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A Guitarra

Percurso de um instrumento singular

A Guitarra – percurso de um instrumento singular


A Guitarra – percurso de um instrumento singular
Página de Rosto

Aluno: João Diogo Rosas Leitão

Nº: 25151

Docente: Massimo Mazzeo

Cadeira: Práticas Interpretativas, semestre I

Ano lectivo: 2010/2011

Universidade de Évora,
24/01/2011

A Guitarra – percurso de um instrumento singular


Indice

Introdução Pág. 5
1 - Origens Pág. 6
2 – Guitarra Renascentista Pág. 7
3 – Guitarra Barroca/Espanhola Pág. 9
4 – Guitarra Clássica Pág. 14
5 – Guitarra Moderna Pág. 18
6 – Conclusão Pág. 21
7 – Bibliografia Pág. 22

A Guitarra – percurso de um instrumento singular


Introdução
A guitarra, e os seus antecessores, tem estado presente na actividade musical e cultural do
ser humano desde que há registos dessa actividade.
Nem sempre clara, muitas vezes confusa, a história deste instrumento confunde-se com a do
alaúde e da vihuela. Devo, no entanto, salientar que a guitarra sempre existiu enquanto instrumento
independente e com as suas próprias caracteristicas, apesar de muitas vezes ter sido negligenciada
ou de ter vivido à sombra do alaúde e da vihuela.
Espero que este trabalho possa esclarecer alguns pontos mais confusos na evolução da
guitarra e ajudar a colocar a guitarra no seu merecido lugar na história da música.

A Guitarra – percurso de um instrumento singular


Origens
O passado e a origem da guitarra é uma história que se encontra mergulhada em
especulações, dúvidas e aberta a diversas opiniões. É uma história que se confunde também com a
história do alaúde e da vihuela e, por isso, é necessário falar e perceber ambos os instrumentos para
perceber a guitarra.

Pertencente à categoria dos cordofones, várias são as hipóteses para identificar os


instrumentos antecessores da guitarra: há quem sugira a ancestral “ kithara” da Grécia Antiga
devido à relação etimológica da palavra. Terá sido usada e desenvolvida pelos Romanos, até se
transformar na guitarra curva e com “cintura”
levada depois para Espanha, como guitarra
latina. Iconografia no reino da Mesopotâmia
regista a existência de antecessores do alaúde
(cerca de 2000 a.C.). No entanto, a origem
mais provável são os alaúdes do antigo Egipto, encontrados em escavações e com uma caixa de
ressonância cintada, braço longo e estreito e com a existência de alguns trastos. Além do alaúde, os
árabes trouxeram para a Península Ibérica a guitarra mourisca – semelhante ao alaúde, mas com um
braço mais comprido.
A dúvida permanece quanto ao desenvolvimento da guitarra: foi um instrumento
desenvolvido pelos europeus, ou foi, tal como o alaúde, trazida pelos árabes?

A Guitarra – percurso de um instrumento singular


Guitarra Renascentista
Só a partir do Renascimento europeu
é que se pode começar a falar, sem grandes
dúvidas, em história da guitarra. Com o
crescente interesse pela música instrumental
os próprios instrumentos foram evoluindo,
sofrendo alterações e inovações observando-
se uma “selecção natural”, ou seja, da
enorme quantidade de instrumentos que
existiam e foram sendo criados, só alguns
conseguiram realmente sobreviver e vencer.
Dos inúmeros instrumentos de cordas
dedilhadas foram três os que dominaram,
partilhando essa supremacia em diferentes
períodos: alaúde, vihuela e guitarra.

O termo “guittern” surge com frequência na Idade Média para designar um instrumento feito
de apenas uma peça de madeira e com fundo redondo. Era um instrumento pequeno e tocado com
uma palheta. Quando os instrumentos começaram a ser construidos através da junção e colagem de
diferente partes o antecessor da guitarra surgiu, no final do séc. XV.
A guitarra renascentista, quando comparada com a actual, era bastante mais pequena e mais
estreita, as ilhargas possuiam uma curvatura muito menos acentuada e a roseta no orificio do tampo
era extremamente trabalhada. Tinha trastos de tripa que eram móveis. Possuía quatro ordens de
cordas (cordas duplas) de tripa (tal como os alaúdes e, mais tarde, a vihuela) que eram afinadas em
quartas e terceiras, sendo a primeira ordem simples (apenas uma corda).
A questão da afinação é complicada, uma vez que, ao contrário do que acontece hoje em dia
e que foi definido no final do séc. XVIII, não havia uma afinação padronizada e universal. A única
certeza é que foi influenciada pela afinação do alaúde. Segundo Juan Bermudo, no seu “El libro
llamado Declaración de instrumentos musicales” (Osuna, 1555), havia dois tipos de afinação
conforme o tipo de reportório que se queria tocar:
– g′/g–c′/c′–e′/e′–a′ (temple nuevos)
– f′/f–c′c′–e′/e′–a′ (temple viejos)
A afinação temple viejos era utilizada para tocar antigos romances e música arpejada. A
afinação temple nuevos era a mais adequada à música moderna.
Ambas as afinações têm uma caracteristica em comum: o último par de cordas é afinado não
em uníssono, como as outras ordens, mas em oitava dando origem ao “bordão” - a corda mais
grave.

