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Resumo da matéria
A sociologia é uma ciência social que estuda o comportamento e as relações entre indivíduos, numa
determinada sociedade.
Complexidade do social
É social todo um conjunto complexo de acções e omissões da sociedade, que podem ser observadas por
diferentes pontos de vista e que são imbuídas de uma grande complexidade.
Os fenómenos sociais não podem ser analisados de forma isolada, mas antes de forma complementar e
interdependente. É que a sociedade não é só o conjunto de pessoas que a constituem, mas também o
conjunto das relações recíprocas que entre elas se estabelecem. A estrutura própria do “todo” revela certas
relações e atributos que existem para além da soma dos elementos considerados isoladamente.
A sociedade tem de ser vista como um todo e não como a soma de diferentes aspectos. Todo o fenómeno
ocorrido numa sociedade tem repercussões imediatas no “todo” e vem, portanto, perturbar as relações nas
outras actividades.
A análise de um aspecto isolado do todo que é a sociedade global não tem qualquer significado para além
do fenómeno em si.
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Relacionalidade dos fenómenos sociais
O fenómeno social é relacional. É uma acção cujo sentido se refere à conduta de outrem, orientando-se
por ela ao longo do seu desenrolar.
Objecto da Sociologia
Actividade humana enquanto jogo de interacções entre actores sociais.
Para o sociólogo, um fenómeno social é qualquer acção, omissão ou pensamento ditado por regras ou
regularidades que pertencem ao campo das relações intersubjectivas e recíprocas, entendidas estas como
as relações que se estabelecem entre actores sociais em função dos jogos de expectativas mútuos.
Objectivo da Sociologia
Há duas correntes dominantes em Sociologia, o funcionalismo e a sociologia crítica:
Funcionalismo – Compara a Sociologia a uma espécie de engenharia social que constrói o “edifício
social” (modelo de sociedade), onde cada indivíduo ocupa um lugar previamente definido.
Sociologia crítica – Encara a Sociologia como uma ciência de análise e crítica global, que consciencializa
os actores sociais e lhes permite dominar o processo social.
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Contribuições da Sociologia
- A Sociologia contribui para uma melhor compreensão da vida social.
Quanto mais elevado é o nível de consciência dos participantes, mais provável se torna que eles dominem
o processo e controlem a vida social.
- A Sociologia contribui para a análise crítica da sociedade.
Quanto melhor conhecermos a sociedade onde estamos inseridos, melhor podemos contribuir para a sua
análise crítica, isto é, para a construção colectiva de formas de organização mais justas.
- A Sociologia ajuda a explicar e compreender a mudança.
O fenómeno social é um processo que se desenrola num tempo determinado e que muda ao movimentar-
se. A sociologia ajuda a explicar e compreender a mudança.
- A Sociologia prevê comportamentos, desequilíbrios e conflitos.
- A Sociologia permite-nos compreender a origem de pontos de vista e de atitudes que são bastante
diferentes dos nossos.
- A Sociologia contribui para outros saberes sociais.
Contribuindo assim para um melhor e mais integral aprofundamento da análise dos fenómenos sociais.
As técnicas e o método
O método consiste na via seguida para se chegar a um resultado final.
As técnicas têm um carácter instrumental prático, que conduz a resultados parciais.
Cabe ao método a “responsabilidade” de escolha das técnicas a utilizar, do controlo da sua aplicação e da
integração dos resultados parciais obtidos (apropriação cognitiva do real).
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A atitude ideológica pronuncia juízos de valor em relação ao objecto de estudo – releva os valores.
São duas atitudes complementares , pois é a reflexão sobre a prática social que permite ao cientista
construir um novo conhecimento. A atitude científica implica sempre uma reflexão sobre a realidade
social, já que os juízos e preconceitos ideológicos são matéria-prima do processo de investigação
sociológica.
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- o método dedutivo – interpreta os fenómenos sociais por dedução lógica a partir de pressupostos
previamente definidos da maneira o mais unívoca possível. Este método parte do geral para o particular.
Estas regras estão enquadradas por princípios epistemológicos e metodológicos, dos quais vamos referir
três: a neutralidade ética, o antidogmatismo e a consciência dos preconceitos.
