado nível de ruí- pansão se inicie.
do superior aos limites de tolerância definidos Repita o mesmo para
pela legislação em vigor, NR-15, anexos I e II. o outro ouvido.
Quando houver dúvida, quanto ao nível de ex-
posição ou dose de ruído a que o trabalhador
está exposto, deverá ser contatado o Técnico
de Segurança da SMS, que fará a avaliação e
definirá qual o tipo de protetor é o mais ade- 5. O plug, quando bem
quado ou que outras medidas de proteção se- colocado, apresenta
rão requeridas. Tem-se à disposição, na em- visível somente o cír-
presa, os seguintes tipos de proteção: culo de sua extremi-
dade. Desta forma a
Plug de inserção moldável proteção obtida será a
É constituído de espuma sintética moldá- melhor possível.
vel, com consistência esponjosa. Amolda-se
perfeitamente ao formato do canal auditivo.
Tem comprimento ideal para facilitar sua fi-
xação e remoção.
6. O plug, quando mal
colocado, apresenta
visível uma certa
porção da sua super-
fície lateral. Retire-o
e repita a seqüência, 15
para alcançar uma
inserção adequada e
uma boa proteção.
Segurança Industrial
Protetor auricular (tipo Luvas de vaqueta
concha) Devem ser utiliza-
É constituído por um das para serviços em que
par de conchas de plásti- haja contato ou risco de
co de alto impacto com contato com agentes
almofada de vinil para proporcionar um per- abrasivos perfurantes ou
feito ajustamento, suportados por um arco fle- cortantes.
xível também em material plástico. Não deve Caso haja o contato
possuir partes metálicas ou material condutor das luvas com produtos químicos ácidos ou
de corrente elétrica. O arco deve permitir mo- cáusticos, o usuário deverá providenciar a sua
bilidade ao redor da cabeça com possibilidade substituição junto à SMS.
de uso na cabeça, nuca ou queixo. Pode ser usa-
do com: capacete, viseira facial ou máscara de Luvas de borracha para
soldador. eletricista
O arco deve ter duas partes deslizantes de Devem ser utiliza-
maneira a permitir um melhor ajuste na cabeça. das para proteção con-
A pressão do arco é calculada de modo a tra choque elétrico. A
oferecer a proteção adequada requerida pela borracha usada na con-
Norma, portanto, não deve o arco ser alargado fecção das luvas deve
com o intuito de diminuir a pressão do ajuste, ser de alta qualidade,
pois desta maneira o EPI tornar-se-á impróprio isenta de material recu-
por não oferecer proteção adequada ao risco. perado ou de sobras, e
Caso seja constatado o amassamento perma- ter características físi-
nente das almofadas ou rasgo da proteção da cas, químicas e elétricas
espuma, deverá o usuário substituir este EPI. exigidas para a proteção
contra choques elétri-
Protetor auricular tipo con- cos. As superfícies, ex-
cha, acoplado ao capacete terna e interna, devem estar isentas de: depres-
As conchas possuem sões, sulcos, porosidade ou incrustações. An-
as mesmas característi- tes de sua utilização deve ser feita uma inspe-
cas do protetor auricular ção visual nos seguintes aspectos: furos, cavi-
com arco flexível, po- dades, oxidação, sinais de envelhecimento,
rém, este modelo possui ataque de ozônio, rachaduras, sulcos resultan-
articulações afixadas ao tes de cortes ou desgastes superficiais. Reco-
capacete, que permitem ajuste aos ouvidos. menda-se o uso de luvas de vaqueta fina com
O trabalhador deverá providenciar a subs- punho de raspa para cobertura e proteção da
tituição do EPI quando constatar que ocorre- luva de alta tensão contra impactos, arranhões
ram deformidades das almofadas e/ou rasgo ou perfuração durante a execução do trabalho
na proteção da espuma.
Luvas de PVC
1.4.5 Proteção das mãos Devem ser uti-
É obrigatório o uso de luvas para prote- lizadas para prote-
ção das mãos em serviços onde haja contato ção das mãos con-
ou risco de contato com: tra: produtos quí-
– Materiais ou objetos escoriantes, abra- micos (ácidos ou cáusticos), óleos, graxas, de-
sivos, cortantes ou perfurantes; tergentes, solventes, derivados de petróleo, etc.
– Produtos químicos corrosivos, cáusticos, A superfície externa deve estar isenta de fu-
tóxicos, alergênicos, graxos, solventes ros, fendas ou porosidades que permitam a pas-
orgânicos e derivados de petróleo; sagem do agente agressivo. Conforme a ca-
– Materiais ou objetos aquecidos; racterística da tarefa, são classificadas em 3
16 tipos:
– Equipamentos elétricos energizados; – para trabalhos leves;
– Radiações perigosas;
– para trabalhos médios;
– Frio;
– Agentes biológicos. – para trabalhos pesados.
Segurança Industrial
Luvas de kevlar Os empregados, temporariamente impedi-
São utilizadas para dos de usar o calçado exigido, em conseqüên-
proteção das mãos con- cia de ferimentos, contusões, etc., podem tra-
tra agentes térmicos se- balhar com outro tipo de calçado desde que
cos em serviços com ob- atestada a lesão pela atividade de Saúde e des-
jetos a temperaturas ele- de que constatado de que não haverá risco ao
vadas e manuseio de peças quentes. trabalhador em decorrência dessa permissão.
Cabe aos supervisores e a fiscalização o
Luvas de kevlar alumini- cumprimento dos requisitos aqui mencionados.
zadas
São utilizadas para Botas de couro com bi-
proteção das mãos con- queira de aço
tra agentes térmicos se- Devem ser utiliza-
cos, tais como: serviços das para proteger o tra-
com objetos a temperaturas elevadas, fornos, balhador contra a ação
manuseio de peças quentes, troca de maçari- de objetos cortantes ou
cos e onde haja necessidade de reflexão de perfurantes e impactos
calor irradiado pela fonte de emissão. sobre os dedos.
São confeccionadas em vaqueta, solado
Luvas de grafatex com fi- antiderrapante e com forração interna. Devem
bra de kevlar ser utilizadas nas áreas industriais, oficinas,
Devem ser utiliza- armazéns e obras. Sempre que houver desgas-
das para proteção das te acentuado do solado, as botas deverão ser
mãos, contra agentes tér- substituídas, a fim, de evitar acidentes provo-
micos secos. É utilizado cados por escorregões.
no laboratório para o
manuseio de vidros aquecidos a temperaturas Botas de PVC
de ate 500°C. Permitem a facilidade do manu- Devem possuir
seio de pequenas peças aquecidas. solado antiderrapante
e ter "cano" de 23 cm
Luvas de látex em relação à parte su-
São utilizadas para perior do solado. São
proteção das mãos con- utilizadas para prote-
tra agentes químicos le- ção da pele em pisos que haja hidrocarbone-
ves, na faixa dos sabões tos, produtos corrosivos, cáusticos, água, etc.
e detergentes. São utili- Sempre que houver desgaste acentuado do
zadas em trabalhos que solado deverão ser substituídos, a fim, de evi-
exigem maleabilidade e tato. Nunca devem ser tar acidentes provocados por escorregões.
utilizadas para manuseio de ácidos, bases con-
centradas, derivados de petróleo na faixa de Sapato de segurança
gasolina, querosene. naftas ou solventes. De- São confecciona-
vem ser substituídas quando apresentarem fu- dos em couro, tipo va-
ros, deformações ou contaminação interna. queta, com solado an-
tiderrapante e forração
1.4.6 Proteção dos pés e pernas interna. Devem ser uti-
É obrigatório o uso de calçado adequado lizados nas atividades
para a realização de qualquer atividade na área do laboratório que não
industrial da refinaria, nas oficinas e armazéns. envolvam risco de
Sempre que as condições de trabalho exigi- queda de materiais pe-
rem qualquer tipo de proteção adicional, use sados, riscos elétricos e contato com produ- 17
calçados adequados. tos químicos. Sempre que houver desgaste
Entende-se como calçado adequado, todo acentuado do solado deverão ser substituídos,
aquele que proteja o trabalhador dos riscos a fim, de evitar acidentes provocados por es-
existentes no local ou na natureza do trabalho. corregões.
Segurança Industrial
1.4.7 Proteção do tronco 1.4.9 Proteção do corpo inteiro
Nos serviços em que haja risco de lesão É obrigatório o uso de proteção para o
no tronco é obrigatório o uso de proteção ade- corpo inteiro, nas seguintes situações:
quada. – Em trabalhos onde haja risco de conta-
to com agentes químicos, prejudiciais
Aventais à saúde, absorvíveis pela pele ou que
Aventais de PVC possam lesioná-la;
Devem ser utilizados – Em trabalhos com umidade em excesso;
em trabalhos onde haja – Em trabalhos onde haja risco de conta-
possibilidades de ocorrer to com superfícies abrasivas.
respingos de hidrocarbone-
tos e produtos corrosivos Conjuntos de PVC (calça, blusão e capuz)
(ácidos e cáusticos). Devem ser utilizados
Deve-se lavá-los com em trabalhos onde qual-
água e sabão após o uso. quer parte do corpo possa
entrar em contato com hi-
drocarbonetos, produtos
tóxicos e/ou corrosivos.
São utilizados tam-
bém para trabalhos em que
haja umidade em excesso.
Aventais de raspa Exemplo: operação de la-
Devem ser utilizados vagem em interior de equi-
em trabalhos onde haja ris- pamentos.
co de lesão provocada por Nestas situações, para
objetos escoriantes, cor- uma completa proteção, é
tantes, abrasivos e por ra- feito também o uso de lu-
diações não ionizantes ge- vas e botas de PVC.
radas por soldagens.
Macacões de brim com capuz (macacão de parada)
1.4.8 Capas, jaquetas e conjuntos São destinados para tra-
Conjunto aluminizado balhos em locais onde haja
Devem ser utilizados risco de contato com super-
na proteção contra calor ra- fícies abrasivas. Possuem
diante ou condutivo e res- reforço nos ombros, cotove-
pingos de partículas quen- los, joelhos e nádegas.
tes de metais ou líquidos. Exemplo: trabalhos em
interior de equipamentos.

Jardineiras de PVC
Devem ser utiliza-
das em trabalhos envol-
vendo substâncias quí-
Capa de PVC micas ou ambientes
18 Devem ser utilizadas com grande umidade
para proteção contra chu- ou locais alagadiços.
va. Podem ser utilizadas Possuem botas de PVC
para respingos de produ- acopladas nas pernas.
tos ácidos e cáusticos.
Segurança Industrial
Macacão especial de proteção 1.4.10 Proteção respiratória
Macacão confeccionado O uso de proteção respiratória é obrigató-
em não-tecido, com costura rio quando:
termosselada e tratamento a) a concentração volumétrica de oxigê-
anti-estático. Com abertura nio no ambiente ou para respiração pelo
frontal em zíper, elástico nos trabalhador estiver abaixo de 19,5%;
punhos e tornozelos e capuz b) o ar estiver contaminado com substân-
com elástico. cias prejudiciais à saúde, que através
Oferece proteção em da respiração possam provocar distúr-
operações em que exista ris- bios ao organismo ou seu envenena-
co de contaminação com mento;
agentes químicos líquidos. c) o ar ambiental não se encontrar no seu
estado apropriado para a respiração, ou
Macacão anti-ácido hermeticamente fechado seja, ter temperatura e pressão anormais
São indumentárias espe- que possam causar danos ao sistema
ciais de PVC ou neoprene, respiratório (ex.: congelamento, quei-
hermeticamente fechadas madura, embolias, etc.);
oferecendo proteção de cor- d) o ar contiver qualquer substância que o
po inteiro contra contami- torne desagradável por exemplo: odores.
A grande variedade de tarefas existentes
nantes químicos.
na RPBC que necessitam de proteção respira-
Na RPBC são utiliza-
tória exigem em cada caso o equipamento mais
das na Unidade de Gasolina
adequado para sua execução.
de Aviação (UGAV) para
Pode-se citar o uso de proteção respirató-
atendimento e controle de
ria nos seguintes casos:
vazamentos de HF (ácido – trabalhos em áreas continuamente con-
fluorídrico) de grandes pro- taminadas;
porções uma vez que pro- – trabalhos em áreas com contaminação
porciona ao usuário um alto grau de proteção. provável ou possível de ocorrer;
Os macacões anti-ácido possuem insufla- – para abandono em situação de perigo
ção de ar, através de mangueira de suprimento eminente (fuga);
de ar respirável. – para salvamentos e ações de socorro.
Deve-se tomar o cuidado de verificar, ro- Os equipamentos de proteção respiratória
tineiramente, o estado da roupa, quanto à podem ser classificados em:
presença de furos ou cortes no tecido, bem como a) Equipamentos filtrantes, respiradores e
se o sistema de vedação está em perfeito estado. máscaras;
c) Equipamentos Autônomos;
SEQÜÊNCIA DE COLOCAÇÃO DA ROUPA c) Equipamentos de Respiração com linha
de ar (ar mandado).

1.4.11 Equipamentos filtrantes, respiradores e


máscaras
São equipamentos que permitem a passa-
gem do ar ambiente para o sistema respirató-
rio somente após ter sido purificado através
de filtros mecânicos químicos ou combinados.
Os filtros possuem carvão ativo para retenção
de contaminantes químicos e elementos de
papel ou algodão para retenção de poeiras.

Filtros químicos e mecânicos


A utilização deste tipo de equipamento é 19
recomendada quando:
– a concentração volumétrica parcial de
oxigênio na atmosfera estiver com, no
mínimo 19,5% (NIOSH);
Segurança Industrial
– a atmosfera estiver isenta de monóxi- Os filtros químicos e mecânicos, após o
do de carbono; seu uso, deverão ser devolvidos para a SMS
– a concentração do contaminante na at- para que seja promovido a destinação adequa-
mosfera estiver dentro das especifica- da dos mesmos.
ções de uso do filtro;
– preferencialmente, o ambiente for aber- Respiradores semi-facial, com filtros combinados
to e ventilado.
A vida útil dos filtros depende basicamente:
– da concentração do contaminante;
– da taxa de consumo de ar pelo usuário;
– da umidade relativa do ar;
– da temperatura do ar.
O tempo de uso dos filtros depende dos
fatores anteriores, devendo os mesmos ser
substituídos quando ocorrer ou for detectado: Sua utilização é indicada para proteção
– elevada resistência ao fluxo de ar para respiratória contra uma grande variedade de
a respiração normal; contaminantes, através de filtros químicos ou
– percepção do cheiro das substâncias mecânicos (para poeiras), todos intercambiá-
contaminantes; veis. Assim, dependendo do contaminante pre-
– princípio de irritação. sente na atmosfera, o usuário poderá optar pelo
Nota: quando se tratar de filtros químicos, tipo de filtro mais adequado.
deve ser observado o prazo de validade Os respiradores semi-faciais cobrem a boca
dos mesmos, pois, expirado este prazo, os e o nariz, e permitem uma respiração natural.
filtros devem ser descartados. As correias elásticas garantem uma vedação
Os filtros de respiração aparecem nas mais segura e conforto no uso.
variadas formas construtivas. Na RPBC os As vantagens principais do respirador semi-
tipos mais utilizados são os de rosca para res- facial são, o peso reduzido e o conforto. Os
piradores e máscaras panorâmicas. Os cartu- respiradores semi-faciais são, usados com fil-
chos químicos utilizados obedecem a uma co- tros, em locais de trabalho onde os contami-
dificação de cores e apresentam suas especifi- nantes ou elementos prejudiciais à saúde exis-
cações rotuladas nos próprios cartuchos. Ne- tem em pequenas concentrações.
les estão especificados os contaminantes para
os quais se destinam. Máscaras panorâmicas
De acordo com o filtro utilizado, este pro-
porcionará proteção contra poeiras, neblinas,
asbestos, fumos, gases ácidos, vapores orgâ-
nicos, halogenados, amônia, aminas, pestici-
das, tintas, vernizes, esmaltes e outros, ou ain-
da a combinação de mais de um contaminan-
te, de acordo com as limitações especificadas.

As máscaras faciais panorâmicas envol-


vem todo o rosto e, por isso, oferecem, simul-
taneamente, proteção à visão, e à respiração.
Isto se torna indispensável em ambientes com
elementos irritantes ou agressivos à vista e res-
piração.
As modernas máscaras faciais possuem
20 um único visor abaulado, com grande campo
visual.
O corpo da máscara facial, com seus lábios
de vedação, adapta-se a todos os tamanhos e
formatos diferentes de rostos, ajustando-se
Segurança Industrial
através de câmaras reguláveis presas a cinco O ar é respirado do cilindro de suprimen-
pontos da máscara, que permitem uma ade- to através da válvula de demanda, que fornece
quada vedação. a quantidade de ar necessária para encher os
As máscaras possuem, ainda, uma mem- pulmões.
brana acústica interna, que permite a transmis- O ar expirado pelos pulmões é expelido
são de comunicação verbal pelo usuário. para fora da máscara, através das válvulas de
Conforme o equipamento de proteção res- exalação da máscara.
piratória usada em conjunto com as máscaras As modernas máscaras panorâmicas pos-
faciais, estas possuem diferentes conexões: suem pressurização no seu interior, aumentan-
– se a máscara é usada com filtros, equi- do o grau de proteção do usuário em atmosfe-
pamentos com linha de ar ou conjun- ras com presença de contaminantes.
tos autônomos de respiração, ela pos- O dispositivo de alarme sonoro indica que
sui uma Iigação de rosca e válvulas de o suprimento de ar está chegando ao fim e que
inalação e exalação; o usuário deve sair imediatamente da área con-
– máscaras faciais usadas em conjunto taminada. Este alarme é disparado quando o
com equipamento autônomo de respi- ar existente no cilindro for suficiente para,
ração por pressão positiva, possuem aproximadamente, cinco minutos.
conexão da válvula de demanda (pul- Aviso importante: quando se abre a vál-
mão) tipo engate rápido baioneta. vula do cilindro, o dispositivo de alarme dá
Nota: sempre que for necessário utilizar um breve apito, o que indica o seu perfeito
equipamento de proteção respiratória após funcionamento. Caso não ocorra este alarme
o ajuste da peça facial, deve ser efetuado no momento de abertura da válvula do cilin-
o teste de vedação. dro, o equipamento deverá ser substituído.
Para efetuar o teste, deve-se obstruir a via É conveniente o treinamento prévio e a
normal de entrada de ar e aspirar profundamen- habilitação adequada aos usuários destes equi-
te. Ocorrendo a contração da peça facial, a ve- pamentos.
dação é satisfatória. Caso a vedação não seja
satisfatória, a peça facial deve ser substituída. Conjuntos autônomos modelo Carla
Observação: o uso de barba não permite São os menores
uma perfeita vedação. equipamentos autô-
nomos de respiração
1.4.12 Equipamentos autônomos utilizados na RPBC.
São equipamentos com provisão de ar con- Simples e seguro, o
tido num cilindro de alta pressão. Portanto, Carla é ideal para
independem da qualidade do ar existente no abandono de áreas e
ambiente ou de outra fonte externa de supri- para a realização de
mento. Estes aparelhos têm sua utilização li- rápidas inspeções.
mitada, de acordo com sua capacidade de ar- Dispõe, também, de
mazenamento de ar. Sua autonomia depende, um dispositivo para
sempre, do esforço físico, biotipo e treinamen- acoplamento de
to do usuário, quanto à utilização do equipa- mangueiras de supri-
mento. mento de ar e pode ser utilizado como um con-
São utilizados em situações de emergên- junto de emergência nos trabalhos com linha
cia ou em trabalhos onde é necessária a movi- de ar mandado, para fuga.
mentação constante do usuário, onde, em cujos O conjunto é fixado ao corpo através de
ambientes, existem ou possam existir altas tirante de nylon e cinto.
concentrações de contaminantes e/ou baixa
concentração de oxigênio (abaixo de 19,5% Dados técnicos do cilindro de ar:
em volume). – volume interno 1,5 litros
Um aparelho autônomo é composto, basi- – pressão de carga 200 kgf/cm2
camente, de uma máscara panorâmica com tra- – volume de ar 300 litros 21
quéia, válvula de demanda (pulmão), disposi- – autonomia(*) 10 minutos
tivo de alarme sonoro, cilindro para alta pres- – peso total 4,2kgf
são, válvula redutora de pressão, suporte bási- – peso do cilindro 3,5kgf
co para apoio do conjunto ao corpo, válvula
de alívio de pressão e correias de sustentação. (*) considerando consumo de 28 I/min (médio)
Segurança Industrial
Conjuntos autônomos Todo o conjunto é modulado e pode ser
desmontado em poucos minutos o que facilita
muito as operações de limpeza do mesmo.
A tira de fixação do cilindro é confeccio-
nada em Kevlar, material muito existente e
acomoda todos os tipos de cilindros básicos.
O fecho da fita é de fácil acionamento e ga-
rante um assentamento perfeito do cilindro ao
suporte.