Técnica

A técnica da mão direita também foi influenciada pela técnica de alaúde, usada para tocar
música polifónica. Deixou de se usar a palheta e passou e usar-se os dedos pulgar, indicador e
médio, com o mindinho apoiado no tampo ou no cavalete para estabilizar a mão. Também surgiu a
técnica do rasgueado, que consiste em passar repetidamente os diferentes dedos pelas cordas.

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Notação

A música para guitarra renascentista era escrita segundo o mesmo sistema notacional
utilizado para o alaúde e vihuela: a tablatura.
A tablatura é uma forma de escrever a música indicando fisicamente cada nota, ou seja,
dizendo em que posição o intérprete deve pisar a corda. Haviam dois sistemas de tablatura em
vigor, que partilhavam a mesma base. Eram utilizadas quatro linhas, cada uma delas representando
uma ordem. Em Espanha e Itália a linha mais baixa representa a ordem mais aguda (estabelecendo
uma relação fisica/visual entre o instrumento na posição para ser tocado e a música). O contrário
acontecia na França (relação entre a linha mais alta e a ordem mais aguda). O sistema espanhol
utilizava números para indicar o trasto a ser pisado (0 – corda solta, 1- primeiro trasto, etc.). O
sistema francês usava letras (a - corda solta, b- primeiro trasto, etc.). O ritmo era escrito por cima de
cada pauta.

Repertório e Intépretes

Ao contrário do que é a ideia generalizada, não foi sempre em Espanha que a guitarra teve o
seu epicentro de acontecimentos. No período em questão foi principalmente em França que a
guitarra foi melhor acolhida e valorizada. Era o instrumento favorito do rei Henrique II e os grandes
compositores franceses da época escreveram para guitarra.
As publicações mais marcantes são as de Granjon e Fezandat com música de Guillaume
Morlaye e Simon Gorlier e Le Roy and Ballard com música de Adrian Le Roy e Grégoire
Brayssing. Estas publicações são dos primeiros anos de 1550. Nestes livros encontram-se conjuntos
de danças, intabulações de chansons e fantasias. O segundo e quinto livros de Le Roy são
inteiramente dedicados a repertório para voz e guitarra.

É, no entanto, em Espanha que se encontra o primeiro registo de música escrita para guitarra
na publicação de Alonso Mudarra “Tres libros de musica en cifras para vihuela” (Seville, 1546).
Alonso Mudarra, virtuoso da vihuela e grande compositor, dedica no seu livro com música,
essencialmente, para vihuela algumas peças à guitarra: quatro fantasias (uma nos temple viejos),
uma ‘pavana’ e umas variações de O guardame las vacas.
Em Itália também já se escrevia para guitarra. Exemplo disso é o livro para alaúde de
Melchiore de Barberiis “Opera intitolata contina … Intabolatura di lauto … libro decimo” (1549)
onde se encontram quatro fantasias para guitarra e Alberto da Rippa (c. 1551) que também escreveu
algumas fantasias para guitarra de quatro ordens.
Não podemos esquecer que, durante o séc. XVI,
principalmente, entre 1535 e 1546 (período durante o qual foram
publicados os mais importantes livros de música para vihuela
pelos maiores compositores e virtuosos do instrumento: Luys de
Narvaez, Alonso Mudarra, Luis de Milan, Miguel de Fuenllana,
entre outros), em Espanha, a vihuela era o instrumento predilecto
da aristocracia e da nobreza, simbolizando a renúncia ao passado
em que os árabes ainda habitavam e dominavam territórios
espanhois (daí a decadência do alaúde – instrumento trazido pelos
árabes) e a afirmação do poderio, da independência, da
ostentação, do catolicismo e da nova riqueza não só espanhola,
mas ibérica.
Apesar disto, e do papel secundário da guitarra, uma vez
que era um instrumento mais limitado do que a vihuela ou o

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alaúde (menos ordens), encontramos música escrita não só por Alonso Mudarra, mas também por
Miguel de Fuenllana no seu livro para vihuela “Orphenica lyra” (Seville 1554).
Também em Inglaterra (An Instruction to the Gitterne de James Rowbotham (Londres,
1569) - quase de certeza uma tradução e edição do livro perdido de Adrian Le Roy ”Briefve et facile
instruction pour … la guiterne” (Paris, 1551)) e Itália se encontra música para guitarra renascentista
e diversos manuscritos foram preservados até hoje em bibliotecas.
Apesar da evolução que se seguiu, e da qual falaremos de seguida, a guitarra de quatro
ordens ou renascentista, manteve-se em uso, principalmente na música popular, com registos até ao
séc. XIX.

