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CRIME: IMPUTAÇÃO OBJETIVA DE RESULTADO

INDICE

INTRODUCAO................................................................................................................

TEORIA DA IMPUTAÇÃO OBJETIVA........................................................................

ORIGEM DA TEORIA DA IMPUTAÇÃO OBJETIVA

NATUREZA JURÍDICA E LOCALIZAÇÃO SISTEMÁTICA.....................................

PREMISSAS PARA A APLICAÇÃO E REQUISITOS DA IMPUTAÇÃO


OBJETIVA..........................................................................................................................

CRITICAS ELABORADAS PELA DOUTRINA A RESPEITO DA TEORIA DA


IMPUTAÇÃO OBJETIVA.................................................................................................

CONCLUSÃO..................................................................................................................

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..............................................................................
INTRODUÇÃO

Este trabalho pretende abordar de modo sucinto as principais


características da Teoria da Imputabilidade do Resultado e sua
concepção doutrinária, tendo em vista sua relevância no estudo do
Direito Penal, principalmente no que se refere à teoria do crime.
TEORIA DA IMPUTAÇÃO OBJETIVA

Inicialmente cabe ressaltar que, na verdade, como orienta Rogerio Greco, a teoria da
imputação objetiva surge com a finalidade de limitar o alcance da chamada teoria da
equivalência dos antecedentes causais, sem desconsiderar esta ultima. No entanto não
foi o que aconteceu e resultado acabou ficando no meio doutrinário como mais uma
opção, inicialmente ocupou o cenário europeu, Alemanha e Espanha e, com o passar do
tempo aportou no Brasil. E na atualidade vem sendo pivô de acalorados debates
doutrinários.

É preciso, antes de mais nada, definir nexo causal, haja vista que a imputação objetiva
se relaciona diretamente com tal conceito. Nexo causal é o elo entre a conduta praticada
pelo agente e o resultado produzido por ela. Este é requisito fundamental para a
constatação e responsabilização do sujeito que praticou a infração penal, podemos dizer
que sem a comprovação desse liame o delinquente não será punido penalmente.

Duas teorias precisam ser aqui mencionadas para a adequada compreensão do conceito
de imputação objetiva, por precederem esta ultima. São elas a teoria da equivalência dos
antecedentes e a teoria da causalidade adequada.

A teoria da equivalência dos antecedentes de autoria de Von Buri, criada em 1873, é a


adotada pelo Código Penal Pátrio (conditio sine qua non) pode ser definida da forma em
que esta disposta no art. 13 do código penal brasileiro: ”considera-se causa a ação ou
omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido.” (VADE MECUM, 2011).

A outra teoria é a da causalidade adequada de criação de Von Bar, em 1871, é definida


por Rogério Greco como: ”a condição necessária e adequada a determinar a produção
do evento.” (GRECO, 2011).

Agora depois de citados os conceitos necessários para o entendimento poderemos


prosseguir no estudo onde será apresentado o conceito de imputação objetiva e sua
origem histórica.

Então podemos afirmar que a teoria da Imputação Objetiva é uma série de critérios
pressupostos, com a finalidade de responsabilizar o agente que pratica uma conduta
perigosa causadora de risco, conduzindo a um resultado típico.
Damásio de Jesus, por sua vez, preleciona: ”Imputação objetiva significa atribuir a
alguém a realização de uma conduta criadora de um risco relevante e juridicamente
proibido e a produção de um resultado jurídico.”

ORIGEM DA TEORIA DA IMPUTAÇÃO OBJETIVA

Podemos dizer que a teoria da imputação nos seus moldes em que a encontramos
hodiernamente surge, em 1927, com os trabalhos realizados pelo civilista Karl Larenz, o
conceito da teoria da imputação objetiva, em tese de doutorado intitulada de A teoria da
imputação de Hegel e o conceito de imputação objetiva, nesta obra o autor estabelece
pressupostos jurídicos para identificar as consequências que podem ser atribuídas ao
agente e nos diz quais são consideradas obras do acaso.

Logo após, em 1930, Richard Honig, direcionou a teoria da imputação para a seara
penal ao elaborar o artigo Causalidade e imputação objetiva, onde utilizou como
premissa as desavenças existentes entre os adeptos das teorias da equivalência dos
antecedentes e da causalidade adequada, se realizado alguns trabalhos e também debates
no sentido de encontrar a melhor maneira de se atribuir a alguém um resultado.

Este autor entendia que o mais importante não era estabelecer o nexo de causalidade,
mas sim estabelecer critérios relacionados a imputar a uma pessoa determinado
resultado.

Mais tarde, Claus Roxin, resolve debruçar-se e escrever sobre o assunto, meditando
sobre a aplicabilidade da teoria da imputação objetiva no direito penal, em 1970, para
este intento utiliza as base do trabalho realizado Richard Honig, onde acaba traçando as
linhas mestras da sua teoria geral da imputação objetiva, para aplicar em substituição as
teorias causalistas.

