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Sumário.................................................................................................................. 3
INTRODUÇÃO..........................................................................................................4
BENEFICIAMENTO DE SEMENTES: EXTRAÇÃO E LIMPEZA.......................................4
EXTRAÇÃO DE SEMENTES...................................................................................4
Frutos secos deiscentes ..................................................................................5
Frutos secos indeiscentes................................................................................5
Frutos carnosos................................................................................................5
EXTRAÇÃO DE SEMENTES DE PINUS....................................................................6
EXTRAÇÃO DE SEMENTES DE EUCALYPTUS.........................................................7
EXTRAÇÃO DE SEMENTES DE ACÁCIA.................................................................7
Beneficiamento das sementes............................................................................7
ARMAZENAMENTO DE SEMENTES FLORESTAIS......................................................8
Longevidade e deterioração de sementes...........................................................9
Condições para o armazenamento....................................................................11
Embalagens para armazenamento....................................................................14
Tratamentos para o armazenamento................................................................15
ANÁLISE DE SEMENTES FLORESTAIS....................................................................16
Amostragem......................................................................................................16
Denominação das amostras...........................................................................17
Procedimentos e cuidados na amostragem.......................................................18
Peso mínimo das amostras............................................................................18
Testes................................................................................................................ 18
Análise de pureza...........................................................................................19
Determinação da umidade.............................................................................19
Análise de germinação...................................................................................20
Determinação do vigor...................................................................................22
Métodos indiretos para a determinação da viabilidade.....................................22
Testes de Resistência ....................................................................................22
REFERÊNCIAS....................................................................................................... 23
INTRODUÇÃO
EXTRAÇÃO DE SEMENTES
Esta etapa varia em função da natureza do fruto, ou seja, quanto à sua deiscência e do
tipo do fruto (fruto seco, pequeno, grande, etc.).
FRUTOS SECOS DEISCENTES
Este tipo de fruto necessita de determinados cuidados quanto à época de sua colheita,
devido à deiscência dos mesmos. Estes deverão ser colhidos de forma que sua maturação se
complete após sua colheita, sendo colhidos e posteriormente colocados sobre uma lona ou
plástico onde que, quando maduros, ocorra a liberação das sementes de forma natural e em
condições onde as sementes possam ser recolhidas com relativa facilidade.
Como exemplos deste tipo de espécie se pode citar: Tabebuia spp. (Ipê), Luhea
divaricata (Açoita-cavalo), Caesalpinia echinata (Pau-brasil) e Piptadenia spp. (Angicos).
(AGUIAR et al., 1993).
Para frutos secos indeiscentes, a extração das sementes deve ser de forma manual,
utilizando-se de ferramentas como tesouras, facões e marte, cuidando para não danificar as
sementes durante o corte de seus frutos.
Como exemplos deste tipo de fruto se pode citar: Peltophorum dubium (canafístula)
e a Tipuana tipu (tipuana).
FRUTOS CARNOSOS
Seus frutos são colhidos num determinado estádio de maturação, onde que
colocados em lonas ou bandejas expostas ao sol, devido à presença de fendas radiais na parte
superior (valvas), durante a secagem abrem-se e liberam as sementes que estão no interior das
cápsulas. Após a liberação, são retirados os frutos e as sementes são colocadas para secagem
ao sol ou estufa. No Brasil, segundo Cavalcanti e Gurgel, (1973), são necessárias, em média,
de 24 a 36 horas de secagem em estufa à temperatura de 45°C, para as espécies aqui
cultivadas.
Na maioria das vezes as sementes quando coletadas não são prontamente utilizadas, o
que faz com que seja necessário o emprego de técnicas de armazenagem para uma futura
utilização, com o mínimo de perdas de viabilidade. Considerando que as espécies nativas
apresentam ciclicidade de produção de sementes, ou seja, um ano de alta produção seguido de
um ou dois de produção baixa, o armazenamento apropriado de cada espécie se torna uma
ferramenta de grande importância para se garantir a manutenção da espécie.
As sementes de diversas espécies podem ser armazenadas por longos períodos sem
nenhum problema, já outras necessitam de tratamentos e condições de armazenagem
específicas, tentando reproduzir as peculiaridades do seu local de origem, sendo este o que
apresenta as condições ótimas para a conservação e perpetuação da espécie.