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Guitarra Barroca/Guitarra Espanhola

A grande inovação da guitarra de quatro ordens/


renascentista para a guitarra barroca é a adição de mais uma
ordem.
A altura em que a quinta ordem surge na guitarra e os
termos referentes a este “novo” instrumento não são, mais
uma vez, claros.
A inovação é atribuida, por alguns, a Vicente Espinel,
de Madrid, no final do séc. XVI. Registos iconográficos
mostram a existência de instrumentos parecidos com a
guitarra de cinco ordens desde o final do séc. XV,
especialmente em Itália. O termo italiano‘viola’ era aplicado
a este instrumento assim como a instrumentos com seis e sete
ordens. Os termos ‘viola’ e ‘viola da mano’ (e o equivalente
espanhol ‘vihuela’) eram usados para designar instrumentos
deste tipo, incluindo a guitarra de quatro ordens. Fuenllana
(f.IV), por exemplo, escreve sobre a ‘vihuela de Quatro
Ordenes, Que Dizen Guitarra’. É da autoria de Fuenllana
também o primeiro registo de música para um instrumento de cinco ordens (‘vihuela de cinco
ordenes’), fantasias e intabulações de música vocal que necessitavam um instrumento com a
afinação da guitarra (começando a partir da quinta ordem; quarta-quarta-terceira maior-quarta).
Juan Bermudo faz referência a uma ‘guitarra de cinco ordenes’, explicando que tal se obtia
adicionando uma nova corda uma quarta acima da primeira ordem. A guitarra de cinco ordens
construida por Belchior Dias em 1581 (exposta no Royal College of Music, Londres) com apenas
76,5 cm pode ser um exemplo da ‘guitarra de cinco ordenes’referida por Bermudo.
A afinação da guitarra barroca difere em várias coisas da afinação da guitarra de quatro
ordens: deixam de existir bordões a partir do séc. XVII; a afinação passa a ser a/a–d′/d′–g/g–b/b–e′,
ou seja a ordem mais grave é a terceira – sistema chamado “re-entrant” - e a primeira ordem passa a
ser simples, composta só por uma corda – chaterelle, tal como no alaúde. No entanto, certas fontes
espanholas sugerem a utilização de bordões na quinta e quarta ordens. Mais uma vez, a afinação não
é definitiva e é deixada à escolha do intérprete, de acordo com o reportório a interpretar, a utilização
ou não de bordões na quarta e quinta ordens: a'/a–d′/d–g/g–b/b–e′. A utilização dos bordões na
música popular era indiferente, uma vez que preocupações com inversões de acordes e outros
aspectos composicionais não existiam. Já no repertório erudito tal preocupação era constante e
permitia sonoridades únicas que ajudaram a diferenciar, cada vez mais, a guitarra do alaúde e da
vihuela, sendo as campanelas uma das marcas distintivas – efeito sonoro possibilitado pela afinação
“re-entrant” que consistia na maior duração das notas, ligando-as umas às outras e dando um efeito
de sinos.
A guitarra barroca era ligeiramente maior que a guitarra renascentista e tinha o fundo ou
plano ou redondo, mantendo praticamente todas as características da guitarra de quatro ordens.
Chegaram, felizmente, até aos nossos dias vários exemplares deste instrumento,
principalmente os mais ornamentados, de diversos contrutores tais como Matteo e Giorgio Sellas,
Giovanni Tessler, René e Alexander Voboam, Joachim Tielke e o famosíssimo Antonio Stradivari.

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Técnica

A técnica de mão direita mantém-se baseada no


rasgueado e no tirando/punteado, tal como acontecia
anteriormente.
A única fonte que encontro para comentar a forma
como se segurava a guitarra é o quadro do pintor holandês
Jan Vermeer (1632-1675) “Rapariga com Guitarra” em que
mostra uma rapariga segurando uma guitarra ornamentada
pousada na perna direita. É também uma excelente mostra
da importância social que a guitarra barroca detinha.

