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Crescimento econômico
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
É preciso fazer uma distinção entre os vários tipos de crescimento econômico (português brasileiro) ou
económico (português europeu)
Índice
■ 1 Teorias do Crescimento Económico
■ 1.1 Corrente Clássica
■ 1.2 Corrente Keynesiana
■ 1.3 Corrente Neoclássica
■ 1.4 Crescimento Endógeno
■ 1.5 Path Dependecy, instituições e outras teorias
■ 2 Intervenção do Estado no crescimento
■ 3 Crescimento vs Desenvolvimento
■ 4 No Brasil
■ 5 Políticas de promoção do crescimento
■ 6 Desigualdades sociais
■ 7 Ver também
■ 8 Referências
■ 9 Bibliografia
■ 10 Ligações externas
Corrente Clássica
A corrente clássica, do século XVIII e XIX defendia um limite máximo ao crescimento, imposto
pelos limites da terra arável. Thomas Malthus defendia que o crescimento das nações se assemelhava
às tribos: cresciam em população até um ponto onde se tornava insustentável (por não haver comida,
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espaço, roupa para todos), onde a guerra, doença ou emigração diminuiam a população, começando
novamente o aumento da população. David Ricardo defendia que a terra arável apresentava
rendimentos marginais decrescentes, devido ao desgaste dos nutrientes, e esse factor limitava o
crescimento das nações até um ponto de "steady state".
Corrente Keynesiana
A corrente keynesiana, ilustrada pelo modelo de crescimento de Damodar-Harrod, baseia-se na ideia
que há uma relação direta entre o nível de investimentos (em capital físico, ou formação bruta de
capital fixo), poupança de um país e o ritmo de crescimento de seu PIB. Este modelo assume que os
principais decisores da taxa de crescimento dos países são os investidores. Aqui os investidores
decidem o seu nível de investimento conforme as suas expectativas (animal spirits de Keynes) e
essas expectativas vão ditar os níveis de investimento do longo prazo. Não há equilíbrio neste
modelo.
Corrente Neoclássica
O Modelo de Solow cria uma relação entre o PIB per capita, também denominado como Produto, ou
Y nas fórmulas, e o capital físico. Existem duas versões principais deste modelo: sem progresso
técnico e com progresso técnico. Nesta corrente o crescimento é explicado por uma variável
exógena (o resíduo de Solow), e assume sempre que há um limite máximo ao crescimento,
denominado de "steady-state", onde o crescimento real do PIB é igual ao crescimento da população
(o que implica que o PIB per capita se mantenha constante). No entanto, no modelo de Solow com
progresso técnico quando o PIB está no ponto de "steady state" está a crescer à taxa de crescimento
da população somada da taxa de progresso técnico. Já o PIB per capita cresce à taxa de progresso
técnico.
Crescimento Endógeno
Rebelo, um economista português, criou o primeiro modelo de crescimento endógeno, isto é, um
modelo onde o crescimento é explicado pelo próprio modelo, ao contrário do modelo neoclássico,
onde o crescimento é um dado exógeno. Este salto é dado com uma alteração de perspectiva sobre o
capital. Com o modelo AK, Rebelo assume que o capital da função produção do país é a soma do
Capital físico com o capital humano, havendo assim rendimentos constantes à escala, e por
consequência, crescimento económico.
Esta perspectiva despoletou a criação de outros modelos, onde se assume que o conhecimento é o
motor do crescimento endógeno, como o são os modelos de Romer e de Lucas. Estes modelos foram
formulados nos anos 80 e 90. Nestes modelos abre-se espaço à intervenção estatal, pois o óptimo
social é superior ao óptimo privado.
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Um dos países que mais tem crescido nas últimas décadas, de forma sustentada e é sempre olhado
com inveja pelos demais, é a China, que manteve uma taxa de crescimento médio de seu PIB de
11,45% a.a. entre 1991 e 2003. No mesmo período o Mundo cresceu, em média, 4,41% a.a. e o
Brasil apenas 1,98% a.a.
Uma rápida análise dos dados macroeconomicos na China nos explica o por quê desse forte e
contínuo crescimento: a taxa de investimento (FBKF- formação bruta de capital fixo) na China foi
acima de 28%, em média, nos anos 80 - e desde então tem aumentado ainda mais, atingindo
patamares acima dos 40% nos anos 2002 e 2003.
