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A ética é o ramo da filosofia que busca estudar e indicar o melhor modo de viver no cotidiano
e na sociedade. Ela se diferencia da moral, pois esta é um conjunto de regras para se estabelecer um
convívio, ou seja, uma forma de controle social.
Ética é movida pelo senso moral, por isso nos chocamos quando deparamos com crianças
passando fome, famílias inteiras não tendo um lugar para morar ou até mesmo não sabendo ler e
escrever. Quando nos sensibilizamos com isso, automaticamente estamos mobilizando nossa
consciência moral. Em cada sociedade existe um modo diferente de distinguir o que é certo e o que é
errado, como por exemplo, em nossa sociedade é um absurdo que em outras seja um costume a
mulher ser apedrejada até a morte por ter traído seu esposo.
A violência é, infelizmente, um fator muito presente em muitas sociedades. Vemos
claramente a violência sendo usada contra a própria violência. Seria isso uma maneira ética de lidar
com seres humanos? Violência é caracterizada como um exercício da força física ou coação psíquica
para persuadir terceiros a fazerem certas coisas que são contra a sua vontade e seus valores
adquiridos.
Para que possamos agir de maneira mais correta de acordo com a sociedade em que vivemos,
é preciso que exista um agente consciente, ou seja, aquele que distingue o que é certo ou errado,
bom ou ruim. A consciência moral reconhece essas diferenças e é capaz de julgar seus valores. No
Direito esse poder também poderia ser, em alguns pontos, destinados ao Estado, porém
infelizmente em muitas das vezes não possuímos exemplos adequados e isso reflete na maneira em
que a sociedade conduz seu papel.
A Moral sempre existiu, pois todo ser humano possui a consciência Moral que o leva a
distinguir o bem do mal no contexto em que vive. Surgindo realmente quando o homem passou a
fazer parte de agrupamentos, isto é, surgiu nas sociedades primitivas, nas primeiras tribos. A Ética
teria surgido com Sócrates, pois se exigi maior grau de cultura. Ela investiga e explica as normas
morais, pois leva o homem a agir não só por tradição, educação ou hábito, mas principalmente por
convicção e inteligência. Vásquez (1998) aponta que a Ética é teórica e reflexiva, enquanto a Moral
é eminentemente prática. Uma completa a outra, havendo um inter-relacionamento entre ambas,
pois na ação humana, o conhecer e o agir são indissociáveis.
A ética dos antigos se divide em três aspectos: racionalismo, naturalismo e inseparabilidade
entre ética e política.
 
 
: é baseado nos princípios da busca da certeza e da demonstração,
sustentados por um conhecimento a priori, ou seja, conhecimentos que não vêm da experiência e são
elaborados somente pela razão.
  
 é agir conforme a natureza, esses acreditavam ser a seleção natural que
impulsionava a transformação das espécies. Assim, predomina nesse tipo de romance o instinto, o
fisiológico e o natural, retratando a agressividade, a violência, o erotismo como elementos que
compõe a personalidade humana.
        
  A busca da liberdade, igualdade, justiça e
felicidade só seriam atingidos com a presença destes itens, ou seja, seria a conduta do individuo
concomitante com os valores.

 
   