Cilindro de ar comprimido
É conectado manualmente a válvula regu-
PA 93 ladora e permanece fixo ao suporte com auxí-
Aparelho autônomo, leve e econômico na lio da tira de fixação.
proteção contra gases. Os respiradores autônomos ARAP E-10
Desenvolvido especialmente para combate destinam-se a serviços de rápida duração e
ao fogo ou para atividades intensas de utiliza- proporcionam ao usuário independência do ar
ção de equipamentos autônomos. A máscara ambiente.
facial, a válvula de demanda, a válvula regu-
ladora, o manômetro e alarme sonoro são os 1.14.13 Equipamentos de Proteção Respiratória
mesmos utilizados no aparelho PA 90 BR. O com alimentação por linha de ar (ar-mandado)
suporte do PA 93 é feito de um material plás- São equipamentos de proteção respirató-
tico composto de fibra de carbono, recoberto ria que suprem o trabalhador de ar respirável
com material anti-estático o que o torna extre- através de mangueira de ar comprimido.
mamente resistente a impactos e esforços, bem Os respiradores supridos por mangueiras
como seguro para ser utilizado em atmosferas de ar comprimido, dividem-se em dois siste-
explosivas de qualquer espécie. mas distintos: os de fluxo constante e os de
As correias e cinto são confeccionados de demanda automática de ar.
espuma sintética especial, recoberta com teci-
do anti-chama, que não se degrada em contato Sistemas tipo fluxo constante (ar mandado)
com o fogo. As fivelas são auto-fixantes as- São dispositivos
sim como o cinto, o que permite a rápida co- onde o suprimento
locação e retirada do aparelho. de ar comprimido
Devido ao desenho do suporte, das cor- para os respiradores
reias e do cinto, o PA 93 é um aparelho autô- é, constantemente,
nomo que reúne características ergonômicas gerado em centrais
22 de compressores.
excelentes, sendo que grande parte do peso do
equipamento é deslocado dos ombros para O ar comprimido respirável é conduzido
para a região lombar do usuário, proporcio- através de mangueiras apropriadas e flexíveis,
nando além de maior conforto, uma ótima mo- com diâmetro interno de 3/8" (9mm), aos con-
bilidade durante as operações. juntos filtrantes.
Segurança Industrial
O conjunto filtrante é usado para purifi- de grande capacidade de armazenamento. O
car, o ar comprimido proveniente dos compres- consumo de ar é melhor dimensionado atra-
sores, filtrando vapor de óleo, partículas sóli- vés da válvula de demanda automática, com a
das e retendo o excesso de umidade no ar, bem vantagem do uso de máscaras de pressão po-
como umedecendo-o quando se tratar de ar sitiva.
seco (tipo ar de instrumentos). A qualidade do ar respirável, neste siste-
O conjunto filtrante é composto do regu- ma, é mais confiável, pois não haverá risco de
lador de pressão, decantador de água e óleo, contaminação do ar através do ambiente, uma
filtro de carvão ativo de alta capacidade de vez que provém diretamente dos cilindros que
absorção, umidificador de ar e bicos para saí- são abastecidos em compressor apropriado,
das de mangueiras tipo engates rápidos. localizado no prédio da SMS.
O abastecimento de ar comprimido deve si- O conjunto contém 4200 litros de ar respirá-
tuar-se na faixa de pressão entre 4 e 6 kgf/cm2, vel, distribuídos em dois cilindros de 7 litros de
podendo-se ajustar o fluxo de ar, individual- volume interno e com pressão de 300 kgf/cm2.
mente, através do regulador do conjunto Este conjunto é disposto em uma unidade
filtrante, na faixa de vazão entre 60 a 380 l/min. móvel, que possui duas rodas em suporte tu-
Utilizando-se um sistema de suprimento bular de grande resistência.
de ar tipo fluxo constante, pode conectar um Os cilindros estão unidos por uma barra
registro de ar com traquéia e máscara facial a de conexão manual,
semi-máscara. Capuz com insuflação ou ma- que incorpora válvu-
cacão com insuflação podem ser alimentados las de retenção e vál-
diretamente através da mangueira de ar. vulas de alívio de alta
Para trabalhos localizados em ambientes pressão.
confinados e com a presença de contaminan- A pressão média
tes, é necessária a utilização de um conjunto de trabalhos das man-
autônomo de respiração acoplado ao sistema gueiras de ar deverá
da linha de ar mandado. Nesse caso, é utiliza- estar fixada em 5 kgf/
do o modelo Carla, que proporciona, em situa- cm2, constante.
ções de emergência, uma reserva adicional, Duas conexões
destinada para a fuga do ambiente, tal recurso com engates rápidos permitem ligar as man-
torna-se necessário, uma vez que a geração de gueiras para uso de, até, duas máscaras pano-
ar pode sofrer panes ou caso a mangueira que râmicas.
supra o trabalhador venha a ser rompida aci- As mangueiras podem ser acopladas uma
dentalmente. a outra, para atingir o comprimento desejado,
porém, não devem exceder a 60 metros de ex-
tensão final, segundo recomendação do fabri-
cante.
É recomendável que, ao ser utilizado o
conjunto, seja mantido o acompanhamento de
uma pessoa para observação da pressão, para
substituição dos cilindros quando necessário
e para solicitar a retirada dos trabalhadores do
local do trabalho, quando necessário. Essa
Este sistema é utilizado na execução de pessoa deverá ser habilitada para manusear e
trabalhos de longa duração, evitando-se tro- operar o equipamento.
cas repetidas de cilindros e interrupção de exe- Considerando uma média de consumo de
cução das atividades. ar em torno de 40 L/min, o conjunto PAR4000
VAL proporcionará autonomia de, aproxima-
Sistemas com demanda automática de ar damente, 100 minutos para um trabalhador.
Como alternativa para a realização de ser-
viços onde existam contaminantes e não há 1.4.14 Proteção contra quedas 23
fontes/pontos de suprimento de ar mandado, Cinto de segurança
utiliza-se o sistema de demanda automática de Para execução de trabalhos em locais acima
ar. Neste sistema de proteção respiratória, o ar de 2 m de altura do piso, em que haja risco de
é fornecido a partir de cilindros de ar respirável queda, é obrigatório o uso de cinto de segurança.
Segurança Industrial
Os cintos de segurança, em contraposição O fato de a corda ser presa nas costas é
a todos os equipamentos de proteção indivi- para que, em caso de queda, o corpo seja for-
dual até agora vistos, não têm a finalidade de çado a dobrar-se no sentido normal, para fren-
proteger uma determinada parte do corpo hu- te, evitando maior esforço ou impacto na co-
mano em específico. São utilizados, quando luna (espinha dorsal) da pessoa. Nunca se deve
empregados corretamente, para inibir riscos prender a corda na frente, pois, em caso de
manifestados sob a forma de quedas ao solo queda, a pessoa poderá ter a coluna (espinha)
ou a outro nível inferior, riscos estes decor- dobrada para trás com possibilidades de cau-
rentes das seguintes condições de trabalho: sar sérios problemas à mesma.
a) trabalhos em alturas elevadas; Do mesmo modo a corda deverá ser, periodi-
b) locais onde possa haver desprendimen- camente, inspecionada e testada quanto a sua
to de terra ou desmoronamento. resistência a carga estática e dinâmica.
Convém esclarecer que os cintos de segu-
rança são dispositivos confeccionados com 1.4.15 Colete salva vidas
materiais de determinada resistência mecâni- Devem ser utilizados nas embarcações e
ca (nylon, couro ou lona), associados a deter- margens de rios, lagoas, córregos e outras si-
minados elementos ou acessórios, conforme o tuações onde haja risco de afogamento de pes-
trabalho a ser realizado. soas.
Na RPBC, utiliza-se o tipo que oferece o
maior grau de proteção e conforto ao traba-
lhador, que é o cinto
de segurança tipo
páraquedista.
Os cintos de segu-
rança devem ser visto-
riados constantemente
e, caso seja notado al-
gum sinal de insegu-
rança em alguma par-
te de seus componen-
tes, estes devem ser
imediatamente substi-
tuídos ou sofrer manu-
tenção, visto que os
cintos de segurança são muito importantes na
preservação da vida do trabalhador.
Em presença de qualquer um dos defeitos
a seguir, o equipamento deverá ser substituído:
– sinais de desgaste ou princípios de rup-
tura do cinto, talabarte ou suspensório;
– corte em qualquer componente de
nylon;
– deformação ou trinca das ferragens; 1.5 Equipamento de Proteção Coletiva –
– defeito ou enfraquecimento da mola EPC
dos mosquetões; São equipamentos instalados nos ambien-
– rompimento de alguns fios da corda de tes de trabalho, visando proteger a saúde e a
nylon. integridade física dos que ali exercem suas
O equipamento devera sofrer manutenção funções. São os que neutralizam ou atenuam
quando apresentar os seguintes defeitos: o risco na fonte, ou seja, no lugar em que ele
– costuras rompidas; se manifesta.
– início de processo de corrosão nas fer- Para ilustrar, podem ser citados os seguin-
24 ragens. tes exemplos:
No caso do cinto acoplado a uma corda, – protetores dos pontos de operação em
alguns esclarecimentos tornam-se necessários: serras, em furadeiras, em prensas;
a corda deve ser bem ancorada em ponto fir- – os sistemas de isolamento de operações
me e mais elevado, com lance de corda de 1,5 m. ruidosas;
Segurança Industrial
– os exaustores de poeiras, vapores e ga- Importante!
ses nocivos; O EPI deve ser mantido sempre em bom
– os dispositivos de proteção em escadas, estado de uso. Como o próprio nome já
em corredores, em guindastes, em es- diz, ele é de uso individual caso tenha que
teiras transportadoras. ser usado por outro usuário, o equipamento
Estes são exemplos de proteção coletiva deve ser limpo, desinfetado e, eventual-
que devem ser reparados sempre que apresen- mente, descontaminado. A SMS possui
tarem uma deficiência qualquer. pessoal habilitado e condições de execu-
tar a manutenção e higienização dos EPI.
A observação dos equipamentos de segu-
Os Equipamentos de Proteção Coletiva
rança, sejam individuais ou coletivos, têm
também requerem manutenção periódica. Cabe
grande importância nas inspeções de seguran-
a empresa garantir a conservação e o bom fun-
ça. A eficiência desses equipamentos é com-
cionamento dos EPC.
provada pela experiência e, se obedecidas às
regras de uso, a maior parte dos acidentes ou
suas conseqüências estarão sendo evitadas.
1.6 Alguns Cuidados na Utilização dos
Equipamentos de Proteção Individual – EPI
Importante! Equipamento: Capacete
Sempre que for possível, devem ser eli- – Usar a aba voltada para a frente, a fim
minados ou controlados os riscos de aci- de proteger o rosto.
dentes na origem, utilizando Equipamen- – Mantê-lo ajustado firmemente à cabe-
tos de Proteção Coletiva – EPC. ça, regulando a suspensão interna (car-
neira).
Exemplos de EPC – Substituir a peça interna de sustenta-
Anteparos rígidos, em sistema de guarda - ção, a carneira, e ajuste, no caso de da-
corpo e rodapé, onde houver risco de queda; nos, cortes parciais e totais, perdas de
guardas de proteção de máquinas e equipamen- regulagem, etc.
tos; balaustres, corrimãos, placas de aviso, – Substitui-lo, no caso de rachaduras no
exaustores; ventiladores; extintores; guarda- casco.
corpos mangueiras e hidrantes; etc. – Manter o capacete limpo de manchas
de óleo ou de qualquer outro produto
Utilização dos Equipamentos de Uso Coletivo químico. Para limpeza, usar água cor-
rente a 60oC e sabão neutro. Nunca uti-
Um bom exemplo de uso de proteção co-
lize na limpeza qualquer produto quí-
letiva é a ventilação por exaustão de ar. Este
mico.
tipo de ventilação visa à retirada do poluente
do meio logo após o seu desprendimento, para
evitar assim que o mesmo chegue a ser aspira- Equipamento: Óculos de Segurança contra impac-
do pelos trabalhadores. Com isso, evita-se o to de partículas sólidas
uso de proteção respiratória. – Regular as hastes de modo a obter um
ajuste adequado no rosto.
Manutenção, Higiene e Cuidados na Utilização dos – Ajustar as conchas laterais de modo a
evitar a penetração de partículas.
Equipamentos de Uso Individual e Coletivo
– Não é recomendado o seu uso em am-
Os itens descritos a seguir fazem parte da
bientes com poeira em suspensão.
legislação, que diz que:
– Não é recomendado para proteger con-
– o empregador é responsável pela higie- tra partículas líquidas.
nização, manutenção, fornecimento
gratuito, treinamento e supervisão do Equipamento: Óculos de Segurança ampla visão
uso correto do EPI;
contra partículas líquidas
– o empregado é responsável pela guar- – Ajustar a tira elástica de modo a con-
da e conservação do EPI, pelo seu uso seguir adequada vedação sobre o ros-
correto e que lhe cabe informar quan- to. Substituir os óculos quando não for 25
do estiver danificado; mais possível conseguir vedação.
– o empregado é passível de punição, – Manter sempre à mão um pano limpo
caso não cumpra as determinações de para a limpeza e desembaçamento das
segurança estabelecidas pela empresa. lentes.
Segurança Industrial
– Se o modelo tiver dispositivos para exa- – Mantenha as luvas sempre limpas,
lação, mantê-los permanentemente lim- usando água morna e sabão neutro,
pos e desobstruídos. mantendo-as sempre secas.
– Caso as lentes estejam arranhadas, pro- – Atenção na hora de calçá-las e retirá-
videnciar a sua substituição. las da mão.
– Deverão ser guardados em local fecha-
do e protegido, para evitar contamina- Lembrete
ção e sujeira nas lentes. A roupa, após o seu uso, poderá conter
resíduos de produtos químicos.
Equipamento: Protetor Facial com visor de plásti-
co transparente Equipamento: Luvas resistentes à alta voltagem
– Manter a coroa, ou seja, o dispositivo – Verificar a voltagem segura de traba-
de fixação, ajustada à cabeça, a fim de lho por meio de faixas coloridas no
conseguir boa fixação. punho que identificam a voltagem e o
– Substituir o protetor no caso de danos Registro de Inspeção;
no visor ou na coroa. – Fazer também uma inspeção visual e
– Remover manchas de óleo no visor, uti- teste com ar comprimido na luva, an-
lizando água morna e sabão neutro. Não tes do uso, para detectar possíveis cor-
use nenhum produto químico. tes ou furos;
– Usar uma luva de pelica ou couro de
Equipamento: Abafador de ruído porco sobre a luva de borracha para
– Mantê-lo permanentemente limpo, proteger esta de algum corte ou furo.
guardá-lo em local livre de poeira e de
outros contaminantes do ar. Equipamento: Botas resistentes a produtos químicos
– Abrir o arco apenas o suficiente para – Mantê-las limpas, lavando-as com água
encaixá-lo sobre as orelhas a fim de não e sabão neutro.
quebrá-lo. – No caso de ressecamento, rachadura ou
– Ajuste a concha para a posição onde é qualquer outro dano, providenciar a
menor o nível de ruído percebido. imediata substituição.
– Quando as esponjas de selagem, loca-
lizadas internamente nas conchas, se Equipamento: Máscara contra poeiras
danificarem ou sujarem, substituir o par – Seu uso é proibido em ambientes onde
de conchas. há deficiência de oxigênio.
– Não oferece proteção contra gases, va-
Equipamento: Roupa resistente a produtos quími- pores ou partículas líquidas.
cos – PVC – Deve ser substituída, diariamente ou
– Substituir a roupa quando estiver com imediatamente, quando houver dificul-
rasgos, furos, etc. dades de respiração.
– Após utilização, lavar o equipamento
com água em abundância e sabão neutro. Equipamento: Máscara com filtros químicos
– Concluída a lavagem, secar bem. – Usar somente o filtro indicado para a pro-
teção do(s) contaminante(s) presente(s).
Equipamento: Luvas resistentes a abrasivos – Seu uso é proibido em ambientes onde
– Mantê-las limpas de óleo e permanen- há deficiência de oxigênio.
temente secas. – Após o uso, devem ser higienizadas.
– Substituí-las no caso de danos.
– A máscara deve ser guardada em reci-
– Não tocar em superfícies aquecidas
piente fechado, seco e limpo e abriga-
com temperaturas superiores a 65oC.
do da luz.
Equipamento: Luvas resistentes a produtos químicos – Quando o filtro não estiver em uso,
26 – Não segure objetos nem permita o con- deve permanecer vedado.
tato com líquidos cuja temperatura seja – Deve-se manter um registro de uso dos
superior a 65oC. filtros, com o objetivo de providenciar
– Não utilize as luvas para trabalhos em a sua substituição aos primeiros sinais
circuitos elétricos energizados. de saturação.
Segurança Industrial
Atençao! 1.7 Inspeção Planejada
Um equipamento apesar de ser capaz de A Inspeção Planejada tem como objetivo
oferecer 100% proteção mas que não é garantir que os pontos importantes da empre-
usado, não oferece proteção alguma. sa sejam sempre vistos pelos seus responsá-
veis, principalmente por aqueles que tenham
Lista de verificação para consulta, caso uma visão crítica. A melhor maneira de se reali-
necessário utilizar equipamentos de proteção zar uma inspeção é basear-se numa lista de
individual. verificações, ou seja, um check-list, cujo con-
1. Existe na sua área sinalização para o teúdo e periodicidade devem ser discutidos
uso obrigatório de EPI? entre os empregados e o supervisor.
2. Em todas as atividades, estão sendo A inspeção planejada envolve o exame
usadas roupas de trabalho adequadas e sistemático das instalações, equipamentos, fer-
resistentes? ramentas, materiais e sua utilização pelos em-
pregados, com o objetivo de identificar qual-
3. Durante as atividades onde existe peri- quer condição abaixo do padrão. A inspeção
go para os olhos estão sendo usados planejada está muito dirigida à identificação
óculos protetores de ampla visão e pro- dos riscos na etapa pré-acidente, ou seja, an-
tetores faciais? tes do acidente. A inspeção deve estar dirigida
4. Em áreas de trabalho com ruído muito para qualquer componente de uma máquina,
alto, são usados sempre, equipamentos equipamento ou sistema, cuja falha possa cau-
adequados para proteção dos ouvidos? sar uma lesão ou doença grave, danos signifi-
cativos ao patrimônio, ou interromper o pro-
5. Em todos os lugares sujeitos à ocorrên- cesso produtivo.
cia de vapores, gases ou espécies de pó A verificação dos equipamentos antes de
nocivos à saúde, dispõe-se dos equipa- serem operados é uma forma de identificar
mentos específicos de proteção respi- partes com defeito em equipamentos como
ratória? Estão sendo usados correta- empilhadeiras, guindastes, pontes rolantes, etc.
mente? Isto significa, simplesmente, que o equipamen-
6. Para atividades com risco de queda, dis- to deve ser normalmente revisado antes do iní-
põe-se de cintos e cordas de seguran- cio do trabalho, ou antes de ser usado por um
ça? Estão sendo usados freqüentemente? operador.
As inspeções planejadas não são apenas
7. Para manuseio de substâncias perigo- uma parte importante do Programa de Segu-
sas, dispõe-se dos equipamentos pro- rança, mas também um treinamento potencial
tetores pessoais necessários (por ócu- para garantir o cumprimento dos requisitos
los protetores contra ácidos, macacões legais, melhorar o moral dos funcionários e
de PVC ou aventais e botas de borracha)? aumentar a eficiência do trabalho.
Estão sendo usados corretamente? Apresenta-se, a seguir, um exemplo de uma
8. Os equipamentos de proteção – capa- lista de verificação – check-list, com o que se
cetes, óculos de segurança, etc. – são pode perguntar:
usados também pelas chefias e pelos – As partes móveis expostas das máqui-
encarregados da supervisão? nas estão protegidas?
9. Todos os equipamentos de proteção – A disposição do equipamento ajuda a
pessoal existentes na minha Unidade uma operação segura?
são controlados quanto ao seu estado?
– Os gumes afiados de corte estão ade-
10. São submetidos a uma manutenção re- quadamente protegidos?
gular?
– A exposição dos trabalhadores ao ruí-
11. Os equipamentos de proteção de uso do já foi monitorada?
individual estão guardados em local 27
próprio? – Os sinais de AVISO, se necessários, es-
tão adequados e no número apropriado?
12. Empreiteiros e visitantes também re-
cebem todos os equipamentos de pro- – Os extintores de incêndio estão sinali-
teção individual necessários? zados e seus acessos desimpedidos?
Segurança Industrial
1.7.1 A Importância da Inspeção Planejada – Meu senhor, disse. Percebo uma grande
Inspeção de segurança preocupação no seu semblante, será que pode
Todos os componentes da CIPA – Comis- me contar?
são Interna de Prevenção de Acidentes, prin- – Assim é, meu caro amigo, suspirou o
cipalmente os que atuam nas subcomissões de fazendeiro. Até pouco tempo atrás, a minha
inspeção de segurança, sabem que as inspe- fazenda era a mais próspera da região, os re-
ções têm um papel fundamental no sucesso banhos cresciam e multiplicavam-se. As plan-
contra os acidentes. É importante, então, apli- tações me devolviam muitas vezes os investi-
car, ao máximo, princípios de validade que mentos realizados, e de um tempo para cá tudo
estejam a nosso alcance. começou a desmoronar. Tento e tento, mas não
Observem esta história, de imenso valor consigo reverter a situação, não descubro qual
para a prevenção. o problema nem o que posso fazer.
A conversa sobre este assunto entrou até
A caixinha preta altas horas da noite.
Conta-se que há muitos anos, aqui mes- – Já é muito tarde para você seguir seu
mo em nossa região, vivia um velho e sábio caminho, disse o fazendeiro.
homem, dono de uma grande fazenda, com – Tenho um quarto de hóspedes onde pode
muitos cavalos, milhares de cabeças de gado, descansar esta noite. O convite foi aceito.
infindáveis plantações dos mais ricos grãos e Na manhã seguinte o fazendeiro acordou
na qual trabalhava muita gente. Era a fazenda cedo, o quarto onde ficara seu convidado já
mais famosa da região. estava vazio e arrumado. Sobre a cama obser-
E, assim foi por muito tempo, até que, por vou uma nota junto a uma caixinha preta. Cu-
uma razão misteriosa, tudo começou a min- rioso, pegou ambos e abriu o papel dobrado.
guar; os cavalos começaram a adoecer, o gado
já não forneciam carne e leite com a mesma “Prezado Amigo:
qualidade, muitas deles morreram e as planta- Muito agradeço seu grande coração que
ções secavam devido as pragas que apareceram. me acolheu deforma muito superior à que es-
Nosso fazendeiro, cada vez mais preocu- perava. Para demonstrar o meu reconheci-
pado, fez de tudo que tinha ao seu alcance para mento estou lhe deixando esta Caixinha Preta
reverter a situação, contratou especialistas, que possui uma aureóla mágica. Se você pes-
mudou pessoas chaves, deu treinamentos, po- soalmente pegar esta caixinha preta e a levar
rém sem sucesso. todos os dias por todos os cantos e recantos
Uma tarde, com o sol já entrando, o velho de sua fazenda, conversar com os trabalha-
fazendeiro estava sentado na varanda de sua dores, que encontrar, a auréola mágica da
casa, meditando sobre o que estava acontecen- caixinha, tenho certeza, vai modificar a situa-
do. Logo teria que reconhecer o fracasso e a ção negativa que está vivendo.
falência. Um peso enorme sentia sobre seu Uma condição, porém, deve cumprir, nun-
peito. O que seria de sua vida? ca, mas nunca tente abrir para ver o interior
Voltou à realidade quando escutou alguém da caixinha preta, a mágica seria perdida para
o chamando da estrada, que ficava próxima. sempre.
– Boa noite meu senhor, disse o homem, Senhor o guarde.
mais velho que o fazendeiro. Peregrino”
– Sou um peregrino que viaja pelos cami-
nhos do Senhor, procurando sua Sabedoria. Nosso fazendeiro, no seu desespero e por
Estou com um pouco de fome e, respeitosa- mais louca que lhe parecesse a idéia, compro-
mente, lhe peço um pedaço de pão para conti- meteu-se a atender esta sugestão. A partir desse
nuar meu caminho. dia, levantando bem cedo, começou a visitar
Comovido e como já estava na hora do sua fazenda, levando consigo a caixinha pre-
jantar, convidou-o para acompanhá-lo (“assim ta. Pouco tempo depois e com grande surpre-
posso conversar com alguém e ter um pouco sa e fé renovada, a situação começou a mudar.
28 de companhia”), pensou. Os rebanhos lentamente se recuperavam, as
Durante a refeição o homem contou algu- plantações esverdeavam, começando a dar seus
mas histórias e das pessoas e lugares que co- frutos. O tempo passou e o velho viu sua fa-
nhecia na sua peregrinação. De repente mu- zenda recuperar-se várias vezes, voltando a ser
dou de conversa: a admiração da região.
Segurança Industrial
Uma tarde, com o sol já entrando, o velho segurança, proporcionam uma cooperação
fazendeiro estava sentado na sua varanda, desta mais profunda entre os serviços especializados
vez planejando os investimentos e os novos e CIPA e os diversos setores da empresa, dão
projetos para sua fazenda. aos empregados a certeza de que a direção da
De repente foi trazido à realidade ao ou- empresa e o poder público (no caso de inspe-
vir um chamado desde a estrada. Era nosso ções oficiais) têm interesse na segurança do
peregrino. Muito feliz em revê-lo, convidou- trabalho, produzem efeitos psicológicos posi-
o a entrar e mandou preparar o melhor jantar tivos que estimulam a colaboração de todos.
que pôde. Geralmente, as pessoas só se preocupam
Durante a conversa contou, com entusias- com as causas, depois que alguma coisa acon-
mo, as maravilhas que a caixinha preta havia teceu, ou depois que se estabeleceu um pro-
feito na fazenda e do agradecido que estava blema. Na prevenção de acidentes, deve ha-
pela dádiva entregue por ele. ver uma preocupação com as causas, tanto
– Realmente, a caixinha preta é miraculo- antes como depois que os acidentes ocorreram.
sa, comentou. É tão importante para os supervisores es-
– Durante todos estes anos fiz exatamente tarem preocupados com o que pode causar
o que me recomendou. Saía cedo todos os dias como o que causou o acidente.
para percorrer a fazenda, todos seus cantos, e Existem quatro princípios relacionados
tudo mudou. Agora, estou com uma fazenda com a identificação de causas potenciais:
dez vezes mais rica e tudo está indo como nun- 1. detectar, prontamente, as condições in-
ca foi. seguras;
– Mas diga-me uma coisa que me deixa 2. identificar suas causas originais;
curioso até agora, o que esta caixinha preta tem 3. detectar, prontamente, as práticas inse-
no seu interior? guras;
O peregrino, como resposta, pegou a cai-
xinha preta e cuidadosamente levantou a tam- 4. identificar suas causas de fator pessoal.
