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ENSINO DE NOÇÕES DE
LÓGICA MATEMÁTICA
DOCENTE:
Fortaleza-Ceará
2008
ACCESSU EDUCAÇÃO SUPERIOR
FACULDADE ATENEU
COORDENADOR GERAL:
PROF. JOSÉ WILLIAM FORTE
COORDENADORAS PEDAGÓGICAS:
PROF.ª LUCIDALVA BACELAR/PROF.ª SOLANGE MESQUITA
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO
DISCIPLINA:
ENSINO DE NOÇÕES DE
LÓGICA MATEMÁTICA
DOCENTE:
Fortaleza-Ceará
2008
Sumário
A. Objetivo do módulo ........................................................................................... 7
B. Ementa do módulo ............................................................................................. 7
C. Carga horária...................................................................................................... 7
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................... 9
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 11
1. TIRANDO CONCLUSÕES .............................................................................. 13
1.1. Exercícios......................................................................................................... 14
2. PROPOSIÇÕES CONDICIONAIS ................................................................. 15
2.1. Exercícios......................................................................................................... 16
3. PROPOSIÇÕES EQUIVALENTES ................................................................ 19
3.1. Exercícios......................................................................................................... 20
4. DEFINIÇÕES .................................................................................................... 23
4.1. Exercícios......................................................................................................... 24
5. DEDUÇÕES VÁLIDAS E NÃO VÁLIDAS ................................................... 27
5.1. Exercícios......................................................................................................... 28
6. ARGUMENTOS COM DUAS PREMISSAS ................................................. 31
6.1. Exercícios......................................................................................................... 32
7. PROVA DIRETA .............................................................................................. 35
7.1. Exercícios......................................................................................................... 36
8. PROVA INDIRETA .......................................................................................... 39
8.1. Exercícios......................................................................................................... 40
9. UM SISTEMA DEDUTIVO ............................................................................. 43
9.1. Exercícios......................................................................................................... 43
10. A HABILIDADE DE PERCEBER REGULARIDADES .............................. 47
10.1. Exercícios ..................................................................................................... 47
11. EXPRESSANDO CONCLUSÕES GERAIS .................................................. 51
11.1. Exercícios ..................................................................................................... 52
12. RESOLVENDO PROBLEMAS ....................................................................... 55
13. BIBLIOGRAFIA ............................................................................................... 57
14. ANEXOS ............................................................................................................ 59
14.1. Sudoku.......................................................................................................... 59
14.2. Kakuro .......................................................................................................... 60
Fazer com que o professor de Matemática possa ter novas maneiras de inter-relacionar o
conteúdo matemático com os problemas do dia-a-dia e o desenvolvimento do raciocínio
lógico, mostrando sua importância na compreensão do discurso oral e escrito. Para isto,
buscamos, na literatura, alguns textos e procuramos explorar os aspectos matemáticos
que neles estão presentes.
B. Ementa do módulo
C. Carga horária
12 horas-aula
2.1. Exercícios
1. Como é chamada uma proposição que pode ser representada abreviadamente por
“Se a, então b”?
2. Na proposição “Se a, então b”, o que representam as letras “a” e “b”?
3. Em que consiste um diagrama de Euler-Venn?
4. Os exercícios seguintes se referem a esta proposição:
Se você mora em Fortaleza, então você mora no Ceará.
a) Qual é a hipótese desta proposição?
b) Qual é sua conclusão?
c) Reescreva essa proposição na forma “b se a”.
5. Os exercícios seguintes se referem a esta proposição:
Está frio lá fora se está nevando.
a) Qual é a hipótese desta proposição?
b) Qual é sua conclusão?
c) Reescreva a proposição na forma “Se a, então b”.
6. Reescreva cada uma das orações seguintes na forma “se-então”. Tenha cuidado
para não mudar o significado de nenhuma das orações. Por exemplo, se você escreve
uma proposição verdadeira na forma “se-então” e ela se toma falsa, alguma coisa está
errado.
Exemplo:
Nenhum fantasma tem sombra.
Possíveis respostas:
Se uma criatura é um fantasma, ela não tem sombra.
Se você é um fantasma, então você não tem sombra.
a) Todos os anos bissextos têm 366 dias.
b) Ursos Koala comem apenas folhas de eucalipto.
c) Quando o gato está na gaiola, não é para cantar.
d) Sorvete de pistache tem uma cor peculiar.
e) Smokey, o Urso não teria que fazer comercial para viver, se dinheiro crescesse em
árvores.
f) Use a escada em vez do elevador em caso de incêndio.
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g) Nenhum número de telefone genuíno começa com 555.
