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COMO ESCREVER UM ARTIGO ACADÊMICO

A primeira coisa a reconhecer é que existem diversos estilos de escrita, usados para
diferentes propósitos. Mesmo em um contexto isolado de escrita de uma carta, você será
capaz de diferenciar um texto endereçado para sua avó de outro para algum colega de
classe. É provável que no primeiro seja usado um estilo mais formal, com verbos e palavras
amenas.

Artigos acadêmicos também precisam de atenção quanto ao estilo. Entender alguns


conceitos básicos vai ajudá-lo no processo.

1. Conheça as diferenças entre o estilo informal, jornalístico e acadêmico. Para isso,


você precisa ler textos em que esses estilos apareçam. Resumidamente, a escrita
acadêmica é impessoal, a jornalística pretende chamar a atenção do leitor, e a
informal usa linguagem coloquial (gírias, abreviações, etc).
2. Familiarize-se com o conceito de nominalização. Esse é um recurso usado com o
propósito de eliminar palavras em excesso e tornar a escrita mais objetiva.
Nominalizar é transformar um verbo em um nome para remeter a algo já dito
anteriormente. Por exemplo: Armando se casou no final de 2006. O casamento,
entretanto, não durou muito.
3. Aprenda a diferença entre voz passiva e voz ativa. A definição mais simples de voz
passiva é: tornar o sujeito de uma sentença o objeto de uma ação. A voz ativa, por
outro lado, tem um sujeito que pratica a ação sobre o objeto.
4. Leia artigos acadêmicos sobre o assunto que você vai escrever e preste atenção
quanto ao uso da voz passiva. Esse tipo de escrita é bastante usado no meio
acadêmico, porém não deve haver exageros. Algumas áreas a usam menos que
outras.
5. Lembre-se de consultar as normas técnicas da ABNT para formatar seu artigo de
forma adequada. Alguns professores dão tanta importância a isso quanto dão ao
texto em si. Se você pretende publicar o texto em alguma revista especializada,
lembre-se de consultar a folha de estilos da mesma.
6. Preste especial atenção às citações, notas de rodapé e referências bibliográficas.
Plágio é a pior coisa que pode acontecer em relação a um texto desse tipo. Não
pense que citar alguém vai desmerecer seu texto, pelo contrário, citações servem
para dar mais força aos seus argumentos. Aprenda como escrever argumentos
fortes.
7. Leia e releia quantas vezes for necessário para ELIMINAR erros de gramática. Eles
são inaceitáveis em artigos acadêmicos.
8. Cuidado com a pontuação, é ela que vai dar o tom ao seu texto e permitir que o
leitor o entenda. Leia meu guia definitivo de como usar a vírgula.

ESTRUTURA DO ARTIGO
Além das questões de estilo, um artigo também deve seguir uma estrutura pré-definida, que
é a que segue:

• Título, que deve estar estritamente relacionado ao conteúdo e permitir ao leitor ter
uma ideia geral sobre o que trata o texto.
• Resumo, que costuma ser de 4 a 6 linhas, destacando objetivos, métodos e
conclusões. Em alguns casos, é preciso o resumo em inglês (Abstract) ou espanhol.
Aprenda como fazer um resumo.
• Palavras-chave, geralmente 3 palavras que definam a abrangência do tema tratado
no texto. Em alguns casos, também é preciso a versão em inglês (Keywords) ou
espanhol.
• Corpo do artigo, dividido em introdução, desenvolvimento e conclusão (mas não se
usam títulos para isso)
• Referências bibliográficas, em ordem alfabética e conforme as normas da ABNT.

COMO FAZER UM RESENHA

Como um gênero textual, uma resenha nada mais é do que um texto em forma de síntese
que expressa a opinião do autor sobre um determinado fato cultural, que pode ser um livro,
um filme, peças teatrais, exposições, shows etc.

O objetivo da resenha é guiar o leitor pelo emaranhado da produção cultural que cresce a
cada dia e que tende a confundir até os mais familiarizados com todo esse conteúdo.

Como uma síntese, a resenha deve ir direto ao ponto, mesclando momentos de pura
descrição com momentos de crítica direta. O resenhista que conseguir equilibrar
perfeitamente esses dois pontos terá escrito a resenha ideal.

No entanto, sendo um gênero necessariamente breve, é perigoso recorrermos ao erro de


sermos superficiais demais. Nosso texto precisa mostrar ao leitor as principais
características do fato cultural, sejam elas boas ou ruins, mas sem esquecer de argumentar
em determinados pontos e nunca usar expressões como “Eu gostei” ou “Eu não gostei”.

Tipos de Resenha

Até agora eu falei sobre as resenhas de uma forma geral e livre e esses dados são
suficientes para você já esboçar alguns parágrafos.

