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CALE-SE
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AFASTA DE MIM ESTE
CALE-SE
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Copyright © by João Batista de Abreu, Maria Luiza Muniz, Renata Cunha
É proibida a reprodução total ou parcial desta obra sem autorização expressa da PROAC.
2006
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SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO:
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QUANDO OS FIGURANTES VIRAM
PROTAGONISTAS
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VLADO, UM BOM COMPANHEIRO
Breno Costa
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no segundo andar de sua casa.
Apesar de ter conhecido Vlado por meio do cinema, Sanz
ressalta o Herzog político, segundo ele, dono de uma ética extrema,
convicções inabaláveis, mas dotado de cabeça aberta.
– Nossas relações não se estabeleceram por sermos ou não
do partido. Ele sempre foi uma pessoa extremamente coerente
e aberto politicamente. Mesmo as pessoas que tinham rompido
com o PCB, ou eram liberais burgueses, e até algumas de direita, se
davam bem com ele. Mas ele tinha suas convicções políticas e as
punha em prática. Era uma das pessoas com maior capacidade de
abrir a cabeça das pessoas. Eu li num desses jornais, nesse episódio
das fotos, que o Vlado era uma pessoa filiada, mas sem atividade
no PCB. Isso, naquela época, não existia. Quem tem filiado sem
atividade é o PPS hoje. Você podia ser simpatizante, que é outra
coisa. Ele era militante ativo - assegura Sanz, que conviveu seis
meses com Vlado na época do curso de cinema no Rio e depois só
o encontrou esporadicamente pelas esquinas da vida. Um desses
encontros aconteceu no Chile, em 1973, onde Sanz estava exilado
desde 1971, quando foi banido do Brasil, trocado no seqüestro do
embaixador suíço Giovanni Enrico Bucher.
– Vlado foi ao Chile em 72 ou 73, de férias, acompanhado de
Clarice e de uma jovem nissei e, lá, fez questão de encontrar seus
velhos amigos, não importava onde eles estivessem. Nós comemos
um dos pratos típicos e raros do Chile, chamado curanto. Aí nós
restabelecemos um canal de comunicação nosso. Ele me mandava a
revista Visão e outras informações e eu mandava para ele notícias da
gente. Depois do golpe do Chile, nós perdemos o contato de novo
e a próxima notícia que eu tive dele foi sua morte, lamenta Sanz,
como que pausando sua fala na tentativa de rememorar imagens
perdidas no tempo. Ele poderia ter tido o mesmo destino de Herzog,
já que também foi torturado no DOI-Codi paulista.
– Fui detido em maio de 70. O DOI-Codi era um hotel sem
estrelas. Uma experiência que eu não renego, mas que não dese-
jo a ninguém – conta Sanz, que passou oito meses preso entre
o DOI-Codi (Operação Oban), DEOPS de São Paulo e o presídio
Tiradentes.
O ex-companheiro de Carlos Lamarca na Vanguarda Popular
Revolucionária (VPR), quando soube da morte de Vlado, entendeu
o que ele tinha sentido.
– Quando estava preso, já sabia que aquilo poderia acon-
tecer comigo. Porque é mais humano matar do que torturar.
Então, quando a gente era preso, a gente sempre construía a
esperança, no nosso imaginário, de morrer - em combate ou em
circunstâncias mais amenas do que ser longamente torturado.
A versão oficial de suicídio de Herzog nunca foi explicada.
– O que eu acho que aconteceu foi o seguinte: eles não ti-
raram informações relevantes do Vlado. Eles buscavam o resto da
estrutura do PC e, sobretudo, os quadros do PC na imprensa. Eles
odiavam a imprensa. Quando o Vlado morreu, a linha-dura do II
Exército estava sofrendo derrotas no plano nacional. O [Ernesto]
Geisel entrou, mas ele não era um santinho, democrata, liberal. O
que acontece é que a conjuntura fazia com que fosse necessário
iniciar um processo de distensão no Brasil, que foi chamado de
abertura. E o Geisel já tinha iniciado esse processo. E sua eleição,
que não agradava ao Médici, foi garantida pelo ministro do Exército
do Governo Médici (general Orlando Geisel), que era irmão do Gei-
sel. E, até hoje, a linha-dura do Exército considera a imprensa uma
coisa negativa e perigosa e considerava que a grande imprensa era
dominada pelos subversivos, pelos comunistas.