Desse modo observa-se a necessidade de conhecer os fatores que afetam a manutenção
da viabilidade das sementes florestais pelo maior período de tempo possível e os métodos
adequados de armazenamento de cada espécie.
Desse modo, segundo Hoppe (2004), espécies que estão a mais tempo estabelecidas no
local (pioneiras) conservam sua viabilidade com teores de umidade de 8 a 12 %,
possibilitando seu armazenamento em condições de baixa temperatura e baixa umidade do ar,
sendo pouco suscetível a deterioração por agentes bióticos e pelo consumo de suas reservas.
Já as espécies chamadas clímax, conservam sua viabilidade em umidades de 30 a 40 %, por
curtos períodos de tempo, o que dificulta o seu armazenamento sendo que as sementes dessas
espécies devem ser semeadas logo após sua colheita e beneficiamento.
Devido a alterações fisiológicas que ocorrem nas sementes quando estas são retiradas
das condições naturais, a classificação de Ewart não é aplicável as condições artificiais, sendo
válida somente para sementes recém colhidas e armazenadas de forma adequadas (GALVÃO,
2000).
• Ortodoxas - que podem ser armazenadas com umidade inferior a 10% mantendo ou
ampliando sua longevidade (ex.: Bracatinga);
• Intermediárias - são aquelas que podem ser secas a teores de umidade moderados
entre 10 e 15% sem que haja perda de viabilidade (ex.: Uva-japonesa).
• Umidade – geralmente quanto menor o teor de umidade nas sementes, menor a sua
atividade fisiológica e menor é a atividade dos agentes deteriorantes. No caso de sementes
recalcitrantes, o baixo teor de umidade pode levar a sua deterioração e conseqüente morte do
embrião.
• Teor de óleo das sementes – em comparação ao amido os óleos são mais instáveis o
que acelera o processo de deterioração das sementes.
• Tempo de armazenamento – em conseqüência do tempo de armazenamento pode
ocorrer diminuição da velocidade de crescimento de plântulas, redução da atividade
enzimática, aumento da suscetibilidade a estresses, alteração nas reservas alimentícias,
coloração e velocidade de síntese de compostos orgânicos, além de aumentar a
permeabilidade da membrana citoplasmática, tudo isso como resultado do processo de
envelhecimento.
Porém esses princípios nem sempre se aplicam a sementes recalcitrantes, sendo que
cada espécie apresenta exigências específicas.
Além disso a longevidade pode ser afetada por fatores como qualidade inicial das
sementes, teor de umidade da semente, tempo entre a colheita e o armazenamento,
tratamentos fitossanitários e térmicos aplicados, tipo de embalagem, temperatura e umidade
relativa de armazenamento.
Período de armazenamento
Até 6 meses Até 5 anos Mais de anos
Sementes ortodoxas1
Teor de umidade da
5 – 10 5 – 10 5 – 10
semente (%)
Temperatura (ºC) 0–5 0–5 - 18
Fibra de madeira ou Fibra de madeira ou Fibra de madeira ou
lata com lata com lata com
Embalagem
revestimento de revestimento de revestimento de
plástico ou alumínio plástico ou alumínio plástico ou alumínio
Sementes recalcitrantes2
Teor de umidade da
30 – 40 30 – 40 30 – 40
semente (%)
Temperatura (ºC) 0–5 1–3 -
De plástico (0,025 De plástico (0,025
mm) ou qualquer mm) ou qualquer
Embalagem -
outra que permita outra que permita
trocas gasosas trocas gasosas
1
Recomenda-se a combinação de temperatura (ºC) e de umidade relativa (%) com soma menor que
100.
2
Armazenamento de sementes recalcitrantes acima de 3 anos é possível somente em casos isolados.
AMOSTRAGEM
AMOSTRAS
TESTES
ANÁLISE DE PUREZA
DETERMINAÇÃO DA UMIDADE
O teor de umidade de uma semente ê um fator de extrema importância para a
manutenção de sua qualidade fisiológica. A exceção de sementes de algumas essências
florestais e frutíferas, cuja conservação requer teores de umidade elevados, o armazenamento
prolongado da maioria das sementes requer baixas umidades propiciando a manutenção da
viabilidade e do vigor das mesmas.