- Neutralidade ética
O sociólogo tem de ser eticamente neutro, tem de se guiar por critérios de cientificidade e não de valor.
Deverá abster-se de proferir juízos de valor.
- Antidogmatismo
Na análise da realidade social não podemos partir do principio que existem verdades incontestáveis ou
dogmas. Qualquer conhecimento científico produzido pode ser objecto de ruptura por outra investigação.
Qualquer conhecimento só é verdadeiro até ser demonstrado o contrário.
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- Consciência dos preconceitos
É exigível que comecemos o processo de investigação sem quaisquer preconceitos e da tomada de
consciência dos tabus e conceitos pré-científicos e juízos (religiosos, éticos, estéticos, etc.) existentes no
grupo social a que pertencemos. Em primeiro lugar, porque, tendo deles conhecimento, podemos traçar
estratégias de acção que nos permitam ultrapassá-los de forma a garantir a cientificidade da investigação;
depois, porque estes preconceitos podem ser sempre matéria-prima da nossa investigação.
Ao proceder a qualquer pesquisa científica, o sociólogo pode seguir um percurso metodológico que passa
pela resposta a três questões:
O que vou estudar?
Quem vou estudar?
Como vou estudar?
Com a resposta à primeira questão o investigador define e delimita o tema da sua pesquisa, na segunda
define a população a estudar e na terceira define o método e as técnicas mais adequadas à sua
investigação.
Estudos exploratórios
Consiste em, antes de iniciar qualquer trabalho de recolha e tratamento da informação, tomar contacto
com tudo o que já se sabe sobre o tema, para ajudar a delimitar o objecto de estudo e evitar de se estudar
o que já foi estudado.
A base dos estudos exploratórios assenta no recurso a:
- Consulta da bibliografia disponível;
- Entrevistas com os líderes locais
Técnica da amostragem
Pela aplicação desta técnica o investigador social observa somente uma parte representativa (amostra) do
universo conceptual, generalizando para este as conclusões alcançadas.
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Após definido o universo conceptual deve-se passar à recolha da amostra, tendo em atenção que a
estrutura desta deverá coincidir com a estrutura do universo conceptual, de forma a validar a
generalização das conclusões tiradas.
Na posse da amostra, as operações seguintes são a recolha da informação, o seu tratamento e a
apresentação das conclusões.
Existem dois tipos de amostragem:
- Amostragem probabilística ou aleatória – é conhecida e diferente de zero a probabilidade dos
elementos da população fazerem parte da amostra; a possibilidade de erro na generalização é
quantificável
- Amostra não probabilística ou não aleatória – é igual a zero ou desconhecida a probabilidade de
alguns membros da população fazerem parte da amostra, o que torna impossível a quantificação da
possibilidade de erro na generalização.
Técnicas documentais
- Modernas
Análise de conteúdo – Visa isolar na massa dos textos (escritos e orais) as linhas mestras que lhe dão o
seu sentido real. Permite captar, além da informação explícita das mensagens, as condições teórico-
ideológicas em que as mesmas são produzidas.
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Fases do inquérito:
- Planeamento
- Preparação do instrumento de recolha de dados
- Trabalho no terreno
- Análise dos resultados
- Apresentação dos resultados
Entrevista
Tipos de entrevista:
- Abertas: carácter intensivo, questões de resposta livre, pequeno grau de estruturação. Permite
aprofundamento da informação, mas é dificilmente generalizável.
- Fechadas: carácter extensivo, perguntas curtas e estruturadas, alto grau de estruturação.
Permite mais facilmente a generalização, sendo por isso mais superficial.
Testes de atitudes e de opinião – Utilizam um sistema pré-construído de proposições sobre as quais o
inquirido toma posição, permitindo assim avaliar certas características individuais: Aptidões, inteligência,
personalidade, atitudes, opiniões.
Sondagens – Visa obter a opinião dos inquiridos sobre determinado assunto.
Monografias – É uma forma de apresentação dos resultados quando se utiliza o método de casos ou de
analise intensiva. Consiste numa descrição, minuciosa e aprofundada, de um grupo social.
Formas de sociabilidade
A sociabilidade pode manifestar-se de duas maneiras: por fusão parcial ou por oposição parcial.