Mas seria a TV Cultura, rede pública, uma representante da
grande imprensa, uma inimiga em potencial da ditadura?
– Os militares de extrema-direita, que dominavam a máquina
da ditadura, viam o Paulo Egídio, governador de São Paulo, que era
liberal, como uma pessoa não confiável. E eles viam o fato de a TV
Cultura, da Fundação Padre Anchieta, ter vários esquerdistas em
seus quadros, como uma coisa perigosa. Eles queriam desmontar
essa máquina. A TV Cultura sempre teve uma certa influência, pelo
fato de ser a única produção cultural alternativa nos meios de comu-
nicação. Você queria ver um noticiário com o mínimo de dignidade,
você ia para o Herzog, você não ia para a TV Globo.
Várias pessoas morreram durante a ditadura. Nenhuma mor-
te, contudo, repercutiu tanto quanto a do jornalista Vladimir Herzog.
Mas Sanz esboça uma careta quando ouve a palavra mártir.
– Ele não era muito conhecido publicamente. Tornou-se mui-
to mais conhecido depois da morte. A morte dele repercutiu mais
porque a imprensa ficou indignada. E ninguém acreditava que fosse
suicídio. O próprio setor conservador que domina a imprensa no
Brasil se considerou atingido. Era impossível acreditar, para quem
o conhecia, que o Herzog tinha sido assassinado por sua militância
comunista. Para mim, o Herzog era ‘o comunista’. Ele era absoluta-
mente ético. As pessoas que lidavam com ele sabiam que estavam
lidando com uma pessoa honesta. Isso fazia com que, até o dono
da revista Visão, que era um burgês milionário, o Henry Maksoud,
sabia que podia confiar no Herzog.
As saudades de Herzog e de seus velhos companheiros per-
manecem. Quebrando o ritmo da voz embargada, dá a sentença:
– Foi o Estado burguês que matou o Herzog. Vamos parar de
brincadeira. Não foram os militares.
O Vladimir Herzog, nascido sob os auspícios de Câncer em
junho de 1937 e assassinado em outubro de 1975, aos 38 anos, já
não existe mais. Mesmo assim, Sanz ainda consegue enxergar, nos
dias de hoje, herdeiros da ética herzogiana.
– Existem muitos Herzogs por aí - acredita Sanz. Ainda
bem.
QUANDO A TESTEMUNHA VIRA VÍTIMA
Ana Carolina Leitão
“Reflorestar idéias”
NAS LENTES DO CORONEL, AS
RECORDAÇÕES DE UM PASSADO
DE ORDEM
Pedro Henrique Soares
http://www.torturanuncamais-
“Arco da Maldade”, projeto de monumento feito por Oscar Niemeyer para o Grupo Tortura Nunca Mais/RJ.
* Ao final de 2005, alguns documentos da ditadura foram transferidos para o Arquivo Na-
cional, onde estarão disponíveis para consulta.
Extraído do acervo da Assossiação Brasileira de Imprensa (ABI)
MEMÓRIAS DE MILITANTES
Maria Luiza Muniz
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A ODISSÉIA DE ULISSES, UM METALÚRGICO
Vitor Moretto
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VASCULHANDO OS ESCANINHOS DA
MEMÓRIA
Renata Cunha
Maria Luiza Muniz
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trabalho dignas. Acho que o livro dá essa contribuição de resgate
de um passado importante do movimento social.