Notação

No final do séc. XVI surgiu uma forma notacional especifica para a guitarra de cinco ordens
– um sistema de símbolos para representar acordes de cinco notas. Supõe-se ter aparecido pela
primeira vez num manuscrito italiano de 1580. Por baixo de palavras ou de sitios onde haviam
mudanças na harmonia apareciam letras minúsculas do alfabeto, represantando acordes específicos.
Algumas fontes espanholas substituem o alfabeto por números, mas a notação italiana do alfabeto
foi a que se tornou mais comum. Este tipo de notação implicava que
o executante fosse capaz de pensar em termo de blocos verticais de
harmonia.
O primeiro registo impresso do sistema do alfabeto é
“Nuova inventione d’intavolatura per sonare li balletti sopra la
chitarra spagnuola, senza numeri e note” (Florença, 1606) de
Girolamo Montesardo. Durante o ínicio do séc. XVII surgiram
muitos livros dedicados a este sistema, escritos por diferentes
compositores: Foriano Pico (1608), G.A. Colonna (1620, 1623,
1637), Sanseverino (1620), Carlo Milanuzzi (1622, 1623, 1625),
Millioni (1624, 1627), Millioni e Lodovico Monte (1627, 1637,
1644, etc.), G.B. Abatessa (1627, 1635, 1650, 1652), G.P. Foscarini
(1629), Tomaso Marchetti (1635), Corbetta (1639), Agostino
Trombetti (1639), Antonio Carbonchi (1643), Carlo Calvi (1646),
Giovanni Bottazzari (1663), Giovanni Pietro Ricci (1677) e Antonio
di Michele (1680).
Além dos livros para guitarra solo há uma enorme
quantidade de publicaçãoes de árias italianas acompanhadas pela
guitarra escritas por alguns dos melhores compositores: Stefano
Landi (1620, 1627) e Sigismondo d’India (1621, 1623), Andrea
Falconieri, G.G. Kapsperger, Milanuzzi, G.B. Vitali, Biagio Marini,
Guglielmo Miniscalchi, Allessandro Grandi, Monteverdi
(Milanuzzi, 1624, RISM 16347), Frescobaldi (VogelB 1621²),
Domenico Mazzochi (RISM 1621¹6) e Cavalli (RISM 16347).
Os guitarristas deste período eram também executantes de
baixo contínuo, ainda que a guitarra não tivesse um registo grave, a
linha seria feita por, por exemplo, um violoncelo, e o guitarrista executaria o resto do contínuo.

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Repertório e Intépretes

O idiomatismo do rasguear acordes da guitarra, que levou à grande produção referida em


cima, não foi a única vertente composicional da guitarra barroca.
Mais uma vez, não foi em Espanha que a guitarra viu a maior produção artistica. Desta feita
foi em Itália com nomes como Foscarini, Francesco Corbetta (1639, 1643, 1648) Angelo Michele
Bartolotti (1640, 1655), Giovanni Battista Granata (1646, 1650, 1651, 1659, 1674, 1680, 1684),
Valdambrini (1646, 1647), Domenico Pellegrini (1650), Francesco Asioli (1674, 1676), Matteis
(1680, 1682) e Roncalli (1692). Também há registos de acompanhamento feito pela guitarra para as
melodias de compositores como Giulio Caccini (ca. 1545–1618), Emilio de Cavalieri (ca. 1550–
1602), Jacopo Peri (1561–1633) e Claudio Monteverdi (1567–1643).
O grande nome deste leque é, sem dúvida, Corbetta, sendo o melhor exemplo da nova
música requintada que junte o idiomatismo da guitarra à técnica utilizada no alaúde (o pizzicato ou,
como hoje em dia se utiliza, tirando).

Francesco Corbetta (Pavia, 1615; Paris, 1681),


considerado o maior virtuoso do seu tempo e
estabelecido como um grande professor, mudando-se
para a corte francesa para ensinar, o ainda jovem, rei
Luis XIV, levou para os circulos aristocraticos
franceses a guitarra barroca popularizando-a, a partir
de cerca de 1650. Os seus dois livros “La guitarre
royalle” de 1674 foram dedicados ao rei Luis XIV e
também a Carlos II, herdeiro do trono britânico,
refugiado na corte francesa que se rendeu aos encantos
deste instrumento. Compôs cinco colecções de livros,
tendo-se perdido outras duas. O seu principal
discípulo e figura central na história da guitarra foi
Robert de Visée.
Robert de Visée (1650 – 1725) foi tutor do rei
a partir de 1719 (oficialmente, pois já lhe dava aulas
desde 1695). Actuava regularmente na corte de Versalhes e era um músico extremamente
respeitado. Em 1709 é lhe atribuido o cargo de cantor da câmara real em reconhecimento do seu
serviço à corte. Publicou dois importantes livros: “Livre de guittarre dédié au roy” (1682) e “Livres
de pièces pour la guittarre” (1686); ambos contendo suites compostas por um preludio e seguidas
de danças – allemande, courante, sarabande, gigue, passacaille e outras. Juntamente com Corbetta,
representa o auge da música barroca francesa para guitarra.
Em Espanha, Gaspar Sanz (1640-1710), guitarrista, compositor e padre, é a figura mais
importante com o seu “Instrucción de Música sobre la Guitarra Española”(8 edições entre 1674-
1697). Encontram-se inúmeras danças barrocas espanholas (folía, canario e españoleta) e italianas
nas suas publicações, utilizando um estilo equilibrado entre os acordes arpejados e rasgueados e o
punteado (tirando/pizzicato), especialmente nas suas tardias passacalles de 1697.
Outro compositor espanhol de grande importância foi Santiago de Murcia e as suas obras
Resumen (1714), Passacalles y obras(1732) e colecções de danças (Arquivo de Elisa Osorio Bolio
de Saldívar, Cidade do México, Codice Saldívar, 4).
Novamente, a guitarra mostrou-se como um instrumento extremamente versátil, podendo

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estar ao serviço da música popular, como ao serviço da melhor música erudita. Novas mudanças se
adivinhavam, no entanto. Além do progressivo abandono da tablatura e da adopção do sistema de
claves normal, novas mudanças fisicas no instrumento iniciavam-se e tudo isto, mais uma vez, não
via apenas em Espanha o grande impulso, mas sim na França e na Itália também.

