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Teorias acerca da formação da consciência moral

Etapas do desenvolvimento moral segundo Piaget


1ª etapa
Moral de obrigação - heteronomia
(entre ao 2 e os 6 anos; corresponde ao período de
“representação pré - operatório”)
A criança vive numa atitude de respeito unilateral
absoluto para com os maiores: as suas ordens são obrigatórias e
a obrigatoriedade é absoluta. A criança não possui todavia
capacidade intelectual suficiente para compreender as razões
abstractas de uma norma geral.
Moral de obediência. As normas são intocáveis (Piaget
fala de “realismo” das normas, pois estas são vistas quase como
coisas sagradas intocáveis).
Normas totalmente exteriores à criança. Heteronomia
total.
2ª etapa
Moral de solidariedade entre iguais
(entre os 7 e os 11 anos; corresponde ao período das
“operações concretas”)
O respeito unilateral para com os adultos é substituído
pelo respeito mútuo que supõe a reciprocidade e a
noção de igualdade entre todos. As regras dos jogos são
convenções, produto de acordo mútuo. Desaparece,
deste modo, o “realismo” da etapa anterior.
Surge o sentimento de “honestidade” e da “justiça”: As
normas respeitam-se por solidariedade para com o
grupo e para poder manter a ordem no grupo. As
normas aplicam-se com rigidez e a justiça é entendida de
modo formalista e igualitária.
3ª etapa
Moral de equidade - autonomia
(a partir dos 12 anos; corresponde ao período das
“operações formais”)
Aparece o altruísmo, o interesse pelo outro e a
compaixão. Os “companheiros” já não são “todos iguais”
e as normas já não se aplicam rigidamente, uma vez que
se é capaz de considerar a situação de cada um. A justiça
já não é formalista e igualitária.
A moral converte-se em autónoma e o adolescente é
capaz de conceber princípios morais gerais, criar o seu
próprio código de conduta.
O respeito pelas normas colectivas faz-se de um modo
pessoal.
Níveis de desenvolvimento moral segundo Kohlberg
1º Nível - Pré - convencional (pré - moral)
As normas sociais sobre o que é bom ou mau são
respeitadas considerando unicamente as consequências -
prémio ou castigo - ou o poder físico dos que as
estabelecem
Estádio 1: Orientação para o castigo e a obediência
Obediência às normas para evitar o castigo. Não se
considera o valor humano da norma. (“Se eu faço assim,
castigam-me.”)
Estádio 2 : Orientação programática
Prevalecem considerações de conveniência própria,
satisfação de necessidades etc. (“Convém-me”)
2º Nível - Convencional
Vive-se identificado com um grupo e procura-se cumprir bem o
próprio papel; responder às expectativas dos outros e manter a
ordem estabelecida, quer dizer, ordem “convencional”.
Estádio 3: Orientação para a concordância
(“O bom rapaz” e a “boa rapariga”)
Considera-se bem o que agrada ou ajuda aos outros e é
aprovado por eles. Há conformidade com modelos colectivos. A
conduta julga-se segundo a intenção. (“É o que esperam de
mim; não quero defraudá-los.”)
Estádio 4: Orientação para a lei e para a ordem
A conduta correcta consiste em que cada um cumprir o seu
dever, respeite a autoridade e mantenha a ordem estabelecida.
(“Para mim é suficiente saber que cumpri o meu dever.”
“Se não actuarmos assim, será uma catástrofe.”)
3º Nível - Pós - convencional (autónomo ou de “princípios”)
Há um esforço para definir valores e princípios de validade
universal, quer dizer, acima das convenções sociais e das pessoas
que são autoridade nos grupos. O valor moral reside na
conformidade com esses princípios, direito e deveres que podem
ser universais.
Estádio 5: Orientação legalística do consenso social.
A conduta correcta define-se de acordo com os direitos
reconhecidos a todos, depois de um exame crítico e de uma
aceitação constitucional e democrática. Por isso, insiste-se no
ponto de vista da legalidade. Atitude flexível: admite-se um certo
relativismo das normas, liberdade de cada um relativamente ao
não legislado, a possibilidade de mudar normas.
(”Há que respeitar os direitos dos outros.”)
Estádio 6: Orientação por princípios universais éticos
Respeitando tudo o que caracteriza o estádio 5, o recto e o justo
definem-se pela decisão da consciência segundo princípios éticos
auto - escolhidos (justiça, dignidade da pessoa...).
(“Isto é o que é justo.”, “Exige-o a dignidade do Homem.”).

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