Por serem higroscópicas as sementes absorvem umidade do meio ambiente, tornando
intensa sua atividade respiratória, consumindo energia e liberando calor, tornando o ambiente
de armazenamento favorável ao aparecimento de microrganismos e insetos; este fato contribui
grandemente para o decréscimo da viabilidade das sementes.
O conhecimento do teor de umidade inicial é fundamental para a escolha da
temperatura e tempo de secagem das sementes.
Na comercialização, onde a umidade das sementes é critério para estabelecimento de
preços, grandes somas em dinheiro podem estar em jogo, quando matéria seca está sendo
comercializada como a água ou vice-versa.
Os métodos existentes para esta determinação estão agrupados da seguinte forma:
métodos diretos ou básicos e métodos indiretos ou práticos.
Nos métodos diretos, a água é retirada por aquecimento da amostra e medida por perda
de peso (diferença), diretamente pelo volume de água condensada ou por processos químicos.
As RAS (Regras para Análise de Sementes) citam as seguintes indicações:
- Método de estufa a baixa temperatura constante: 103º C± 2ºC;
- Método de estufa a alta temperatura constante: 130º C ± 3ºC;
- Método de estufa a 105ºC ± 3ºC.
O método mais utilizado no Brasil, devido às condições de adequação aos laboratórios,
é a determinação em estufa a 105ºC ± 3ºC, podendo ser utilizado para sementes de qualquer
espécie.
Nos métodos indiretos, os resultados são obtidos com base em dois princípios:
resistência à passagem da corrente elétrica oferecida pela semente em função de sua umidade
e as propriedades dielétricas da matéria orgânica. Estes métodos são utilizados normalmente
no campo, devido à rapidez de determinação.
ANÁLISE DE GERMINAÇÃO
O teste de germinação visa fornecer informações sobre a viabilidade das sementes
permitindo calcular-se a quantidade de sementes necessária para a semeadura em viveiro. É
um importante parâmetro a ser considerado na compra de um lote de sementes.
A fiscalização do comercio de sementes e também efetuada com base em padrões
estabelecidos pelas instituições governamentais, que fixam, para o caso das espécies
florestais, valores mínimos de germinação e pureza, abaixo dos quais a semente não pode ser
comercializada.
PRINCÍPIOS BÁSICOS
O ambiente que a semente vai ser pasta para germinar deve fornecer as condições
mínimas para seu desenvolvimento.
• Umidade - O substrato deve ser umedecido com quantidade suficiente de água que
permita o desenvolvimento do embrião.
• Temperatura - Os equipamentos utilizados na germinação (câmaras e germinadores)
devem manter uma temperatura uniforme em seu interior. O analista deve efetuar um controle
diário da temperatura no germinador.
• Luz - Embora importante, algumas espécies podem apresentar uma menor exigência
em relação à luminosidade. Nos testes de germinação a qualidade da luz é bastante
importante.
• Substrato - O meio em que a semente é posta para germinar tem a função manter a
umidade, preservando as condições ideais para que esta ocorra. É prioritário que não ofereça
barreiras ao crescimento da plântula, e seja inerte.
DETERMINAÇÃO DO VIGOR
TESTES DE RESISTÊNCIA
CONCLUSÃO
A utilização das sementes de espécies florestais geralmente não ocorre logo após a
coleta das mesmas. Por esse motivo os processos de beneficiamento e armazenagem
realizados adequadamente são essenciais para garantir a viabilidade das sementes, a qual é
avaliada através de métodos e ferramentas de análise, que indicam a efetividade dos
procedimentos de extração, beneficiamento e armazenagem.
Contudo observa-se a relevância de estudos científicos a fim de satisfazer a
necessidade de manter a viabilidade de sementes por períodos maiores de tempo,
principalmente em relação a sementes recalcitrantes. Desse modo a criação de novas
tecnologias de beneficiamento e armazenagem é de grande utilidade as ciências florestais,
garantindo a conservação de uma gama maior de espécies.
REFERÊNCIAS