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Guitarra Clássica

Não é possível apontar um responsável e uma data precisa, para


as novas inovações da guitarra, mas foi a partir da segunda metade do
séc. XVIII que as alterações se processaram. A partir de 1760, em
Espanha era já comum a guitarra com seis cordas (tinha sido
acrescentado um baixo). Por volta de 1785 em Marselha e Nápoles os
construtores já só construiam guitarras de seis cordas simples - tinham
sido retiradas as cordas duplas (uma das razões era a maior facilidade na
afinação): E-A-D-G-B-e
O instrumento de seis cordes mais antigo conhecido está no
Gemeentemuseum (Haia) com a legenda: ‘Francisco Sanguino, me fecit.
En Sevilla año de 1759’.
Foram várias as alterações que a guitarra sofreu ao longo do séc.
XIX, o que a afastou ainda mais do alaúde e da vihuela: foram utilizados
afinadores mecânicos; os trastes passaram a ser fixos (primeiro em
marfim ou ébano e mais tarde em metal, em vez da tripa); a rosácea trabalhada deu lugar a um
buraco na caixa de ressonância; a ponte foi subia e o braço tornou-se mais estreito. O fundo plano
tornou-se padronizado e as proporções do instrumento alteraram-se para permitir a colocação do
décimo segundo trasto na junção do braço com a caixa. A cabeça da guitarra passou a ser a marca
artistica e distintiva dos diferentes construtores. O sistema de barras no interior da caixa começou
também a ser utilizado. Tudo isto permitiu um aumento significativo da sonoridade. Alguns
construtores importantes foram José Pagés e Josef Benedid (Cádiz), René François Lacôte de Paris
e Louis Panormo de Londres.

Técnica

Também no domínio da técnica algumas mudanças importantes estavam-se a operar:


começava-se a questionar o apoio do dedo mindinho no tampo
da guitarra para apoio do mão, começou-se a usar a técnica do
apoyando – o dedo, depois de tocar uma corda, repousa na corda
superior- e uso de unhas na mão direita é defendido por
Dionysio Aguado (1784–1849). O pulgar da mão esquerda é,
por vezes, usado para tocar certas notas na sexta corda.
A forma de segurar o instrumento varia de intérprete
para intérprete: Aguado usava uma corda á volta do pescoço
presa à guitarra e inventou também um sistema para segurar a
guitarra chamado “tripodion”.
Fernando Sor (1778–1839) apoiava a guitarra na perna direita e
levantava-a numa mesa.

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Notação

Foi na segunda metade do séc. XVIII que a tablatura (e também o sistema de alfabeto) foi
definitivamente abandonada e se adoptou o sistema de claves, escrevendo em clave de Sol, soando
o som real uma oitava abaixo do que aquilo que é realmente escrito – sistema que perdurou até hoje.