pa, mostrando para o fazendeiro:
– Não tem nada! Conceito e Tipo
– Realmente, explicou o peregrino. A Inspeção de Segurança permite detec-
– Na verdade, o milagre da caixinha preta tar riscos de acidentes possibilitando a implan-
tem sido o fato de você ter visitado todos os tação de medidas preventivas.
lugares de sua fazenda, de ter visto com seus A inspeção pode ser:
olhos todos seus recantos, conversado com as – Geral – envolve todos os setores da
pessoas, tomando conhecimento das coisas, empresa em todos os problemas relati-
vivenciando os problemas e tomando oportu- vos à segurança.
namente as providências. Isto é o que na reali- – Parcial – quando é feita em alguns se-
dade você fez o tempo todo e por acaso, por- tores da empresa ou em certos tipos de
tando uma caixinha preta. trabalho ou em certos equipamentos ou
A Inspeção de Segurança consiste na ob- em certas máquinas.
servação cuidadosa dos ambientes de trabalho, – De rotina – traduz-se pela preocupa-
com o fim de descobrir, identificar riscos que ção constante de todos os trabalhado-
poderão transformar-se em causa de acidentes res, do pessoal de mantenção, dos
do trabalho e também com o objetivo prático membros da CIPA e dos setores de se-
de tomar ou propor medidas que impeçam a gurança.
situação desses riscos. – Eventual – é a inspeção realizada sem
A Inspeção de Segurança é, portanto, tipi- dia ou período estabelecido e com o en-
camente preventiva. Ela se antecipa aos pos- volvimento do pessoal técnico da área.
síveis acidentes. Este é o seu objetivo imedia- – Periódica – inspeção efetuada em in-
to e mais importante tervalos regulares programadas previa-
Mas, as Inspeções de Segurança, quando mente e visam apontar riscos previstos
repetidas, alcançam outros resultados: favore- como: desgastes, fadigas, super-esfor- 29
cem a formação e o fortalecimento do espírito ços e exposição a certas agressivida-
prevencionista que os empregados precisam ter, des do ambiente a que estão submeti-
servem de exemplo para que os próprios traba- dos pessoas, máquinas, ferramentas e
lhadores exercem, em seus serviços, controles de instalações.
Segurança Industrial
– Oficial – é a inspeção efetuada pelos As inspeções de Segurança, como já men-
órgãos governamentais do trabalho ou cionado, basicamente, destinam-se a fazer le-
securitários. Para este caso, é muito im- vantamento dos riscos, a descobrir problemas
portante que os serviços de segurança que deverão ser solucionados. Operadores de
mantenham controle de tudo o que máquinas, supervisores de produção, membros
ocorre e do andamento de tudo o que da CIPA, membros dos Serviços Especializa-
estiver pendente e que estejam em con- dos em Segurança e Higiene do Trabalho po-
dições de atender e informar devida- dem ser os Agentes das inspeções.
mente à fiscalização. Descobertos os riscos potenciais, isto é,
– Especial – é a que requer conhecimen- que poderão tornar-se causas de acidentes, o
tos e/ou aparelhos especializados. In- Agente da inspeção ou os Agentes, quando se
clui-se aqui a inspeção de caldeiras, ele- tratar de um grupo de pessoas, devem fazer
vadores, medição de nível de ruídos, relatório pormenorizado, que será estudado
de iluminação, etc. pelos técnicos em segurança e pela direção da
– Planejada – este tipo de inspeção é pro- empresa (quando for o caso) para que sejam
posital e rigorosa. Os itens a serem ins- tomadas as medidas preventivas pelos próprios
pecionados devem ser previamente re- técnicos ou por setores de Engenharia e Manu-
lacionados e ter indicado com que tenção.
frequência cada um deles deve ser ins- Os relatórios devem apontar, com clare-
pecionado. Uma inspeção desta natu- za, o tipo de risco a ser corrigido. As vezes,
reza é sistemática. Não deixa as coisas essa correção pode ser feita durante a própria
ao acaso. inspeção. Riscos que podem causar, de imedia-
to, certos acidentes devem ter recomendações
1.7.2 Levantamento dos riscos de acidentes de solução sem qualquer espera. O relatório é
Uma inspeção de segurança, para que seja uma das etapas mencionadas no ciclo completo
corretamente realizada, deve ser desenvolvi- das Inspeções de Segurança. Nenhum relató-
da em cinco fases: rio deve ser arquivado enquanto não tiver sido
– Observação – tanto dos atos como das dada solução ao problema levantado. Os
condições inseguras. supervisores de produção devem recorrer aos
– Informação – a irregularidade deve ser chefes imediatos, aos gerentes e, em seguida
discutida na hora para que a solução do aos Serviços Especializados e a CIPA, quan-
problema ocorra antes de qualquer do for o caso.
ocorrência desagradável. Da inspeção de Segurança pode resultar a
necessidade de um estudo mais aprofundado
– Registro – os itens levantados na ins- de determinada operação. Trata-se da Análise
peção devem ser registrados em formu- de Risco e, para realizá-la, o interessado deve
lário próprio, para que fique claro o que decompor, separar as fases de operação para
foi observado, em que local e as reco- verificação cuidadosa dos riscos que estão pre-
mendações e sugestões. sentes em cada fase.
– Envio os pedidos e recomendações pro- Com três perguntas básicas é possível de-
venientes da inspeção devem ser enca- compor uma operação para verificar riscos in-
minhados aos setores e/ou pessoas en- dividualizados:
volvidas, seguindo os procedimentos 1. O que é feito?
próprios da empresa.
Deve ser feito isso que está sendo observa-
– Acompanhamento – não se pode per- do ou existe algum risco que sugere alteração?
der de vista qualquer proposta ou su-
gestão para resolver problemas de se- 2. Como é feito?
gurança. Durante todo o tempo, até a A técnica desenvolvida é correta? Contém
sua solução. riscos que podem ser eliminados com peque-
nas alterações?
30 1.7.3 Relatório de Inspeção 3. Por que é feito?
Toda inspeção implica na emissão de um O objetivo da atividade será alcançado
Relatório de Inspeção, que embora não tenha corretamente e em segurança? Quando são eli-
um modelo próprio, deve ser minuciosamente minados os riscos, o “por que é feito?” Justifi-
elaborado. cará, de modo lógico, tudo o que é feito.
Segurança Industrial
Itens similares podem ser preparados para dada pela Portaria número 33 de 27 de outu-
levantar outros problemas julgados de impor- bro de 1983, que alterou a redação da NR-5,
tância na seção, tais como: norma essa que regulamenta as atividades da
– rampas, escadas e parapeitos; CIPA).
– iluminação;
– ventilação; 1.8 NR-5 – Comissão interna de prevenção
– gases, vapores e poeiras; de acidentes – CIPA
– canalização, válvulas e outros; 1.8.1 Do objetivo
– equipamento móvel; 5.1 – A Comissão Interna de Prevenção de
– ferramentas; Acidentes – CIPA – tem como objetivo a pre-
– inflamáveis; venção de acidentes e doenças decorrentes do
– equipamento de combate a incêndio; trabalho, de modo a tornar compatível perma-
– ordem, arrumação e limpeza; nentemente o trabalho com a preservação da
– equipamento de proteção individual; vida e a promoção da saúde do trabalhador.
– corredores;
– transporte de materiais; 1.8.2 Da constituição
– proteções de máquinas e equipamentos; 5.2 – Devem constituir CIPA, por estabeleci-
– armazenamento de materiais; mento, e mantê-la em regular funcionamento
– equipamentos de transportes; as empresas privadas, públicas, sociedades de
– instalações elétricas; economia mista, órgãos da administração di-
– sinalização de segurança; reta e indireta, instituições beneficentes, asso-
– instalações sanitárias; ciações recreativas, cooperativas, bem como
– vazamentos de água, óleo, etc.; outras instituições que admitam trabalhadores
– obediência aos procedimentos de segu- como empregados.
rança e saúde; 5.3 – As disposições contidas nesta NR apli-
– aspectos ergonômicos; cam-se, no que couber, aos trabalhadores avul-
– temperaturas. sos e às entidades que lhes tomem serviços,
A presença do representante da CIPA nas observadas as disposições estabelecidas em
Inspeções de Segurança é sempre recomendá- Normas Regulamentadoras de setores econô-
vel, pois a assimilação de conhecimentos cada micos específicos.
vez mais amplos – sobre as questões de segu- 5.4 – A empresa que possuir em um mesmo
rança e saúde ocupacional – vai tornar mais
município dois ou mais estabelecimentos, de-
produtivo e mais complexo o trabalho educa-
verá garantir a integração das CIPA e dos de-
tivo que a comissão desenvolve.
signados, conforme o caso, com o objetivo de
harmonizar as políticas de segurança e saúde
Texto “A CIPA – Comissão interna de prevenção no trabalho.
de acidentes”
5.5 – As empresas instaladas em centro co-
Uma equipe de apoio das ações de elimi-
mercial ou industrial estabelecerão, através de
nação de risco e, portanto, de redução de aci-
membros de CIPA ou designados, mecanismos
dentes, é a Comissão Interna de Prevenção de
de integração com objetivo de promover o
Acidentes – CIPA.
desenvolvimento de ações de prevenção de aci-
A CIPA foi criada, oficialmente, pelo De-
dentes e doenças decorrentes do ambiente e ins-
creto-lei número 7036, de 10 de novembro de
1944, sem título definido. A obrigação para talações de uso coletivo, podendo contar com a
instalação das comissões nas fábricas só en- participação da administração do mesmo.
trou em vigor em 19 de junho de 1945, por
instrução da Portaria número 229 do então 1.8.3 Da organização
Departamento Nacional do Trabalho. 5.6 – A CIPA será composta de representantes
Desde os primórdios a CIPA propõe-se a do empregador e dos empregados, de acordo
executar tarefas, através de representantes dos com o dimensionamento previsto no Quadro I
trabalhadores e do empregador, com o "objeti- desta NR, ressalvadas as alterações discipli- 31
vo de observar e relatar condições de risco nos nadas em atos normativos para setores econô-
ambientes de trabalho e solicitar medidas para micos específicos.
reduzir até eliminar os riscos existentes e/ou 5.6.1 – Os representantes dos empregadores,
neutralizar os mesmos..." (conforme redação titulares e suplentes serão por eles designados.
Segurança Industrial
5.6.2 – Os representantes dos empregados, ti- 5.15 – Protocolizada na unidade descentrali-
tulares e suplentes, serão eleitos em escrutí- zada do Ministério do Trabalho e Emprego, a
nio secreto, do qual participem, independen- CIPA não poderá ter seu número de represen-
temente de filiação sindical, exclusivamente tantes reduzido, bem como não poderá ser
os empregados interessados. desativada pelo empregador, antes do término
5.6.3 – O número de membros titulares e su- do mandato de seus membros, ainda que haja
plentes da CIPA, considerando a ordem decres- redução do número de empregados da empre-
cente de votos recebidos, observará o dimen- sa, exceto no caso de encerramento das ativi-
sionamento previsto no Quadro I desta NR, dades do estabelecimento.
ressalvadas as alterações disciplinadas em atos
normativos de setores econômicos específicos. 1.8.4 Das atribuições
5.6.4 – Quando o estabelecimento não se en- 5.16 – A CIPA terá por atribuição:
quadrar no Quadro I, a empresa designará um a) identificar os riscos do processo de tra-
responsável pelo cumprimento dos objetivos balho, e elaborar o mapa de riscos, com
desta NR, podendo ser adotados mecanismos a participação do maior número de
de participação dos empregados, através de trabalhadores, com assessoria do SESMT,
negociação coletiva. onde houver;
b) elaborar plano de trabalho que possibili-
5.7 – O mandato dos membros eleitos da CIPA te a ação preventiva na solução de pro-
terá a duração de um ano, permitida uma ree- blemas de segurança e saúde no trabalho;
leição. c) participar da implementação e do con-
5.8 – É vedada a dispensa arbitrária ou sem trole da qualidade das medidas de pre-
justa causa do empregado eleito para cargo de venção necessárias, bem como da ava-
direção de Comissões Internas de Prevenção liação das prioridades de ação nos lo-
de Acidentes desde o registro de sua candida- cais de trabalho;
tura até um ano após o final de seu mandato. d) realizar, periodicamente, verificações
5.9 – Serão garantidas aos membros da CIPA nos ambientes e condições de trabalho,
condições que não descaracterizem suas ati- visando à identificação de situações que
vidades normais na empresa, sendo vedada a venham a trazer riscos para a seguran-
transferência para outro estabelecimento sem ça e saúde dos trabalhadores;
a sua anuência, ressalvado o disposto nos pa- e) realizar, a cada reunião, avaliação do
rágrafos primeiro e segundo do art. 469, da cumprimento das metas fixadas em seu
CLT. plano de trabalho e discutir as situações
5.10 – O empregador deverá garantir que seus de risco que foram identificadas;
indicados tenham a representação necessária f) divulgar aos trabalhadores informações
para a discussão e encaminhamento das solu- relativas à segurança e saúde no trabalho;
ções de questões de segurança e saúde no tra- g) participar, com o SESMT, onde hou-
balho analisadas na CIPA. ver, das discussões promovidas pelo
5.11 – O empregador designará entre seus re- empregador, para avaliar os impactos
presentantes o Presidente da CIPA, e os repre- de alterações no ambiente e processo
sentantes dos empregados escolherão entre os de trabalho relacionados à segurança e
titulares o vice-presidente. saúde dos trabalhadores;
h) requerer ao SESMT, quando houver, ou
5.12 – Os membros da CIPA, eleitos e desig-
ao empregador, a paralisação de máqui-
nados serão empossados no primeiro dia útil
na ou setor onde considere haver risco
após o término do mandato anterior.
grave e iminente à segurança e saúde
5.13 – Será indicado, de comum acordo com dos trabalhadores;
os membros da CIPA, um secretário e seu subs- i) colaborar no desenvolvimento e imple-
tituto, entre os componentes ou não da comis- mentação do PCMSO e PPRA e de
são, sendo neste caso necessária a concordân- outros programas relacionados à segu-
cia do empregador. rança e saúde no trabalho;
32 5.14 – Empossados os membros da CIPA, a j) divulgar e promover o cumprimento
empresa deverá protocolizar, em até dez dias, das Normas Regulamentadoras, bem
na unidade descentralizada do Ministério do como cláusulas de acordos e conven-
Trabalho, cópias das atas de eleição e de pos- ções coletivas de trabalho, relativas à
se e o calendário anual das reuniões ordinárias. segurança e saúde no trabalho;
Segurança Industrial
l) participar, em conjunto com o SESMT, a) cuidar para que a CIPA disponha de
onde houver, ou com o empregador da condições necessárias para o desenvol-
análise das causas das doenças e aci- vimento de seus trabalhos;
dentes de trabalho e propor medidas de b) coordenar e supervisionar as atividades
solução dos problemas identificados; da CIPA, zelando para que os objeti-
m) requisitar ao empregador e analisar as vos propostos sejam alcançados;
informações sobre questões que tenham c) delegar atribuições aos membros da
interferido na segurança e saúde dos tra- CIPA;
balhadores; d) promover o relacionamento da CIPA
n) requisitar à empresa as cópias das CAT com o SESMT, quando houver;
emitidas; e) divulgar as decisões da CIPA a todos
o) promover, anualmente, em conjunto os trabalhadores do estabelecimento;
com o SESMT, onde houver, a Sema-
f) encaminhar os pedidos de reconside-
na Interna de Prevenção de Acidentes
ração das decisões da CIPA;
do Trabalho – SIPAT;
p) participar, anualmente, em conjunto g) constituir a comissão eleitoral.
com a empresa, de Campanhas de Pre- 5.22 – O Secretário da CIPA terá por atribuição:
venção da AIDS. a. acompanhar as reuniões da CIPA, e re-
5.17 – Cabe ao empregador proporcionar aos digir as atas, apresentando-as para apro-
membros da CIPA os meios necessários ao vação e assinatura dos membros pre-
desempenho de suas atribuições, garantindo sentes;
tempo suficiente para a realização das tarefas b) preparar as correspondências; e
constantes do plano de trabalho. c) outras que lhe forem conferidas.
5.18 – Cabe aos empregados:
a) participar da eleição de seus represen- 1.8.5 Do funcionamento
tantes; 5.23 – A CIPA terá reuniões ordinárias men-
b) colaborar com a gestão da CIPA; sais, de acordo com o calendário preestabele-
c) indicar à CIPA, ao SESMT e ao em- cido.
pregador situações de riscos e apresen- 5.24 – As reuniões ordinárias da CIPA serão
tar sugestões para melhoria das condi- realizadas durante o expediente normal da
ções de trabalho; empresa e em local apropriado.
d) observar e aplicar no ambiente de tra- 5.25 – As reuniões da CIPA terão atas assina-
balho as recomendações quanto a pre- das pelos presentes com encaminhamento de
venção de acidentes e doenças decor- cópias para todos os membros.
rentes do trabalho. 5.26 – As atas ficarão no estabelecimento à
5.19 – Cabe ao Presidente da CIPA: disposição dos Agentes da Inspeção do Tra-
a) convocar os membros para as reuniões balho – AIT.
da CIPA; 5.27 – Reuniões extraordinárias deverão ser
b) coordenar as reuniões da CIPA, enca- realizadas quando:
minhando ao empregador e ao SESMT, a) houver denúncia de situação de risco
quando houver, as decisões da comissão; grave e iminente que determine aplica-
c) manter o empregador informado sobre ção de medidas corretivas de emergência;
os trabalhos da CIPA; b) ocorrer acidente do trabalho grave ou
d) coordenar e supervisionar as atividades fatal;
de secretaria; c) houver solicitação expressa de uma das
e) delegar atribuições ao Vice-Presidente; representações.
5.20 – Cabe ao Vice-Presidente: 5.28 – As decisões da CIPA serão, preferencial-
a) executar atribuições que lhe forem de- mente, por consenso.
legadas; 5.28.1 – Não havendo consenso, e frustradas
b) substituir o Presidente nos seus impe- as tentativas de negociação direta ou com me-
dimentos eventuais ou nos seus afasta- diação, será instalado processo de votação, 33
mentos temporários; registrando-se a ocorrência na ata da reunião.
5.21 – O Presidente e o Vice-Presidente da 5.29 – Das decisões da CIPA caberá pedido de
CIPA, em conjunto, terão as seguintes atri- reconsideração, mediante requerimento justi-
buições: ficado.
Segurança Industrial
5.29.1 – O pedido de reconsideração será apre- f) princípios gerais de higiene do traba-
sentado à CIPA até a próxima reunião ordiná- lho e de medidas de controle dos riscos;
ria, quando será analisado, devendo o Presi- g) organização da CIPA e outros assuntos
dente e o Vice-Presidente efetivar os encami- necessários ao exercício das atribuições
nhamentos necessários. da Comissão.
5.30 – O membro titular perderá o mandato, 5.34 – O treinamento terá carga horária de vinte
sendo substituído por suplente, quando faltar horas, distribuídas em no máximo oito horas
a mais de quatro reuniões ordinárias sem jus- diárias e será realizado durante o expediente
tificativa. normal da empresa.
5.31 – A vacância definitiva de cargo, ocorri- 5.35 – O treinamento poderá ser ministrado
da durante o mandato, será suprida por suplen- pelo SESMT da empresa, entidade patronal,
te, obedecida à ordem de colocação decrescen- entidade de trabalhadores ou por profissional
te registrada na ata de eleição, devendo o em- que possua conhecimentos sobre os temas
pregador comunicar à unidade descentraliza- ministrados.
da do Ministério do Trabalho e Emprego as
5.36 – A CIPA será ouvida sobre o treinamen-
alterações e justificar os motivos.
to a ser realizado, inclusive quanto à entidade
5.31.1 – No caso de afastamento definitivo do ou profissional que o ministrará, constando sua
presidente, o empregador indicará o substitu- manifestação em ata, cabendo à empresa es-
to, em dois dias úteis, preferencialmente, en- colher a entidade ou profissional que minis-
tre os membros da CIPA. trará o treinamento.
5.31.2 – No caso de afastamento definitivo do 5.37 – Quando comprovada a não observân-
Vice-Presidente, os membros titulares da repre- cia ao disposto nos itens relacionados ao trei-
sentação dos empregados, escolherão o substi- namento, a unidade descentralizada do Minis-
tuto, entre seus titulares, em dois dias úteis. tério do Trabalho e Emprego, determinará a
complementação ou a realização de outro, que
1.8.6 Do treinamento será efetuado no prazo máximo de trinta dias,
contados da data de ciência da empresa sobre
5.32 – A empresa deverá promover treinamen- a decisão.
to para os membros da CIPA, titulares e su-
plentes, antes da posse.
5.32.1 – O treinamento de CIPA em primeiro 1.8.7 Do processo eleitoral
mandato será realizado no prazo máximo de 5.38 – Compete ao empregador convocar elei-
trinta dias, contados a partir da data da posse. ções para escolha dos representantes dos em-
pregados na CIPA, no prazo mínimo de 60 (ses-
5.32.2 – As empresas, que não se enquadrem
senta) dias antes do término do mandato em
no Quadro I, promoverão, anualmente, treina-
curso.
mento para o designado responsável pelo cum-
primento do objetivo desta NR. 5.38.1 – A empresa estabelecerá mecanismos
para comunicar o início do processo eleitoral
5.33 – O treinamento para a CIPA deverá con-
ao sindicato da categoria profissional.
templar, no mínimo, os seguintes itens:
a) estudo do ambiente, das condições de 5.39 – O Presidente e o Vice-Presidente da
trabalho, bem como dos riscos origi- CIPA constituirão dentre seus membros, no
nados do processo produtivo; prazo mínimo de 55 (cinqüenta e cinco) dias
antes do término do mandato em curso, a Co-
b) metodologia de investigação e análise
missão Eleitoral – CE, que será a responsável
de acidentes e doenças do trabalho;
pela organização e acompanhamento do pro-
c) noções sobre acidentes e doenças do cesso eleitoral.
trabalho decorrentes de exposição aos
riscos existentes na empresa; 5.39.1 – Nos estabelecimentos onde não hou-
d) noções sobre a Síndrome da Imunode- ver CIPA, a Comissão Eleitoral será constituí-
34 ficiência Adquirida – AIDS, e medidas da pela empresa.
de prevenção; 5.40 – O processo eleitoral observará as se-
e) noções sobre as legislações trabalhista guintes condições:
e previdenciária relativas à segurança a) publicação e divulgação de edital, em
e saúde no trabalho; locais de fácil acesso e visualização, no
Segurança Industrial
prazo mínimo de 45 (quarenta e cinco) dias 5.43 – Assumirão a condição de membros titu-
antes do término do mandato em curso; lares e suplentes, os candidatos mais votados.
b) inscrição e eleição individual (o perío- 5.44 – Em caso de empate, assumirá aquele
do mínimo para inscrição será de quin- que tiver maior tempo de serviço no estabele-
ze dias); cimento.
c) liberdade de inscrição para todos os 5.45 – Os candidatos votados e não eleitos se-
empregados do estabelecimento, inde- rão relacionados na ata de eleição e apuração,
pendentemente de setores ou locais de em ordem decrescente de votos, possibilitan-
trabalho, com fornecimento de compro- do nomeação posterior, em caso de vacância
vante; de suplentes.
d) garantia de emprego para todos os ins-
critos até a eleição;
e) realização da eleição no prazo mínimo
1.8.8 Das contratantes e contratadas
de 30 (trinta) dias antes do término do 5.46 – Quando se tratar de empreiteiras ou
mandato da CIPA, quando houver; empresas prestadoras de serviços, considera-
f) realização de eleição em dia normal de se estabelecimento, para fins de aplicação desta
trabalho, respeitando os horários de tur- NR, o local em que seus empregados estive-
nos e em horário que possibilite a parti- rem exercendo suas atividades.
cipação da maioria dos empregados; 5.47 – Sempre que duas ou mais empresas atua-
g) voto secreto; rem em um mesmo estabelecimento, a CIPA
h) apuração dos votos, em horário normal ou designado da empresa contratante deverá,
de trabalho, com acompanhamento de em conjunto com as das contratadas ou com
representante do empregador e dos os designados, definir mecanismos de integra-
empregados, em número a ser definido ção e de participação de todos os trabalhado-
pela comissão eleitoral; res em relação às decisões das CIPA existen-
tes no estabelecimento.
i) faculdade de eleição por meios eletrô-
nicos; 5.48 – A contratante e as contratadas, que atuem
j) guarda, pelo empregador, de todos os num mesmo estabelecimento, deverão imple-
documentos relativos à eleição, por um mentar, de forma integrada, medidas de pre-
período mínimo de cinco anos. venção de acidentes e doenças do trabalho,
5.41 – Havendo participação inferior a cinqüen- decorrentes da presente NR, de forma a ga-
ta por cento dos empregados na votação, não rantir o mesmo nível de proteção em matéria
haverá a apuração dos votos e a comissão elei- de segurança e saúde a todos os trabalhadores
toral deverá organizar outra votação que ocor- do estabelecimento.
rerá no prazo máximo de dez dias. 5.49 – A empresa contratante adotará medi-
5.42 – As denúncias sobre o processo eleitoral das necessárias para que as empresas contra-
deverão ser protocoladas na unidade descen- tadas, suas CIPA, os designados e os demais
tralizada do MTE, até trinta dias após a data trabalhadores lotados naquele estabelecimen-
da posse dos novos membros da CIPA. to recebam as informações sobre os riscos pre-
5.42.1 – Compete à unidade descentralizada sentes nos ambientes de trabalho, bem como
do Ministério do Trabalho e Emprego, confir- sobre as medidas de proteção adequadas.
madas irregularidades no processo eleitoral, 5.50 – A empresa contratante adotará as pro-
determinar a sua correção ou proceder à anu- vidências necessárias para acompanhar o
lação quando for o caso. cumprimento pelas empresas contratadas que
5.42.2 – Em caso de anulação a empresa con- atuam no seu estabelecimento, das medidas de
vocará nova eleição no prazo de cinco dias, a segurança e saúde no trabalho.
contar da data de ciência, garantidas as inscri-
ções anteriores. 35
5.42.3 – Quando a anulação se der antes da posse 1.8.9 Disposições finais
dos membros da CIPA, ficará assegurada a pror- 5.52 – Esta norma poderá ser aprimorada me-
rogação do mandato anterior, quando houver, diante negociação, nos termos de portaria es-
até a complementação do processo eleitoral. pecífica.
Segurança Industrial
QUADRO I – Dimensionamento de CIPA

