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A Grécia estava situada ao sul dos Bálcãs, banhada pelos mares Jônio e Egeu. Seu
território possuía uma superfície de 56 mil km quadrados. O relevo era montanhoso e seu
solo árido e rochoso dificultavam as comunicações terrestres, ao passo que seu litoral com
excelentes portos facilitava as comunicações marítimas. Além da Grécia peninsular,
existiam a Grécia insular, a Grécia Oriental e a Magna Grécia.Na península Grega
disseminam-se, por volta de 3.000 a.C., povoados fortificados de tribos de cultura agrária.
Muitos historiadores afirmam que os primeiros habitantes da região foram autóctones,
chamados de pelágios ou pelasgos.
Entre 1.700 e 1.200 a.C. intensificam-se as migrações de povos de origem Indo-européia ou
arianos para a península, como os aqueus, os eólios, os jônios e os dórios, que falam
grego, conhecem os metais e utilizam carros de guerra.
Por volta de 1220 a.C., a violenta invasão dos dórios provocou a Primeira Diáspora Grega.
1-Período Homérico – Tem início com o predomínio dos aqueus e jônios, por volta de
1.700 a.C. Período pouco conhecido que pode ser reconstituído pelos poemas Ilíada e
Odisséia, atribuídos ao poeta grego Homero. Edificam fortalezas monumentais (Micenas,
Tirinto, Pilos, Gia e Atenas), desenvolvem o comércio com Tróia, Sicília e península Itálica,
fundam colônias (Mileto, Rodes, Lícia, Panfília, Cilícia, Chipre) e assimilam a cultura da ilha
de Creta (cultura creto-micênica). Os guerreiros constituem a classe dominante, enquanto
os agricultores e pastores são considerados servos e escravos. A organização baseava-se
na comunidade gentílica. O genos era a unidade de produção, formada por um grupo de
pessoas aparentadas por laços consangüíneos e descendentes de um antepassado
comum. A economia gentílica, agrária e pastoril, fundamentava-se na propriedade coletiva
da terra. A sociedade era igualitária e se caracterizava pela inexistência de classes. A
autoridade política, baseada na religião e na tradição, era exercida pelo pater famílar, o
mais velho dos membros do genos. A desintegração dos sistema gentílica vincula-se a dois
fatores: o crescimento demográfico e a falta de terras férteis. As disputas por terras férteis
provocou violentas guerras. A reunião dos genos formava uma frátria e a reunião de várias
frátrias, uma tribo. Nesse momento surgiu a propriedade privada e a divisão de classes. A
substituição da propriedade coletiva pela propriedade privada originou uma poderosa
aristocracia rural, a um contingente de pequenos agricultores e a uma maioria de
despossuídos. Uma parte desses últimos passou a trabalhar para aristocracia, outra
dedicou-se ao comércio e ao artesanato, os restantes deixaram a Grécia e fundaram
diversas colônias nos mares Negro e Mediterrâneo (Segunda Diáspora).
4- Período Clássico
Guerras médicas – Têm origem no domínio persa sobre as cidades jônias da Ásia
Menor, a partir de 546 a.C. Em 500 a.C. as cidades jônias se rebelam, sendo derrotadas
em 494 a.C. A partir de 492 a.C. os medo-persas ocupavam a Trácia e a Macedônia e
desencadeiam a 1a Guerra Médica. Em 490 aC. Dario I comanda os persas na Batalha
de Maratona, mas é derrotado pelos atenienses. Em 480 a.C. o exército persa
comandado por Xerxes avança sobre a Tessália, Eubéia, Beócia e Ática, na Batalha do
estreito das Temópilas. Dessa vez os gregos eram comandados por Leônidas, general
espartanos. Os medo-persas ocupam a Beócia e a Ática e saqueiam Atenas. Mas os
gregos vencem as batalhas de Salamina (480 aC), Platéia (479 aC.) e Micale (478 aC), o
que leva os persas a desistirem da conquista da Grécia, entrando logo depois em
decadência.
Péricles (495 a.C.-429 a.C.), filho de uma família de elite, educado por filósofos, é o
maior dirigente da democracia ateniense. Tornou-se arconte (chefe político) em 432 a.C.,
com uma plataforma de reformas democráticas. Reelege-se, anualmente, durante mais
de 30 anos. Célebre orador e estrategista, tornou-se o principal artífice da expansão
imperial de Atenas como potência comercial da Grécia. Instalou novas colônias e
ampliou a hegemonia ateniense sobre 400 cidades-Estado, através da Liga de Delos,
contra os persas. Realizou grandes construções em Atenas, como o Parthenon, e
estimula as artes e a cultura. Criou a mistoforia, ou seja, passou a remunerar os cargos
públicos. Morre em 429 a.C., durante a Guerra do Peloponeso, de uma peste que elimina
um terço da população da Ática.