7. Escreva a proposição condicional representado por este diagrama de Euler.
Tente novamente
No início vo-
cê não obteve
sucesso
Eu gostaria de Não
Se Deus
poder voar concordo! Ele também não lhe deu um pára-
quisesse
como os brisas!
que voce
pássaros! Por que
voasse, Ele
não?
teria lhe
dado asas.
8. Pedro, o cara na roda nesta tirinha, fez uma observação na forma de uma propo-
sição condicional sobre Deus querer que João voasse. Que proposição é essa?
9. Uma proposição condicional semelhante sobre Pedro andar na roda é feita na
observação de João sobre o pára-brisa. Que proposição é esta?
10. Que idéia segue logicamente desta proposição e do fato de Deus não ter dado a
Pedro um pára-brisa.
Eu durmo Eu respiro
SEMPRE
PATO PATO
Embora uma palavra possa possuir mais de um significado, nós podemos, de-
pendendo do contexto em que ela é empregada, determinar o seu significado preciso.
Mesmo palavras que possuem uma única definição nos dicionários, podem possuir sig-
nificados diferentes, para diferentes pessoas. Estes diferentes significados dependem das
experiências passadas de cada pessoa e, se os significados diferem muito, podem gerar
confusão ou, até mesmo, desentendimentos.
Variações no significado de palavras causam muita confusão no dia a dia das
pessoas, mas essas confusões são muito mais sérias se nós necessitamos de um signifi-
cado preciso. Por esta razão, as definições desempenham um papel muito importante na
Matemática.
Quando nós definimos uma palavra na Matemática, a palavra e sua defini-
ção possuem exatamente o mesmo significado.
Por exemplo, se nós definirmos a palavra “pato” como “uma ave aquática que
possui bico plano e pés achatados”, nós podemos dizer que “Se um animal é um pa-
to, então ele é uma ave aquática que possui bico plano e pés achatados” como tam-
bém podemos dizer que “se um animal é uma ave aquática que possui bico plano e
pés achatados, então ele é um pato”.
Note que cada uma dessas proposições é a recíproca da outra.
Nós vimos que, em geral, a recíproca de uma proposição verdadeira não neces-
sariamente é verdadeira.
No caso das definições, tanto é verdadeira a proposição quanto sua recíproca. Is-
to porque o nome a ser definido (a) e sua definição (b) possuem o mesmo significado, a
e b podem ser permutados entre si. Conseqüentemente, toda definição pode ser repre-
sentada por “ a → b ” ou “ b → a ”.
Os dois diagramas de Euler mostrados aqui ilustram essas representações.
b a
a b
aÆb bÆ a
Daltônicos Daltõnicos
Sr. Silva
Culpado Culpado
Sr. Silva
Canteiros Flores
macios adormecidas
Flores adormecidas
Canteiro
macio
Canteiro
macio
De maneira mais geral, se nós temos duas proposições condicionais nas quais a
conclusão da primeira é a hipótese da segunda ( a → b , b → c ), então delas nós pode-
mos derivar uma terceira proposição, a → c . Tais argumentos são chamados silogis-
mos.
Um silogismo é um argumento da forma:
a → b (primeira premissa)
b → c (segunda premissa)
Então, a → c (conclusão)
Se ambas as premissas de um silogismo são verdadeiras, então a conclusão tam-
bém deve ser verdadeira. Se pelo menos uma das premissas for falsa, então a conclusão,
pode ser falsa. Isto não significa, porém, que o raciocínio é incorreto. Em outras pala-
vras; a verdade ou falsidade das proposições usadas não têm nada a ver com a validade
ou não de um argumento. Por exemplo, considere este silogismo:
Se você mora em Fortaleza, então você mora no Ceará.
Se você mora no Ceará, então você mora no Brasil.
Então, se você mora em Fortaleza, você mora no Brasil.
Não é necessário olhar em um mapa para saber que este é um argumento válido.
A conclusão é uma conseqüência lógica das premissas.
6.1. Exercícios
1. Um silogismo consiste em três proposições condicionais.
a) Como são chamadas as duas primeiras proposições?
b) Como é chamada a terceira proposição?
c) A que parte da segunda proposição deve a conclusão da primeira ser idêntica?
d) Se as duas primeiras proposições de um silogismo são verdadeiras, o que deve ocor-
rer com a terceira proposição?
e) O que poderia acarretar a terceira proposição de um silogismo para ser falso?
2. Diga quando cada um dos pares seguintes de proposições podem ser usados para
formar um silogismo.
a) a → b e a → c b) a → b e b → c c) a → b e c → b d) a → b e c → a
3. Diga se cada um dos seguintes argumentos é ou não um silogismo.
a) Se um pato voa de cabeça para baixo, ele fica tonto.