Antigamente as religiões eram muito focadas em política e em questões nacionalistas. O
cristianismo nasce como um religião voltada a um só Deus detentor de todo e qualquer poder que
não se definem por seu pertencimento a uma nação, ou seja, a vida ética do cristão não será definida
por sua relação com a sociedade, mas sim com sua relação espiritual e interior com Deus e esse sim
seria o julgador e suas ações.
No cristianismo é afirmado que temos o livre-arbítrio, mas o primeiro impulso deste, seria
dirigido ao mal e conseqüentemente ao pecado, pois somos serem fracos e pecador, por isso
necessitamos de um auxilio divino para nos tornarmos morais. De acordo com o cristianismo, o ser
humano já nasce dotado de generosidade e benevolência e se o dever aparentar ser algo ruim o
imposta, isso significa que nossa bondade natural foi pervertida pela sociedade, ou seja, seria como
se estivéssemos agindo com egoísmo.
Segundo Kant, século XVIII, não existe bondade natural e que somos egoístas, ambiciosos,
agressivos e que buscam primeiramente o prazer. Isso seria uma justificativa para que
necessitássemos do dever, para que assim, nos tornássemos seres morais. De acordo com Kant, a
razão determina a vontade a partir dos imperativos. Tais imperativos são precisamente
ordenamentos que a razão (leis objetivas do querer ou vontade racional) dá à vontade subjetiva
particular. Os imperativos podem ordenar hipoteticamente (´imperativos hipotéticosµ) ou
categoricamente (´imperativo categóricoµ). Os imperativos hipotéticos (que possuem um caráter
pragmático enquanto baseados na experiência e nos resultados concretos ² o valor prático)
representam a necessidade prática de uma ação possível como meio de conseguir qualquer outra
coisa que se queira. A ação aqui é boa em vista de algum propósito possível ou real. Mesmo o
imperativo que se relaciona com os meios para alcançar a felicidade, continua sendo hipotético, já
que a ação não é ordenada de maneira absoluta, mas unicamente como um meio para atingir a outro
propósito. Aqui não é possível fundamenta r uma moral universal porque é o sujeito quem elege seus
fins. É um projeto subjetivo e condicionado, que busca tão-somente o que é preciso fazer para
alcançar a finalidade almejada.
Já o imperativo categórico ou imperativo da moralidade representa uma ação como
objetivamente necessária por si mesma, sem relação com nenhum outro fim ou propósito. Conforme
Kant, o imperativo moral é formal e, portanto, universalmente válido para todo ser racional
enquanto tal.