Guerra do Peloponeso – Começa em 431 a.C. Decorre do antagonismo entre os
interesses econômicos e políticos de Corinto (aliada de Esparta) e Atenas. Atenas ataca
e domina Potidéia, mas seu exército é derrotado em Espartalos. A guerra continua até a
Paz de Nícias, em 421 a.C. Em 415 a.C. Esparta e Atenas voltam a se enfrentar pelos
mesmos motivos. Finalmente, em 405 e 404 a.C., os espartanos vencem os atenienses
em Egospótamos e invadem Atenas, que é obrigada a destruir sua muralha de defesa,
dissolver a Liga de Delos, entregar a esquadra, fornecer tropas e reconhecer a
hegemonia de Esparta. A aristocracia substitui a democracia pela oligarquia.
5-Economia e sociedade gregas – A introdução da metalurgia do bronze e do
ferro, o desenvolvimento do artesanato e a intensificação do comércio aumentam a
produtividade entre os séculos VI e IV a.C. Esses fatores, associados às migrações e às
guerras, modificam as antigas relações sociais, baseadas em clãs. Os habitantes
passam a agrupar-se principalmente nas póleis. O trabalho na agricultura e nas demais
atividades manuais fica a cargo de escravos (em geral presas de guerra) e parceiros
semilivres. As terras comunais ou gentílicas passam à propriedade de uma classe de
proprietários territoriais, a nobreza. O desenvolvimento do comércio faz surgir uma
classe de comerciantes e artesãos ricos.
6-Artes e ciências gregas – Os gregos desenvolvem a dramaturgia. O teatro foi
uma das maiores realizações dos gregos. Foram praticados dois gêneros dramáticos: A
TRAGÉDIA e a COMÉDIA. A Tragédia foi origina das Dionísicas, festas em homenagem
ao deus Dioniso, simbolizado por um bode (tragos). Os três grandes autores de Tragédia
são: Sófocles, que escreveu Édipo Rei e Antígona, Ésquilo, autor de Prometeu
Acorrentado e Eurípedes, autor de Medeia e Troiamos. Aristófanes, por sua vez, foi o
maior autor de Comédias. Satirizou os costumes, a sociedade e a justiça de sua época.
Entre suas obras destacam-se: As Rãs e as Nuvens. A poesia épica e lírica (Homero,
Anacreonte, Píndaro, Safo), a História (Heródoto, Tucídides, Xenofonte), as artes
plásticas (Fídias – esculpiu os frisos do Parthenon e as estátuas da deusa Pala-Atena e
o Zeus de Olímpia; e Míron – esculpiu O Discóbulo) e a arquitetura (Ictinas e Calícrates).
Particularmente em relação à arquitetura, devemos destacar três estilos: O Dórico,
caracterizado pela sobriedade das linhas e solidez das construções; os Jônico, gracioso
e elegante; e o Corinto, rebuscado e com abundância de detalhes.
7-Mitologia e religião gregas– A mitologia é particularmente rica ao registrar toda
a diversidade da religiosidade e da vida econômica e social da Antiguidade e dos
períodos anteriores à civilização grega. Na religião politeísta, praticada pela aristocracia
e difundida por Homero, os deuses Zeus (senhor dos deuses, do céu e da terra)
Posêidon (senhor dos mares), Hades (senhor do submundo), formavam uma trilogia. Os
outros deuses eram: Hera (esposa de Zeus e protetora da mulher e do lar), Deméter
(deusa da terra e da fecundidade), Ares (deus da guerra), Apolo (deus do sol e da luz),
Ártemis (deusa da caça e da natureza), Hermes (mensageiro dos deuses e deus do
comércio), Atena (deusa das artes , da sabedoria e das ciências), Afrodite (deusa do
amor e da beleza) e Dioniso (deus do vinho). Moravam no Olimpo, se alimentavam de
mel e ambrósia e estavam relacionados aos elementos naturais e humanos. Concebidos
à imagem e semelhança dos seus criadores, possuíam as paixões e os sentimentos dos
homens, reproduzindo seus defeitos e suas virtudes.
”Na origem, segundo a mitologia grega, nada tina forma. Tudo se confudia, e
não era possível distinguir a terra do céu nem do mar. Esse abismo
nebuloso se chama se chamava Caos. Quanto tempo durou? Até hoje não
se sabe.
Uma forma força misteriosa, talvez um deus, resolveu pôr ordem nisso.
Começou reunindo material para moldar o disco terrestre, depois o pendurou
no vazio. Em cima, cavou a abóboda celeste, que encheu de ar e luz.
Era necessário um casal de divindades para gerar novos deuses. Foram
Urano, o Céu e Gaia, a Terra, que puseram no mundo uma porção de seres
estranhos.
Da união deles nasceram seis meninos e seis meninas, os Titãs e as
Titânides, todos de natureza divina, como seus próprios pais. Os coitados
viviam no Tártaro, uma região escondida nas profundezas da terra. Nenhum
deles podia ver a luz do dia, porque seu pai os proibia de sair. Gaia, a mãe,
juntamente com um dos seus filhos, Crono, arquitetaram um plano que
deveria acabar com o domínio tirânico de Urano.
Certa noite, guiado pela mãe, Crono entrou no quarto dos pais. Com um
golpe de foice, cortou os testículos de Urano. Algumas gotas de sangue da
ferida de Urano caíram na terra e a fecundaram, dando origem aos
demônios, as erínias, a outros monstros, os gigantes e às ninfas.