Se um pato fica tonto, grasna.
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Então, se um pato voa de cabeça para baixo, ele grasna.
b) Se uma moeda de um centavo tem a cabeça de um índio, ela foi feita antes de
1910.
Se uma moeda de um te centavo tem uma cabeça de índio, ela vale mais de um
centavo.
Então, se uma moeda de um centavo foi feita antes de 1910, ela vale mais de um
centavo.
c) Se você for para Jericoacoara, você verá bonitos pores do sol.
Se você está no Ceará, você verá bonitos pores do sol.
Portanto, se você está em Jericoacoara, você está no Ceará.
4. Reescreva as proposições em cada um dos seguintes argumentos na forma “se-
então”. Então, use símbolos para representar a forma do argumento e diga se ele é váli-
do ou não.
Exemplo:
Todos os filmes dirigidos por Alfred Hitchcock têm enredos de suspense.
O filme “O Norte através do Noroeste” tem um enredo de suspense.
Então, o filme “O Norte através do Noroeste” foi dirigido por Alfred Hitchcock.
Resposta:
Se um filme foi dirigido por Alfred Hitchcock, então ele tem enredo de suspense.
Se o filme é “O Norte através do Noroeste”, ele tem um enredo de suspense.
Então, se o filme é “O Norte através do Noroeste”, ele foi dirigido por Alfred Hitch-
cock.
A forma deste argumento é:
a →b
c →b
Então, c → a
O argumento é não-válido.
a) Todos os burros possuem orelhas grandes.
Todas as criaturas de orelhas grandes são intrometidas.
Portanto, todos os burros são intrometidos.
b) Pessoas “descuidistas” são desonestas.
Nenhuma pessoa desonesta merece confiança.
Portanto, as pessoas “descuidistas” não merecem confiança.
c) Um relógio vendido com desconto de 25% não marca a hora certa.
Um relógio não marca a hora certa, se ele atrasa 15 minutos a cada hora.
Portanto, um relógio com 25% de desconto atrasa 15 minutos a cada hora.
5. Se a conclusão de um argumento é verdadeira, então o argumento é válido?
6. Se a conclusão de um argumento é falsa, então o argumento não é válido?
7. É possível que as três proposições de um argumento válido sejam falsas?
8. É possível que as três proposições de um argumento não-válido sejam verdadei-
ras?
9. A uma primeira vista, pode parecer que nenhuma conclusão pode ser tirada do
seguinte par de proposições:
Se o seu nome está no “Quem é quem”, então você sabe o que é o que.
Se você não sabe onde é onde, então você não sabe o que é o que.
O X
O
Teorema:
O jogador “X” jogou primeiro.
Copie e complete a seguinte prova indireta deste teorema:
Suponha que ??????????
Se ?????????? o jogador “O” jogou primeiro.
Se o jogador “O” jogou primeiro, então ele deve jogar agora.
Se ?????????? então”X” perderá a partida.
Se “X” perder a partida, então “X” não sabe jogar.
Isto contradiz o fato que ?????????
Portanto, o que nós supusemos é falso e o jogador “X” jogou primeiro.
4. Um aluno fraco em geometria, chamado Riemann, está fazendo um teste de 5
questões do tipo verdadeiro (V) ou falso (F). Baseado nos seguintes fatos complete a
prova de que a última questão é F.
Fato 1: Se a primeira questão é V, a próxima é F.
Fato 2: A última resposta é igual à primeira.
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Fato 3: A segunda resposta é V.
Teorema:
A última resposta do teste é F.
Prova:
Suponha que ??????????
Se ?????????? então ela é V.
Se a última resposta do teste é V, então a primeira resposta ??????????
Se a primeira resposta ??????????, então a segunda ??????????
Isto contradiz o fato que ??????????
Portanto, o que supusemos é falso e ??????????
5. Embora os tipos sangüíneos não possam ser usados para provar que um determi-
nado homem é o pai de uma criança, eles podem ser usados para mostrar que ele não é o
pai. A tabela a seguir mostra a relação entre os possíveis tipos de sangue dos filhos para
um certo tipo de sangue dos pais.
Pais Filhos
OeO O
OeA O ou A
OeB O ou B
O e AB A ou B
Suponha que uma mulher é do tipo O e seu filho também é do tipo O. Complete
a seguinte prova indireta de que um homem tendo sangue do tipo AB não pode ser o pai
da criança.
Teorema:
Um homem tendo sangue do tipo AB não pode ser o pai da criança.