Waldemar Rossi, metalúrgico aposentado, ainda é sindicalista
da Oposição Operária de São Paulo. A crença na possibilidade de
justiça social o acompanha desde que ingressou na Juventude
Operária Católica (JOC), em Sertãozinho, sua cidade natal, no
interior de São Paulo. Já na capital, concorreu duas vezes (1967 e
1972) à direção do Sindicato dos Metalúrgicos, sendo derrotado
por Joaquim dos Santos Andrade. Conhecido por Joaquinzão, este
velho sindicalista era acusado à época de não se opor ao regime e,
segundo Rossi e a jornalista Jô Azevedo, “ligado aos militares”.
Waldemar, 72 anos de idade e 50 de militância operária, recor-
da o impacto da morte de Santo Dias em 30 de outubro de 1979:
– Durante essa greve, em frente à fábrica Sylvânia Santo Dias
da Silva é covardemente assassinado pelo policial militar Herculano.
Sua notícia, em plena assembléia na Rua do Carmo, causou forte
comoção e impacto, recrudescendo a tensão e impedindo a mani-
pulação pelega pelo final da greve, que se estendeu por dez dias e
culminou com o atendimento de boa parte das reivindicações e o
reconhecimento de seis Comissões de Fábricas entre as principais
de S. Paulo, tudo isso, à revelia da direção sindical e contra as orien-
tações do poder militar. A morte de Santo Dias causou impacto em
todo o país e fora dele, devido aos laços que mantínhamos com vá-
rios movimentos sociais, principalmente europeus. No dia seguinte
ao de sua morte, saindo da Igreja da Consolação, onde seu corpo
foi velado, e em cortejo até a catedral da Sé, dezenas de milhares
de pessoas estiveram presentes, numa vigorosa e impressionante
manifestação de solidariedade à sua família, mas, principalmente,
em protesto contra a violência e em defesa do direito de lutar pelos
interesses dos trabalhadores. Gritos contra a ditadura estiveram
presentes durante todo o cortejo.
Em 1970, Waldemar participou da criação da Pastoral Ope-
rária da Arquidiocese de São Paulo, cujo marco inicial foi a “Missa
pelo Salário Justo”, celebrada na catedral da Sé.
– A Pastoral Operária (PO) é o resultado da ação militante
junto às Comunidades Eclesiais de Base de alguns de nossos anti-
gos militantes ‘jocistas’ [da JOC, Juventude Operária Católica], em
particular do trabalho de formiguinha que Célia [esposa dele] e
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eu desenvolvemos na periferia da zona leste paulistana. Muitos
pequenos grupos foram se formando para refletir a vida de fé aliada
à de trabalho e, a partir das exigências evangélicas da justiça e da
solidariedade, agir para conscientizar e organizar os trabalhadores.
As pastorais operárias se espalharam pelo Brasil, chegando a cons-
tituir mais de 100 dioceses - recorda.
Rossi relata ainda que, em 1974, foi preso com outros quatro
companheiros durante uma reunião de sindicalistas de oposição,
na igreja São João, na cidade de São Paulo, sob a acusação de
pertencerem a um grupo denominado Movimento Popular de
Libertação (MPL). Levados para o DOPS, sofreram torturas com
pau-de-arara, choques elétricos e pancadas. Enquadrados na Lei
de Segurança Nacional sob investigação do 1º Exército, no Rio
de Janeiro, em 1978, foram absolvidos por unanimidade após o
julgamento em duas instâncias, mas permaneceram quatro anos
com direitos suspensos.
O ex-metalúrgico avalia os reflexos da repressão militar em
sua vida e na de outros submetidos à truculência do regime:
– A experiência me ajudou a entender até onde podem
chegar os que defendem os interesses do capital explorador e
espoliador. Destroem sua própria personalidade, tornam-se feras
sedentas de sangue, se tornam cruéis e insensíveis. São muitos os
que resistem bem, até a morte. Porém, foi possível entender por que
outros não estão devidamente preparados para esse confronto, já
que a sensação é de desespero, de sofrimento cruel infinito. Vi gente
que se desestruturou humanamente; muitos, pelo contrário, mos-
traram o quanto saíram fortalecidos. Contudo, mesmo para quem
consegue resistir, os traumas permanecem para sempre, ainda que
cicatrizados. E a fé, seja ela político-religiosa ou simplesmente polí-
tica, se revela como um elemento fundamental diante da tortura.