*GRUPOS Nº de Empregados 0 20 30 51 81 101 121 141 301 501 1001 2501 5001 Acima de 10.000
no Estabelecimento a a a a a a a a a a a a a para cada grupo de
Nº de Membros da 19 29 50 80 100 120 140 300 500 1.000 2.500 5.000 10.000 2.500 acrescentar
CIPA

C-1 Efetivos 1 1 3 3 4 4 4 4 6 9 12 15 2
Suplentes 1 1 3 3 3 3 3 3 4 7 9 12 2
C-1A Efetivos 1 1 3 3 4 4 4 4 6 9 12 15 2
Suplentes 1 1 3 3 3 3 3 4 5 8 9 12 2
C-2 Efetivos 1 1 2 2 3 4 4 5 6 7 10 11 2
Suplentes 1 1 2 2 3 3 4 4 5 6 7 9 1
C-3 Efetivos 1 1 2 2 3 3 4 5 6 7 10 10 2
Suplentes 1 1 2 2 3 3 4 4 5 6 8 8 2
C-3A Efetivos 1 1 2 2 2 3 3 4 5 6 1
Suplentes 1 1 2 2 2 3 3 3 4 5 1
C-4 Efeitvos 1 1 1 1 1 2 2 2 3 5 6 1
Suplentes 1 1 1 1 1 2 2 2 3 4 4 1
C-5 Efetivos 1 1 2 3 3 4 4 4 6 9 9 11 2
Suplentes 1 1 2 3 3 3 4 4 5 7 7 9 2
C-5A Efetivos 1 1 2 2 2 3 3 4 6 7 1
Suplentes 1 1 2 2 2 3 3 3 4 5 1
C-6 Efetivos 1 1 2 3 3 4 5 5 6 8 10 12 2
Suplentes 1 1 2 3 3 3 4 4 4 6 8 10 2

QUADRO I – Dimensionamento de CIPA


*GRUPOS Nº de Empregados 0 20 30 51 81 101 121 141 301 501 1001 2501 5001 Acima de 10.000
no Estabelecimento a a a a a a a a a a a a a para cada grupo de
Nº de Membros da 19 29 50 80 100 120 140 300 500 1.000 2.500 5.000 10.000 2.500 acrescentar
CIPA

C-7 Efetivos 1 1 2 2 2 2 3 4 5 6 1
Suplentes 1 1 2 2 2 2 3 3 4 4 1
C-7A Efetivos 1 1 2 2 3 3 4 5 6 8 9 10 2
Suplentes 1 1 2 2 3 3 3 4 5 7 8 8 2
C-8 Efetivos 1 1 2 2 3 3 4 5 6 7 8 10 1
Suplentes 1 1 2 2 3 3 3 4 4 5 6 8 1
C-9 Efetivos 1 1 1 2 2 2 3 5 6 7 1
Suplentes 1 1 1 2 2 2 3 4 4 5 1
C-10 Efetivos 1 1 2 2 3 3 4 4 5 8 9 10 2
Suplentes 1 1 2 2 3 3 3 4 4 6 7 8 2
C-11 Efetivos 1 1 2 3 3 4 4 5 6 9 10 12 2
Suplentes 1 1 2 3 3 3 3 4 4 7 8 10 2
C-12 Efetivos 1 1 2 3 3 4 4 5 7 8 9 10 2
Suplentes 1 1 2 3 3 3 3 4 6 6 7 8 2
36
C-13 Efetivos 1 1 3 3 3 3 4 5 6 9 11 13 2
Suplentes 1 1 3 3 3 3 3 4 5 7 8 10 2
C-14 Efetivos 1 1 2 2 3 4 4 5 6 9 11 11 2
Suplentes 1 1 2 2 3 3 4 4 5 7 9 9 2
Segurança Industrial
QUADRO I – Dimensionamento de CIPA
*GRUPOS Nº de Empregados 0 20 30 51 81 101 121 141 301 501 1001 2501 5001 Acima de 10.000
no Estabelecimento a a a a a a a a a a a a a para cada grupo de
Nº de Membros da 19 29 50 80 100 120 140 300 500 1.000 2.500 5.000 10.000 2.500 acrescentar
CIPA

C-14a Efetivos 1 1 2 2 2 3 3 4 5 6 1
Suplentes 1 1 2 2 2 3 3 3 4 4 1
C-15 Efetivos 1 1 3 3 4 4 4 5 6 8 10 12 2
Suplentes 1 1 3 3 3 3 3 4 4 6 8 10 2
C-16 Efetivos 1 1 2 3 3 3 4 5 6 8 10 12 2
Suplentes 1 1 2 3 3 3 3 4 4 6 7 9 2
C-17 Efetivos 1 1 2 2 4 4 4 4 6 8 10 12 2
Suplentes 1 1 2 2 3 3 3 4 5 7 8 10 2
C-18 Efetivos 2 2 4 4 4 4 6 8 10 12 2
Suplentes 2 2 3 3 3 4 5 7 8 10 2
C-18a Efetivos 3 3 4 4 4 4 6 9 12 15 2
Suplentes 3 3 3 3 3 4 5 7 9 12 2
C-19 Efetivos 1 1 2 2 2 3 3 4 5 6 1
Suplentes 1 1 2 2 2 3 3 3 4 4 1
C-20 Efetivos 1 1 3 3 3 3 4 5 5 6 8 2
Suplentes 1 1 3 3 3 3 3 4 4 5 6 1
C-21 Efetivos 1 1 2 2 2 3 3 4 5 6 1
Suplentes 1 1 2 2 2 3 3 3 4 5 1
Observação: "Nos grupos C-18 e C-18a constituir CIPA por estabelecimento a partir de 70 trabalhadores e quando o estabelecimento possuir
menos de 70 trabalhadores observar o dimensionamento descrito na NR 18- subitem 18.33.1." .

QUADRO I – Dimensionamento de CIPA


*GRUPOS Nº de Empregados 0 20 30 51 81 101 121 141 301 501 1001 2501 5001 Acima de 10.000
no Estabelecimento a a a a a a a a a a a a a para cada grupo de
Nº de Membros da 19 29 50 80 100 120 140 300 500 1.000 2.500 5.000 10.000 2.500 acrescentar
CIPA
C-22 Efetivos 1 1 2 2 3 3 4 4 6 8 10 12 2
Suplentes 1 1 2 2 3 3 3 3 5 6 8 9 2
C-23 Efetivos 1 1 2 2 2 2 3 4 5 6 1
Suplentes 1 1 2 2 2 2 3 3 4 5 1
C-24 Efetivos 1 1 2 2 4 4 4 4 6 8 10 12 2
Suplentes 1 1 2 2 3 3 4 4 5 7 8 10 2
C-24a Efetivos 1 1 2 2 2 2 3 4 5 6 1
Suplentes 1 1 2 2 2 2 3 3 4 4 1
C-24b Efetivos 1 1 3 3 4 4 4 4 6 9 12 15 2
Suplentes 1 1 3 3 3 3 3 3 4 7 9 12 2
C-24c Efetivos 1 1 2 2 2 2 4 5 7 7 1
Suplentes 1 1 1 1 2 2 4 5 7 7 1
C-24d Efetivos 1 1 2 2 2 3 4 5 7 9 1
Suplentes 1 1 1 1 2 2 4 5 7 9 1
C-25 Efetivos 1 1 2 2 2 2 3 4 5 6 1
Suplentes 1 1 2 2 2 2 3 3 4 5 1
C-26 Efetivos 1 2 3 4 5 1
Suplentes 1 2 3 3 4 1 37
C-27 Efetivos 1 1 2 3 4 5 6 6 1
Suplentes 1 1 2 3 3 4 5 5 1
C28 Efetivos 1 1 2 3 4 5 6 6 1
Suplentes 1 1 2 3 4 5 5 5 1
Segurança Industrial
QUADRO I
Dimensionamento de CIPA
*GRUPOS Nº de Empregados 0 20 30 51 81 101 121 141 301 501 1001 2501 5001 Acima de 10.000
no Estabelecimento a a a a a a a a a a a a a para cada grupo de
Nº de Membros da 19 29 50 80 100 120 140 300 500 1.000 2.500 5.000 10.000 2.500 acrescentar
CIPA

C-29 Efetivos 1 2 3 4 5 1
Suplentes 1 2 3 3 4 1
C-30 Efetivos 1 1 1 2 4 4 4 5 7 8 9 10 2
Suplentes 1 1 1 2 3 3 4 4 6 7 8 9 1
C-31 Efetivos 1 1 2 2 2 3 3 4 5 6 1
Suplentes 1 1 2 2 2 3 3 3 4 5 1
C-32 Efetivos 1 1 2 2 2 3 3 4 5 6 1
Suplentes 1 1 2 2 2 3 3 3 4 5 1
C-33 Efetivos 1 1 1 1 2 3 4 5 1
Suplentes 1 1 1 1 2 3 3 4 1
C-34 Efetivos 1 1 2 2 4 4 4 4 6 8 10 12 2
Suplentes 1 1 2 2 3 3 3 4 5 7 8 9 2
C-35 Efetivos 1 1 2 2 2 2 3 4 5 6 1
Suplentes 1 1 2 2 2 2 3 3 4 5 1

Obervação: Os membros efetivos e suplentes terão representantes dos Empregadores e Empregados.


As atividades econômicas integrantes dos grupos estão especificadas por CNAE nos QUADROS II e III.

1.9 O mapa de risco Tabela de Cores de Riscos


No PPRA, foi abordada a importância de Cores Riscos
identificar e determinar medidas de controle e Verde Físico
estabelecer monitoramento dos riscos. Vermelho Químico
No Mapa de Risco, será desenhado o lo- Marrom Biológico
cal de trabalho e fixado em um lugar onde to- Amarelo Ergonômico
dos os trabalhadores possam, antes de entrar Azul De Acidente
no ambiente, conhecer os tipos de riscos exis-
tentes. O Mapa de Risco é elaborado utilizando
círculos de cores cuja intensidade do risco, de
1.9.1 Simbologia de Riscos acordo com a percepção dos trabalhadores,
Os riscos serão simbolizados no layout da deverá ser representada por tamanhos propor-
empresa, em função de sua gravidade, por cír- cionalmente diferentes dos círculos.
culos, e identificados por cores que indicarão Deverá possibilitar, durante a sua execu-
o grupo a que pertence o risco. A especifica- ção, a troca e a divulgação de informações
ção dos agentes deve ser anotada dentro do entre os trabalhadores, bem como estimular sua
círculo, bem como o número de trabalhadores participação nas atividades de percepção.
expostos ao risco.
Lembrete
1.9.2 Cores de Riscos De acordo com a legislação, o Mapa de
38 Os riscos serão classificados em cinco gru- Risco deve ser elaborado pela comissão
pos pelas cores: verde, vermelha, marrom, ama- Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA.
rela e azul. Cada cor corresponde a um tipo de Os trabalhadores devem ser ouvidos e en-
risco: Físico, Químico, Biológico, Ergonômico volvidos no processo produtivo e com a
e de Acidente, respectivamente. orientação da gerência de SMS.
Segurança Industrial
Dentre outras vantagens, destacam-se: – os riscos vão variar de acordo com a
– o mapeamento ajuda a criar uma atitu- intensidade da sua exposição. Para isso,
de mais cautelosa por parte dos traba- é necessário que haja uma avaliação
lhadores diante dos perigos identifica- específica de um técnico de segurança
dos e registrados no mapa; do trabalho e que faça parte da CIPA;
– após o estudo dos tipos de riscos das – sugere-se que no próprio mapa de ris-
atividades por seção, deve-se dividir o co seja colocada uma legenda com os
local em áreas, conforme as diferentes três tamanhos de círculos correspon-
fases de produção; dentes à intensidade de risco: pequena,
– um procedimento prático para o respon- média ou grande conforme o caso. O
sável que irá montar o Mapa de Risco tipo de agente do risco deve ser anota-
é perguntar aos trabalhadores da seção do dentro do círculo, bem como o nú-
da qual está sendo feito o mapa o que mero de trabalhadores expostos.
incomoda e quanto incomoda, lem-
brando do exemplo da sala com ar con- Pequeno
dicionado;
– depois disso é que se começam a colo- Médio
car os círculos no mapa para represen- RISCOS
tar os riscos, que são caracterizados Grande
graficamente por círculos de cores;
Importante
O Mapa de Risco deve ficar em local visível para alertar as pessoas que ali trabalham
sobre os riscos de acidentes em cada ponto marcado com os círculos. Depois que o mapa
estiver bem compreendido, deverão ser discutidas as medidas de controle recomendadas e
elaborado um programa de higiene ocupacional para a seção, incluindo-os no PPRA.
Concluindo, o Mapa de Risco deverá ser realizado por etapa de execução das atividades de-
vendo ser revisto sempre que um fato novo modificar situação de risco antes estabelecida.
Em se tratando de Higiene e Segurança do Trabalho, é importante estar prevenidos.
Para pensar... vistas a proporcionar um ambiente de traba-
De conformidade com a NR-1 da Portaria lho seguro e saudável, além das legislações
número 3214, ítem 17, alínea "c", cabe ao em- já existentes, foi publicada em 29/12/94 a Por-
pregador informar aos trabalhadores, entre taria 25, que alterou a NR-9 e instituiu por
outros, o seguinte: meio da NR-5 a obrigatoriedade da elabora-
– os riscos profissionais que possam ori- ção do Mapa de Risco por todas as empresas
ginar-se nos locais de trabalho. que possuem Comissão Interna de Preven-
Baseado no exposto anteriormente e com ção de Acidentes-CIPA.