Prova:
Suponha que ??????????
Se ??????????
Então, a criança ou tem sangue do tipo ??????????
Isto contradiz o fato que ??????????
Logo, o que supusemos é falso e ??????????
6. O namorado de Lorena lhe deu um anel de diamantes de presente, mas ela não
tem certeza que ele seja genuíno. Considere o seguinte argumento:
Se uma pedra é um diamante, seu índice de refração é maior do que 2.
A pedra no anel de Lorena tem uma refração de 2,4.
Portanto, a pedra no anel de Lorena é um diamante.
a) Assumindo que as duas primeiras proposições no argumento são verdadeiras, segue
daí que a terceira proposição é verdadeira? Justifique sua resposta.
b) As seguintes afirmações verdadeiras podem ser usadas para provar que a pedra no
anel de Lorena é um diamante. Copie-as, rearranjando-as na ordem lógica.
A1: Se o grau de dureza de uma pedra é menor do que 10, ela pode ser arranhada por
corindon.
A2: Portanto, o que supusemos é falso e a pedra no anel de Lorena é um diamante.
A3: Se a pedra não é um diamante, seu grau de c é menor do que 10.
A4: Suponha que a pedra no anel de Lorena não é um diamante.
A5: Isto contradiz o fato que a pedra no anel de Lorena não pode ser arranhada por
coríndon.
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c) De que espécie é a prova que você deu.
7. Enquanto dirigia seu Fusca 1964 para o supermercado, a senhora Marta pensou
ter esquecido suas chaves no apartamento. Use uma ou mais das seguintes afirmações
para tirar uma conclusão sobre isto. Explique seu raciocínio.
A1: A senhora Marta nunca deixa seu apartamento aberto.
A2: Ela guarda todas as chaves em um grande chaveiro,
A3: Ela freqüentemente fica presa em um engarrafamento.
8. Num torneio de futebol americano, os Ursos estão jogando contra os Búfalos, e o
placar no intervalo do primeiro para o segundo tempo é de 7 a 6 para os Ursos. No se-
gundo tempo, todos os “gols” marcados ou valeram 6 pontos ou 7 pontos. O placar final
foi de 18 a 13. Que time ganhou a partida? Justifique sua resposta.
9. Zangado, Atchim e Soneca estão discutindo sobre o número de amigos que o
Mestre possui. Zangado afirma que Mestre tem pelo menos 50 amigos. Atchim diz que
Mestre não tem tantos amigos assim, enquanto Soneca afirma que Mestre tem, pelo me-
nos 1 amigo. Se apenas um deles está correto, quantos amigos, precisamente, o Mestre
possui?
95 = 59.049
9 = 729
3
Número 3 9 26 113 N
Consecutivo
Número 3 6 11 13 T
Seu quadrado
7. Escreva em linguagem matemática simbólica as sentenças abaixo:
a) Zero somado a qualquer número dá o próprio número;
b) Subtraindo qualquer número de si mesmo, o resultado é zero;
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c) Qualquer número dividido por 1 dá ele mesmo;
d) O dobro do dobro de qualquer número é seu quádruplo.
8. Traçamos diâmetro de círculos:
a) Em quantas partes fica dividido o círculo quando traçamos 1 diâmetro?
b) E com 3 diâmetros?
c) Escreva uma conclusão geral que relacione o número de diâmetros com o número de
partes.
d) Escreva essa conclusão geral na linguagem matemática simbólica.
9. Nas sentenças seguintes, a, b e c representam números quaisquer. Diga se cada
sentença é verdadeira ou falsa. Dê exemplos para “justificar” sua resposta.
a) a + b = b + a c) a ⋅ (b + c ) = (a + b ) ⋅ (a + c ) e) a − b = b − a
b) a ⋅ b = b ⋅ a d) a ⋅ a 2 = a 3 f) a × a ÷ a = a
Dá igual a…
( 2 x + 12 )=x
6 2
Multiplicando os dois membros da igualdade por 6, obtemos a equação:
2 x + 12 = 3x .
Adicionando-se (–2x) a ambos os membros da igualdade, obtemos a equação:
2x + 12 + (–2x) = 3x + (–2x) ou, equivalentemente, 12 = x. Assim, o número
procurado é 12. Quando resolvemos um problema, é importante verificarmos se o nú-
mero encontrado é mesmo solução do problema. Façamos isso, agora.
14.1. Sudoku
Sudoku é um jogo de raciocínio e lógica. Apesar de ser bastante simples, é di-
vertido e viciante. Basta completar cada linha, coluna e quadrado 3x3 com números de 1
a 9. Não há nenhum tipo de matemática envolvida.