NATUREZA JURÍDICA E LOCALIZAÇÃO SISTEMÁTICA

Sobre a imputação objetiva no Brasil, Damásio de Jesus observa que diferentemente dos
elementos normativos que conseguimos visualizar de forma expressa, a imputação
objetiva encontra-se em nosso sistema penal pátrio de maneira implícita, da mesma
forma em que figura o elemento subjetivo, dolo.
PREMISSAS PARA A APLICAÇÃO E REQUISITOS DA IMPUTAÇÃO

É interessante relembrar que o inicio deste instituto se deve ao descontentamento


doutrinário que recaia sobre a teoria da equivalência e a teoria da adequação, e Honig,
em seus estudos desloca o seu ponto de vista redirecionando-os e começa assentar suas
reflexões dizendo que não seria possível ou mais importante a comprovação do nexo
causal entre a ação e o resultado para a aplicação da norma responsabilizando seus
violadores.

E nesse contexto chega à conclusão em sua tese, de que a questão mais importante, não
seria comprovar se as circunstâncias de fato que serviriam de ponto de partida realmente
ocorreram, mas sim deveria ser estabelecidos critérios de avaliação que seriam
averiguados empiricamente, para que se pudesse imputar a uma pessoa determinados
fatos.

Diante deste contexto, aprimora a sua ideia mencionando que seria necessário um ponto
de partida e chega a mencionar que não seria obrigatoriamente preciso fazer uma
reestruturação do tipo penal; mas simplesmente adaptar, no caso fazer à inclusão do
requisito da “finalidade objetiva” a causalidade, onde posteriormente define: ”Imputável
é aquele resultado que se conceber como orientado de acordo com a finalidade.”

Mas não foi só isso, pois o autor citado entendendo que o requisito seria insuficiente
acabou incluindo outro requisito que é a “possibilidade de domínio através da vontade
humana”, onde o agente pode e deve dirigir-se de acordo com a sua autonomia.

Agora feita esta breve exposição abre-se as portas para expor de acordo com a proposta
por Roxin, a sua teoria geral da imputação objetiva se embasando na “teoria do risco”
apresenta os requisitos que entende necessário a uma teoria geral da imputação segundo
ele o instituto deve conter: a) A diminuição do risco; b) Criação ou não criação de um
risco juridicamente relevante; c) O aumento ou falta do risco permitido; d) A esfera de
proteção da norma como critério de imputação.
a) A diminuição do risco é a hipótese em que um indivíduo vê o outro em situação
de risco e, mesmo sabendo que não poderá suprimi-lo tende a agir com a
intenção de minorar as consequências da lesão;

b) Criação ou não criação de um risco juridicamente relevante somente ocorrerá à


lesão ao bem jurídico quando o agente através de sua conduta seja ação ou
omissão for efetivamente capaz de produzir o resultado;

c) O aumento ou falta do risco permitido de acordo com as exigências do


desenvolvimento das atividades corriqueiras da vida diária é aceito pela
sociedade e consequentemente do legislador a elaboração de tipos penais que
estejam de acordo com esta realidade, onde só será punido aquele que
ultrapassar a margem de permissão;

d) A esfera de proteção da norma como critério de imputação corresponde aos


critérios dos riscos positivados de acordo com o interesse da sociedade e do
legislador, sendo descrito algumas atitudes que em vindo a realizar-se pelo
agente e se consumado o resultado, serão atribuídas ao seu infrator.

Antes de prosseguir na explanação é necessário dizer que Roxin entende que a teoria da
imputação deve ser aplicada somente para a aferição do resultado, mas existe
pensamento diverso de autoria Günther Jakobs.

Este autor em sua vertente diversa de teoria da imputação entende que esta deve ser
utilizada tanto na delimitação da apuração do comportamento como do resultado, e alem
disso apresenta alterações nos requisitos.

Na visão de Jakobs a teoria da imputação ainda possui em sua base a teoria do risco, ele
retrata e dá ênfase ao contato social e a importância dos participantes nos seus papeis
sociais que devem exercer na comunidade, alem disso podemos dizer que os requisitos
apresentados em sua teoria são: a) risco permitido; b) princípio da confiança; c)
proibição de regresso; d) competência ou capacidade da vítima.

a) Risco permitido não seria possível uma sociedade sem riscos, pois o risco é
inerente ao desenvolvimento social, mesmo colocando em risco os bens
jurídicos fundamentais a sociedade quando estiver dentro dos padrões aceitáveis
inexistirá consequências;

b) O princípio da confiança para a boa convivência as pessoas na sociedade devem


confiar umas nas outras, e acreditar que todas cumprirão com sua função social e
contracenar com seu papel;

c) Proibição de regresso nesse requisito o autor diz que o cidadão agir de acordo
com o seu papel social cumprindo com as regulamentações, se advier alguma
situação que o faça infringir a norma jurídica, não deverá ser responsabilizado;

d) Competência ou capacidade da vítima neste item trata o autor do consentimento


do ofendido ou o dever de autoproteção da vítima, onde por vontade própria esta
se coloca em situação de risco, nestes casos então segundo ele deveria se
considerar como causas de exclusão de tipicidade.