Classificação dos principais riscos em grupos e padronização de cores


Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4 Grupo 5
Riscos Físicos Riscos Químicos Riscos Biológicos Riscos Ergonômicos Riscos de Acidentes
Ruídos Poeiras Vírus Esforço Físico Intenso Arranjo Físico Inadequado
Vibrações Fumos Bactérias Levantamento e Transporte Máquinas e Equipamentos
Manual de Peso sem Proteção
Radiações Névoas Protozoários Exigência de Postura Ferramentas Inadequadas
Ionizantes Inadequada ou Defeituosas
Frio Gases Parasitas Imposição de Ritmos Excessivos Eletricidade
Calor Vapores Bacilos Trabalho em Turno Noturno Probabilidade de Incêndio
ou Explosão
Pressões Substâncias, Compostos ou Jornadas de Trabalho Armazenamento Inadequado
Anormais Produtos Químicos em Geral Prolongadas
39
Umidade Monotonia e Repetitividade Animais Peçonhentos
Outras Situações Causadoras Outras Situações de Risco
de Estresse Físico e/ou Psíquico que Poderão Contribuir para
a Ocorrência de Acidentes
VERDE VERMELHO MARROM AMARELO AZUL
Segurança Industrial
A obrigatoriedade da elaboração do Mapa – o grupo a que pertence o risco, de acor-
de Risco abrange no Brasil 700 (setecentas) do com a cor padronizada na tabela de
mil empresas com 973 (novecentas e setenta e cores;
três) atividades de acordo com informações da – o número de trabalhadores expostos ao
Federação das Indústrias do Estado do Rio de risco, o qual deve ser anotado dentro
Janeiro – FIRJAN e da Federação das Indús- do círculo;
trias do Estado de São Paulo – FIESP. Deve – a especificação do agente de risco, por
seguir os seguintes procedimentos: exemplo, a sílica, o hexano, o ácido
cloridrico que correspondem ao risco
1.9.3 Objetivos do Mapa de Risco químico;
– Reunir as informações necessárias para – ou a repetição de gestos, o ritmo ex-
estabelecer o diagnóstico da situação cessivo que correspondem ao risco
de segurança e saúde no trabalho na ergonômico, deve ser anotada também
empresa; dentro do círculo;
– Possibilitar, durante a sua elaboração, – a intensidade do risco, de acordo com
a troca e a divulgação de informações a percepção dos trabalhadores, que
entre os trabalhadores e estimular sua deve ser representada por tamanhos.
participação nas atividades de prevenção. Após discutido e aprovado pela CIPA, o
Mapa de Risco deverá ser afixado em cada
1.9.4 Etapas de elaboração local de forma visível e de fácil acesso para os
a) Conhecer o processo de trabalho no trabalhadores.
local, analisando: No caso das empresas da indústria da cons-
– os trabalhadores: número, sexo, ida- trução civil, o Mapa de Risco do estabeleci-
de, treinamentos profissionais e de mento deverá ser realizado por etapa de exe-
segurança e saúde, jornada; cução dos serviços, devendo ser revisto sem-
– os instrumentos e materiais de tra- pre que um fato novo modificar a situação de
balho; risco estabelecida.
– as atividades exercidas;
Quadro comparativo entre exposição e contami-
– o ambiente.
b) Identificar os riscos existentes no local
nação pelos agentes de riscos químicos e físicos
analisado, de acordo com a classifica- Aspectos a Considerar Exposição Contaminação
ção da tabela de cores. Intensidade ou concentração Dentro dos limites Fora dos limites
dos agentes de risco de tolerância de tolerância
c) Identificar as medidas preventivas exis- Valores biológicos Próximo ou dentro dos Acima dos limites
tentes e sua eficácia: limites de tolerância de tolerância
– medidas de proteção coletiva; Sintomas da doença Tardio Imediato
– medidas de organização do trabalho; Quadro de gravidade Não Sim
imediato
– medidas de proteção individual; Necessidade de Sim Sim
– medidas de higiene e conforto: banhei- afastamento das funções
ro, lavatórios, vestiários, armários, be- Necessidade de Não Sim
tratamento imediato
bedouro, refeitório, área de lazer.
Necessidade de medidas Sim Sim
d) Identificar os indicadores de saúde: de controle e gerenciamento
dos agentes de risco
– queixas mais freqüentes e comuns
entre os trabalhadores expostos aos
mesmos riscos;
– acidentes de trabalho ocorridos; 1.10 Acidente do Trabalho
– doenças profissionais diagnosti-
Conceito Legal
Este conceito consta na Lei nº 8213 de
cadas; 25/07/91, que diz que:
– causas mais freqüentes de ausência “Acidente do trabalho é aquele que ocor-
ao trabalho. re pelo exercício do trabalho, a serviço da
40 e) Conhecer os levantamentos ambientais empresa, ou ainda pelo exercício do trabalho
já realizados no local. dos segurados especiais, provocando lesão
f) Elaborar o Mapa de Risco, sobre o corporal ou perturbação funcional que cause a
layout da empresa, indicando através morte, a perda ou redução, permanente ou tem-
de círculos: porária, da capacidade para o trabalho”.
Segurança Industrial
Conceito Prevencionista – Acidente de Trajeto – é aquele que
“Acidente do trabalho é uma ocorrência ocorre durante o trajeto.
imprevista, não querida, indesejável, imedia- – Acidente com perdas materiais – é
ta ou não, relacionada com o exercício do tra- aquele que ocorre nas dependências da
balho que provoca lesão pessoal ou risco pró- empresa ou fora dela, causando danos aos
ximo ou remoto dessa lesão, havendo ou não equipamentos, aos materiais, às instala-
prejuízo material”. ções, aos produtos, ao meio ambiente,
No controle de perdas pode-se definir aci- etc., mas sem causar lesões às pessoas.
dente como: Conclui-se que o resultado do acidente
“Um evento não desejado e inesperado que poderá ser com ou sem uma lesão. A partir
pode ter como resultado uma lesão, uma doen- daí, há também uma classificação pelo tipo de
ça ocupacional, danos ao patrimônio ou inter- lesão.
romper o processo produtivo”.
E, por fim, tem-se o incidente, ou quase 1.10.1 Tipos de lesão
acidente, que é uma situação potencial para a – Lesão imediata – é a lesão que se ve-
ocorrência de um acidente. rifica imediatamente após a ocorrência
do acidente.
Classificação dos Acidentes Exemplo: fratura, ferida, etc.
Os acidentes também podem ser classifi- – Lesão mediata ou tardia – é a lesão
cados de acordo com a sua gravidade. Conhe- que não se verifica imediatamente após
ça as principais expressões utilizadas na clas- a exposição à fonte da lesão.
sificação dos acidentes: Exemplo: os efeitos de certos tipos de
– Acidente sem lesão – é o acidente que queimadura surgem algum tempo após
não causa lesão na pessoa. o contato com o agente, que normal-
– Acidente com lesão – é qualquer dano mente, nestes casos, são produtos quí-
sofrido pelo organismo humano em micos.
conseqüência do acidente de trabalho. – Lesão com afastamento, também de-
– Acidente com incapacidade perma- nominada lesão com Perda de tempo
nente total – é a perda da capacidade ou lesão incapacitante – é aquela que
de trabalho, em caráter permanente, ex- impede o acidentado de voltar ao tra-
cluindo a morte. balho no dia imediato ao do acidente.
Exemplo: perda da visão de ambos os Para efeito desta classificação, consi-
olhos, perda da visão de um olho e de deram-se 24 horas após o acidente.
uma das mãos, perda da visão de um – Lesão sem afastamento, também de-
dos olhos e de um dos pés, perda de nominada lesão sem Perda de tempo
ambas as mãos ou ambos os pés, perda ou lesão não incapacitante – é aquela
de uma das mãos e um dos pés. que não impede o acidentado de voltar
– Acidente com incapacidade perma- ao trabalho no dia imediato ao do aci-
nente parcial – é a redução parcial da dente.
capacidade de trabalho, em caráter per-
manente, não provocando morte ou in- A seguir tem-se um exemplo de fato que
capacidade permanente total. aconteceu com um dos funcionários de uma
– Acidente com morte – é a interrupção usina siderúrgica:
da capacidade de trabalho pela perda “O tal funcionário era operador de uma
da vida. ponte rolante e transportava uma bobina de aço
Foi apresentada a classificação dos aciden- para o depósito de expedição, quando o cabo
tes de acordo com a sua gravidade. Agora, os de aço arrebentou e a bobina, ao cair no chão,
acidentes serão apresentados de acordo com ficou bastante danificada. Até aqui, pode-se
o local onde ocorrem, de acordo com as se- considerar como somente um acidente com
guintes definições: danos materiais – perda da bobina e do cabo
– Acidente Típico – é aquele que ocorre de aço. 41
no desempenho de suas tarefas no am- Para ilustrar, porém, um acidente sem
biente de trabalho ou fora deste, quan- afastamento, diz-se que outros dois operado-
do estiver a serviço do empregador, res, que passavam perto do local assustaram-
podendo ser com lesão. se com o barulho causado pela queda da bobina,
Segurança Industrial
um deles pisou em falso vindo a cair, sofren- Os Materiais – a adequação dos materiais
do um ferimento no joelho direito. Imediata- ou substâncias com as quais as pessoas traba-
mente, o operador foi levado à enfermaria, lham, usam, fabricam ou manuseiam, são ou-
onde foi constatado que não era nada grave, tras das grandes causas dos acidentes, especi-
sendo feito um curativo e, o operador, retor- almente os relacionados com doenças profissio-
nado ao trabalho. nais devido à exposição a substâncias tóxicas
Desta forma, conclui-se que foi um aci- ou por problemas decorrentes dos produtos
dente sem afastamento. fabricados.
No entanto, o outro operador não teve a Os acidentes são provocados por várias
mesma sorte, ao tentar socorrer o colega, pi- causas que podem ser destacadas em três prin-
sou em falso, torcendo o pé esquerdo, não sen- cipais categorias:
do permitido a ele retornar ao trabalho no dia – há uma deficiência ou de material ou
seguinte ao acidente. Neste caso, pode-se di- no ambiente que não é conhecida – erro
zer que a torção no pé deste operador ocasio- de conhecimento.
nou um acidente com afastamento. – risco envolvido no material ou ambien-
te foi estimado, durante a sua im-
1.11 Fontes de Acidentes / Incidentes plantação, como sendo menor do que
Acidentes ocorrem quase sempre por cau- realmente se apresentava – erro de
sa do próprio homem e/ou do meio. Com isso, avaliação.
sente-se a necessidade de descrever as quatro – as deficiências e os riscos são conheci-
fontes de acidentes e incidentes que são: dos e mesmo assim, decide-se pela ação
– as Pessoas; do trabalho – erro de gerenciamento.
– os Equipamentos; A seguir será apresentada uma metodolo-
– o Ambiente; gia capaz de ajudar a observar algumas destas
– o Material. origens e que possibilitará antecipar, identifi-
Com a finalidade de entender melhor as cando as possíveis falhas e/ou deficiências e
causas dos acidentes, considere essas fontes com isto diminuir a probabilidade de ocorrên-
como quatro elementos ou subsistemas prin- cia de acidentes.
cipais, envolvidos na operação de uma empresa. Nas causas ou origens dos acidentes é
Assim, analisa-se cada um desses elementos. muito utilizada a seqüência do Dominó de
BIRD para comunicar os princípios da preven-
As Pessoas – o trabalhador é, geralmente, ção de acidentes e controle de perdas. Serve
o elemento humano envolvido diretamente na para simbolizar a relação direta que existe en-
maioria dos acidentes, com dano material ou tre a administração e as causas e entre os efei-
pessoal, e a sua ação de fazer ou não alguma tos das perdas, produto de acidentes. Este
coisa pode ser considerada como o fator de dominó de BIRD está representado em 5 (cin-
causa imediata do acidente. co) pedras que representam as fases, a saber:
Os Equipamentos – incluem as ferramen-
tas e máquinas utilizadas pelo trabalhador na
execução de seu trabalho. Este elemento ou
subsistema tem sido uma das fontes principais
de acidentes e desde o início do movimento
de segurança industrial é o alvo principal das Fata de Origens Sintomas Contato Pessoas
Controle Propriedades
leis, normas e regulamentos relacionados com
proteções, inspeções e treinamento do pessoal. Causas Causas Causas
Acidentes Perdas
Administrativas Básicas Imediatas
O Ambiente – é formado por tudo o que
circunda as pessoas. Geralmente, relaciona-se
com a iluminação, com o ruído, com a vibra- Até pouco tempo, a análise dos acidentes
ção, com as condições atmosféricas, etc. Re- era feita superficialmente, definindo o erro
42 laciona-se também com problemas de saúde humano ou os fatores do trabalho, como a úni-
ocupacional. O ambiente tem sido apontado ca causa do acidente.
como uma das grandes causas de acidentes
imediatos, e que está diretamente relacionado Você já deve ter ouvido falar em atos in-
com a ausência e má qualidade do trabalho. seguros e condições inseguras.
Segurança Industrial
O modelo de Dominó de BIRD mostra as – aceitar as atitudes inadequadas dos su-
causas administrativas de acidentes ou a fal- bordinados, não estabelecendo medidas
ta de controle, que é a inexistência de ações repreensivas.
gerenciais.
Conseqüentemente, essas causas permi- 2ª Pedra: Origens – Causas Básicas
tem o aparecimento de causas básicas e ime- – São as origens dos atos e condições
diatas e, através de uma reação em cadeia, têm abaixo dos padrões que levam aos aci-
como conseqüência um incidente ou acidente. dentes. Existem e são conhecidos atos
Este sempre está relacionado com perdas, as e condições, num determinado estágio
quais afetam as pessoas, a propriedade, o meio já desenvolvido e aceito como seguro,
ambiente, etc. sendo suficiente para a realização de
Por outro lado, a análise das causas ime- um trabalho, sem expor a saúde e nem
diatas e básicas de um acidente ou incidente agredir fisicamente o trabalhador.
ocorridos permite que se descubram as cau-
É possível dividir as causas básicas em:
sas administrativas do evento e assim se de-
terminem os controles ou as ações gerenciais Fatores Pessoais
adequadas que deverão ser implementadas. – Falta de conhecimento ou capacidade
para a tarefa;
Estudos realizados na Inglaterra indicam – Falta de habilidade para executar a ta-
que 80% a 90% dos acidentes são originados refa;
pela inexistência de ações gerenciais. – Falta de motivação ou motivação ina-
dequada;
É importante dizer que ações gerenciais – Problemas físicos, psicológicos ou
não dependem somente do gerente, mas de mentais.
todos os que exercem uma função de supervi- Fatores do Trabalho
são, chefia e até mesmo função operacional. – Liderança ou supervisão inadequada;
A ação gerencial está ligada ao gerencia- – Normas e procedimentos inadequados
mento da atividade desenvolvida. de trabalho;
Agora, conheça o que cada pedra do – Compras inadequadas;
dominó representa. – Manutenção inadequada;
– Projetos errados, mal dimensionados;
1ª Pedra: Falta De Controle – Causas Adminis- – Ferramentas, equipamentos, materiais
trativas inadequados.
– São representadas como falta de con-
trole da gerência; são as ações que de- 3ª Pedra: Sintomas – Causas Imediatas
vem ser tomadas pelo gerente, supervi- – São as razões que levaram a existência
sor, chefe, na execução de seu trabalho. dos atos e condições abaixo do padrão,
As falhas administrativas mais freqüen- que são sintomas de falhas administrativas.
tes que causam perdas, acidentes e danos ma-
teriais são: 1.11.1Ato Abaixo do Padrão e Condição Abaixo
– não fazer inspeções sobre as condições do Padrão
do ambiente e da área de trabalho; Antigamente, ato inseguro e condição
– não treinar os trabalhadores novos so- insegura queriam dizer que havia falhas ad-
bre a maneira correta de operar o equi- ministrativas. Hoje, usam-se os conceitos ato
pamento; abaixo do padrão e condição abaixo do pa-
– não analisar e nem observar se o traba- drão. O conceito ato abaixo do padrão se
lho está sendo desenvolvido correta- aplica às situações em que já deveria estar es-
mente; tabelecido um padrão mínimo, anterior, para
– não revisar os procedimentos de tra- executar uma determinada tarefa.
balho; Da mesma forma, quando se emprega o
– inexistência de procedimentos de tra- conceito condição abaixo do padrão, dese- 43
balho adequados para todas as tarefas; ja-se mostrar que antes de executar determi-
– não acompanhar as variações de esta- nada tarefa, deve-se saber que há condições
do físico-psicológico dos subordinados mínimas preestabelecidas (arranjo do ambiente,
no cotidiano do trabalho; piso, arrumação, máquina, etc.) para tal situação.
Segurança Industrial
Explicando... Para esclarecer o que foi dito anteriormen-
Ato abaixo do padrão – É o ato do fun- te, observe o exemplo seguinte:
cionário que, com ou sem intenção, despreza "A Metalúrgica FerroAço produz chapas
os procedimentos ou práticas corretas e, dessa de aço para sensores. Certa vez, um dos em-
maneira, reduz a sua segurança e a do próprio pregados da linha de produção foi incumbido
trabalho. pelo seu supervisor de fazer furos em uma
Seguem alguns exemplos de ato abaixo do chapa de aço para a colocação de sensores
padrão: com furos específicos, pois as chapas deste tipo
– uso não autorizado ou incorreto de equi- haviam acabado no almoxarifado. Os proce-
pamentos; dimentos para esta tarefa não eram revisados
– desativação indevida de sistemas de se- há muito tempo. Num dado momento, esse
gurança; empregado colocou um caixote sobre a estei-
– uso de equipamento inseguro ou dani- ra rolante que estava desligada. Ele já havia
ficado; feito vários furos na chapa e de repente a es-
– postura de trabalho inadequada; teira foi ligada. Ao perceber o que estava acon-
– exposição a riscos como permanência tecendo, correu para retirar o caixote. Ao se
sob cargas suspensas; aproximar da esteira, desequilibrou-se e caiu
– carregamento ou empilhamento insegu- no chão. O resultado foi a fratura de um bra-
ro de materiais; ço e ferimentos na mão."
– não usar equipamento de proteção;
– brincadeiras, distraindo colegas de tra- Por que este empregado chegou a essa
balho; situação?
– uso de ferramentas improvisadas; A produção solicitou a substituição dos
– vestimenta incorreta para o trabalho. sensores da cabine de pintura no intervalo da
troca de turno. O supervisor indicou o auxiliar,
Condição abaixo do padrão – É a con- considerando que fosse um serviço simples.
dição que gera um ambiente propício para a Porém, o tal empregado ao verificar que os
ocorrência de um acidente. sensores eram de diâmetros diferentes dos que
Eis alguns exemplos de condições abaixo tinham no almoxarifado, tentou resolver sozi-
do padrão: nho o problema, já que o seu supervisor tinha
– não fornecimento de E.P.I.s; ido embora. No almoxarifado, só havia aque-
– E.P.I.s inadequados/defeituosos; les sensores e eram de diâmetro de fixação
– proteção inadequada do maquinário; diferente. Para ganhar tempo, ele decidiu sol-
dar o suporte da cabine já que o soldador esta-
– projetos de construção ou manutenção
va ocupado no outro lado da fábrica. Não co-
inadequados;
locou as luvas e tampouco adiantaram as medi-
– defeitos no equipamento, ferramentas das de proteção para solda como barreiras de
ou máquinas; proteção, retirada do material inflamável, etc.
– falta de limpeza e conservação. Com essas informações, pode-se seguir
a seqüência do dominó de BIRD de trás para
4ª Pedra: Contato – Acidente frente.
– Quando ocorre um evento não deseja- Perdas – Lesão sofrida pelo empregado,
do e inesperado. perda causada pela danificação da esteira e
perda de produção.
5ª Pedra: Pessoas/Propriedades – Perdas Acidente – Queda, fratura do braço e
– É a conseqüência do acidente que pode ferimentos na mão.
acontecer com as pessoas ou com a pro- Causa Imediata
priedade, com o processo de fabrica- – Ato abaixo do padrão – utilização do
ção ou com o ambiente. caixote; não cumprimento de medidas
O caminho estará livre para que aconte- de segurança; não utilização de luvas.
çam acidentes com ou sem perdas se for pos- – Condição abaixo do padrão – sensor
44 sível a presença de fatores de insegurança (pes-
fora de especificação.
soais ou ambientais). O acidente é difícil de Causa Básica
prever, assim como suas conseqüências, sejam – Fatores pessoais – o empregado não ti-
lesões, doenças, danos ao patrimônio ou dete- nha conhecimento e capacidade para
rioração do processo produtivo. executar a tarefa.
Segurança Industrial
– Fatores do trabalho – o empregado não O Decreto nº 2.172, de 05 de março de
recebeu uma supervisão adequada; a 1997, seção III, fala da comunicação do aci-
compra incorreta dos sensores; méto- dente nos artigos:
do de trabalho inadequado. – art. 134 – A empresa deverá comuni-
Causa Administrativa – O procedimen- car o acidente do trabalho à Previdên-
to existente não era revisado há anos e não pre- cia Social até o 1º dia útil seguinte ao
via a troca de sensores em áreas elevadas nem da ocorrência e, em caso de morte, de
a substituição dos furos de fixação. O super- imediato, à autoridade competente, sob
visor não analisou o trabalho corretamente. O pena de multa.
setor de almoxarifado forneceu sensores que
estavam fora da especificação. Receberão cópia fiel, da comunicação a
Como visto, o acidente ocorrido com o que se refere este artigo, o acidentado ou seus
empregado da metalúrgica foi resultado de di- dependentes, bem como o sindicato a que cor-
versas causas. Por isso, num processo de in- responde a sua categoria.
vestigação e análise de acidentes não é possí- Na falta de comunicação por parte da em-
vel que se fique concentrado somente na cau- presa, podem formalizá-la: o próprio aciden-
sa mais evidente. tado, seus dependentes, a entidade sindical
Se: competente, o médico que o assistiu ou qual-
– o almoxarifado tivesse as especifica- quer autoridade pública, não prevalecendo
ções com o diâmetro de encaixe do nestes casos o prazo previsto neste artigo.
sensor correto; – art. 135 – O acidente de trabalho de-
– existissem procedimentos atualizados; verá ser caracterizado:
– o supervisor tivesse feito uma análise – administrativamente – pelo setor de
correta da tarefa; benefícios do INSS, que estabelece-
– o empregado fosse treinado para situa- rá a relação entre o trabalho exerci-
ções fora da rotina. do e o acidente;
Deve-se antecipar os fatos! – tecnicamente – pela Perícia Médica
Sugere-se a utilização da palavra "se" na do INSS, que estabelecerá a relação
prevenção de acidentes, antes de se começar a de causa e efeito entre: o acidente e
realizar qualquer trabalho! a lesão; a doença e o trabalho; a cau-
sa mortis e o acidente.
1.11.2 Metodologia para Análise de Acidentes/
Incidentes Existem diversas técnicas e metodologias
A análise de acidentes/incidentes deverá de análise de acidentes que contribuem para a
ser sistemática e usada para qualquer aciden- identificação de suas causas.
te, seja ele com lesão ou não. Não se pode fi-
car esperando acontecer um acidente sério ou
Todas essas técnicas exigem a participa-
de grandes proporções para só então aplicar
ção de um grupo que, geralmente, é formado
uma metodologia de análise.
pelo acidentado, quando possível; pessoas que
A análise do acidente deve ser iniciada com
levantamento de todos os fatos que tenham con- presenciaram o acidente; chefe direto; super-
tribuído direta ou indiretamente para o aciden- visor; o pessoal técnico e um membro da CIPA.
te. Deve-se ter o cuidado nesta fase de evitar
julgamento de culpa ou responsabilidades. Atenção! A liderança pela condução da
A preocupação em conhecer todos os fa- análise do acidente deve ser do pessoal técnico.
tos é importante para que, de uma maneira ló-
gica e objetiva, seja possível restabelecer toda Como já foi apresentado, a análise de aci-
a seqüência do acidente. Desta forma, a pro- dentes busca identificar as causas imediatas,
babilidade de erros de avaliação é bem menor as causas básicas e as causas administrativas
e elimina-se também o "achismo", que é a aná- sem apontar culpados, isso é muito importan-
lise sem conhecimento técnico. te repetir, que nenhuma técnica de análise de 45
Tanto a empresa como os empregados de- acidentes visa encontrar um culpado pelo ocor-
vem dar uma grande importância à análise de rido e sim descobrir todas as possíveis causas
acidentes já que o seu objetivo é identificar as para com isso tomar as atitudes necessárias
causas dos acidentes para evitar a sua repetição. para impedir que voltem a acontecer.
Segurança Industrial
Quando acontece o acidente, toma-se a Um acontecimento semelhante, ocorrido
consciência de que os esforços e recursos há um ano atrás, nesta mesma empresa, deter-
empregados na sua prevenção não foram suficien- minava o uso de óculos de segurança na exe-
tes para evitá-lo. Pode-se dizer também que o cução desta tarefa.
trabalho de prevenção não termina nunca. Os óculos que o soldador deveria estar
Após o fato ocorrido, é necessário tomar usando estavam sujos e quebrados, pendura-
medidas para garantir que o acidente não volte dos na parede.
a se repetir. Existem diversas metodologias para Segundo o supervisor, não ocorrera ne-
a análise de acidentes. São quatro as fases que nhum acidente nos últimos meses e o pessoal
são mencionadas em qualquer uma delas: não gostava de usar óculos. Logo, ele não se
– recolher os fatos que se relacionam preocupava em recomendar o uso dos mesmos
com o acidente; nestas operações porque tinham coisas mais
– elaborar um plano dinâmico a partir do importantes a fazer”.
último fato do acidente, voltando atrás A metodologia usada para a análise deste
no tempo, analisando tudo cronologi- acidente é o Método da Árvore de Causas.
camente; Uma de suas características principais é a ob-
– procurar todas as prevenções que se- jetividade de análise. Tem as propriedades de
jam capazes de evitar o acidente em diminuir a culpa e de esgotar totalmente os as-
questão; pectos relativos ao acidente.
– definir as prevenções mais eficazes e Uma outra vantagem deste método com
relação a outros é fazer com que apareça para
aplicá-las.
cada acidente um número elevado de elemen-
A seguir, é apresentado um caso de aná-
tos para serem analisados, o que vai dar a opor-
lise de acidente para se compreender melhor tunidade de escolher formas de prevenção de
a técnica. uma maneira mais precisa e racional. Como
fica, então, o caso do soldador.
O caso do soldador
“Um soldador estava furando um cano com Primeiro passo
uma furadeira elétrica portátil. Para trabalhar, – Recolher todos os fatos, tais como: falta
equilibrou-se em cima de umas caixas. Como de manutenção, broca sem fio, pressão
a broca estava com o fio gasto e ele já havia excessiva, falta de isolamento no fio,
feito vários furos, começou a forçar a penetra- faíscas no olho, inclinação da broca,
ção da broca para continuar a executar a tarefa. quebra da broca, não usou óculos, le-
Por um momento, distraiu-se com algu- são no olho, equilibrar-se em cima de
mas faíscas que saíam do cabo de extensão caixas, óculos sujos e quebrados, não
por causa de um rompimento que deixava des- gostar de usar óculos, o supervisor não
coberto os fios condutores da eletricidade. obrigava o uso dos óculos.
Ao desviar a atenção, ele torceu o corpo,
forçando a broca no furo. Com a pressão, ela Método da Árvore de Causas do
se quebrou e, neste instante, ele, ao voltar o caso do soldador
rosto para ver o que acontecia, foi atingido por É a partir desta árvore que se pode, ao listar
um estilhaço de broca em um dos olhos. Com cada antecedente como objetivo, determinar as
um grito, largou a furadeira, pôs as mãos no medidas corretivas ou preventivas, a fim de evi-
rosto, perdeu o equilíbrio e caiu. tar que acidentes parecidos tornem a acontecer.

46
Segurança Industrial
E também fica muito mais fácil determi- Foram tabulados 1.753.498 acidentes, em
nar as causas do acidente pela seqüência do 297 organizações, com 21 tipos diferentes de
dominó. empresas, totalizando 1.750.000 empregados
e 3 bilhões de homens-hora!
1.11.3 A Importância da Análise do Incidente Os dados concluíram que para um aciden-
ou Quase Acidente – A Pirâmide de Segurança te com lesão grave, ocorrem 600 incidentes
de Frank Bird (quase acidentes). Pelo estudo apresentado, é
Hoje, entende-se que a ausência dos aci- muito importante analisar também os quase
dentes é um bom indicativo para medir ou ava- acidentes e os com danos à propriedade. A
liar um programa de prevenção. Porém, é im- importância real da análise detalhada de qual-
portante não se iludir pensando que o registro quer acidente ou incidente é a identificação de
de um número baixo de acidentes dá um qua- uma situação, que potencialmente poderia re-
dro verdadeiro do nível de segurança que se sultar em futuras lesões ou danos.
está implantando dentro de uma empresa. Este estudo demonstra que a maioria dos
Muitas vezes, mede-se a falta de segurança ao acidentes e incidentes não resultam em per-
invés da presença de segurança. das. Sabe-se que cada incidente, resultando ou
Em 1.966, Frank Bird. Jr. baseou sua teo- não em perda, nos dá uma excelente oportuni-
ria de “Controle de Danos” a partir de uma dade para obter informações capazes de pre-
análise de 90.000 acidentes ocorridos em uma venir ou controlar eventos parecidos no futu-
empresa metalúrgica americana (Lukens Steel ro. Estes eventos poderiam resultar em per-
Company), durante um período de 7 anos, che- das, já que as causas potenciais de um inci-
gando à seguinte conclusão: dente e um acidente com lesão são as mesmas.
Os programas de prevenção devem se ba-
sear nos dados conseguidos a partir dos aci-
Lesão incapacitante dentes sem lesão, sem perdas. Com isto, pro-
1
blemas estariam sendo eliminados ou contro-
lados, evitando acidentes, mais graves.
Lesões não Segue um exemplo de um quase-acidente
100 incapacitantes que pode resultar num acidente, caso não se-
jam analisados e sugeridas medidas de correção.
Exemplos:
Acidentes com
500
danos à propriedade 1. O empregado de uma determinada in-
dústria queria testar um equipamento
Ou seja, para cada lesão incapacitante ha- e verificou que faltava energia na li-
via 100 lesões menores e 500 acidentes com nha de montagem. Pediu então ao ope-
danos à propriedade. rador para ligar a chave elétrica no
Em 1969, a Insurance Company of North painel. O operador, ao chegar ao qua-
America analisou 1.753.498 casos, informa- dro elétrico, verificou que a chave es-
dos naquele ano por 297 empresas, que em- tava desligada. Como não tinha nenhu-
pregavam 1.750.000 trabalhadores, chegando ma etiqueta de aviso, resolveu religá-
a uma relação mais precisa que a de Bird, con- la. No instante em que ele ia acionar a
forme a figura a seguir: chave elétrica, lembrou-se da conver-
sa com um colega na hora do almoço:
seria trocado um motor no final da li-
Acidente com lesão nha de montagem. Se o operador tives-
grave
1 se ligado a chave elétrica teria causado
um acidente.
Acidentes com
10
lesão leve
2. Uma pessoa possui em sua residência
uma escada que apresenta um defeito
Acidentes com num degrau. Certo dia, chegou um pa-
30
danos à propriedade rente que, ao subir pela escada, escor- 47
regou e quase caiu; noutro dia, uma
Quase acidentes
visita também escorregou e quase caiu,
600
o mesmo aconteceu com ele próprio.
Porém, num determinado dia, seu filho
Segurança Industrial
de 8 anos escorregou, caiu, bateu a ca- Principais áreas de risco
beça e foi levado para o hospital, gra- – Produção
vemente ferido. – Manutenção elétrica
3. Em uma empresa, para se acessar de- – Manutenção mecânica
terminado equipamento, existe uma – Posturas
escada, que é atravessada próximo ao – Operação (motoristas)
seu topo por um pedaço de tubo; vários – Oficinas
funcionários já bateram a cabeça no A Pirâmide de Segurança é mais uma fer-
tubo, mas por talvez estarem de capa- ramenta de prevenção de acidentes e não subs-
cete, não relataram o quase-acidente. titui as que já existem:
Num determinado dia, um outro funcio- – Deve haver o comprometimento da
nário subiu às pressas a escada, sem Gerência;
capacete, bateu a cabeça no tubo e – Participação dos supervisores;
caiu, fraturando pernas e braços. – Foco na resolução dos problemas;
– Retorno da Informação aos funcio-
Esses casos se repetem no dia-a-dia e não nários;
são relatados. – Reconhecimento das boas idéias.
Tanto a escada como o tubo “estavam di- – Trocar premiação por confraternização.
zendo”: “– Conserte-me, repare-me, senão
QUEM É O RESPONSÁVEL PELA SEGURANÇA?
alguém vai se machucar com maior gravida-
de!!!”.
Não só o funcionário deve ser motivado a
relatar um quase-acidente, como supervisores
e gerentes – responsáveis pelo local – devem
tomar, imediatamente, as medidas necessárias
TODOS NÓS!!!
para eliminar a fonte de acidentes.
O "quase-acidente" é o acidente que – por
algum fator – não ocorreu; pode ser conside- 1.12 Acidente de trajeto e estabilidade
rado como uma dádiva, pois ele é o sinal de após o acidente de trabalho
que – se algo não for feito – um acidente ali O artigo 21 da Lei nº 8.213, de 24 de ju-
pode ocorrer! lho de 1991, diz que se equipara também ao
O supervisor deve estimular e motivar seu acidente do trabalho o ocorrido “no percurso
pessoal para que comuniquem todos os inci- da residência para o local de trabalho ou deste
dentes a fim de investigá-los e tomar medidas para aquela, qualquer que seja o meio de loco-
para evitar a sua repetição, o que poderia re- moção, inclusive veículo de propriedade do
sultar em acidente. segurado”. O mesmo artigo, em seu parágrafo
primeiro, acrescenta que "nos períodos desti-
O que é um incidente? nados a refeição e descanso, ou por ocasião da
É um evento indesejado, inesperado ou satisfação de outras necessidades fisiológicas.
não, e que sob circunstâncias ligeiramente di- No local do trabalho ou durante este, o empre-
ferentes poderia: gado é considerado no exercício da profissão."
– causar lesões ou perdas materiais; Ai está o que se chama de "aspecto legal do
– interromper o processo produtivo; acidente de trajeto no horário das refeições."
– afetar a qualidade do produto e dos ser- Verifica-se, portanto, que só não é equiparado
viços prestados. ao acidente do trabalho, quando houver des-
É uma situação potencial para a ocorrên- vio do percurso por conveniência do empre-
cia de um acidente. gado (o que é comum quando o empregado
sai fora do percurso para fazer compras, fre-
O que é um acidente? qüentar as aulas da escola etc.). Quanto ao
É um evento indesejado, inesperado ou carro particular, veja que a lei cobre essa cir-
48 não, e que pode: cunstância perfeitamente.
– causar lesões ou perdas materiais;
– interromper o processo produtivo; 1.12.1Estabilidade após acidente de trabalho
– afetar a qualidade do produto e dos ser- Trata-se do artigo 118 – Plano de Benefí-
viços prestados. cios da Previdência Social, Lei nº 8.213, de
Segurança Industrial
24 de julho de 1991, fixando que "o segurado recursos utilizados para o atendimento (medi-
que sofreu acidente de trabalho tem garantida, camentos, produtos cirúrgicos, instalações,
pelo prazo mínimo de 12 (doze) meses, a ma- ambulâncias, exames, etc.).
nutenção de seu contrato de trabalho na em-
presa, após a cessação do auxílio doença aci- 4. Custo da Quebra de Produção
dentário, independentemente da percepção do O período que o acidentado não produzir
auxílio-doença". Entende-se que a garantia de deverá ser calculado em termos monetários.
emprego de doze meses é assegurada aos aci- Normalmente este é o maior fator contributivo
dentados que retormam ao emprego após o dé- no custo total.
cimo sexto dia de afastamento (ou da alta mé-
dica), considerando que os primeiros quinze 5. Custo de Encargos Sociais
dias correm por conta do empregador. De ou- É o valor das despesas de encargos sociais
tra forma, pode-se dizer que esse tipo de esta- que a empresa tem com o acidentado.
bilidade só é cabível ao trabalhador cujo aci-
dente possa implicar num afastamento com 6. Custo de Reparação / Manutenção
prazo maior de quinze dias, desde a data do É o custo do conserto pela manutenção ou
acidente. terceiros, que o acidente gerou na empresa.
Prevenção de acidentes 7. Custo de Transporte / Hospital
Ante o vulto que podem assumir os aci- No caso de internamento em hospital, cal-
dentes em uma indústria, como já se disse, é cular o cujo com o mesmo mais o transporte.
perfeitamente justificável, e os industriais bem
o reconhecem, o investimento feito em pre- 8. Outros Custos
venção de acidentes. Todos os outros custos, que porventura
Prevenir acidentes consiste, pois, em evi- sejam detectados, poderão entrar neste item.
tar a ocorrência de atos e condições inseguras. Lembre-se de que o cálculo do Custo do
Este propósito é obtido através de: Acidente varia de empresa para empresa, sen-
Recursos de Prevenção do muito comum até não se calcular este cus-
– Treinamento to, pois os fatores intangíveis são elementos
– Adaptação do Trabalhador consideráveis e de difícil captação.
– Proteção Coletiva
– Normas de Segurança 1.12.3 Custo dos Acidentes no Brasil
– Equipamentos de Proteção Individual Com relação aos custos dos acidentes no
Brasil, eles dividem-se em diretos e indiretos.
1.12.2 Custo dos acidentes Custo Direto é o que se gasta com as despesas
A análise do custo do acidente, pode ser médico-hospitalares, como o auxílio doença.
uma ferramenta eficaz na segurança do traba- O Custo Indireto decorre dos prejuízos
lho. Os itens que podem ser incluídos no custo materiais, paralisação da produção, queda de
de um acidente variam de empresa para empre- produtividade geral, dias de trabalho perdidos
sa, porém alguns desses podem ser listados: (em 1980 houve 93.301 899 dias/homens per-
didos), custos sociais, etc.
1. Custo dos danos materiais Segundo a OIT, o custo indireto equivale
Indica o que foi danificado após o aciden- a 4 vezes o valor correspondente ao custo di-
te ocorrer, incluindo máquinas, equipamentos, reto. Segundo dados da Coordenadoria de
edificações, ferramentas, produtos, matérias- Informática da Secretaria de Planejamento do
primas, etc. INSS, em 1985, o total de despesas com os
acidentes "Registrados" correspondeu a um
2. Custo do Salário do Acidentado custo direto de US$ 138,87 milhões de dóla-
O período em que o acidentado não traba- res e um custo indireto de US$ 555,4 milhões
lhar, deverá ser computado em termos de ho- de dólares, com um total de USS 693,35 mi-
ras em relação ao custo destas horas. lhões de dólares de custo total. 49
Quando são estimados os acidentes não-re-
3. Custo do Atendimento Médico gistrados em 4 vezes o número dos registrados
Deverá ser incluído o custo do pessoal (estimativa modesta), esta cifra pula a 2,68 bilhões
médico (Médico, Enfermeiro, etc.) mais os de dólares de prejuízo imediatos à economia
Segurança Industrial
nacional. Com tal quantia, é possível imaginar o que poderia ser feito com relação à segurança e
higiene do trabalho, ou então em melhorias das condições sociais do país, como construção de
casas, geração de empregos, construção de escolas e hospitais, etc.
Uma proposta para convencer os empresários investirem em segurança e higiene do traba-
lho é a parte financeira, ou o retorno que se pode alcançar com um trabalho sério na área de
prevenção de acidentes.