Repertório e Intépretes

Foi no séc. XVIII e XIX que surgiram os


primeiros grandes virtuosos da guitarra, assim
como surgiram muitas das grandes obras do
repertório guitarrístico, sempre compostas por
guitarristas.
São vários os nomes a citar: em Espanha,
apesar da primeira obra ser “Obra para guitarra
de seis órdenes” (1780) de Antonio Ballesteros e
de outros métodos terem surgido em 1799: “Arte de tocar la guitarra española” de Fernando
Ferandiere e “Principios para tocar la guitarra de seis órdenes” de Federico Moretti – que
influenciou Fernando Sor e Aguado na questão da escrita para guitarra (abandono da tablatura),
foram Fernando Sor e Dionysio Aguado quem mais se destacaram e são, ainda hoje, referências
incontestáveis.
No entanto, foi de Itália que surgiram os primeiros grandes virtuosos, e foi em Paris que
todos eles se encontraram – vivia-se uma verdadeira guitaromanie.
Além de Matteo Carcassi e Ferdinando Carulli, o próprio Paganini dedicou-se à guitarra
enquanto executante e enquanto compositor contribuindo com uma Grande Sonata e com vários
duos para guitarra e violino, trios para guitarra, violino e viola, guitarra e trio de cordas e guitarra e
quarteto de cordas , só para referenciar algumas das obras mais importantes.
Ferdinando Carulli (Nápoles, 9 Feb 1770; Paris, 14 Feb 1841), mudou-se para Paris em
1803 e foi o primeiro a revelar ao público parisiense as capacidades expressivas, timbricas,
harmónicas e virtuosas da guitarra, abrindo caminho para toda uma nova geração. A sua obra mais
marcante da época foi o “Méthode complette op.27” (1810 ou 1811).
Carulli, numa época em que o piano e o violino dominavam o panorama intrumental, levou
para a guitarra recursos técnicos e musicais usados nesses instrumentos, mostrando tanto de
virtuosismo como de evolução técnica: arpejos rápidos, escalas ou frases tocadas ao longo de todo o
braço, muitas vezes em oitavas, passagens rápidas em terceiras, sextas e oitavas, uso do legato na
mão esquerda, glissandos e harmónicos são alguns exemplos.
Enquanto professor foram várias as suas contribuições: Méthode op.27, L’utile et l’agréable
op.114 (?1817), onde se encontram os famosos 24 Preludios, o Morceaux faciles op.120 (1817 ou
1818) e Un peu de tout op.276 (1825). Algumas das suas obras para guitarra solo: Sonata
sentimentale (Napoleone il Grande) (1807), La Paix, pièce historique op.85 (1814), o divertimento
La girafe à Paris op.306 (1827) e La prise d’Alger op.327 (1830).
Ferdinando Carulli foi responsável pela expansão, além do repertório a solo, também da
música de câmara da guitarra através da composição de vários concertos com orquestra, concertos
duplos com flauta e orquestra e vários duos, trios e quartetos com várias formações de cordas e de
sopros, representando mais de metade dos seus 366 opus. Escreveu o único tratado teórico

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conhecido do inicio do séc. XIX “L’harmonie appliquée à la guitare” (1825).
Pioneiro da guitarra de seis cordas foi também pioneiro na guitarra de dez cordas: em 1826
construiu e patenteou, juntamente com o construtor René Lacote uma guitarra de dez cordas, à qual
deu o nomde de “decacordo” para a qual também escreveu um “Méthode complete”, op.293
(1826).

Mauro Giuliani (1781–1829) foi, possivelmente, o que mais


se destacou, quer enquanto compositor para guitarra, quer enquanto
intérprete virtuoso e concertista. Tendo ganho fama em Viena, onde
viveu entre 1806 e 1819 e onde deu diversos recitais, voltou a Itália
onde continou a sua actividade concertista.

Enquanto compositor, Giuliani dominava completamente a


linguagem guitarristica e era um seguidor do seu contemporâneo
Gioachino Antonio Rossini, expressando essa influência através das
suas composições extremamente orquestrais, virtuosas e excitantes.
Exemplos perfeitos disso são as suas obras Grande Abertura, op. 61
e Sonata Heroíca, onde podemos ouvir e imaginar uma orquestra a
tocar uma abertura ou uma secção de uma ópera de Rossini.
Giuliani foi essencial no desenvolvimento da guitarra contribuindo com várias variações,
três concertos (op.30, 36 e 70) com especial relevo para o primeiro, diversos duos para guitarra e
flauta ou violino, uma obra para guitarra, violino e violoncelo(op.19) e três peças para guitarra e
quarteto de cordas (op.65). As suas Rossiniane, um pastiche de temas de Rossini, levou o
virtuosismo ao extremo e obrigou o intérprete a atingir niveis nunca antes vistos.
Uma curisosidade sobre Giuliani é o facto de ele ter sido também um bom violoncelista e de
ter tocado na estreia da sétima sinfonia de Beethoven (8 de Dezembro de 1813).
Paganini, Rossini e Giuliani era amigos e, segundo reza a história, uma noite juntaram-se os
três para fazer uma serenata a uma jovem dama – Giuliani na guitarra, Paganini no violino e Rossini
no canto. A jovem não apareceu na varanda para os conhecer …

Matteo Carcassi (Florença, 1792; Paris, 16 Jan 1853),


tal como Giuliani e Carulli era um professor de renome que
escrevia as suas lições, estudos e métodos completos.
Salientam-se 25 études, op.60 e Méthode complète pour la
guitare, op.59 (Paris, 1836). É particularmente importante o
facto de, provavelmente, ter sido ele o primeiro a adoptar a
técnica de levantar o braço da guitarra através do apoio do pé
num pequeno banco e repousando a guitarra na perna
esquerda, tal como ainda hoje é feito por muitos guitarristas.