De acordo com os apontamentos realizados podemos dizer que a teoria da imputação


objetiva, em qualquer uma das vertentes apresentadas não trouxe a satisfação esperada
na solução dos problemas, pelo contrário esta é tida por parte da doutrina como peso
morto.

CRITICAS ELABORADAS PELA DOUTRINA A RESPEITO DA TEORIA DA


IMPUTAÇÃO OBJETIVA

A primeira observação crítica que para a constituição do requisito da criação de um


risco juridicamente desaprovado ou relevante, comum aos tipos dolosos ou culposos.

Assim, acabaria utilizando dois que se referem ao delito doloso, à periculosidade (a


exigência que o resultado seja objetivamente previsível para que possa ser imputada à
ação) e a infração ao dever objetivo de cuidado; mistura os elementos do delito culposo
na estrutura do doloso.

Na explanação de Guilherme de Souza Nucci é claro ao dizer: ”A teoria da imputação


objetiva pode ser uma alternativa à teoria da equivalência dos antecedentes - embora se
valha desta para ser aplicada - ou à teoria da causalidade adequada, embora seja
desnecessária e, em muitos casos, inadequada.”
Para elucidar mais a questão cabe colacionar os comentários elaborados por Paulo
Queiroz de Souza que nos traz o seguinte trecho para reflexão:

“Uma crítica contundente à teoria da imputação objetiva faz


Enrique Gimbernat Ordeig. Para Gimbernat, relativamente aos
crimes culposos, se o agente se mantém dentro do risco
permitido, não há imputação objetiva simplesmente porque não
existe, em tal caso, culpa, já que o autor, atuando dentro do risco
socialmente tolerado, não infringe, assim, o dever objetivo de
cuidado, de sorte que não é necessário, para tanto, apelar à
imputação objetiva. Logo, "a tese de Jakobs - e dos que pensam
como ele" - escreve Gimbernat - "de que nos delitos culposos, se
a ação se mantém dentro do risco permitido, fica excluída a
tipicidade porque falta a imputação objetiva, há de ser
rechaçada: o tipo culposo fica excluído exclusivamente por uma
razão tautológica: porque não houve culpa, elemento que, por
ser requisito legal expresso, não tem nada a ver com imputação
objetiva"[xii]

Pelos comentários colacionados fica claro que a dita teoria acaba ficando perdida no
espaço sem uma finalidade definida.

Mencionemos também a opinião de Luiz Regis Prado a respeito do tema da imputação


objetiva do resultado que diz:

“A imputação objetiva do resultado – numa perspectiva radical –


pode ensejar um risco à segurança jurídica e, alem disso, conduz
lentamente à desintegração da categoria dogmática da tipicidade
(de cunho altamente garantista), não delimita os fatos culposos
penalmente relevantes e provoca um perigoso aumento dos tipos
de injusto dolosos. Acaba, dessa forma, por atribuir ao agente
perigos juridicamente desaprovados – e ainda que totalmente
imprevisíveis do ponto de vista subjetivo – através de um tipo
objetivo absolutamente desvinculado do tipo subjetivo.”[xiii]

Provavelmente esta constatação do autor supra se deve ao fato de que se analisarmos o


que os adeptos dessa teoria preconizam, veremos que alguns pretendem que a
imputação objetiva seja examinada antes da constatação do próprio tipo penal; outros
dizem que deve ser analisada após a confirmação da tipicidade.

Resultado os partidários da primeira hipótese inserem os elementos no tipo normativo,


quanto aos adeptos da segunda preferem examina como critérios adicionais.

CONCLUSÃO
Podemos concluir, tendo em mente o caráter sucinto deste trabalho e a nossa condição
de iniciantes no estudo do Direito, que a teoria da imputação objetiva é relativamente
nova e ainda motivo de muitas discussões e diferentes abordagens por parte da doutrina.
Alguns conceitos da referida teoria já se encontram inseridos em nosso ordenamento
jurídico, motivo pelo qual não haveria necessidade de torna-lo ainda mais confuso. De
modo final, podemos dizer o que legislador já escalou a teoria preferencial em nosso
Código Penal, fato pelo qual se pode dizer que só ao tempo caberá dizer o futuro
doutrinário e prático da teoria aqui estudada.
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

Greco, Rogério. Curso de Direito Penal – 13ª Ed., Rio de Janeiro: Ímpetus, 2011.

Jesus, Damásio E. de, Direito Penal, volume 1: Parte Geral, 31 ed. – São Paulo: Saraiva
2010.

VADE MECUM, São Paulo: Ed. Saraiva 2011 p.578.

Obs.: Diérick, o site que mais pesquisei, lá você vai conseguir pegar as referencias dos
textos que foram citados literalmente no meio do trabalho:
http://www.conteudojuridico.com.br/artigo,a-teoria-da-imputacao-
objetiva,31343.html#_edn2

Abraço!

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