- Sociabilidade por fusão parcial: A esta forma de sociabilidade caracterizada pela identificação com o
todo chama-se fusão parcial ou o “nós”. Um “nós” é uma forma de relacionamento caracterizada por
uma identificação e convergência de objectivos. A sociabilidade tem vários graus de fusão:
- Massa: A forma de sociabilidade de massa estabelece-se em aglomerados de pessoas muito
numerosos onde a intensidade de participação é, em geral, fraca.
- Comunhão: Forma de sociabilidade estabelecida numa situação de grande emoção em que o
indivíduo abdica de si mesmo. Caracteriza-se por um elevado grau de intensidade de
participação e por um número reduzido de participantes.
- Comunidade: Situação intermédia entre comunhão e massa.
- Sociabilidade por oposição parcial ou das relações com outrem: Relações que se caracterizam por uma
não identificação. O indivíduo ainda que pertencendo a uma colectividade, mantém a sua identidade e
individualidade. Esta sociabilidade tem várias formas:
- Relações de aproximação
- Relações de afastamento
- Relações mistas
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Processos dissociativos das formas de sociabilidade
Os processos dissociativos impedem ou dificultam as integrações. São sempre por oposição parcial e
podem ser:
- Oposição: Procura-se impedir outrem de atingir determinados objectivos. Atitude oposta à de
colaboração. (Partido na oposição)
- Conflito: Procura-se prejudicar o adversário. (Guerra)
- Competição: Procura-se superar os outros na consecução dos objectivos. (Jogo de futebol)
As formas de sociabilidade são parciais pois existe liberdade individual de uma pessoa se relacionar ou
não e da maneira como se relaciona com os outros membros do agregado e, também, porque o grau de
fusão pode não ser sentido por todos da mesma forma e com o mesmo grau de intensidade.
Tipos de agrupamentos
Os comportamentos de cada um de nós, as normas que o ser humano apreende e os valores que interioriza
são as normas e os valores do grupo em que está inserido.
Agrupamentos estruturados – Possuidores de uma organização, de uma estrutura e de uma finalidade,
com funções bem distribuídas e que tendem a ser de longa duração. São os agrupamentos particulares ou,
simplesmente, grupos.
Agrupamentos não estruturados – Estrutura e organização débeis ou inexistentes, casuísticos e pontuais,
efémeros, frequentemente espontâneos. São os agregados sociais e as categorias sociais.
Tipos de grupos
Os grupos podem ser de vários tipos de acordo com vários critérios:
- Função social (Grupo familiar, político, desportivo, religioso, ...)
- Relação de pertença ou de modelo (Grupo de pertença, de referência)
- Identificação e proximidade afectiva (Grupo primário, secundário)
Função social
Esta classificação tem por critério a função que os grupos se propõe a executar. Ao sermos membros de
diferentes grupos estamos a conciliar actividades que, podendo não ser incompatíveis, são distintas. É
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uma classificação extraordinariamente simples, pois é fácil verificar que cada grupo foi constituído com
objectivos diferentes e bem determinados.
Categoria social
A categoria é formada por pessoas que têm em comum uma ou várias características, mas que não estão
em contacto ou em comunicação umas com as outras.
A categoria social é um conceito estatístico. (Ex: Pessoas nascidas no ano de 1982)
Agregados sociais
Onde as pessoas já estão fisicamente juntas. São um vasto conjunto indiferenciado de indivíduos que se
encontram em estado de proximidade física, mas sem ou com fraca comunicação recíproca.
Conforme o tipo de comunicação que se estabelece entre as pessoas, podemos distinguir:
- Multidão: É uma unidade concreta composta por todos os indivíduos que estão no mesmo local
a fazer a mesma coisa. Contudo, as pessoas estão apenas lado a lado, não tem relações de
comunicação e muito medos de cooperação ou coesão.
- Ajuntamento: Ao iniciar-se um processo de comunicação e uma convergência, a multidão vai
transformar-se em ajuntamento.
- Assistência: A comunicação é estabelecida não com as pessoas que constituem o aglomerado
mas com o objecto ou as pessoas que motivaram a reunião.
- Manifestação: A comunicação dá-se com o próprio objecto provocador da aglomeração e,
também, entre umas pessoas com as outras.