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Ao procurar conciliar as questões do dever e a natureza do ser humano, Rousseau e Kant não
deram ênfase a cultura e ao dever. Segundo Hegel, somos seres históricos, completamente ligados a
natureza e a nossa cultura e com isso estamos completamente ligados a nossa vontade objetiva que
esta ligada a cultura e nas instituições.
De acordo com Hegel, o motivo para muitas nações entrarem em declínio é exatamente
quando a cultura o dever não são valorizados da maneira correta, ou seja, as pessoas começam a
questionar os valores, a maneira como a sociedade é encaminhada.
Seria possível nos dias de hoje preservarmos nossa cultura de um modo que não prejudique a
nossa própria evolução enquanto homens que trabalham, estudam, se relacionam, criam coisas
novas todos os dias? Num mundo globalizado como o de hoje, as relações humanas acontecem num
intervalo de tempo muito menor, o que também faz com que essa relações se tornem mais
numerosas e complexas. Tal globalização apesar de nos trazer algumas vantagens, proporciona-nos
algumas desvantagens, como por exemplo: a perda dos bons valores. Mas a principal delas é a perda
da nossa própria identidade cultural, que na atualidade já passamos do ponto sem volta.
Na sua obra A Política Aristóteles entende que a natureza do homem bom é composta de duas
partes distintas, um corpo e uma alma, e na alma esta a razão e o desejo, sendo que o intelecto
(nôus) é a parte superior da alma. Dessa forma, o intelecto é quem deve mandar; enquanto a outra
parte (o corpo) privada de razão deve obedecer. Aristóteles conceitua as virtudes dividindo-as em
duas: as intelectuais e as virtudes morais, sendo que a primeira a (virtude dianoética) que nasce e
progride graças aos resultados da aprendizagem, isto é da educação. Portanto, leva tempo e
demanda experiência; enquanto que a segunda é a virtude moral (ética) ela não é gerada em nós por
natureza, somos adaptados a recebê-la, e é em resultado do hábito (ethos) que imprime em nós essa
virtude que nos tornamos capazes de praticar atos justos, para o filósofo nosso caráter é formado a
partir da repetição dos atos progressivos por meio do hábito, pois somos capazes de praticar bem
aqueles atos que já fizemos antes, e eles podem ser aperfeiçoados tanto para melhor ou para pior,
assim como acontece com as artes. Portanto, devido o hábito que adquirimos as virtudes morais e
nos tornamos virtuosos pelo exercício, assim como aqueles que tornam se arquitetos construindo,
daí que os homens tornam-se justos praticando atos justos. Na Política Aristóteles afirma que a
música deve fazer parte da infância da criança para contribuir na formação do caráter. Para ele, a
música é o primeiro prazer natural.
É a disposição de caráter (a virtude) que o torna bom e faz desempenhar bem a sua ´funçãoµ
que é a atividade conforme o intelecto. É na atividade que está à virtude, caso contrário até quem
passasse a vida inteira dormindo poderia ser considerado virtuoso. Portanto, são as disposições
viciosas ou virtuosas que constitui um caráter. Somos todos responsáveis por nossos atos, assim
como também pelos vícios. Somente aqueles indivíduos que têm suas atividades conforme a virtude
se tornará virtuosos e, assim, atingem sua finalidade humana, sendo que o fim humano consiste,
portanto, na busca da sabedoria. E, buscar a sabedoria é desempenhar a melhor faculdade intelectual
humana. Segundo Aristóteles o bem maior realizável para o homem é aperfeiçoar-se enquanto
homem.
A atividade do intelecto é a principal atividade em que o homem pode encontrar a felicidade,
isto quando está atividade se encontrar preenchida durante todo o período da vida humana, assim a
virtude está na atividade humana em consonância com o intelecto. Pois, é neste que se encontra a
inteligência, entende o filósofo. Contudo, tal tipo de vida esta acima das condições humana, pois
sendo o homem um ser composto de corpo (mutável) e uma alma que pode deixar de existir quando
o corpo morre, o homem participa de uma parte ínfima do modo de vida mais excelente, a vida do
pensamento puro, que somente o ´motorµ imóvel o possui eternamente.
Para o filósofo nós humanos estamos em conformidade com essa vida quando exercitamos a
atividade do intelecto que é o mais divino no homem. Essa atividade é a contemplativa. Numa
interpretação do filósofo é possível que a infelicidade humana advenha da ausência de virtude, pois
aquele que pratica atos injustos não alcançara seu objetivo final por tender sempre para os pontos
extremos (vícios), ficando além do meio termo que é uma virtude, sendo que a virtude é o único
meio para que se possa atingir a felicidade. Quem age conforme a virtude está de acordo com o
intelecto. O homem, ao escolher é capaz de escolher os meios, para que se possa alcançar tal fim.
Somente a escolha é um desejo deliberado de objetos de nosso alcance. Poré m, é o fim que
desejamos, mas somente está em nosso poder escolher os meios. Segundo Aristóteles o homem que
age de acordo com o princípio intelectivo vai solidificando o hábito de agir sempre de modo correto
sem pender para os excessos ou as faltas que, segundo ele, são os vícios. Este, se mantém firme no
justo meio (meio termo). A virtude moral é uma virtude ética adquirida pelo hábito. A educação é o
modo correto de adquiri-lo, daí a necessidade de praticar ações conforme a virtude e por escolha
voluntária por toda a vida e não somente em alguns momentos. Somente aquele que pratica atos
voluntários age justamente, pois o homem virtuoso deve agir por escolha e de modo voluntário.
Aquele que age de acordo com o princípio intelectual, cumpre por meio de esco lhas que são
traduzidas em ações. Somente a escolha está em nosso poder e por ser uma escolha somos os
responsáveis pelas conseqüências. Segundo Aristóteles desejamos sempre aquilo que está ao nosso
alcance. Portanto, somos responsáveis por praticar tanto os atos nobres como os atos vis. Do
mesmo modo seremos responsáveis pelos atos virtuosos ou viciosos. A virtude moral é um meio
termo entre dois vícios que envolvem excesso e a deficiência. A escolha está ligada à virtude. Assim,
podemos escolher o que iremos nos tornar. E para que nos tornemos bons devemos desde o início
praticar o bem. Do mesmo modo quando decidimos mal, tal ato será mau, pois o que dirige a escolha
é o caráter individual do sujeito que põe em prática tal ato que pode ser bom ou mau. Dessa forma,
segundo Aristóteles, demonstramos nosso caráter.

†| A ética, seus valores e conceitos em relação a moral, variam de acordo co cada sociedade e
sua maneira de governar e de definirem o que é certo e o que é errado, ou seja, tudo depende
de um ponto de partida.
†| Em algumas das vezes nem precisamos citar exemplos de outras sociedades para
percebermos que existem pontos diferentes de pensamentos entre as pessoas, como por
exemplo, para muitos um pai de família desempregado arrumar um trabalho duvidoso que
comprometerá seus valores, não seria errado, pois estará conseguindo arrumar comida para
seus filhos e sua esposa. Mas de acordo com a moral seria algo completamente errado, ou
seja, tudo depende de um ponto de referencia, porém deve-se considerar o agente regulador
do certo e do errado, nossa consciência.