A comparação com o Brasil deixa evidente o por quê do Brasil não crescer como a China: Em 2007
IBGE recalculou as seguintes taxas de investimento no Brasil: em 2005 foi de 16,3% do PIB. Em
2004, 16,1%. Em 2003, 15,3%. Em 2002, 16,4%. Em 2001, 17% e em 2000 16,8%, quase e metade
das taxas chinesas.[1]
Portanto, aumentar o ritmo de crescimento do PIB brasileiro - que já foi dos maiores do Mundo, até
1980, e desde então é dos menores - devemos tomar medidas para aumentar sua taxa de investimento
(FBKF).[3]
Crescimento vs Desenvolvimento
O crescimento econômico, quando medido apenas pelo PIB, pode ser muito desigual de um país para
outro.[4]
Isso porque taxas de crescimento iguais de PIB escondem grandes variações na melhoria do bem
estar das pessoas e do seu IDH (que é um método padronizado de avaliação e medida do bem-estar
de uma população). Para citar um exemplo, Sri Lanka, Trindad e Uruguai, que tiveram o mesmo
declínio na taxa de mortalidade infantil, tiveram crescimentos - medidos pelo PIB - completamente
diferentes.
Certos tipos de crescimento, que poderíamos chamar de predatórios, podem levar à degradação
ambiental e dos recursos naturais de alguns países, como a Indonésia, a Nigéria e a Rússia e a China,
o que por sua vez pode afetar as perspectivas de crescimento futuro.
O crescimento é um dos fatores fundamentais na redução da pobreza e na melhora do IDH, mas seu
impacto sobre a pobreza pode variar enormemente. O caso do milagre brasileiro, durante a ditadura
militar, é sempre citado como uma década em que o país obteve índices recordes de crescimento de
seu PIB, sem que isso tivesse contribuído significativamente para diminuir sua desigualdade
econômica.
Perguntado sobre o porquê de existirem tantas diferenças no crescimento entre países, disse Vinod
Thomas, o novo Diretor do Banco Mundial para o Brasil (2005):
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Outro importante fator que afeta a distribuição da renda são as transferências públicas
de recursos – através de programas como a previdência social e outros. Políticas que
aumentem o efeito equalizador dessas transferências -- tais como mudanças na
alocação de recursos visando transferências direcionadas aos mais necessitados --
contribuem para reduzir gradualmente a desigualdade da renda. [5]
No Brasil
É função do Governo Federal fomentar o crescimento econômico como forma de melhoria da
qualidade de vida da população como um todo. Por isso, todos os Governos realizam medidas para
que a Economia cresça.
Nos anos 50, Juscelino Kubitschek foi um presidente famoso pelo incentivo à indústria
automobilística, à abertura de estradas e pela criação de Brasília, o que gerou crescimento econômico
no país.
Posteriormente, nos anos 70, os governos militares ficaram famosos por incentivar o
desenvolvimento do país, com diversos investimentos em infra-estrutura (abertura e asfaltamento de
milhares de quilômetros de estradas, construção de usinas de energia como Itaipu e outras, a Ponte
Rio-Niterói, aeroportos, portos, criação do Pro-Álcool e da Telebrás etc.).
Na atualidade, o Governo FHC investiu na duplicação de 1300 km de rodovias entre Belo Horizonte
e Florianópolis, e dos trechos BR-232 (140 km entre Recife e Caruaru) e BR-230 (132 km entre João
Pessoa e Campina Grande), incrementando a economia nordestina. FHC também asfaltou rodovias
de terra da Região Norte, para melhorar a economia e a integração nacional: com a Venezuela, ao
asfaltar a rodovia BR-174 (988 km ligando Manaus-Boa Vista-fronteira com Venezuela), e com o
Peru e Bolívia, ao asfaltar a rodovia BR-317 (331 km ligando Rio Branco à Assis Brasil, na fronteira
tríplice).
Promoção da educação, quer a nível do ensino tradicional, quer através da promoção de programas
específicos de formação profissional .
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Promover mais e melhores cuidados de saúde preventivos, para assegurar o aumento da assiduidade
ao trabalho.
Criar condições, para reter o capital humano existente, evitando a fuga de quadros qualificados, para
outros países.
5. Promover a poupança nacional, através de um défice orçamental público, os aumentos nos níveis
de poupança são necessários para financiamento , de todos os investimentos acima referidos.[8].
Desigualdades sociais
Augusto de Franco afirma que é comum o argumento de que para haver crescimento econômico
deve-se ter, num primeiro momento, uma concentração de riquezas na mão de uma minoria
socialmente privilegiada. As pessoas que normalmente afirmam isso acreditam que em um segundo
momento o "bolo" seria então divido, o que viria finalmente a beneficiar todos os integrantes daquela
população[9].