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Elementos da cultura
O comportamento humano é algo que se aprende
O conjunto de formas adquiridas de comportamento que um grupo de indivíduos, unidos por uma tradição
comum, transmitem aos seus filhos e, em parte, aos imigrantes adultos que vêm incorporar-se neste
grupo.
Características da cultura
- A cultura está intimamente ligada à realidade económica e social do meio
- A cultura refere-se sempre à actividade humana
As pessoas agem no dia-a-dia de acordo com os padrões culturais que foram criados naquela
colectividade.
- A cultura está formalizada
Tal formalização é assumida pela lei, pelas cerimónias, pelos rituais, pelos protocolos, pela ciência, etc.
- A cultura tem carácter colectivo
- A cultura é transmissível e tem carácter cumulativo
É cultura tudo o que se recebeu das gerações anteriores, tudo o que foi produzido pela sociedade e aquilo
que cada geração transmite às que se lhe seguem. Mas esta transmissibilidade faz com que a cultura se vá
acumulando ao longo dos tempos.
- A cultura contribui objectivamente para a formação da sociedade
É objectiva porque as pessoas de uma colectividade, através da cultura, estabelecem entre si laços que
cada um considera bem reais.
- A cultura tem carácter simbólico
O carácter simbólico da cultura é a característica que dá a um agrupamento o seu carácter distintivo das
outras colectividades.
- A cultura tem carácter sistémico
Os diferentes elementos que compõem uma determinada cultura não estão simplesmente justapostos uns
aos outros, são unidos por relações de coerência sentidas subjectivamente pelos membros da
colectividade.
O etnocentrismo cultural
Preconceitos étnicos, racismo, xenofobia, chauvinismo são manifestações de uma visão unilateral e
deformada da realidade social a que chamamos etnocentrismo (obstáculo epistemológico).
Pretende demonstrar a superioridade de uma cultura sobre a outra com base única nas diferenças.
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Valores culturais de uma sociedade
Os valores inscrevem-se de uma maneira dupla na sociedade. Primeiramente como um ideal (ético,
estético, metafísico) que solicita a adesão ou convida ao respeito, implicando, a ideia de uma qualidade
superior de ser ou agir a que aspiramos ou em que nos inspiramos.
O universo das ideias é uma realidade, e é esta a segunda forma como os valores se inscrevem na nossa
vida. Os nossos comportamentos estão imbuídos de valores. São tão reais como qualquer outra dimensão
do real.
Comportamentos sociais
Interiorizados os valores e apreendidas as normas sociais, os membros de um grupo devem passar a
comportar-se de acordo com essas normas e esses valores.
Os valores (e as normas) são sempre específicos de um determinado grupo social e de um tempo
histórico.
Ordem social
Complexo normativo social aceite pelos actores sociais. Determina os comportamentos a ter pelos
indivíduos enquanto membros de um grupo, de uma classe social ou de uma sociedade mais global.
Estrutura normativa e coercitiva que vigora numa dada sociedade.
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Os indivíduos são socializados para terem comportamentos nómicos, isto é, comportamentos tidos como
normais dentro do grupo social a que pertencem.
Socialização
Socialização é o processo de transmissão cultural.
As características que nos identificam como membros de uma sociedade são adquiridas ao longo da nossa
vida, com maior incidência durante a primeira infância.
O processo de socialização
É a própria sociedade ou grupo em que estamos inseridos que nos inculca as normas e os comportamentos
que nela estão institucionalizados.
A socialização vai fazer com que o indivíduo tenha uma maneira de ser e de agir tida como ideal no grupo
a que pertence.
Os valores e a sua expressão simbólica, as normas, são duas formas de expressar o mesmo sentir,
assimiladas pelos membros da sociedade através da socialização.
Agentes de socialização
Há os socializados, agentes passivos da socialização e os socializadores, os seus agentes activos.
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Papel social e estatuto social
O estatuto designa o conjunto de atributos ligados à posição de um indivíduo num sistema social e aos
comportamentos que legitimamente pode esperar dos outros elementos do grupo a que pertence.
O papel é o conjunto dos comportamentos que se espera de um indivíduo no desempenho das suas
actividades sociais. O papel social define-se como um tipo de comportamento social de alguém em
função dos esquemas sociais e culturais do grupo e por um modo de resposta à expectativa dos outros.