Há um ano, um grupo de amigos se reuniu, constituindo outro
exemplo de tentativa de reconstrução da memória. O Amigos de
68, fundado em janeiro do ano passado e já com 190 integrantes,
nasceu de uma proposta de reunir ex-militantes de esquerda do
período da ditadura.
– O objetivo principal é o de criar um processo permanente
de encontros reais e virtuais, visando recuperar e desenvolver as
raízes comuns e os laços de amizade e solidariedade que nos unem
- afirma Ricardo Pimenta, coordenador do grupo e moderador da
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lista de discussão na internet.
A lista virtual, de acesso restrito aos Amigos, tem 177 inscri-
tos, que abordam os mais variados temas, de assuntos afetivos a
discussões políticas.
– Há depoimentos incríveis, irmãos que estavam brigados,
separados e que se reencontraram, filhos que passaram a enten-
der seus pais, amigos que venceram seu sentimento de culpa por
não terem aderido à luta armada, outros muito doentes que tem
na alegria de reencontrar antigos companheiros mais um motivo
para viver – relata Pimenta.
Ao mencionar o nome de alguns Amigos, Pimenta os iden-
tifica pelo curso, a Universidade e o ano em que ingressaram na
Universidade.
– Somos, portanto um Grupo, temos uma identidade, e
circula entre nós uma energia positiva fantástica, muito maior do
que a soma da força de cada um de nós – afirma Ricardo, Economia,
UFRJ, 67. O jovem universitário, em fins de 60, militava no movimen-
to estudantil, foi membro do MR-8 (ex – Dissidência Guanabara) e
expulso da Faculdade em março de 1969, pelo Decreto - Lei 477.
O contato entre os Amigos não se restringe à ‘grande rede’.
Eles se reúnem periodicamente.
– Pretendemos fazer um grande encontro a cada ano. O
primeiro foi em agosto, num condomínio onde a Ana Miranda [es-
tudante de Farmácia em 1967], tem casa. Foi sensacional, realizamos
um filme, com 30 minutos, produzido pela Maria de Andrade, neta
da Vera Aché e editado pela Julia Martins, filha do Franklin Martins.
Estiveram na festa 128 pessoas, entre participantes do grupo e
familiares; emoção pura - afirma.
Além de compartilharem lembranças e sentimentos, os in-
tegrantes do grupo planejam atividades que reforcem a memória
e identidade dos Amigos de 68. Para 2006, estão previstos a elabo-
ração de um site, a publicação de um livro, que vai incluir fotos e
textos da época, e a continuação de uma série de debates políticos,
iniciada em 2005.
– A série terá o nome de Ciclo Apolônio de Carvalho, talvez
um dos maiores exemplos de dedicação à vida revolucionária,
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além de ter sido um ser humano para lá de especial. Um dos filhos
dele, o René de Carvalho, banido dentre os 70 trocados pelo Em-
baixador Suíço, também está aqui no Amigos de 68 - conta Ricardo
Pimenta.
A historiadora Icléia Thiesen explica que grupos de pesquisa
e de discussão, publicações, recursos audiovisuais, outros materiais
e espaços são suportes da memória individual, coletiva e social que
servem de apoio às lembranças de um tempo passado. No entanto,
ela ressalta que tais suportes não determinam o resgate de uma
memória social perdida, mas possibilitam sua reconstrução:
– A memória social precisa ser reconstruída, em diversos
níveis, segundo a vontade dos envolvidos, as ações de organismos
governamentais e não-governamentais e a pressão dos pesquisa-
dores para a liberação dos arquivos militares. Não é um processo
simples, pois envolve interesses pesados, que comprometem a
imagem de diversas instituições e de indivíduos atrelados aos pro-
cessos de repressão.