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A emoção é algo que nos faz agir por impulso, pensando exclusivamente no bem estar, na
alegria momentânea. Esta mesma emoção nos faz chorar, sorrir, enfim, é o sentimento que aflora
sem que sejamos racionais. Por outro lado temos a razão. Agir com a razão é pensar no amanhã, nas
conseqüências de uma decisão. A razão nos coloca um freio e diz: µÉ melhor arriscar com cautela e
medir as conseqüências dos seus atosµ.
A vida é feita de escolhas e em cada uma delas sempre há este duelo entre razão e emoção,
consciência e coração, e você muitas vezes precisa abrir mão de um deles. As escolhas não são nada
fáceis. Muitas vezes adiamos esta decisão por medo de sofrer ou se arrepender. Talvez o ideal fosse
um equilíbrio entre o racional e o emocional, com pequenas oscilações para um ou outro lado.
Um exemplo. Você recebe proposta para trabalhar em uma grande empresa e seguir a
carreira dos seus sonhos, porém você está empregado e possui um cargo público há dez anos. Você
sabe que a nova empreitada será acompanhada de muitos riscos, mas seu coração bate mais forte a
cada vez que você pensa nesta nova oportunidade. ´Esta é a emoção falando mais altoµ.
No mesmo caso, você para e pensa na sua estabilidade de 10 anos no mesmo emprego e
sendo concursado a decisão pesa mais ainda. Ai você pensa que pode não dar certo e você pode ficar
desempregado e não conseguir quitar seus compromissos financeiros. ´Neste momento você optou
pela razãoµ


! "


É por meio da vontade que colocamos em ação nossos pensamentos, quando queremos
realizar algo. Mas é o desejo que oferece à vontade os motivos interiores e os fins exteriores da
ação. Desejo e vontade são estímulos diferentes, emanados do pensamento ou de outra fonte
motivadora qualquer. Não só são diferentes como até mesmo a vontade pode, e freqüentemente o
faz, contrapor-se ao desejo para evitar a consumação de muitas tragédias humanas. O desejo está
freqüentemente ligado aos nossos sentimentos e emoções, enquanto a vontade realizadora caminha
de mãos dadas com a lógica e a razão e, por isso mesmo, é respaldada, também, pelo poder do
raciocínio. Assim, é fácil entender que o desejo se consome e, enquanto não se consome, continua a
nos martelar a mente, às vezes de forma quase avassaladora. A vontade é o pré-requisito das boas
realizações, firma-se na ponderação e na moderação, leva a criatura ao equilíbrio no trabalho e em
todos os atos de sua vida.
Um aspecto importante a considerar nesta comparação entre desejo e vontade é que a
vontade sempre tem a força do espírito como fator dinâmico a acioná-la, daí usar-se freqüentemente
a expressão força de vontade, que dispensa mais explicações. Esta não encontra obstáculos que não
possam ser vencidos, obviamente, respeitadas as limitações humanas, que variam de indivíduo para
indivíduo. Por isso mesmo, cada um deve procurar conhecer seus limites, no sentido de suas
limitações realizadoras e da consciência que tem de si mesmo.

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‡ Provém de estímulos dos sentidos e das


emoções.
‡ Precisa se consumir.
‡ Satisfaz caprichos e fantasias.
‡ Prevalecem as forças do instinto.
‡ É tênue e indireto.
‡ De regra, depende do consentimento de
outras criaturas.
‡ Utiliza artifícios e artimanhas.
‡ Leva aos vícios de conduta.
‡ É impulsivo e de difícil controle.
‡ Não fortifica o caráter.
‡ Põe pouca força na consumação.
‡ Pode ser reprimido pela vontade.
‡ No excesso, leva ao egoísmo.
‡ Usa a ameaça para tentar quebrar a vontade
de outrem.
‡ No sexo, convence através da sedução ou da
força.
‡ É aleatório, inconstante, variável.
‡ É quase sempre imediatista.
|| 

‡ Provém do pensamento e da razão.