A Guitarra – percurso de um instrumento singular


Fernando Sor (bap. 14 Feb 1778; Paris, 10 Julho
1839), natural de Barcelona, devido às invasões
napoleónicas, partiu de Espanha em direcção a Paris em
1813 (enquanto os Franceses dominaram Espanha,
Fernando Sor aceitou um cargo administrativo, o que o
obrigou a fugir aquando da partida dos Franceses), já
reconhecido como grande compositor. Viajou e actuou
em Londres e em Moscovo, além de ter mostrado por
toda a Europa a sua arte, sendo um reconhecido
compositor (não só para guitarra). Viveu em Paris até à
sua morte. A sua ida para Paris proporcionou-lhe o
contancto com outros virtuosos como Matteo Carcassi
(1792–1853) e Ferdinando Carulli (1770–1841). Sor,
enquanto músico e compositor inteligente e sensível, que
vivia no centro das actividades musicais, compôs na linha
de Mozart e Haydn, esquecendo a tradição popular da
guitarra. O seu “Méthode pour la Guitare” de 1830 é, ainda hoje utilizado dada a abrangência e a
inteligência com que todos os aspectos técnicos são trabalhados. O seu volume composicional para
guitarra é enorme: desde os estudos, às sonatas e fantasias destacam-se, pela fama que têm, as
variações sobre um tema de A flauta mágica, op. 9, de Mozart, o rondo da Grande Sonata, op. 22, o
Andante Largo op. 5 nº 5 e a Fantasie pour la guitarre (largo) op.7, só para citar algumas obras.

Dionysio Aguado (8 April 1784 - 29 Dec 1849), nascido em


Madrid publicou “Colección de estudios para guitarra” em 1820. Tal
como Fernando Sor, prejudicado pelas invasões francesas mudou-se
para Paris em 1825, onde ganhou de imediato grande fama enquanto
intérprete e professor. O seu “Escuela de guitarra” (Madrid, 1825) foi
traduzido para Francês por François de Fossa como “Méthode
complète pour la guitare” (Paris, 1826). Os últimos anos de vida de
Aguado foram passados em Madrid onde reeditou o seu método como
“Nuevo metodo para guitarra” (1843). Aguado escreveu vários
estudos, rondós, danças e fantasias, mas foi o seu método que lhe eu e
continua a dar um lugar de destaque enquanto compositor.
Fernando Sor e Dionysio Aguado conheceram-se em Paris e fomentaram um grande
amizade tendo tocado em duo várias vezes. Fernado Sor escreveu um duo especialmente pensado
neles os dois; op.41, Les deux amis. Apesar da amizade e do respeito que nutriam um pelo outro, as
suas opiniões, no que à técnica de mão direita diz respeito, diferiam: Aguado usava unhas
defendendo uma maior clareza e definição do som, enquanto Sor usava apenas a polpa do dedo
obtendo um timbre mais cheio e quente.
Outros nomes igualmente importantes são os de Napoléon Coste (1806-1883), Luigi
Legnani, Wencesclas Matiegka (1773-1830) e Johann Kaspar Mertz (1806-1856)

A Guitarra – percurso de um instrumento singular


Guitarra Moderna

Pela primeira vez na história da guitarra é possível


identificar, sem dúvidas e claramente, o responsável pelos
desenvolvimentos do instrumento.
Antonio de Torres (Almeria,1817-1892) luthier espanhol
foi o principal impulsionador dos futuros desenvolvimentos na
guitarra.
Tornou-se carpinteiro em 1835 e em 1845 mudou-se
para Sevilha onde começou a construir guitarras, com a ajuda e
conselhos do guitarrista Julian Arcas. A sua guitarra mais antiga
que sobreviveu até hoje data de 1854. Miguel Llobet e
Francisco Tárrega usaram as suas guitarras.
Apesar de a guitarra clássica ter ganho uma sexta corda
e ter passado a ser constituida por cordas simples, o tamanho
manteve-se praticamente o mesmo da guitarra barroca.
As duas grandes alterações feitas por Torres foram o
aumento do tamanho do corpo da guitarra, tornando a caixa
mais larga e mais cintada, com a forma de 8 que hoje em dia
possui, e a incorporação de um método de barras internas em forma de leque à caixa de ressonância,
evoluindo um sistema já iniciado pelos seus antecessores de Sevilha e Cádiz. Finalmente, definiu-se
um tamanho padrão da guitarra, com um comprimento de 65cm de corda que vibra.
Podem-se dividir as suas guitarras em duas períodos: Sevilha de 1852–1870 e Almería de
1871-1893. As suas guitarras eram de tal forma inovadoras que foram o modelo para o que se
seguiu em Espanha e no resto do mundo. Ainda que com menos
projecção sonora que as actuais guitarras, as suas guitarras detêm um
som claro e equilibrado, com timbre redondo e firme.
Torres definiu assim as dimensões e a construção da guitarra
que se tornou modelo para a maior parte do séc. XX.
Alguns dos construtores contemporâneos de Antonio Torres
eram Vicente Arias, Manuel Ramirez, Enrique García, Marcelo
Barbero.
No entanto, foi só em 1946 que as cordas de tripa foram
substituidas pelas cordas de nylon.