Os sistemas de referência
Papéis e estatutos que respeitam à sociedade global em geral e aos seus ideais e valores reconhecidos.
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A ligação a complexos biossociais
Classificação ligada a complexos biossociais; o papel da mulher e o estatuto da mulher, o papel do jovem
e o estatuto do ancião, etc.
Hierarquização social
A hierarquização social dá-se essencialmente de acordo com duas teorias, a teoria da estratificação
social (estruturalista) e a teoria das classes sociais (marxista):
Estratificação Social
Distribui os membros de uma sociedade pelos diferentes estratos sociais previamente definidos.
Tipos de estratificação
- Estratificação económica – baseada na situação patrimonial dos indivíduos.
- Estratificação política – baseada na importância política de uma pessoa ou grupo.
- Estratificação socioprofissional – baseada na importância social da profissão de cada um.
A estratificação pode ainda ser dividida em:
- Estratificação primitiva – fundamentada na hierarquia sexual ou na hierarquia das idades.
- Estratificação complexa – fundamentada na hierarquia do código puro/impuro (castas), do militar, e da
religião (as ordens e os estados do Ancien Régime), da profissão (divisão social do trabalho nas
sociedades industrializadas democráticas).
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Socialização como processo de reprodução social
A socialização é um instrumento de controlo social e do processo da reprodução social.
Mobilidade social
A mobilidade social traduz-se na concretização dos anseios de melhoria de condições de vida.
Falar de mobilidade social é falar da intercomunicação entre os estratos e classes sociais.
A mobilidade social pode ser:
- Mobilidade social vertical (traduz-se na mudança de estrato social)
- Ascendente
- Descendente
- Mobilidade social horizontal (alterações no estatuto social mas que não provocam mudança de classe
ou de estrato social. É o caso de uma pessoa que pelo casamento obtém um estatuto diferente (o de
casado) mas continua no mesmo estrato social)
A vida nas sociedades desenvolvidas tem mecanismos mais facilitadores de ascensão social que as
sociedades tradicionais.
A mobilidade social, vertical ou horizontal, ascendente ou descendente, é, nas sociedades modernas, uma
constante que já passou a ser encarada como normal, não sendo, portanto, factor de instabilidade social.
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Natureza e condições sociais de produção
Os actores sociais produzem a sociedade.
Os comportamentos sociais, a produção de bens para a satisfação das necessidades individuais e sociais, o
próprio conceito de necessidade, fazem aquilo a que chamamos produção social.
A natureza social da produção manifesta-se numa dupla dimensão: social, criação dos meios
indispensáveis para a satisfação das necessidades humanas e, natural, que não dispensa a contribuição do
homem para a sua consecução.
Na produção social assume especial destaque a produção de bens materiais, na medida em que representa
um papel determinante no resto da população.
Ideologia
É um conjunto de ideias que defendem os interesses de um grupo ou de um conjunto de grupos.
As ideologias são produtos culturais colectivos que se constituem na própria prática social, fomentando a
coesão dos grupos, das classes e das sociedades e dando significado à sua acção histórica.
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A instituição é uma estrutura relativamente permanente de padrões sociais
Uma instituição é um sistema organizado de relacionamentos sociais que incorporam certos valores,
normas e procedimentos comuns e atendem a certas necessidades básicas da sociedade.
Institucionalização é a tradução dos elementos com carácter geral, em normas, papéis e grupos que
exercem um controlo directo e imediato sobre a acção e a interacção dos membros. É o estabelecimento
de normas definidoras que atribuem “estatutos” e “papéis” em conexão com determinados
comportamentos.
Um conjunto de relações sociais torna-se institucionalizado quando:
- se desenvolve um conjunto regular de “papéis” e de “estatutos”;
- este sistema de expectativas de “papéis” e de “estatutos” for amplamente aceite pela sociedade.
Da institucionalização resulta a instituição representada pelo aspecto normativo e normador da
organização em causa.
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artistas e dos intelectuais, publicita-os e vende-os desligados do seu significado inconformista e
alternativo.
A dinâmica social
Qualquer modificação social tem na sua génese, implícita ou expressamente, um conjunto de tensões e
conflitos. Ao descrevermos qualquer elemento caracterizador da sociedade actual, estamo-nos a referir a
uma força geradora de mudança.