CUSTOS DE UM ACIDENTE

1% – Médicos e custos de compen-


sação (assegurados)

• Danos aos imóveis


• Danos aos equipamentos
• Danos aos materiais
• Gastos legais
• Interrupções de produção

• Salários pagos por perda de tempo


Custos • Custos de contratação e treinamento
Documentados • Horas extras para supervisão
de dano à • Horas extras
propriedade • Menor produção dos trabalhadores
(com seguro)

$3 à 5
Custos variados
(sem seguro)

1.13 Causas do acidente de trabalho um ponto básico de partida para a segurança,


Durante anos, os profissionais da área de a natureza do local de trabalho industrial mu-
segurança basearam seus esforços num axio- dou profundamente, nos últimos anos.
ma duplo, afirmando que:
1. acidentes são causados; Máquinas sofisticadas substituíram a for-
2. acidentes podem ser prevenidos pela ça muscular, computadores eliminaram a pa-
eliminação dessas causas. pelada, laseres e outros equipamentos automá-
A partir da década de 60, quando as em- ticos mudaram a natureza do trabalho. Novos
presas começaram a introduzir algum tipo de produtos e novas técnicas de processamento
programa de segurança, esses dois conceitos introduziram novas preocupações sobre radia-
forneceram grande parte da base para os es- ção, produtos químicos tóxicos, ruído e outras
forços de prevenção de acidentes. condições de risco. A Ergonomia, estudo de
Antigamente, os programas de segurança como o local de trabalho pode ser projetado
baseavam-se numa definição aberta sobre cau- para se ajustar às necessidades físicas e de se-
sas de acidentes incluindo tudo e qualquer coi- gurança do empregado, foi reconhecida.
50 sa relacionada com o funcionário ou seu am- Introduziram-se novas técnicas de análise de
biente que contribuísse para um acidente. Es- segurança de sistemas para identificar riscos
sas causas podiam incluir as ações dos funcio- no local de trabalho, nas etapas de instalação
nários e colegas ou inércia dos supervisores ou de equipamentos, na construção de edifícios e
da gerência. Embora tais idéias ainda forneçam de sistemas sofisticados com antecedência.
Segurança Industrial
Hoje, o ambiente de trabalho é visto em recebem ou não comunicações regulares so-
termos cada vez mais amplos. Por ambiente bre segurança, se os supervisores recebem ou
queremos dizer não só o ambiente físico, mas não uma avaliação sobre seus respectivos de-
também os mecanismos que utilizamos para sempenhos em segurança e saúde, ou se exis-
monitorar as condições de segurança e saúde. tem outros mecanismos para demonstrar o
Isso inclui o sistema de gerência que indica compromisso da companhia com a segurança
quem é responsável e quem tem a obrigação e saúde ocupacional.
de que ações, que procedimentos estão funcio-
nando para descobrir e corrigir riscos, e que 1.13.1 Causas de Acidentes – O Modelo de
treinamento é necessário para ter certeza de Falha Humana
que cada funcionário saiba fazer o trabalho que Muitos dos aspectos comportamentais do
lhe foi atribuído em condições seguras. programa de segurança e saúde citados aqui,
O ambiente atual também inclui o clima foram desenvolvidos por Dan Petersen, con-
ou cultura da organização; se a gerência e sultor em segurança industrial.
supervisores convenceram ou não os subordi- O Diagrama de Causa e Efeito de
nados de que a segurança é uma alta priorida- Petersen, apresentado a seguir, sugere que to-
de; se os funcionários acreditam ou não que a dos os acidentes são causados por
gerência está realmente comprometida com 1. um sistema de gerência defeituoso,
segurança; se a gerência e os funcionários per-
cebem corretamente as necessidades recípro- 2. falha humana, ou alguma combinação
cas de segurança e saúde; se os funcionários dessas duas condições básicas.

Modelo de Causa (Diagrama de Petersen – simplificado)


Diagrama de Petersen
Falha no
sistema
gerencial

Decisão
Ferimento É causado Acidente de
ou por ou Errar
perda Incidente

Erro
Armadilhas
humano

Excesso
de
Trabalho

O modelo de Petersen sugere que qualquer tes perguntas que os profissionais da área de
ferimento ou outra perda na área de segurança segurança fazem diariamente:
e saúde para a companhia é resultado final de – a gerência tem uma declaração de po-
uso acidente ou incidente. Trabalhando da es- lítica sobre saúde e segurança?
querda para a direita através do gráfico, pode- – quem é o responsável e a que grau?
se ver que o acidente ou incidente é causado – quem tem que autoridade para fazer o
ou (1) por uma falha dos sistemas gerenciais e quê?
(2) por erro humano, ou alguma combinação – quem é responsável pela segurança e
dos dois. saúde? Como? 51
– como essas pessoas são medidas em
1.13.2 Falha dos Sistemas Gerenciais termos de desempenho?
Os elementos incluídos em uma falha dos – que sistemas são usados nas inspeções
sistemas dizem respeito a muitas das seguin- para verificar o que saiu errado?
Segurança Industrial
– quais os sistemas usados para corrigir Sobrecarga
erros encontrados? A sobrecarga pode ser física, fisiológica
– como são selecionados os novos em- ou psicológica. Para lidar com a sobrecarga
pregados? como causa de acidentes, é necessário exami-
– como é dada orientação aos novos em- nar a capacidade, carga de trabalho e o estado
pregados? ou condição motivacional atual do indivíduo.
Capacidade diz respeito às habilidades fí-
– recebem treinamento suficiente? sicas, fisiológicas e psicológicas da pessoa,
– quais são os procedimentos operacio- estado atual da mente, e nível atual de conhe-
nais padronizados? cimentos e habilidades do indivíduo para o tra-
– que padrões são usados? balho em questão. A capacidade do indivíduo
– como são reconhecidos, avaliados e eli- pode ser temporariamente reduzida pelo uso
minados ou controlados os riscos de de drogas ou álcool, tensão, fadiga, etc.
segurança e saúde? Carga refere-se à tarefa e o que é neces-
sário para realizá-la. Carga diz respeito, tam-
– que registros são utilizados e como são
bém, à quantidade de processamento de infor-
mantidos? mações que a pessoa deve fazer, ambiente de
– qual é o programa médico? trabalho, quantidade de preocupações, tensão
e outras pressões, e situação da vida total e
1.13.3 Por Que as Pessoas Erram (Falha privada da pessoa. Carga também se refere à
Humana)? situação de trabalho da pessoa e aos riscos que
Dan Petersen classifica os comportamen- esta enfrenta diariamente no trabalho.
tos perigosos em três categorias. Ele diz que o Estado ou condição refere-se ao nível de
erro humano se origina de: motivação, atitude, atenção e situação biorrít-
Decisão de Errar (Trabalhar em Condi- mica da pessoa.
ções Inseguras)
Em certas situações, parece lógico ao em- O Princípio de Causas Múltiplas
pregado preferir a ação insegura. As razões A maioria dos acidentes tem mais de uma
dessa decisão poderiam incluir: causa. Nossa tendência comum para simplifi-
– Pressão de colegas, exigências de pro- car, muitas vezes nos leva a identificar errada-
dutividade da gerência, aborrecimento, mente uma só causa. Na verdade, existe quase
falta de interesse, ou muitas outras. sempre uma série de causas em seqüência que
– Uma atitude mental que dê à pessoa uma provoca o acidente. A idéia das causas múlti-
razão inconsciente para se acidentar. plas afirma que muitos fatores se combinam
– Crença de que não possa sofrer um aci- ao acaso para provocar acidentes.
dente. Examine um acidente comum em termos
de causas múltiplas.
Armadilhas Um funcionário caiu de uma escada de-
Armadilhas, ou erros humanos causados feituosa
pelo sistema, são também uma razão básica – por que a escada defeituosa não foi des-
para que as pessoas errem. Neste caso, fala- coberta durante as inspeções de rotina?
se, principalmente, sobre fatores humanos. – por que o supervisor permitiu que fos-
se usada?
Uma dessas armadilhas é a incompatibilida-
– se o funcionário sabia que a escada es-
de. O funcionário pode ser forçado a atos in-
tava com defeito, por que a usou?
seguros porque a situação de trabalho é incom-
– o funcionário foi adequadamente trei-
patível com seu físico ou com as condições a
nado?
que está habituado. A segunda armadilha é o
– o funcionário foi lembrado sobre as prá-
layout do local de trabalho – certos layouts ticas seguras apropriadas?
levam a erro humano. Por exemplo, nas insta- – a escada estava corretamente marcada
lações de uma nova oficina, os empregados com avisos de segurança?
52 eram obrigados a estirar demais e forçar cer-
– o supervisor examinou o trabalho de
tos músculos no processo de movimentação antemão?
de material. Nesse caso, o local de trabalho As respostas a essas e outras perguntas
mal projetado transformava os empregados em poderiam conduzir aos seguintes tipos de cor-
vítimas de uma armadilha. reções:
Segurança Industrial
– melhor procedimento de inspeção; 3. Nível de habilidade
– melhor treinamento; As habilidades e informações não são as
– definição melhor das responsabilidades mesmas. Muitas habilidades exigem o uso das
de trabalho; mãos, dos olhos e de certos músculos de for-
– melhor planejamento prévio do traba- ma coordenada para se obter o resultado dese-
lho pelos supervisores. jado. Poucos têm habilidade e coordenação
Como em qualquer acidente, se for dese- naturais para dirigir um carro-guincho ou para
jado impedir repetição, precisa-se encontrar e atingir uma bola de golfe na primeira tacada.
remover as causas básicas. Citar exclusiva- Nem a maioria das pessoas consegue operar
mente o aio inseguro de "galgar uma escada um guindaste, uma locomotiva ou qualquer
defeituosa" e uma condição insegura, chama- outro equipamento industrial pesado sem uma
da de "escada defeituosa" não irá ajudar mui- soma considerável de treinamento e experiência.
to. Quando se examina, exclusivamente, o ato
e a condição, está se lidando com sintomas, e 4. Restrição de tempo
não com as causas.
Freqüentemente, encontram-se causas ar- Se o meio seguro for mais demorado do
raigadas no sistema de gerência. Essas causas que o inseguro, muitos funcionários irão pre-
podem decorrer de políticas e procedimentos, ferir o caminho mais curto, ganhando tempo.
supervisão e sua efetividade, treinamento etc. Quanto maior a vantagem de tempo oferecida
Causas arraigadas são aquelas que, se fossem pelo comportamento inseguro, maior a tenta-
corrigidas, teriam efeito permanente sobre re- ção de correr o risco e adotá-lo.
sultados positivos. Causas arraigadas são pon-
tos fracos que poderiam afetar não só o aci- 5. O meio mais fácil
dente sob investigação, mas também muitos Sempre que o comportamento seguro exi-
outros acidentes e problemas operacionais fu- gir mais esforço ou aplicação física, é possí-
turos. vel prever que alguns empregados prefiram o
meio mais fácil. Quanto maior a imposição de
Causas que os Funcionários se Arriscam esforço, maior a tentação.
Como já foi sugerido, os empregados po-
dem agir em condições inseguras porque não 6. Prevenção de desconforto
conhecem o meio seguro de fazê-lo ou, às ve- Quando o comportamento seguro envol-
zes, porque preferem deliberadamente o com- ver algum desconforto físico (como o uso de
portamento inseguro. Decidem adotar o com- equipamento de proteção individual) alguns
portamento inseguro porque algum outro fa- darão preferência para a alternativa mais con-
tor tem prioridade mais alta do que sua preo- fortável.
cupação com a própria segurança Nesses ca-
sos, o comportamento inseguro faz sentido
para eles, no momento. 7. Motivo de Atenção
Seguem-se algumas das razões para essa Algumas pessoas preferem enfrentar ris-
atitude: cos de vida apenas para ganhar aprovação do
grupo ou para atrair atenção de seus colegas.
1. Consciência do perigo
Muitos dos empregados agem de maneira 8. Ressentimento
perigosa porque simplesmente não reconhe- Alguns funcionários se ressentem e rea-
cem o perigo. gem à supervisão. Essas pessoas, às vezes,
seguem um comportamento perigoso para ex-
2. Falta de Informação pressar sua independência ou para “se desfor-
Às vezes, os empregados agem perigosa- rar” da supervisão por injustiça real ou imagi-
mente porque não conhecem a forma correta nária.
de realizar determinado trabalho, ou não sa-
bem como evitar um risco conhecido do tra- 9. Incapacidade física 53
balho. Não se pode esperar que um novo fun- Os funcionários podem ser induzidos aos
cionário limpe corretamente respingos de áci- comportamentos arriscados devido a intoxicação,
do, se ele não tiver recebido instruções ade- ressacas, uso de drogas, fadiga, pequenos
quadas. ferimentos ou outros tipos de incapacidade física.
Segurança Industrial
10. Condições mentais Havia ainda um outro grupo de motoris-
Raiva, frustração, aborrecimento, preocu- tas muito pressionado em termos de tempo que
pação, tensão por problemas familiares, tudo julgava impossível atender o programa exigi-
isso pode distrair o funcionário e interferir com do pelos chefes sem dirigir em alta velocidade
sua capacidade de concentração para realizar Os registros deste grupo melhoraram, assim
o trabalho em segurança. que os programas foram reformulados mais
realisticamente.
Exemplo de Causas Arraigadas de Comportamen- Na situação anterior, a gerência usou qua-
to Inseguro tro ações corretivas diferentes para melhorar
A seguinte estória ilustra a importância de o desempenho da frota na área de segurança,
se descobrir as raízes ou causas arraigadas sob procurando as causas arraigadas dos atos in-
atos inseguros, antes de se decidir sobre ação seguros dos motoristas.
corretiva.
Depois de um registro na área de seguran- 1.14 Atos e condições inseguras
ça particularmente medíocre de um grupo de Todo acidente é causado, e não simples-
motoristas profissionais, o departamento de mente acontece, e por isso que toda vez que
segurança procedeu um estudo detalhado so- ocorre um acidente, por mais simples que pos-
bre o desempenho de segurança da frota. Cons- sa parecer, este é investigado e analisado, com
tatou-se que o equipamento mecânico estava a finalidade de encontrar causas e, em conse-
em ordem. qüência, as providências ou recomendações
Os erros dos motoristas eram, obviamen- necessárias, para evitar a repetição de aciden-
te, o problema. Mas que motoristas e que er- tes semelhantes.
ros? Outras análises realizadas mostraram que Atos e condições inseguras são fatores
um grande número de colisões era causado pela que, combinados ou não, desencadeiam os
distância que o motorista interpunha entre seu acidentes de trabalho. São portanto, as causas
carro e o da frente. A experiência indicava que diretas dos acidentes. Assim, pode-se enten-
os avisos normais do Departamento de Segu- der que prevenir acidentes do trabalho, em sín-
rança sobre manter uma distância segura ti- tese, é corrigir condições inseguras existentes
nham pouco efeito, não evitando a freqüência nos locais de trabalho, não permitir que outras
dos acidentes. sejam criadas e evitar a prática de atos insegu-
Fez-se, então, um estudo profundo sobre ros por parte das pessoas.
os acidentes recentes e motoristas envolvidos – Tanto as condições, como os atos insegu-
estudo esse destinado a descobrir porque os ros têm origem mais remotas, em causas indi-
motoristas não se desempenhavam de acordo retas. Esses fatores indiretos, porém, podem
com as expectativas – que mostrou resultados ser atenuados ou eliminados, de modo a evitar
surpreendentes. que os últimos elos da cadeia, atos e condi-
A evidência do estudo indicava que um ções inseguras, venham a propiciar a ocorrên-
grupo de motoristas – aquele com os piores cia de acidentes ou pelo menos que essas ocor-
registros de acidentes – simplesmente não es- rências se tornem cada vez mais raras.
tava dirigindo tão bem quanto sabia. Esses Levantamentos realizados por diversos
motoristas tinham problemas de disposição de órgão e institutos, mostraram que a proporção das
ânimo e apresentavam comportamento descui- causas dos acidentes é de aproximadamente:
dado na direção. O remédio, no caso, foi um
programa de contatos mais freqüentes por par- Atos inseguros 80%
te dos supervisores e retorno positivo, quan- Condições inseguras 20%
do os resultados melhoraram.
O segundo grupo de motoristas não esta-
va convencido de que a pequena distância en- 1.14.1 Ato inseguro
tre o seu e o carro da frente oferecia perigo. É a maneira como as pessoas se expõem,
Para estes, foi necessário mais treinamento em consciente ou inconscientemente, a riscos de
direção defensiva. acidentes. São esses os atos responsáveis por
54 O terceiro grupo era composto de moto- muitos dos acidentes de trabalho e que estão
ristas com problemas de visão, que dificulta- presentes na maioria dos casos em que há al-
va o cálculo exato das distâncias. Para estes fo- guém ferido.
ram indicados exames oftalmológicos e lentes Nota-se nas investigações de acidentes,
corretivas. que alguns atos inseguros se sobressaem entre
Segurança Industrial
os catalogados como mais freqüentes, embora – falta de Equipamento de Proteção In-
essa maior evidência varie de empresa para dividual (EPI);
empresa. Cabe ressaltar que um funcionário – nível de ruído elevado;
sem treinamento ou que não saiba os riscos – sistemas de alarmes inadequados;
inerentes a uma determinada atividade, não
deve ser classificado como Ato Inseguro, mas – proteções Inadequadas ou defeituosas;
sim como Condição lnsegura. – má arrumação/falta de limpeza;
A seguir, tem-se alguns dos atos insegu- – defeitos nas edificações;
ros mais conhecidos: – iluminação inadequada;
– ficar junto ou sob cargas suspensas; – piso danificado (esburacados);
– usar máquinas sem habilitação ou per-
– risco de fogo ou explosão.
missão;
– lubrificar, ajustar e limpar máquina em
movimento;
1.14.3 Análise dos acidentes
Todo acidente traz informações úteis para
– inutilização dos dispositivos de segu-
quem se dedica a sua prevenção. Um acidente
rança;
não comum, raro, pode revelar a existência de
– uso de roupa inadequada;
causas ainda não conhecidas ou de causas que
– transportar ou empilhar inseguramente;
permaneciam ocultas, não notadas pelos en-
– tentativa de ganhar tempo;
carregados da segurança.
– colocar parte do corpo em lugar peri-
Um acidente comum, se for a repetição de
goso;
um infortúnio já ocorrido, pode revelar possí-
– imprimir excesso de velocidade;
veis falhas das medidas de prevenção de aci-
– improviso ou mau emprego de ferra-
dentes que, por alguma razão determinada, são
mentas manuais;
responsáveis por essa repetição.
– não usar proteções individuais – E.P.I.;
A cuidadosa investigação de um acidente
– manipulação insegura de produtos quí-
oferece elementos valiosos para a análise a ser
micos;
feita. Além disso, as conseqüências dos aci-
– fumar em local proibido; etc.
dentes provocam uma série de providências
administrativas, técnicas, médicas, psicológi-
1.14.2 Condicão insegura
Condições inseguras nos locais de traba- cas, educacionais, dentro da empresa, que re-
lho são aquelas que comprometem a seguran- percutem também na área da Previdência So-
ça do trabalhador. São as falhas, os defeitos, cial, amparando de muitas formas o acidenta-
irregularidades técnicas e carência de disposi- do. A CIPA deve participar dos vários aspec-
tivos de segurança que põem em risco a inte- tos do estudo relacionado com os acidentes
gridade física e/ou a saúde das pessoas e a pró- preocupando-se em analisá-los e elaborando
pria segurança das instalações e equipamentos. relatórios, registros, comunicações e sugestões,
Convém ter em mente que estas não de- entre outras providencias, conforme o deter-
vem ser confundidas com os riscos inerentes a minado no item 5. 16, item "l" da Portaria 3214
estas operações industriais. Por exemplo: a de 8 de junho de 1978, do Ministério do Tra-
corrente elétrica é um risco inerente aos traba- balho (... l) participar, em conjunto com o
lhos que envolvam eletricidade, aparelhos ou SESMT, onde houver, ou com o empregador
instalações elétricas; a eletricidade não pode da análise das causas das doenças e acidentes
ser considerada uma condição insegura por ser de trabalho e propor medidas de solução dos
perigosa. Instalações mal feitas, ou improvi- problemas identificados...). A análise do aci-
sadas, fios expostos, etc., são condições inse- dente corresponde a uma visão geral da ocor-
guras, a energia eIétrica em si não. rência.
Algumas das condições inseguras mais Além dos registros relacionados à empre-
freqüentes, catalogadas pelos estudos de se- sa e aos dados pessoais do acidentado, cuida-
gurança do trabalho: se de estabelecer a ocupação – a tarefa – de-
– falta de proteção em máquinas e equi- senvolvida pelo trabalhador, o departamento
pamentos; e seção em que cumpre suas atividades. Só es- 55
– deficiência de maquinário e ferramental; ses dados já permitem que se faça um estudo
– passagens perigosas; da ocorrência de acidentes em certos departa-
– instalações elétricas inadequadas ou de- mentos, da freqüência, ou seja, do número de
feituosas; vezes que tais acidentes acontecem.
Segurança Industrial
Não se trata, portanto, de registros buro- grave que necessite tratamento médico
cráticos. São elementos de estudo. A descri- ou quando ocorram danos materiais sé-
ção do acidente deve ser feita com os porme- rios;
nores possíveis: deve ser mencionada a parte – a maioria dos acidentes é evitável;
do corpo atingida e devem ser incluídas as in-
– o esforço de prevenção está diretamente
formações do encarregado, descrições de cen-
relacionado à magnitude da perda; ou
so se desenvolveram os fatos relacionados ao
acidente e a causa, ou causas, que lhe deram – o esforço de prevenção só é necessário
origem. Esta investigação tem a participação porque o acidente foi suficientemente
de membros da CIPA. A CIPA deve concluir, grave para constar de relatório.
ainda, sobre a causa do acidente, as possíveis Nesse caso, os escopos dos esforços de
responsabilidades (principalmente atos inse- prevenção estarão muito comprometidos.
guros) e propor medidas quem devem ser to- É necessário que todos os acidentes de-
madas para evitar que continuem presentes os vam ser investigados. A investigação envolve:
riscos ou que eles se repitam – estabelecer todos os fatos e opiniões re-
Convém ressaltar que o estudo de aciden- levantes de como e porque o acidente
tes não deve limitar-se àqueles considerados ocorreu, de modo que...
graves. Pequenos acidentes podem revelar-se – seja possível tirar conclusões sobre o
riscos grandes. Por outro lado, acidentes sem que deve ser feito para impedir sua re-
lesão devem ser estudados. Perceber riscos em petição.
fatos que parecem não ter gravidade, mas que Isto significa que qualquer ocorrência de
em ocasião futura se revelarão fontes de aci- doença ou ferimento ocupacional, dano de
dentes graves, é capacidade que os membros equipamento, edifício ou produto, perda finan-
da CIPA devem desenvolver. Disso depende- ceira, ou acidente frustrado, estando a pessoa
rá, em grande parte, a redução ou a solução responsável pelas investigações consciente do
definitiva de muitos problemas na área da se- incidente, este deve ser investigado. Se a in-
gurança do trabalho. vestigação deve ou não ser registrada, isto de-
A análise dos acidentes que ocorrem na pende das imposições legais e procedimentos
empresa vai fornecendo dados que se acumu- locais. Os procedimentos e técnicas usadas no
lam e que possibilitam uma visão mais corre- processo de investigação são, basicamente, os
ta nessa área de estudo, com indicações sobre mesmos, independente da gravidade do feri-
os tipos de acidentes mais comuns, sobre as mento ou de outras perdas.
causas mais atuantes dando a medida da gra- A política de informação de acidentes deve
vidade das conseqüências e revelando os se- dispor que todas as doenças e ferimentos ocu-
tores da empresa que necessitam de atenção pacionais, bem como avarias de equipamen-
maior da CIPA e dos Serviços Especiais, quan- to, propriedade e produto, devem ser informa-
do existirem. Muitas outras indicações impor- das ao supervisor do indivíduo e, em seguida,
tantes são também extraídas desses dados. investigados. Os empregados também devem
Uma investigação de acidente corretamen- informar sobre acidentes frustrados, de modo
te conduzida requer: que sejam tomadas ações corretivas antes que
– habilidades Investigativas; as causas do acidente possam resultar em
– habilidades Analíticas; ferimentos ou outras perdas.
– habilidades de Confrontação; A justificativa da necessidade de tais re-
– habilidades Administrativas; latórios baseia-se na pesquisa realizada sobre
– atitude Correta. causas de acidentes, conforme indicado ante-
A atitude do investigador na investigação riormente, e na própria experiência passada nas
de acidentes pode ser o fator mais importante. empresa em investigação de acidentes. Com
As investigações são importantes, mas tomam estes conhecimentos, sabe-se que:
tempo e podem gerar posições antagônicas. Da – As causas de acidentes frustrados ou
mesma forma, se a estrutura de referência ou acidentes menos graves são potencial-
56 atitude mental do investigador estiver no todo mente as mesmas dos acidentes gra-
ou parcialmente de acordo os seguintes con- ves ou fatais. Em alguns casos, a dife-
ceitos: rença entre acidente grave e não ocor-
– o acidente só é acidente quando provo- rência de acidente é apenas uma ques-
ca perda de dias de trabalho, ferimento tão de tempo ou distância.
Segurança Industrial
– Todos os acidentes resultam de múl- Entre esses índices, podem ser citadas a Taxa
tiplas causas. A habilidade do investi- de Frequência de Acidentados com Afasta-
gador é testada em termos de quão pro- mento (TFCA) e a Taxa de Gravidade (TG),
funda é a investigação para identificar ambas de acompanhamento mensal.
suas múltiplas causas. Somente após A TFCA, calculada pela fórmula a seguir,
identificar todos os fatores que contri- é o número de acidentes com afastamento, no
buíram para o acidente é que investi- período considerado, por milhão de horas-ho-
gador pode começar a fazer perguntas mem de exposição ao risco. Ela nos dá uma
duras sobre o "porquê" dos fatos; ex.: idéia da maior ou menor incidência de aciden-
por que o operador estava trabalhando tados num determinado grupo de trabalho e
com equipamento defeituoso, por que num determinado período.
os procedimentos sobre derrames de
 TFCA = Taxa de Freqüência de Acidenta-
líquidos ficaram fora da Análise de NCA x 106  dos com Afastamento (acidentes
Segurança e Higiene do Trabalhador. TFCA =  típicos)
HHER  NCA = Número de Acidentes Típicos com
 Afastamento