Técnica
A partir do surgimento da guitarra moderna várias mudanças,
que já se tinham visto nos séculos passados tornaram-se prática
comum: o apoio da guitarra na perna esquerda, a não utilização do mindinho, a utilização do anelar,
a utilização do apoyando e tirando e, mais tarde, a utilização das unhas da mão direita.

A Guitarra – percurso de um instrumento singular


Reportório e Intépretes

Com este novo instrumento surgiu uma nova fase da guitarra, agora sim, com principal foco
em Espanha.
Num período em que a guitarra era considerada apenas um instrumento de acompanhamento
e o piano dominava a produção musical, surge uma figura que ajudaria a mudar o rumo da história
da guitarra.
Francisco Tárrega (Villarreal, Castellón, 21 Nov 1852; Barcelona, 15 Dec 1909), com
apenas 10 anos, foi convidado por Julian Arcas para estudar guitarra com ele em Barcelona, após
este ter dado um concerto a que Arcas assistiu. Após muitas peripécias, em 1869 adquiriu uma
guitarra de Antonio Torres e em 1874 entrou no Conservatório de Paris onde estudou teoria,
harmonia e piano.
Nos anos 70, Tárrega já dava vários concertos e era professor de Miguel Llobet e Emilio
Pujol (seus futuros seguidores, além de Daniel Fortea e Josefina Robledo). Nos anos 80, após
recitais em Paris e Londres, era apelidado como “o Sarasate da guitarra”. Do seu grupo de amigos
faziam parte figuras do romantismo espanhol como: Isaac Albéniz, Enrique Granados, Joaquin
Turina e Pablo Casals.
Começa, por essa altura a compôr as suas primeiras obras para guitarra, tendo composto
algumas das mais famosas obras como são o Recuerdos de la Alhambra ou Capricho Árabe.
Com o conhecimento do piano que Tárrega tinha, dado o dominio do piano na cena musical
e dada a escassez de repertório para guitarra, Tárrega dá inicio àquilo que seria, a partir daí, uma
prática comum entre os guitarristas – a transcrição de obras de outros instrumentos.
De entre as várias transcrições (cerca de 120) de Tárrega contam-se obras de Beethoven,
Chopin, Mendelssohn e Isaac Albéniz que ainda hoje fazem parte do repertório guitarrístico.

A importância de Tárrega estende-se


também à evolução técnica. A técnica de mão
direita empregue por Tárrega veio influenciar toda
uma geração de guitarristas: o pulso colocado com
um ângulo maior e a utilização da parte esquerda
dos dedos para tocar as cordas. O apoyando (já
utilizado por Aguado) é empregue definitavamente
como técnica base, além do tirando. Apesar de ter
usado unhas curtas na mão direita durante quase
toda a sua vida, nos últimos anos passou a usar
apenas a polpa do dedo, sem unha, sendo seguido
pelos seus pupilos. Por esta altura, a utilização do
mindinho apoiado no tampo já tinha sido
completamente excluida.
Tárrega apresentou também,
definitivamente, uma nova forma de segurar a
guitarra: dada a maior dimensão da nova guitarra,
era mais fácil apoiá-la e segurá-la na perna
esquerda, usando um pequeno banco para levantar a
perna – esta forma de segurar o instrumento ainda hoje persiste entre a maioria dos guitarristas.

A Guitarra – percurso de um instrumento singular


Conclusão
Após Tárrega e Torres, o caminho para a guitarra no séc. XX e XXI estava, de certa forma,
traçado. Novas inovações foram sendo feitas naquele que é, e vai continuar a ser nos próximos
anos, um instrumento em grande evolução. Novos construtores surgiram, desde José Ramirez a
Greg Smallman, novos e inúmeros intérpretes, desde André Segovia a Dejan Ivanovich, elevaram o
nivel técnico e virtuosistico até limites anteriormente inimagináveis e o repertório expandiu-se
substancialmente em quantidade e qualidade com muitos contributos dos grandes compositores não
guitarristas do séc. XX.
Em pleno séc. XXI a guitarra continua a evoluir a passos largos, quer a nivel de construção,
quer a nivel de executantes e de repertório.
Muito ficou por dizer e ficam aqui as minhas desculpas à memória de tantos e tantas que
contribuiram para a evolução da guitarra.

A Guitarra – percurso de um instrumento singular


Bibliografia

– http://www.metmuseum.org/toah/hd/guit/hd_guit.htm (The Metropolitan Museum of


Art)
– http://www.bsmny.org/features/iidguitar/classical.php
– http://www.wikipedia.org
– http://www.oxfordmusiconline.com
– Site do Museu da Música de Barcelona
– Henrique, Luís L., Instrumentos Musicais, 5ª edição, Fundação Calouste Gulbenkian
– Boffi, Guido, História da Música Clássica, Edições 70
– Bonell, Carlos, Guitarra, Editorial Estampa
– Vários, A Guide To Period Instruments, Choc de Classica

A Guitarra – percurso de um instrumento singular

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