‡ Precisa se realizar.
‡ Satisfaz necessidades na luta pela vida.
‡ Prevalecem as forças da razão e da lógica.
‡ É firme e direta.
‡ Só depende da própria criatura e do seu
querer.
‡ Vai diretamente ao alvo.
‡ Não contamina nem leva a vícios.
‡ É racional, controlada pelo pensamento.
‡ Realça e fortalece o caráter.
‡ Exige força e luta para vencer.
‡ Pode sobrepor-se ao desejo, freando-o.
‡ Leva à ponderação e à moderação.
‡ Impõe-se pela autoridade moral da criatura.
‡ Exige parceria e reciprocidade para realizar-
se.
‡ Ajusta-se às circunstâncias e objetivos.
‡ É persistente e exige paciência.


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Liberdade designa a ausência de submissão, de servidão e de determinação, isto


é, ela qualifica a independência do ser humano. De maneira positiva, liberdade é a
autonomia e a espontaneidade de um sujeito racional. Isto é, ela qualifica e constitui a
condição dos comportamentos humanos voluntários.
Para Kant, ser livre é ser autônomo, isto, é dar a si mesmo as regras a serem
seguidas racionalmente. O fato da razão citado por Kant é a consciência do indivíduo
sobre as leis morais vigentes. Mas esse fato da razão só pode ser admitido com a
existência da liberdade, esta liberdade só é admitida com uma intuição intelectual, ou
seja, conhecimento. Kant explica que ter consciência das leis morais vigentes não é
apenas por vias de intuição, ou conhecimento, puro nem intuitivo, essa consciência, ou
fato da razão depende da intuição intelectual, para que se possa ver a liberdade como
positiva. Kant chama esse aspecto positivo de autonomia. A liberdade que o homem
deve aproveitar, em Kant, diz respeito à vontade. Essa vontade não deve ser bloqueada
por nenhum tipo de heteronomia. O livre arbítrio deve ser utilizado de forma pura para
que não dependa de nada com relação à lei. Portanto a pessoa dotada de liberdade, ou
seja, sem intervenções de outrem, pode fazer uso desta, porém o fará com maior clareza
se seu conhecimento e consciência de sua liberdade existir.
Para Espinosa, ser livre é fazer o que segue necessariamente da natureza do
agente. A liberdade suscita ao homem o poder de se exprimir como tal, e obviamente
na sua totalidade. Esta é também, a meta dos seus esforços, a sua própria realização. No
geral, ser livre é ter capacidade para agir, com a intervenção da vontade.
Para Jean-Paul Sartre, a liberdade é a condição ontológica do ser humano. O
homem é, antes de tudo, livre. O homem é livre mesmo de uma essência particular,
como não o são os objetos do mundo, as coisas.
O tema da liberdade é o núcleo central do pensamento sartriano e como que
resume toda a sua doutrina. Sua tese é: a liberdade é absoluta ou não existe.
A liberdade humana revela-se na angústia. O homem angustia-se diante de sua
condenação à liberdade. O homem só não é livre para não ser livre, está condenado a
fazer escolhas e a responsabilidade de suas escolhas é tão opressiva, que surgem
escapatórias através das atitudes e paradigmas de má-fé, onde o homem aliena-se de
sua própria liberdade, mentindo para si mesmo através de condutas e ideologias que o
isentem da responsabilidade sobre as próprias decisões.
Karl Marx entende a liberdade humana como a constante criação prática pelos
indivíduos de circunstâncias objetivas nas quais despontam suas faculdades, sentidos e
aptidões (artísticas, sensórias, teóricas...). Ele, assim, critica as concepções metafísicas
da liberdade.
Para ele, não há liberdade sem o mundo material no qual os indivíduos
manifestam na prática sua liberdade junto com outras pessoas, em que transformam
suas circunstâncias objetivas de modo a criar o mundo objetivo de suas faculdades,
sentidos e aptidões. Ou seja, a liberdade humana só pode ser encontrada de fato pelos
indivíduos na produção prática das suas próprias condições materiais de existência.
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SILVA, José Cândido da; SUNG, Jung Mo. Conversando sobre ética e sociedade. 7. ed.
Petrópolis: Vozes, 2000.

SOUZA, Herbert De; RODRIGUES, Carla. Etica e cidadania. São Paulo: Moderna,
2002.

ÉTICA e cidadania: caminhos da filosofia (elementos para o ensino de filosofia). 13. ed.
Campinas: Papirus, 2005.
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