1.15 Controle de acidentes A TG, calculada pela fórmula seguinte, é


Após realizar a investigação dos aciden- o tempo computado (TC) por milhão de ho-
tes e estabelecer as ações corretivas necessá- ras-homem de exposição ao risco, O TC é o
rias, é de fundamental importância que se re- somatório dos dias perdidos por acidentados e
gistrem os dados básicos do acidente de for- dos dias debitados em caso de lesão perma-
ma organizada e sistêmica. Tal método é feito nente ou morte, calculados de acordo com uma
através da Estatística de Acidentes, por meio tabela anexa a Resolução 48/64. Ela nos in-
da qual é possível comparar os resultados com forma sobre a extensão e gravidade das lesões
outros órgãos e orientar onde se deve atuar sofridas pelos acidentados, e nos fornece uma
mais fortemente. Ela pode auxiliar para veri- maneira prática de calcular os prejuízos mate-
ficar se os índices de segurança estão melho- riais em razão de acidentes.
rando ou não e – principalmente – onde de-
vem ser priorizadas ações e recursos. TC x 106
A Estatística de Acidentes é uma ferra- TG =
HHER
menta de vital importância, pois através dela
é que se pode tomar as decisões necessárias O controle estatístico dos acidentes do tra-
para a melhoria dos índices de acidentes e balho, pelas atuais diretrizes da Petrobras é
como conseqüência a melhoria da qualidade de responsabilidade do Órgão de Segurança
de vida dos funcionários. Industrial de cada Unidade Operacional da
É indispensável que se tenha o controle Empresa. No nosso caso a SMS.
de acidentes ocorridos, mediante cadastro e
registros estatísticos. através dos quais se pode 1.16 Procedimento em caso de acidente
acompanhar a evolução das ocorrências. As 1.16.1 Procedimento do Acidentado
unidades da Petrobras possuem formulários O acidentado devera informar imediata-
padronizados pela Empresa, em que são re- mente ao seu chefe imediato, quando vitimado
gistrados todos os dados importantes relativos por um acidente de trabalho. Caso tenha sofri-
aos acidentes. A análise destes dados e sua do lesão que necessite de socorros médicos. O
ordenação sistemática permitem organizar ta- acidentado deverá ser encaminhado ao ambu-
belas e gráficos estatísticos, os quais. devida- latório médico da empresa, tomando providên-
mente interpretados, podem demonstrar se os cias para que a ocorrência seja comunicada o
métodos e técnicas de prevenção de acidentes mais breve possível ao seu chefe imediato.
estão produzindo resultados, dando orientação Todas as informações que se fizerem ne-
quanto as medidas a serem adotadas. cessárias para o registro e a comunicação do
A cada início de ano, metas para alguns ín- acidente, tanto para as estatísticas da empresa
dices de segurança são negociadas entre o órgão como para o INSS, deverão ser prestadas com
operacional e a SMS (antiga SUSEMA – Supe- clareza e exatidão suficientes, quando solici- 57
rintendência de Segurança, Meio Ambiente e tadas.
Qualidade), órgão controlador da Sede. Alguns Todos os acidentes deverão ser relatados,
índices são de acompanhamento mensal, enquan- na forma das instruções vigentes, dentro dos
to que outros são de acompanhamento anual. prazos estabelecidos.
Segurança Industrial
1.16.2 Procedimento do Supervisor Permissão para Trabalho Combinada (PTC)
Ao tomar conhecimento da ocorrência de É autorização para trabalho em equipa-
um acidente, o supervisor deverá proceder o mento ou em sistema sob responsabilidade de
encaminhamento do acidentado ao ambulató- um Órgão, mas localizado em área de respon-
rio médico da empresa, em tempo hábil. sabilidade de outro.
As informações referentes à ocorrência
devem ser colhidas, também pelo supervisor, Permissão para Trabalho Temporária (PTT)
visando levantar as causas. Estas informações É a permissão para trabalho, em formulá-
permitirão o preenchimento dos formulários rio próprio, que autoriza a execução de um tra-
próprios de comunicação de acidentes, além balho específico, que não interfere em áreas
de servirem como fonte para prevenção de fu- adjacentes, por prazo determinado, em equi-
turos acidentes semelhantes. pamentos ou sistemas definidos, que constitui
risco isolado, ficando dispensada nesse prazo
Permissão Para Trabalho (PT) a sistemática de emissão de PT e CIS, excetuan-
É a autorização escrita para: do-se os trabalhos com fonte de radiação ioni-
Trabalhos de manutenção, montagem e zante e Parque de GLP.
desmontagem, construção, reparos, inspeção
e escavação, na área industrial, em equipamen-
Liberação de Área
tos e instalações de oficinas de manutenção,
É autorização especial, por prazo deter-
de almoxarifados ou de laboratório. Para car-
minado, para trabalho de manutenção, cons-
ga e descarga de caminhões de Produtos quí-
micos na área industrial não há necessidade trução ou montagem, ficando dispensada a
de emissão de PT, devendo ser seguido o esta- emissão de PT e CIS para trabalho em local
belecido nos Procedimentos dos Setores Ope- delimitado, excetuando-se os trabalhos com
racionais para esta atividade. Visitas ou ins- fonte de radiação ionizante.
peções visuais de curta duração em unidades
operacionais prescindem de PT, mas o super- Lista de Verificação
visor e o Operador da área serão obrigatoria- São as medidas preventivas a serem to-
mente avisados. madas para a liberação de equipamentos
Nota: Nenhum trabalho na área, fora os ou sistemas, e para início do trabalho, ten-
casos citados neste procedimento, pode ser do em vista os riscos que apresentam. Tais
executado sem PT. medidas constam da PT com o título de Lis-
A PT é dada para prevenir: ta de verificação. As medidas necessárias e
– riscos de acidentes; não constantes da PT serão acrescentadas pelo
– dano material; emitente.
– agressão ao meio ambiente; ou
– descontinuidade operacional, nas situa- Certificado de Inspeção de Segurança (CIS)
ções em que há possibilidade de: ex- É o documento emitido pela SMS para
plosão ou incêndio, vazamento de pro- assessorar o emitente da PT com recomenda-
duto tóxico, corrosivo, inflamável ou ções de segurança. Dele constam também os
combustível, vazamento de produto sob resultados de inspeção visual, dos testes e das
pressão; medições feitas pela SMS na área ou no equi-
– exposição a radiação ionizante; pamento onde será realizado o trabalho.
– exposição a altas temperaturas;
– confinamento; Etiquetas de Advertência
– desabamento; As Etiquetas de Advertência indicam que
– choque elétrico. o equipamento está em manutenção e não deve
ser operado. Serão afixadas em equipamentos
Início dos trabalhos com a finalidade de proibir seu uso. As eti-
Só se podem iniciar trabalhos nos locais quetas são de cores amarela e azul. A amarela
58 citados anteriormente, após a emissão da PT, será afixada pelo operador da área e a azul pelo
e uma vez cumpridos todos os itens de reco- executante do serviço.
mendação citados na mesma e na análise de
risco que a acompanha. Fatores que permitem Nota: As etiquetas devem ser preenchidas
a obtenção da autorização do operador da área. de modo legível e completo.
Segurança Industrial
Etiqueta Vermelha de Advertência f) certificar-se de que todas as recomen-
Quando se tratar de serviço em circuito dações constantes na APR foram im-
elétrico, e somente no momento da execução, plantadas antes do início do trabalho;
será afixada pelo executante, no cubículo de g) certificar-se que as permissões para as
alimentação de carga, além da etiqueta azul, a tarefas que possam interagir sejam re-
Plaqueta Vermelha (Anexo 3), a qual só por portadas a todos.
ele será retirada. A plaqueta tem a finalidade A PT é específica para o serviço nela des-
de identificar o executante e significa que o
crito e restrita a um único equipamento, per-
serviço está em andamento.
feitamente identificado e delimitado.
Nota: Para serviços tais como: troca de
Etiqueta de Aviso lâmpada, medições gerais, sem que haja
É um cartão branco usado para dar outros intervenção, medição de vibração, e asse-
avisos, tais como alteração de condição ope-
melhados, a PT pode ser emitida de for-
racional, de alinhamentos, etc.
ma genérica, desde que avaliadas todas as
implicações de risco.
Operador da área A PT é válida para a jornada de trabalho
É o operador que trabalha na área da uni- do executante (que inclui também o serviço
dade de processamento, transferência e esto- em horário extraordinário), no dia da emissão.
cagem ou utilidades, e é responsável pelo equi-
Nota: Quando o potencial de risco justifi-
pamento ou sistema que sofrer manutenção.
car, o prazo de validade não deve ultra-
passar a jornada de trabalho do emitente.
Liberação de Escavação (LE) Tal condição deve constar da PT.
Esta Liberação informa a existência de Quando da substituição do emitente da PT,
instalações subterrâneas no local da escava-
cabe ao seu substituto a responsabilidade de,
ção. Deve ser solicitada ao EN, para qualquer
após inspecionar o local e verificar as condi-
escavação na REPAR, seja qual for a profun-
ções de trabalho, decidir quanto ao cancela-
didade. Se, durante a escavação, for encontra-
mento ou não da PT.
do algum elemento que não conste na libera-
Nota: O não cancelamento implica na
ção, os trabalhos devem ser interrompidos
continuidade do trabalho, até o horário
imediatamente, e solicitada a presença de pes-
soa do EN para identificar e atualizar os desenhos. inicialmente previsto, agora sob a respon-
sabilidade do substituto do emitente da PT.
A Permissão Para Trabalho Combinada
1.17 Condições gerais (PTC), deve ser emitida no mesmo formulá-
1.17.1 Emissão rio de Permissão para Trabalho (PT), pelo Ór-
A PT deve ser emitida em 3 vias, no for- gão responsável pelo equipamento ou sistema;
mulário Permissão para trabalho (Anexo 1), o co-emitente será o responsável pela área em
1ª via para o executante, 2ª via para o opera- que está o equipamento ou sistema.
dor da área e 3ª via para o emitente. Nota: O emitente e o co-emitente são res-
Ao emitir a PT o empregado deverá ob- ponsáveis pela liberação do equipamento
servar o seguinte procedimento: e da área, respectivamente.
a) indicar com clareza o serviço que está A Permissão para Trabalho para serviços
sendo autorizado e identificar com pre-
de escavação só pode ser emitida mediante a
cisão o equipamento ou sistema (refe-
apresentação da L.E. (Liberação de Escava-
rência, número de identificação e situa-
ção), fornecida pelo EN, para escavação de
ção do equipamento);
b) indicar a área ou o nome do responsá- qualquer profundidade.
vel pela área na qual o serviço realizar- Estão autorizados a emitir PT:
se-á; – Dentro de sua área:
c) assinalar com "x" (na coluna "Emiten- a) OP II;
te") as medidas preventivas que deve- b) OP I, desde que treinado e autori-
rão ser obrigatoriamente verificadas zado pelo setor junto a PR.; 59
pelo responsável pela área; c) TSI e TS II;
d) entregar ao executante as 1ª e 2ª vias d) Assistente de Suprimento;
da PT ficando com a 3ª; e) TQ II e III;
e) certificar-se que foi realizada a APR; f) TM I e II;
Segurança Industrial
g) COTUR e SMS nas áreas de produ- – apanhar a via da PT com o execu-
ção não definidas; tante, e obter do Operador da Área
h) Os supervisores hierárquicos acima a autorização de entrada;
citados anteriormente. – rubricar no verso da PT junto com o
Operador da Área;
– Dentro das áreas de Empreiteiras: – entrar na área somente depois de
atendidas as recomendações dos
Os técnicos de manutenção dos setores a
itens anteriores.
seguir, conforme segue:
d) Operador da área:
– do EI/ELÉTRICA, quando o trabalho
– indicar no verso da PT, na via do
for em sistemas elétricos, após o pai-
executante, o horário e o tipo de
nel de 480 V da subestação 5900-J e
máquina ou veículo que irá execu-
após os transformadores provisórios de tar o serviço;
parada; – autorizar a entrada de veículos de
– do EDE/CALDERARIA, quando o tra- carga, rubricando no verso a PT.
balho for nos galpões de pré-fabrica- É dispensada, após a remoção do equipa-
ção de tubulação; mento, a "baixa" na autorização para entrada
– do PMS, para o restante das instalações. de máquina ou viatura.
1.17.2 Requisição 1.17.3 Cancelamento
É de responsabilidade do requisitante da A PT é cancelada quando:
PT o fiel cumprimento das recomendações, a) no caso de Emergências;
providenciando os requisitos necessários para b) suas recomendações não estiverem sen-
a manutenção das condições de segurança no do atendidas;
local de trabalho. c) aparecerem condições de risco na área
– Estão autorizados a requisitar PT: onde se executa o trabalho, inclusive
a) O executante, desde que emprega- aqueles decorrentes de manobras ope-
do da Petrobras; racionais;
b) Empregados de empresa contratada d) o executante não estiver usando os
credenciada pela SMS, identificados E.P.I.s adequados;
pelo logotipo específico (chave in- e) o executante tiver dúvida no trabalho a
glesa) afixado no crachá. ser realizado.
Nota: O credenciamento de empreiteiros Nota: A PT pode ser cancelada por qual-
é efetuado para os aprovados em curso es- quer pessoa que perceba que os padrões
pecífico. A participação neste curso é con- de segurança não estão sendo cumpridos
dicionada à solicitação formal da empre- conforme as recomendações.
sa contratada à Fiscalização e sua concor- Um atraso superior a 2 horas para o início
do trabalho ou o afastamento do executante por
dância após o que encaminhará a solicita-
igual período cancela automaticamente a PT.
ção a SMS.
Após comunicar o Requisitante e o Emi-
Para acesso de máquinas de movimenta-
tente da PT, o Funcionário da Petrobrás que
ção de cargas e veículos motorizados no inte-
detectou irregularidades e paralisou o serviço
rior de unidades de processo e área de GLP,
deve preencher o Relatório de Descumprimen-
para serviços de apoio de carga ou transporte, to de Norma de Segurança e enviar copias para
é obrigação: o Fiscal do contrato, Gerente do Contrato, MI,
a) Do Executante: Chefia do Setor envolvido e SMS.
– informar ao Emitente que o serviço
necessita de apoio de carga. 1.17.4 Etiquetas de Advertência
b) Do Emitente: Antes da autorização para início do servi-
– ao emitir a PT, indicar a necessida- ço, tanto o responsável pela área, quanto o
de de apoio de carga para o serviço executante do serviço devem preencher os
60 no campo específico. campos das Etiquetas de Advertência e as fi-
c) Do Operador da máquina ou motorista xarão nos equipamentos cuja operação pode
da viatura: interferir no trabalho a ser executado. O exe-
– estacionar a máquina ou viatura fora da cutante do serviço fixará a etiqueta azul e o
unidade de processo e da área de GLP; operador da área a etiqueta amarela.
Segurança Industrial
Quando trabalhadores de diversos Seto- c) abertura de equipamentos quando o
res estiverem dando manutenção ao mesmo Emitente tiver dúvida;
equipamento, cada um deve afixar a sua eti- d) trabalho de corte ou de solda em equi-
queta azul nesse equipamento. Nesse caso, pamento que contiveram produtos tó-
apenas uma etiqueta amarela será afixada. xicos, inflamáveis, corrosivos ou que
Para fins de liberação de trabalhos, devem a estes estiveram interligados;
ser utilizados três tipos de etiquetas: e) para que seja emitida Permissão para
– etiqueta amarela – A ser fixada pelo Trabalho Temporária (PTT);
empregado Petrobrás responsável pela f) para escavação em profundidade supe-
área, exemplo: Operador da área. rior a 1,50 m.
– etiqueta azul – A ser fixado pelo exe- Para outros tipos de trabalho a emissão do
cutante dos serviços, empregado Petro- CIS pode ser solicitada a critério do emitente
bras ou de contratada. da PT, do operador da área ou do executante
– etiqueta vermelha imantada – A ser do trabalho.
fixado pelo eletricista, na porta do cubí- A inspeção de segurança deve ser realiza-
culo de alimentação de carga, somente da na presença do operador da área.
durante o tempo de intervenção direta. O CIS é restrito ao trabalho para o qual
No caso de liberação de equipamentos para foi emitido, e é válido desde que sejam
manutenção acionados por motor elétrico, as mantidas as condições de segurança existen-
etiquetas devem ser colocadas nas gavetas e tes no local. O CIS perde a validade se o tra-
nas botoeiras (campo e painel). balho não iniciar até 2h após sua emissão ou
As liberações de equipamentos elétricos em caso de afastamento do executante por
devem ser realizadas desligando-se a chave ou igual período.
disjuntor nos respectivos painéis e em segui- Na abertura de linhas ou bombas para ins-
da o executante deverá colocar o cadeado pró- talação de raquetes ou flanges cegos, é dispen-
prio de cada oficina, bloqueando a operação sável o CIS, desde que o sistema tenha sido
ou energização do equipamento durante a ma- despressurizado, drenado, purgado (quando
nutenção. No caso, de duas ou mais oficinas esse procedimento for indicado na PT/AP) e
participarem da liberação do mesmo equipa- não esteja interligado com o sistema de tochas.
mento, cada executante deverá colocar o seu Antes de solicitar o CIS, o Emitente da
cadeado. Caso não exista espaço na chave ou PT/Operador da Área, obrigatoriamente ins-
no disjuntor para mais de um cadeado, a ofici- pecionará a área e/ou equipamento, quanto ao
na elétrica possui dispositivos para multipli- atendimento dos Padrões Mínimos de Segu-
car a possibilidade de uso de cadeados. rança.
Com o uso de cadeados não será necessá- Frentes distintas de trabalho em um equi-
ria a extração da gaveta para liberação, porém pamento, a serem executadas simultaneamen-
nos casos em que não seja possível o uso de te, devem possuir AP conjunta.
cadeados, a gaveta deverá ser extraída pelo EI. Quando as condições de risco exigirem,
As etiquetas de advertência só poderão ser será previsto o acompanhamento do serviço
removidas pelas pessoas que as afixaram, seus pelo operador da área e por representante da
substitutos ou Supervisor Imediato. SMS.
As etiquetas devem ser destruídas após a Travas para haste de válvulas devem ser
sua remoção. solicitadas a serem instaladas após o fechamen-
to dos bloqueios e despressurização do equi-
1.17.5 Recomendações de Segurança pamento, quando houver recomendação deste
Certificado de Inspeção de Segurança (CIS) procedimento na AP ou na própria PT. É obri-
É obrigatório obter o CIS junto a SMS para gatória a instalação das travas nos seguintes
autorização do início de serviço, nos seguin- casos:
tes casos: – Em bloqueios de equipamentos que ne-
a) trabalho com fonte de radiação ionizan- cessitam de grandes manobras para sua
te (gamagrafia ou Raio-X Industrial); retirada de operação e que oferecem 61
b) entrada de pessoas em equipamento, risco de Parada da Unidade.
caixas de passagem (MH) de cabos elé- O Equipamento ou Sistema será conside-
tricos, poço e caixa de drenagem de rado isolado quando:
águas oleosas ou contaminadas; – Estiver raqueteado (flangeado a cego).
Segurança Industrial
– Desconectado. b) Executar apenas o serviço constante da
– Existir duplo bloqueio com suspiro permissão;
(vent) ou dreno intermediário. c) Manter sempre a PT em seu poder, no
Na impossibilidade de atendimento a es- local dos trabalhos.
tas exigências, deve ser prevista medida adi-
cional de segurança. 1.17.7 Conclusão dos Trabalhos
Ao término do trabalho ou do prazo de
1.17.6 Execução dos Trabalhos validade descrito na PT, o executante deve pro-
Antes de autorizar os trabalhos para exe- curar o operador da área ou o operador emi-
cução o operador e o executante devem ga- tente da PT, para informar a situação do servi-
rantir que as recomendações da PT e da AP ço e dar baixa na PT, na seqüência seguinte:
estão sendo atendidas. a) O executante, se o trabalho foi concluí-
Qualquer trabalho só pode ser iniciado do, retira a Etiqueta Azul (se houver) e
após o recebimento da PT com a autorização a destrói. Se o trabalho não foi concluí-
dada pelo operador da área. do, a etiqueta permanecerá afixada. Em
Somente o serviço descrito na PT deverá ambos os casos, entrega ao operador da
ser executado. área ou operador emitente da PT a 1ª
A PT só será considerada autorizada após via, dando baixa como trabalho conclu-
o responsável pela área, os seguintes procedi- ído, a verificar ou não concluído.
mentos devem ser observados, ao autorizar os
trabalhos: b) O operador da área anota no campo
a) Verificar se as medidas preventivas "Quitação da PT", o horário de conclu-
apontadas pelo emitente foram adota- são ou interrupção do trabalho nas 1ª
das e rubricar (na coluna “Operador da e 2ª vias da PT e informa ao emitente,
área”) os itens assinalados no formulá- utilizando o meio de comunicação dis-
rio de PT e o formulário da AP. Provi- ponível, para que este atualize sua via.
denciar o cumprimento das medidas Assina as 2 vias da PT, indicando a si-
que não tenham sido adotadas; tuação dos trabalhos, e retira a Etique-
b) Preencher o campo “Autorização para ta de Advertência amarela, se houver e
início do trabalho”; se os trabalhos foram concluídos, e a
c) Devolver a 1ª via ao executante auto- destrói.
rizando com esse ato o início do traba- c) Excepcionalmente, e se o operador da
lho, e reter a 2ª via. área não for encontrado, o executante
O responsável pela área deve certificar-se pode dar baixa "A VERIFICAR" na PT,
de que as condições de trabalho estejam sufi- com o emitente ou seu substituto, que
cientemente seguras durante todo o seu desen- anota o horário de conclusão ou inter-
volvimento. Para tanto, segundo sua avalia- rupção do trabalho, nas 1ª e 3ª vias e
ção, ele deve realizar verificações periódicas informa ao operador da área, utilizan-
do trabalho ou permanecer no local. do o meio de comunicação disponível
Por parte do Requisitante são necessários para que este verifique o serviço, atua-
os seguintes procedimentos: lize a sua via e remova a Etiqueta de
a) Assinar a PT antes do início dos trabalhos; Advertência amarela, se houver.
b) Tomar conhecimento da AP; d) As 2ª e 3ª vias da PT devem ser arqui-
c) Dar conhecimento do conteúdo da AP vadas por 5 dias. Após esse prazo po-
aos executantes;
dem ser destruídas.
d) Alertar aos executantes, quanto ao pro-
cedimento de interrupção dos trabalhos e) Em caso de Permissão para Trabalho
em caso de emergências. Combinada (PTC) o executante procu-
Por parte do Executante são necessários rará o co-emitente, ou seu substituto,
os seguintes procedimentos: para informar a conclusão do serviço e
a) Verificar se as medidas preventivas fo- dar baixa na PTC.
62 Ao dar baixa na PT o executante, em cor-
ram adotadas e providenciar o cumpri-
mento das medidas que não tenham responsabilidade com o requisitante, está de-
sido, e atender os padrões mínimos de clarando que o local foi deixado em perfeitas
segurança e os procedimentos de ma- condições de higiene, limpeza, organização
nutenção aplicáveis; e segurança e também que o responsável
Segurança Industrial
pela área está satisfeito ou ciente com o resul- Nota: Entende-se por nível de segurança
tado dos trabalhos executados (exceto nos ca- adequado, aquele em que os riscos da área
sos em que o executante ou requisitante dão onde se realiza o trabalho e das áreas pró-
baixa na PT como "A VERIFICAR"; caso em ximas estão controlados e não devem so-
que o responsável pela área não necessaria- frer alteração durante o serviço.
mente observou e avaliou os resultados dos A execução dos trabalhos, assim como a
trabalhos). suspensão dos mesmos, segue as condições
estabelecidas nesta norma para PT. Cabe ao
1.18 Condições específicas Operador do turno que antecede o início dos
Nos casos previstos nesta norma ou em si- trabalhos de manutenção inspecionar as con-
tuações especiais, tais como parada de sistemas dições de segurança do local.
ou construção e montagem, após análise dos Os trabalhos com fonte de radiação ioni-
riscos envolvidos e com autorização competen- zante ou Raio X Industrial exigem a obtenção
te, podem ser adotados outros tipos de permis- de PT e CIS ainda que em área sob regime de
são para trabalho, como definido a seguir: PTT.
O responsável pela manutenção, deve afi-
1.18.1 PTT – Permissão de Trabalho Temporária xar a PTT em plaqueta própria, e em local vi-
A PTT é emitida para trabalho específico sível junto ao equipamento ou local dos traba-
em equipamento que representa um risco iso- lhos.
lado, por um prazo pré-estabelecido, superior Nota: No caso de PTT's para trabalhos
a 5 dias. gerais que envolvam toda uma área, a PTT
A PTT é emitida com validade de 30 dias, poderá ser afixada, a critério do responsá-
e a cada revalidação, caso necessário, deve ser vel pela manutenção, tanto na área, em
realizada avaliação conjunta pelo Setor Emi- local visível por todos, quanto nas casas
tente, Setor Fiscal, Empreiteira e SMS. de controle.
A PTT é aplicável às situações descritas a
A PTT não dispensa a autorização verbal seguir:
dada pelo Responsável pela Área, e diariamen- a) Manutenção em tanques individuais ou
te, antes do início do trabalho, o executante
aos pares (conforme NBR-7505, dispo-
dos serviços deve entrar em contato com o
nível na Atividade de Documentação
mesmo, para informar de sua presença e saber
Técnica) com distância entre costados
sobre as condições de segurança da área ope-
maior ou igual ao maior diâmetro, não
racional onde irá trabalhar. O Fiscal do servi-
sendo permitido, neste caso, o recebi-
ço de limpeza deve efetuar verificação diária
mento de produto no tanque vizinho.
nas frentes de trabalho.
b) Equipamentos ou sistemas específicos
A PTT é solicitada pelo setor de manu- desde que se possa isolá-los e não ocor-
tenção responsável pela execução do serviço ra interferência dos trabalhos de manu-
e emitida pelo setor responsável pelo equipa- tenção com os sistemas em operação.
mento, sistema ou área, após avaliação con- c) Nota: Equipamentos isolados são aque-
junta dos supervisores do Setor Responsável les que foram raqueteados, cujos acio-
pelo equipamento, sistema ou área, do Setor nadores estão impedidos de entrar em
de Manutenção, SMS e do Supervisor da operação e foram tomadas medidas
Empreiteira. para impedir que os serviços executa-
A PTT só se aplica a situações diferentes dos coloquem em risco pessoas ou
das relacionadas anteriormente, se autorizadas equipamentos em áreas vizinhas.
pelo chefe da PR, baseado em parecer da SMS, d) Deposição de resíduos de hidrocarbo-
Setor Responsável pelo equipamento ou área netos líquidos nas células de biodegra-
e MI. dação (landfarming).
Quando em início de manutenção, os equi- e) Parada parcial de unidade, desde que
pamentos ficam sujeitos ao regime normal de os equipamentos liberados tenham sido
emissão de PT /CIS, até que se atinja níveis etiquetados, isolados, esgotados, lava- 63
de segurança adequados para entrar em regi- dos e purgados.
me de PTT. As etapas iniciais de manutenção f) Limpeza industrial ao nível do solo
incluem, por exemplo: drenagem, purga, lim- compreendendo varreção, recolhimen-
peza, flangeamento ou isolamento elétrico. to de restos de material, lavagem com
Segurança Industrial
água e/ou vapor, capina em área britada, MODELO DE FORMULÁRIO DE PT*
substituição de areia sob fornos, lim- *Formulário REPAR ( G-271), disponível no SC com
o número de estoque: NE-7550-786-77550
peza de canaleta de águas pluviais (não
abrange esgoto oleoso) e limpeza de
grades do SAO.
g) Nota: A PTT é emitida pelo setor res-
ponsável pela área onde a limpeza será
realizada, identificando claramente os
locais e especificando os tipos de tra-
balhos autorizados.
h) Movimentação de Enxofre.
i) Movimentação de Catalisador.
j) Lubrificação de rotinas (exclusivamen-
te as atividades listadas a seguir):
i.1 – Verificação do estado (aparência)
do óleo e completar níveis;
i.2 – Verificação (visual e auditiva) de
ruídos, vazamentos e temperaturas;
i.3 – Drenagem de água dos depósitos e
de mancais de bombas e turbinas;
i.4 – Lubrificação de válvulas (após li-
beração do operador da área).

