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CÁLCULOS PULPARES

Belo Horizonte
2008
CÁLCULOS PULPARES

Cálculos pulpares ou dentículos: são massas calcificadas nodulares, que aparecem nas
porções coronárias ou radiculares da polpa, ou em ambas. Muitas vezes se desenvolvem em
dentes que parecem normais em outros aspectos. Também podem ser encontrados em
dentes inclusos.
Calcificações no interior da polpa não são incomuns, embora sua freqüência seja
difícil de determinar. Encontra-se um número elevado de calcificações pulpares em dentes
de indivíduos idosos e naqueles que foram expostos à cárie ou trauma. Nos casos de
calcificação distrófica (calcificação relacionada com áreas que sofreram agressões e que
apresentam estágios avançados de lesões celulares irreversíveis ou já necrosadas ), alguns
fatores podem ser responsáveis pela formação inicial dos núcleos de calcificação. Os mais
bem estudados são:
1. Fosfatase alcalina: Comumente observada nos processos normais de calcificação.
Nos tecidos lesados é aumentada a sua liberação, o que facilita a formação de
fosfato de cálcio.
2. Alcalinidade: nos tecidos necrosados, a alcalinidade está aumentada, provocando
uma diminuição da solubilidade do carbonato de cálcio. Este, agora menos
solúvel, precipita-se mais facilmente.
3. Presença de proteínas extracelulares: acredita-se que algumas proteínas, como o
colágeno, possuem afinidade pelos íons cálcio, principalmente nos processos
normais de calcificação. Em tecidos necrosados, essas proteínas podem estar
"descobertas", mais livres para associação com o cálcio, estimulando a deposição
destes sobre essa matriz protéica.
Sendo comum em áreas necrosadas, portanto sem função, a calcificação distrófica não
traz maiores conseqüências para o local. É, antes de tudo, um sinal da existência de uma
lesão prévia.
CLASSIFICAÇÃO:
Há três tipos de calcificações pulpares: dentículos verdadeiros, falsos dentículos e
calcificações lineares difusas.
Os dentículos verdadeiros correspondem à formação de dentina na polpa, eles são
formados como resultado de uma interação epitélio-mesênquima durante o
desenvolvimento da polpa, filamentos epiteliais originados da bainha epitelial radicular de
Hertwig ou extensões cervicais para o interior da câmara pulpar adjacente as furcas,
induzem a diferenciação odontoblástica da papila mesenquimal adjacente, formando o
centro do dentículo, os odontoblastos depositam dentina tubular conforme se afastam do
epitélio central e produzem estruturas com a forma de dedos ao redor do epitélio, isto
ocorre devido ao deslocamento de grupos de odontoblastos durante a dentinogênese.
Considera-se que os falsos dentículos são deposições de cálcio em círculos
concêntricos que se formam geralmente iniciada por uma minúscula região de ph ácido,
eles se desenvolvem ao redor de um ninho central de tecido pulpar (fibras colágenas,
substância fundamental ou células necróticas). A calcificação inicia-se em torno da porção
central e se estende para fora, em um padrão concêntrico ou radial de material calcificado
regular. A maioria dos cálculos pulpares desenvolvem-se após a formação completa do
dente e usualmente ficam livres ou aderidos à estrutura dentinária. Em raras exceções, os
cálculos podem estar embutidos. Estes cálculos pulpares podem eventualmente ocupar
porções consideráveis da câmara pulpar.

As calcificações lineares difusas não apresentam a organização lamelar dos cálculos


pulpares. Mostram-se como áreas de calcificação irregular, fibrilar e fina, que
freqüentemente são paralelas a vasos. São amorfos, não possuindo estrutura específica e
geralmente ocorrem como conseqüência final de uma degeneração hialina do tecido pulpar.
Tais calcificações podem estar presentes na câmara pulpar ou nos canais radiculares, e sua
freqüência aumenta com a idade. Essa calcificação pressupõe uma invasão bacteriana e é o
estágio inicial de uma necrose pulpar.
Os dentículos e cálculos pulpares podem atingir um tamanho considerável, sendo
detectados em radiografias intra-orais como uma área radiopaca no interior da câmara
pulpar ou dos canais radiculares. As calcificações lineares difusas normalmente não são
detectadas ao exame radiográfico.
Quanto à localização: os cálculos pulpares são classificados de acordo com a sua
localização em relação à parede dentinária circundante em:
o Cálculos livres: são aqueles totalmente cercados por tecido conjuntivo pulpar.
o Cálculos aderentes ou inseridos: parcialmente fusionados com a dentina.
o Cálculos inclusos ou incluídos: totalmente cercados por dentina. Todos se
originam livres na polpa e vão se tornando aderentes ou inclusos, conforme
avança a formação de dentina.
Clinicamente, a presença destas calcificações no tecido pulpar podem levar a
complicações irreversíveis, ou ate mesmo à extração total do tecido.
Abaixo duas figuras exibindo a presença de cálculos pulpares indicados pelas setas
pretas e brancas, respectivamente:
Calcificação distrófica (setas) na polpa dentária.dentina (D) (HE, 200X).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

PENNA Luiz Alberto Plácido ; RODE Sigmar de Mello. Oclusão dentária traumática. In:
PESQUISA ODONTOLÓGICA BRASILEIRA 14, 2000.Disponível em DOAJ - Directory
of Open Access Journals, 2008, Lund University Libraries, Head Office.<
http://www.doaj.org/doaj?func=abstract&id=44438&toc=y>

NONAKA Cassiano Francisco Weege, V.GOULART FILHO João Augusto, COSTA


Antônio de Lisboa Lopes, GALVÃO Hébel Cavalcanti, CARVALHO Rejane Andrade.
Histologia da polpa dentária - uma revisão dos achados atuais. PULP HISTOLOGY – A
REVIEW OF THE PRESENT ASPECTS.

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