Franco explica que este pensamento, comum nos meios empresariais, é embasado pela crença de
que, supostamente, alguns poucos devem prosperar para então oferecer emprego aos demais
integrantes da sociedade. "A natureza, a educação ou o acaso" seriam o que permite a alguns poucos
"a missão de gerar riquezas", enquanto aos demais a função secundária de subordinar-se a estes, os
provedores de emprego.
Justamente esta concepção, conclui Franco, é o que faz com que o status quo não se altere. Criando a
ilusão de uma elite provedora e de uma coletividade incapaz de empreender e gerar riqueza.
Ver também
■ Wirtschaftswunder
■ Coeficiente de Gini
■ Concentração de renda
■ Desigualdade econômica
■ Distribuição de renda
■ Escola keynesiana
■ Lista de países por igualdade de riqueza
■ Pobreza
■ Renda básica de cidadania
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Referências
1. ↑ GRABOIS, Ana Paula. Taxa de investimento fica menor entre 2000 e 2005 na nova série do IBGE.
Valor Online, in: UOL Economia, 21/03/2007 - 11h42
(http://noticias.uol.com.br/economia/ultnot/valor/2007/03/21/ult1913u66388.jhtm)
2. ↑ Flávio Vilela. China: crescimento econômico de longo prazo. in Rev. Econ. Polit. vol.26 no.3 São
Paulo July/Sept. 2006 (http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-
31572006000300005VIEIRA,)
3. ↑ Entrevista: Jorge Gerdau Johannpeter afirma que a nação cresceu muito e a classe dominante, pouco.
Revista CartaCapital, no. 272, dezembro 2003
(http://www.cartacapital.com.br/edicoes/2003/12/272/1184/?searchterm=delfim%20Netto)
4. ↑ (em inglês) SCHUMPETER, Joseph E. On the Concept of Social Value. in Quarterly Journal of
Economics, volume 23, 1908-9. Pp. 213-232
(http://socserv.mcmaster.ca/econ/ugcm/3ll3/schumpeter/socialval.html)
5. ↑ THOMAS, Vinod. Mais crescimento, melhor crescimento.
(http://www.bancomundial.org.br/index.php/content/view_artigo/1359.html) O Globo, 15/02/2002.
6. ↑ Confira as principais medidas do Programa de Aceleração do Crescimento. Economia. São Paulo: da
Redação, UOL Economia, 22/01/2007, 13h57
(http://noticias.uol.com.br/economia/ultnot/2007/01/22/ult4294u21.jhtm)
7. ↑ Veja alguns pontos do PAC divulgados pelos ministros.Economia: pacote econômico. Globo.com,
22/01/2007, 11h24m, atualizado em 22/01/2007, 12h57m (http://g1.globo.com/Noticias/0,,MUL1807-
5599,00.html)
8. ↑ ÁLVARO ALMEIDA, Economia Aplicada para Gestores, Cadernos IESF (ISBN 972-9051-69-0). p.75
-78.
9. ↑ Franco, Augusto de. Pobreza & Desenvolvimento Local. Aed: Brasília, 2002. p.53-54.
Bibliografia
■ (em inglês) http://www.telegraph.co.uk/money/main.jhtml?
xml=/money/2003/03/20/cnimf20.xml ENGLISH,Simon. IMF admits its policies seldom work
New York: Telegraph.co.uk, 11:40pm GMT 19/03/20}}
■ SICSÚ, João; PAULA, Luiz Fernando; e RENAUT, Michel, organizadores. Novo-
desenvolvimentismo: um projeto nacional de crescimento com eqüidade social.
Barueri:Manole; Rio de Janeiro:Fundação Konrad Adenauer, 2005. ISBN 85-98416-04-5
(Manole)
■ (em inglês) STIGLITZ, Joseph E. More Instruments and Broader Goals: Moving Toward the
Post-Washington Consensus. The 1998 WIDER Annual Lecture. Helsinki, Finlândia,
07/1/1998. (http://www.globalpolicy.org/socecon/bwi-wto/stig.htm)
■ (em inglês) WANG, Shaoguang. The State, Market Economy, and Transition. Department of
Political Science, Yale University (http://www.cuhk.edu.hk/gpa/wang_files/state.pdf)
Ligações externas
■ Políticas Económicas de Desenvolvimento - (para entender mais sobre o assunto)
(http://www.iseg.utl.pt/disciplinas/mestrados/dci/dcipedcap1.htm)
■ SICSÚ, João; PAULA, Luiz Fernando; e RENAUT, Michel. Por que um novo
desenvolvimentismo ?. Jornal dos Economistas no. 186, janeiro de 2005, p. 3-5
(http://72.14.209.104/search?q=cache:http://www.ie.ufrj.br/moeda/pdfs/novo-
desenvolvimentismo_jornal.pdf)
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