1.18.2 Liberação de Área


A Liberação de Área é aplicável às seguin-
tes situações:
a) Manutenção em tanques grupados
(conforme NBR-7505), desde que to- (VERSO)
dos estejam em manutenção;
b) Construção de novos tanques;
c) Montagem de novos equipamentos nas
áreas de processo, desde que se possa
isolar seguramente todos os trabalhos
de montagem;
d) Paradas gerais de Unidade, após a fase
inicial de drenagem, purga, raquetea-
mento, ventilação, isentos de hidrocar-
bonetos ou produtos tóxicos, quando os
equipamentos já estiverem todos libe-
rados para entrada de pessoal.
A Liberação de Área deve ser requisitada
ao chefe da PR, por escrito, pela MI, exceto
nos casos de Parada, quando a situação será
negociada entre os envolvidos em reunião es-
pecífica.
Os trabalhos com fonte de radiação ioni-
64 zante exigem a obtenção de PT e CIS, ainda
que em área liberada.
O chefe da PR pode autorizar a Liberação
da Área, dando conhecimento aos Órgãos en-
volvidos.
Segurança Industrial
MODELO DE ETIQUETAS DE ADVERTÊNCIA MODELO DE PLAQUETA VERMELHA
AMARELA – Formulário REPAR (G-215) – disponível PLAQUETA VERMELHA (IMANTADA) – Para ser
no SC com o número de estoque: NE – 9915-787-01147. afixada no cubículo de alimentação de carga, apenas
AZUL – Formulário REPAR (G-465) – disponível no por eletricistas, no momento do trabalho.
SC com o número de estoque: NE – 9915-787-01150.

(FRENTE) (VERSO)

MODELO DE ETIQUETAS DE AVISO MODELO DE CERTIFICADO DE INSPEÇÃO


BRANCA – Formulário REPAR (G-465) – disponível DE SEGURANÇA – (CIS)
no SC com o número de estoque: NE - 9915-786-58500. CIS – Formulário REPAR (G-057), disponível no SC,
(FRENTE) (VERSO) com o número de estoque: NE - 7550-787-01130.

65
Segurança Industrial
MODELO DE PERMISSÃO PARA TRABALHO TEMPORÁRIA (PTT)

AO: (SETOR DE MANUTENÇÃO RESPONSÁVEL PELA EXECUÇÃO OU FISCALIZAÇÃO DO TRABALHO)

DO: (SETOR RESPONSÁVEL PELO EQUIPAMENTO OU ÁREA)

REF.: PERMISSÃO PARA TRABALHO TEMPORÁRIA

Comunicamos que após inspeção realizada pelos Supervisores do (Setor Responsável pelo Equipamento ou Área,
Setor de Manutenção e SMS), nas condições descritas a seguir, autorizamos a execução de:

1. TRABALHO A EXECUTAR:
Equipamento ou Área:
Localização:
Permissão emitida para (Setor ou Equipe de Trabalho):
Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) exigidos:
Recomendações de segurança:

2. Esta Permissão é válida até às ______h _____min do dia _____/______/______

3. O executante deve cumprir as Normas e Regulamentos de Segurança vigentes.

4. O trabalho deve ser suspenso na ocorrência de alteração no ambiente ou nas áreas adjacentes ao local de trabalho.

5. Ciente dos participantes da inspeção/avaliação:

Operação
Fiscal do Contrato
SMS
Representante Empreiteira( se necessário)

Atenciosamente,

(Nome e Assinatura do Emitente)


Anexo: o citado
c.c.: SMS, PR, MI, Fiscal Contrato, Empreiteira.

MODELO DE AUTORIZAÇÃO PARA ÁREA LIBERADA

A: DIVISÃO DE APOIO À PRODUÇÃO


DO: CHEFE DA PR

REF.: ÁREA LIBERADA

Comunicamos que esta Superintendência, atendendo solicitação da MI, resolveu adotar o regime de ÁREA LIBERA-
DA, para a área situada entre as coordenadas _______, conforme croqui anexo, para a realização de trabalhos de:

Esta liberação é válida até às ______h _____min do dia____/_____/_____

66
Atenciosamente.

Anexo: Croqui
c.c.: SMS
Segurança Industrial
DESCUMPRIMENTO DE NORMAS DE SEGURANÇA
AO:
DO:

REF:. DESCUMPRIMENTO DE NORMAS DE SEGURANÇA

A Legislação vigente e a Jurisprudência predominante prevêem co-responsabilidade da Contratante (REPAR) de


Obras e Serviços, Pela Segurança dos empregados da Contratada (Empreiteira), através dos Gerentes e Fiscais do
Contrato.

Assim, informamos que a empresa descumpriu as Normas de Segurança da REPAR, no que diz respeito a:
– (relacionar itens)


Solicitamos as providências cabíveis, uma vez que o descumprimento das Normas de Segurança caracteriza infra-
ção ao contido no Contrato firmado entre a REPAR e a prestadora dos serviços.

Lembramos que o Art. 157 da CLT estabelece que cabe à empresa cumprir e fazer cumprir as Normas de Segu-
rança e Medicina do Trabalho. Principalmente as constantes na Portaria 3214 do Ministério do Trabalho (Normas
Regulamentadoras - NR's).

Por outro lado, a lei 611 de 21 de julho de 1992, no Art. 173 estabelece que constitui Contravenção Penal a
empresa deixar de cumprir as Normas de Segurança e Higiene do Trabalho.

Solicitamos que nos seja informado as providências tomadas.

Atenciosamente.

C/C: SMS, MI, PMS, Gerente e Fiscal do contrato, chefe do setor envolvido.

Planos de Contigência – planos de contingência de entidades in-


I. Objetivo ternacionais que a Companhia partici-
Estabelecer padrões mínimos que devem pa, tais como: E&P Forum, etc.;
ser observados pelos órgãos da Petrobras para – documentos de caráter normativo, tais
a elaboração de Planos de Contingência (PC). como os emitidos pelo Ministério da
Objetiva também a padronização dos PC, Marinha e Ibama;
de forma a se facilitar o inter-relacionamento – regulamentos internacionais aos quais
entre os diversos planos existentes, a integra- a Companhia, direta ou indiretamente,
ção através dos meios eletrônicos – onde a pa- deve atender, tais como os requisitos
dronização é fundamental, assim como possi- estabelecidos pelo regulamento 26 do
bilitar maior intercâmbio e melhor aproveita- Anexo I da Marpol 73/78 e pela Reso-
mento das informações disponíveis e neces- lução MEPC 54/32 Anexo 4 da "IMO
sárias a desejada eficácia nas ações de contro- Guidelines for Development of Oil
le e combate a ocorrências anormais. Pollution Emergency Plans", etc.
Estas Diretrizes foram elaboradas em con-
sonância com a Política de Meio Ambiente e Itemização
Segurança Industrial da Petrobras, sob coor- Conforme N-2644 – Critérios para Elabo-
denação da SUSEMA – Superintendência de ração do Plano de Contigência, os PC da Com-
Meio Ambiente, Qualidade e Segurança Indus- panhia devem, exclusivamente, obedecer à
trial, visando atender aos preceitos da Gestão itemização seguinte, sendo, entretanto, facul-
pela Qualidade Total, adotada pela Companhia, tativo a cada coordenador a inclusão do item
assim como aos requisitos aplicáveis das nor- “introdução”:
mas internacionais de qualidade ambiental
(normas da série ISO 14000). Introdução (opcional)
Foram considerados para elaboração des- 01. Objetivo
te documento, além das diretrizes anteriormen- 02. Considerações Gerais 67
te relacionadas, os seguintes documentos des- 03. Normas e Regulamentos Aplicáveis
critos a seguir: 04. Definições e Terminologia
– planos de contingência de companhias 05. Área de Abrangência
congêneres: 06. Caracterização das Instalações
Segurança Industrial
6.1 Hipóteses Acidentais imprensa e outras entidades que pos-
6.2 Inventário de Produtos sam colaborar com o controle da
6.3 Caracterização da Região emergência.
07. Organização para Controle de Emergên- – Conter mecanismos de melhoria
cia – OCE contínua do processo e dos recursos
7.1 Organograma envolvidos no controle da emergência.
7.2 Atribuições e Responsabilidades
7.2.1 Atribuições e Responsabilida- 07. Organização para Controle de Emer-
des por Hipótese Acidental gência – OCE
08. Desencadeamento das Ações 7.1 Deve ser apresentada a estrutura or-
8.1 Comunicações ganizacional preestabelecida a se for-
8.2 Ações de Controle mar quando da ocorrência de uma
8.3 Disposição Final de Resíduos emergência. A estrutura deve ser com-
8.4 Evacuação da Área patível com as ações necessárias ao
09. Recursos Internos e Externos controle das emergências, em seus
10. Gerenciamento do Plano vários tipos, dimensões e cenários.
11. Anexos Deve possibilitar ajustes para a am-
pliação de sua capacidade de ação,
A. Lista de Endereços dos Participantes quando requisitados recursos adicio-
Internos e Externos nais de outros órgãos, bem como a
B. Disponibilização de Recursos interação com outros PC, internos ou
C. Mapas externos.
– Áreas Sensíveis A estrutura organizacional básica deve ser
– Rotas de Acesso definida da seguinte forma:
D. Relatórios 7.2. Atribuições e Responsabilidades
E. Padrões de Formulários e Impressos – Definir as atribuições de cada ór-
Conforme Diretrizes para Controle de gão participante da OCE
Emergência, os planos de controle de – Definir os responsáveis pela co-
emergência devem: municação da ocorrência à estru-
– Atender às necessidades e expecta-
tura da Companhia
tivas dos clientes internos e exter-
– Definir os responsáveis pela co-
nos afetados ou impactados pela
municação inicial da ocorrência
emergência, assegurando a integri-
aos órgãos externos, tais como: o
dade das pessoas, do patrimônio e
órgão ambiental (local, estadual e
do meio ambiente.
federal), as polícias civil, rodoviá-
– Atender ao estado da arte da função
ria e militar, a secretaria de saúde
segurança e ao histórico de emergên-
do município, o corpo de bombei-
cias da Companhia e Internacionais
ros, a defesa civil, a marinha, a im-
e estar integrado aos planos desen-
prensa etc.
volvidos pela comunidade, empre-
– Definir/identificar o documento
sas e autoridades locais.
que fixa as diretrizes para comu-
– Envolver os serviços médico, poli-
nicação de acidentes e ocorrências
cial, de combate a incêndios, rodo-
anormais no órgão ou na Compa-
viário, etc das localidades.
nhia, conforme aplicável, anexan-
– Ser de fácil entendimento e execu-
do-o ao PC se o órgão gestor do
ção, previsível e capaz, o que deve
mesmo julgar conveniente.
ser constatado através de treinamen-
to e simulados. 7.2.1. Atribuições e Responsabilida-
68 – Conter sistemática de gerenciamen- des por Hipótese Acidental
to das atividades de controle da – Deve guardar coerência com
emergência, contemplando pronta o anterior, definindo as atri-
informação do evento aos gerentes buições de cada participan-
internos, autoridades comunidade, te do PC, para cada hipóte-
Segurança Industrial
se acidental identificada, de
forma a se facilitar a pesqui-
sa no PC, destas atribuições
e responsabilidades.
– Nas Unidades de Negócios
a Organização de Controle
de Emergência (OCE) são
compostas por empregados
das áreas: SMS, Produção,
Transferência e Estocagem,
Laboratório, Segurança
Patrimonial e Manutenção.
– As equipes da OCE são trei-
nadas mensalmente confor-
me programação de cada ór-
gão, além de realização de
simulados de emergências
que são as aplicações práti-
cas dos procedimentos de
combate a emergência.

Anotações

69
Segurança Industrial

Principios Éticos da Petrobras


A honestidade, a dignidade, o respeito, a lealdade, o
decoro, o zelo, a eficácia e a consciência dos princípios
éticos são os valores maiores que orientam a relação da
Petrobras com seus empregados, clientes, concorrentes,
parceiros, fornecedores, acionistas, Governo e demais
segmentos da sociedade.

A atuação da Companhia busca atingir níveis crescentes


de competitividade e lucratividade, sem descuidar da
busca do bem comum, que é traduzido pela valorização
de seus empregados enquanto seres humanos, pelo
respeito ao meio ambiente, pela observância às normas
de segurança e por sua contribuição ao desenvolvimento
nacional.

As informações veiculadas interna ou externamente pela


Companhia devem ser verdadeiras, visando a uma
relação de respeito e transparência com seus
empregados e a sociedade.

A Petrobras considera que a vida particular dos


empregados é um assunto pessoal, desde que as
atividades deles não prejudiquem a imagem ou os
interesses da Companhia.

Na Petrobras, as decisões são pautadas no resultado do


julgamento, considerando a justiça, legalidade,
competência e honestidade.

70

You might also like