A mudança social é um fenómeno colectivo que implica alterações estruturais da sociedade dentro de
determinado tempo.
A mudança exige tempo e só pode ser apreciada e medida em relação a um ponto de referência no
passado.
Há mudança social quando num grupo ou sociedade:
- Se processam alterações na estrutura e na forma de organização social;
- É possível referenciar temporalmente estas alterações;
- É uma situação previsivelmente duradoura.
Tipos de mudança
A mudança social é consequência de três categorias de fenómenos:
- Mudanças produzidas no plano geográfico e biológico da sociedade
Os factores biológicos e geográficos não são predominantes na história da Humanidade, no entanto, são
imensos os exemplos em que estes factores naturais tiveram parcial ou total responsabilidade no processo
de alterações profundas de uma sociedade (A seca prolongada pode forçar um povo agricultor ao
nomadismo, banditismo ou à conquista de outros territórios).
- Mudanças explicitamente queridas e impostas voluntariamente por um ou vários grupos sociais. São
mudanças decretadas ou mudanças impostas
São mudanças visíveis a curto prazo provocadas pela incapacidade de resposta da sociedade a dinâmicas
geradas no seu seio que provocaram rupturas no tecido sociocultural.
Este tipo de mudança é imposto à colectividade, restando a esta apenas a aceitação, mesmo que se
verifiquem algumas resistências.
- Mudanças que são o efeito inconsciente do funcionamento da sociedade. São as mudanças evolutivas
Perspectiva evolutiva que nos permite constatar as alterações funcionais e estruturais da sociedade ao
longo dos séculos como corolário necessário da evolução científica, tecnológica e cultural que a
sociedade conheceu. Tudo se passa como se a sociedade “crescesse” como um ser humano.
As mudanças evolutivas são mudanças visíveis a longo prazo que resultam do funcionamento de
estruturas sociais e da sua adaptação sucessiva às diferentes transformações sofridas.
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Os movimentos sociais tanto podem surgir como um esforço para a promoção como de resistência à
mudança.
- Grupos de pressão: Os grupos de pressão, muito conhecidos pela expressão americana de lobbies,
visam influenciar as autoridades governamentais.
Os grupos de pressão visam actuar sobre os detentores do poder no sentido da imposição de determinados
interesses específicos.
Êxodo rural
Com o abandono da casa da aldeia, o camponês, agora operário, vai procurar alojamento na localidade
onde está implantada a fábrica. Nem sempre os centros urbanos têm capacidade de resposta. A habitação
e o alojamento cedo se transformam em problemas dos centros urbanos.
O desenvolvimento da indústria da construção civil, o aparecimento dos bairros de lata e de outras zonas
degradadas, a alteração paisagística, o desenquadramento dos trabalhadores habituados a outra forma de
sociabilidade, são, já por si, mudanças sociais.
O nascimento dos sindicatos é outra consequência da industrialização.
Em todo este processo, a escolaridade tornou-se o canal mais importante de mobilidade social
ascendente.
Aculturação e desculturação
O contacto entre culturas pode ocasionar modificações nas maneiras de ser, de pensar e agir dos povos,
pode fazer com que um determinado grupo social adquira características culturais de outro grupo e/ou
perca algumas das suas.
Ao fenómeno de inserção de elementos culturais de uma cultura noutra chamamos aculturação.
Quando a modificação cultural se traduz na perda de características que até aí faziam parte integrante da
cultura, estamos a falar de desculturação.
Contracultura e subcultura
A contracultura é um fenómeno de mudança social. Apresenta-se como uma cultura alternativa à cultura
dominante, não deixando de ser uma subcultura no seio de um grupo específico e, por conseguinte, uma
mudança cultural concreta.
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O elevado grau de integração cultural é factor que favorece a resistência à mudança. Uma zona
fisicamente afastada é um local socialmente longínquo.
Se uma mudança retira privilégios a algum grupo ou classe social encontra neles focos de resistência, já
que vai interferir com os direitos adquiridos.
Quando as decisões políticas e as suas repercussões públicas, os conteúdos culturais ou recreativos, a
publicidade ou a propaganda ideológica chegam instantaneamente ao grande público, estamos numa
sociedade moderna.
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