Vencedor de seu pai, Crono se tornou o senhor todo-poderoso do universo.
Em vez de beneficiar seus parentes, libertando os irmãos, preferiu reinar
sozinho e os deixou encerrados nas profundezas da terra. Sua mãe, furiosa,
predisse seu fim:
“Você também, filho meu, será deposto do trono por dos seus filhos!”
Temendo a realização da profecia, Crono fez como seu pai: arranjou um jeito
de eliminar os filhos, que lhe dava sua esposa Réia. Cada vez que nascia
um, ele o devorava. Isso ocorreu com os cinco primeiros recém nascidos.
A mãe deles, desesperada foi ver Gaia.
“Você precisa ser mais astuciosa do que ele, minha filha”, respondeu-lhe
maliciosamente Gaia. “Enrole uma pedra em uma coberta e entregue a
Crono, no lugar do bebê. Ele nem vai desconfiar e vai engolira pedra, como
engoliu os outros filhos!”
A profecia de Gaia não tardaria a se realizar: o bebê que elas acabavam de
salvar era Zeus. O jovem deus logo tomou do pai o poder absoluto sobre o
mundo...” (adaptado da obra Contos e Lendas da Mitologia Grega;
Pouzadox, Claude; Cia da Letras – São Paulo 2001).
Além dos deuses, existiam os heróis ou semi-deuses, autores de grandes feitos, cuja
mitologia povoava o imaginário popular. Héracles, dos doze trabalhos impossíveis,
Teseu, que matou o Minotauro, Perseu, venceu a Medusa, Édipo, que decifrou os
enigmas da esfinge e Jasão, realizador de grandes aventuras com os argonáutas.
Os Titãs, os Ciclopes e os Monstros sem-braços eram outras criaturas muito freqüentes
na mitologia dos gregos.
8-Organização política grega – A princípio, as póleis assimilam a forma
monárquica de governo dos povos submetidos. Em diferentes momentos, os nobres
destronam os reis e estabelecem governos oligárquicos ou ditatoriais. pobres, artesãos,
comerciantes e camponeses lutam entre si para fazer predominar seus interesses. A
presença de numerosa população escrava estrangeira traz a ameaça constante de
rebeliões. O processo de luta entre essas classes desemboca na democracia. São
concedidos direitos civis aos estratos livres da população, independentemente da classe
social a que pertençam. Os escravos, não sendo parte do povo, são mantidos alijados
desses direitos. As diversas póleis gregas, com diferentes formas de governo, travam
guerras entre si pelo predomínio de seu sistema político.
8-Democracia grega – Forma de governo adotada por várias póleis, baseada nos
princípios da soberania popular e na distribuição eqüitativa do poder político. Os diversos
estratos da população têm os mesmos direitos civis e políticos e participam do controle
das autoridades. A forma democrática de governo criada pelos gregos é única durante a
Antigüidade e só é retomada na Idade Moderna.
3. “Com a nova divisão da sociedade, qualquer cidadão poderia participar das decisões do
poder. Apenas os escravos e os metecos (estrangeiros) não participavam das decisões
políticas , pois não tinham direito de cidadania."
Ao texto pode-se associar:
7-A cultura clássica não surgiu num vazio histórico. Ela tem suas vinculações com as invenções,
pensamentos e ações dos outros povos da Antigüidade. A filosofia grega é um exemplo do que
afirmamos anteriormente.
Neste sentido, seria correto afirmar que:
8. Na construção da sociedade ocidental, há um destaque, dado por muitos historiadores, aos feitos
da civilização grega, nos setores mais diversos da sua vida. Muitos feitos culturais dos gregos:
a) Permanecem atuantes na contemporaneidade, contribuindo para o pensamento
ocidental, inclusive na formulação de seus valores éticos e políticos.
b) Distanciam-se totalmente dos princípios dos nossos tempos, não sendo retomados pelos
pensadores do mundo atual.
c) Estão restritos aos tempos da Antiguidade clássica, onde predominavam os interesses da
aristocracia comercial de Atenas.
d) São diferentes dos feitos dos romanos e dos de outros povos da Antiguidade, pela
universalização das suas práticas democráticas e estéticas.
e) Ficaram restritas as conquistas estéticas da Arquitetura e da escultura, onde se
salientava a harmonia das formas como princípio estético.
9. A arte grega construiu espaço significativo na história do mundo ocidental. Sobre esta arte, pode-
se afirmar que
a) Privilegiou a pintura e a música, inspirando os artistas do tempo medieval e do
renascimento.
b) Teve, na arquitetura, obras de destaque, em que um dos princípios básicos era a
harmonia das formas.
c) Se destacou com originalidade, na música da antiguidade, influenciando depois os
grandes artistas modernistas.
d) Se preocupou em seguir os ensinamentos realistas de Platão – o filósofo maior da cultura
grega que se dedicou ao estudo da estética.
e) Não teve penetração na vida cotidiana das grandes cidades gregas, sendo apenas
admirada pelas escolas estilizadas.