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Abordagem cultural

Principal outro dessa proposta no Brasil é Jocimar Daolio a partir da publicação


do seu livro “Da cultura do corpo (1995)”, buscando uma perspectiva
antropológica, contrapondo a Biológica, a partir de autores como Marcel Mauss e
Clifford Geertz. A abordagem cultural encara a técnica corporal como o
movimento humano culturalmente definido pelas características de um
determinado grupo social, sendo todo o gesto corporal uma técnica cultural
(AZEVEDO e SHIGUNOV, 2000). O autor afirma que a educação física lida com
conteúdos culturais, ou seja, atua com o ser humano nas suas manifestações
culturais relacionadas ao corpo e ao movimento (LAVOURA et. al. 2006).
Considera as diferenças dos alunos, seus movimentos culturalmente adquiridos e
levando em conta essas diferenças, não havendo melhor ou pior técnica, sendo
esta ou aquela a mais correta, podendo ser utilizado em certas modalidades e
como processo de ensino aprendizado, não cabendo a escola a escolha da
técnica a ser aprendida e sim fornecer ao aluno formas motoras eficientes a partir
do qual possa desenvolver sua cultura corporal, ela não atua sobre o corpo ou
com o movimento em si, não trabalha com o esporte em si, não lida com a
ginástica em si. Ele trata do ser humano nas suas manifestações culturais
relacionadas ao corpo e ao movimento humano, historicamente definido como
jogo, esporte, dança, luta e ginástica (Nogueira et, al.,2008; BARBIERI et. al.,
2008). Respeitador as diversas culturas, dessa forma, a escola trabalha com o
homem através de seu corpo, estão trabalhando com a cultura impressa nesse
corpo e expressa por ele, interferindo na sociedade na qual este corpo faz parte
(BARBIERI et. al., 2008).

Abordagem Jogos cooperativos

Um dos percursores dos Jogos Cooperativos é Terry Orlick, da Universidade de


Ottawa no Canadá, que em 78 publicou o livro "Winning Throught Cooperation"
(Editado em português como "Vencendo a Competição) obra reconhecida
mundialmente, como uma das principais fontes de inspiração e compreensão dos
Jogos Cooperativos (TEIXEIRA, extraído da seção "Entendendo os Jogos" da
edição 1 do ano I da Revista Jogos Cooperativos). Segundo Terry Orlick, "a
diferença principal entre Jogos Cooperativos e competitivos é que nos Jogos
Cooperativos todo mundo coopera e todos ganham, pois tais jogos eliminam o
medo e o sentimento de fracasso. Eles também reforçam a confiança em si
mesmo, como uma pessoa digna e de valor." A partir de 1980, deram inicio a
integração dos Jogos Cooperativos no Brasil, onde podemos destacar Fábio Otuzi
Brotto, como seu principal representante que se baseia nos estudos
antropológicos de Margaret Mead (Nogueira et.al., 2008).
JOGO COMPETITIVO JOGO COOPERATIVO

Divertido para alguns Divertido para todos

Alguns sentem-se perdedores Todos sentem-se ganhadores

Alguns são excluídos por falta de Todos envolvem-se de acordo com


habilidade as habilidades

Estimula a desconfiança e o egoísmo Estimula o compartilhar e confiar

Cria barreiras entre as pessoas Cria pontes entre as pessoas

Os jogadores ficam juntos e


Os perdedores saem e observam
desenvolvem suas capacidades

Estimula o individualismo e o desejo Ensina a ter senso de unidade e


que o outro sofra solidariedade

Reforçam sentimentos de depreciação, Desenvolvem e reforçam os


rejeição, incapacidade, inferioridade, conceitos de nível AUTO (auto-
etc. estima, auto-aceitação, etc.)

Fortalece o desejo de desistir frente às Fortalece a perseverar frente às


dificuldades dificuldades

Todos encontram um caminho para


Poucos são bem sucedidos
crescer e se desenvolver

Baseado em Orlick 1978 e Brotto 1997.

Segundo Orlick "o principal objetivo do Jogo Cooperativo é criar oportunidades


para o aprendizado cooperativo e a interação cooperativa prazeirosa." Os jogos
cooperativos são exercícios para compartilhar, unir pessoas, despertar a coragem
para assumir riscos, tendo pouca preocupação com o fracasso e o sucesso em si
mesmos, mas sim uma fonte de prazer. Promovem o encontro onde reforçam a
confiança pessoal e interpessoal uma vez que ganhar e perder já não são tão
essenciais; são apenas referências para um contínuo aperfeiçoamento de todos,
vislumbrando ao final deste caminho um verdadeiro exercício educativo para a
paz (BROTTO:2002; PAULA, Centro Esportivo Virtual - CEV).

Bibliografia:
AZEVEDO, S. E.; SHIGUNOV, V. Reflexões sobre as abordagens pedagógicas
de Educação Física. Revista Kinein, v. 1. n. 1, 2000.

BARBIERI, A. F.; PORELLI, A. B. G.; MELLO, R. A. Abordagens, Concepções e


Perspectivas de Educação Física Quanto à Metodologia de Ensino nos Trabalhos
Publicados na Revista Brasileira de Ciências do Esporte (Rbce) em 2009.
Motrivivência Ano XX, Nº 31, P. 223-240 Dez./2008

BROTTO, F. O. Jogos Cooperativos: se o importante é competir, o fundamental é


cooperar. São Paulo: Cepeusp, 1995/Santos: Projeto Cooperação, 1997 (ed.
Renovada).

Brotto, Fábio Otuzi. Jogos Cooperativos: o jogo e o esporte como um exercício de


convivência. Santos/SP. 2ª ed. Projeto Cooperação, 2002

DAOLIO, J. Da cultura do corpo. 1ª. Ed. Papiirus; Campinas, 1995. V. 01.

PAULA, B. C. L.A.; Jogos Cooperativos: Uma Proposta de Inclusão nas Aulas de


Educação Física Escolar. Centro Esportivo Virtual - CEV. Disponível
em:<http://cev.org.br/biblioteca/jogos-cooperativos-uma-proposta-inclusao-nas-
aulas-educacao-fisica-escolar>. Acesso em: 06 de Maio de 2011.

Nogueira, J. C.; Junior, S. H. A. S.; Souza, N. M. P. A influência das idéias


pedagógicas nas abordagens da Educação Física. Revista Digital - Buenos Aires -
Año 13 - Nº 123 - Agosto de 2008

TEIXEIRA, M. Afinal de onde vêm estes Jogos? Extraído da seção "Entendendo


os Jogos" da edição 1 do ano I da Revista Jogos Cooperativos. Disponível em:
<http://www.jogoscooperativos.com.br/entendendo_os_jogos.htm>. Acesso em:
07 de Maio de 2011.

LAVOURA, T. N.; BOTURA, H. M. L.; DARIDO, S. C. EDUCAÇÃO FÍSICA


ESCOLAR: CONHECIMENTOS NECESSÁRIOS PARA A PRÁTICA
PEDAGÓGICA. Revista da Educação Física/UEM. Maringá, v. 17, n. 2, p. 203-
209, 2. sem. 2006.

ORLICK, T. The Cooperative Sports and Games Book. New York: Pantheon,
1978.

César Rafael Marins Costa mat. 200814512-1

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