Ao telefone, a voz do Bispo Dom Angélico Sândalo Bernardino
é a de um homem bem-humorado, porém indignado, preocupado
com o “direito dos explorados”. O Bispo diz que aos 72 anos sua
memória apresenta “falhas”. Contudo, descreve dois importantes
episódios de uma História recente, embora “esquecida” por muitos.
O primeiro foi o encontro de várias religiões na missa de sétimo dia
do jornalista Vladimir Herzog e o segundo, também uma missa, foi
celebrada por ele próprio. Na ocasião, em janeiro de 1976, se reu-
niram membros da Pastoral Operária e militantes de outras áreas,
todos atônitos com as circunstâncias da morte de Manuel Fiel Filho.
Segundo Dom Angélico, hoje em Blumenau, Santa Catarina, dizia-
se à época que aquele operário era um comunista, como se esta
opção ideológica o desqualifica-se de alguma forma. Entretanto, o
Bispo afirma que sua preocupação era com o “término do arbítrio,
a justiça social e o anseio de liberdade”. Este, segundo ele, nenhuma
ditadura deveria calar. Dom Angélico afirma que as duas mortes
serviram como “bandeiras para defesa da dignidade da pessoa
humana”,embora reconheça que o caso de Herzog, talvez por ele ser
jornalista, teve maior repercussão. O Bispo se mostra inconformado
com os recentes casos de corrupção no cenário político brasileiro,
assistido por um “povo atônito”. E cita:
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– Karl Marx dizia que aos filósofos cabe explicar a sociedade,
a nós cabe transformá-la.
Para o ex-metalúrgico Waldemar Rossi, há várias formas de
se impedir que “a História seja sepultada”:
– A iniciativa de rememorar esses terríveis acontecimentos é
tão necessária e importante quanto a multiplicação de iniciativas
do gênero, com depoimentos dos que fizeram e viveram essa his-
tória, para que as atuais e futuras gerações cresçam em corpo, em
consciência crítica e assim possam resgatar o utopia de lutar pela
construção de uma sociedade justa, fraterna e igualitária - acredita
Rossi.
Thiesen reconhece que algumas feridas continuam aber-
tas:
– Nem todos os que sofreram os dramas da tortura e da
privação de liberdade encontram-se preparados para revelar ao
mundo essa experiência. Além disso, os fantasmas ainda assombram
a sociedade, se pensarmos que os métodos de tratamento de pri-
sioneiros utilizados em nossas prisões permanecem em uso, só que
agora contra os pobres, os moradores de comunidades carentes, os
negros, etc. Essa criminalização da miséria, denunciada em todos
os países do mundo, ganha os contornos de um escândalo a ser
freado a qualquer custo.
Sobre a recente decisão do governo federal de incentivar
a abertura dos arquivos da ditadura, a professora comenta que
é preciso tomar cuidado para que o direito à informação não se
sobreponha ao direito à privacidade.
– Um dos dilemas diz respeito a informações constantes de
prontuários de ex-prisioneiros políticos, as quais foram obtidas
mediante tortura, vale dizer, muitas delas até inventadas. Esse
tipo de documento é sabidamente produzido em circunstâncias
extremamente delicadas. A abertura indiscriminada pode gerar
problemas incontornáveis, como por exemplo, a descoberta de de-
núncias por companheiros feitas nos chamados porões da ditadura.
Daí a importância de serem consultados mediante autorização dos
interessados – defende Thiesen.
Para falar do silêncio de inúmeras pessoas constrangidas
pelo regime de exceção, a professora cita:
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– Os indianos dizem que podemos até obrigar alguém a
fechar os olhos, mas jamais os obrigaremos a dormir.
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