Contudo, as resenhas apresentam algumas divisões que vale destacar. A mais conhecida
delas é a resenha acadêmica, que apresenta moldes bastante rígidos, responsáveis pela
padronização dos textos científicos. Ela, por sua vez, também se subdivide em resenha
crítica, resenha descritiva e resenha temática.
Na resenha acadêmica crítica, os oito passos a seguir formam um guia ideal para uma
produção completa:

1. Identifique a obra: coloque os dados bibliográficos essenciais do livro ou artigo


que você vai resenhar;
2. Apresente a obra: situe o leitor descrevendo em poucas linhas todo o conteúdo do
texto a ser resenhado;
3. Descreva a estrutura: fale sobre a divisão em capítulos, em seções, sobre o foco
narrativo ou até, de forma sutil, o número de páginas do texto completo;
4. Descreva o conteúdo: Aqui sim, utilize de 3 a 5 parágrafos para resumir claramente
o texto resenhado;
5. Analise de forma crítica: Nessa parte, e apenas nessa parte, você vai dar sua
opinião. Argumente baseando-se em teorias de outros autores, fazendo comparações
ou até mesmo utilizando-se de explicações que foram dadas em aula. É difícil
encontrarmos resenhas que utilizam mais de 3 parágrafos para isso, porém não há
um limite estabelecido. Dê asas ao seu senso crítico.
6. Recomende a obra: Você já leu, já resumiu e já deu sua opinião, agora é hora de
analisar para quem o texto realmente é útil (se for útil para alguém). Utilize
elementos sociais ou pedagógicos, baseie-se na idade, na escolaridade, na renda etc.
7. Identifique o autor: Cuidado! Aqui você fala quem é o autor da obra que foi
resenhada e não do autor da resenha (no caso, você). Fale brevemente da vida e de
algumas outras obras do escritor ou pesquisador.
8. Assine e identifique-se: Agora sim. No último parágrafo você escreve seu nome e
fala algo como “Acadêmico do Curso de Letras da Universidade de Caxias do Sul
(UCS)”

Na resenha acadêmica descritiva, os passos são exatamente os mesmos, excluindo-se o


passo de número 5. Como o próprio nome já diz, a resenha descritiva apenas descreve, não
expõe a opinião o resenhista.

Finalmente, na resenha temática, você fala de vários textos que tenham um assunto (tema)
em comum. Os passos são um pouco mais simples:

1. Apresente o tema: Diga ao leitor qual é o assunto principal dos textos que serão
tratados e o motivo por você ter escolhido esse assunto;
2. Resuma os textos: Utilize um parágrafo para cada texto, diga logo no início quem é
o autor e explique o que ele diz sobre aquele assunto;
3. Conclua: Você acabou de explicar cada um dos textos, agora é sua vez de opinar e
tentar chegar a uma conclusão sobre o tema tratado;
4. Mostre as fontes: Coloque as referências Bibliográficas de cada um dos textos que
você usou;
5. Assine e identifique-se: Coloque seu nome e uma breve descrição do tipo
“Acadêmico do Curso de Letras da Universidade de Caxias do Sul (UCS)”.

Conclusão
Fazer uma resenha parece muito fácil à primeira vista, mas devemos tomar muito
cuidado, pois dependendo do lugar, resenhistas podem fazer um livro mofar nas prateleiras
ou transformar um filme em um verdadeiro fracasso.

As resenhas são ainda, além de um ótimo guia para os apreciadores da arte em geral, uma
ferramenta essencial para acadêmicos que precisam selecionar quantidades enormes de
conteúdo em um tempo relativamente pequeno.

Agora é questão de colocar a mão na massa e começar a produzir suas próprias resenhas!

COMO FAZER UM RESUMO

Antes de mais nada, vale dizer que um resumo nada mais é do que um texto reduzido a seus
tópicos principais, sem a presença de comentários ou julgamentos. Um resumo não é uma
crítica, assim como a resenha o é; o objetivo do resumo é informar sobre o que é mais
importante em determinado texto.

Para Platão e Fiorin (1995), resumir um texto significa condensá-lo a sua estrutura essencial
sem perder de vista três elementos:

1. as partes essenciais do texto;


2. a progressão em que elas aparecem no texto;
3. a correlação entre cada uma das partes.

Se o texto que estamos resumindo for do tipo narrativo, devemos prestar atenção aos
elementos de causa e sequências de tempo; se for descritivo, nos aspectos visuais e
espaciais; caso o texto for dissertativo, é bom cuidar da organização e construção das
idéias.

Existem, segundo van Dijk & Kintsch (apud FONTANA, 1995, p.89), basicamente 3
técnicas que podem ser úteis ao escrevermos uma síntese. São elas o apagamento, a
generalização e a construção.

Apagamento

Como no nome já diz, o apagamento consiste em apagar, em cortar as partes que são
desnecessárias. Geralmente essas partes são os adjetivos e os advérbios, ou frases
equivalentes a eles. Vamos ver um exemplo.

O velho jardineiro trabalhava muito bem. Ele arrumava muitos jardins diariamente.

Sendo essa a frase a ser resumida através do apagamento, poderia ficar assim:

O jardineiro trabalhava bem.


Cortamos os adjetivo “velho” e o advérbio “muito” na primeira frase e eliminamos a
segunda. Ora, se o jardineiro trabalhava bem, é porque arrumava jardins; a segunda
informação é redundante.

Generalização

A generalização é uma estratégia que consiste em reduzir os elementos da frase através do


critério semântico, ou seja, do significado. Exemplo:

Pedro comeu picanha, costela, alcatra e coração no almoço.

As palavras em destaque são carnes. Então, o resumo da frase fica:

Pedro comeu carne no almoço.

Construção

A técnica da construção consiste em substituir uma sequência de fatos ou proposições por


uma única, que possa ser presumida a partir delas, também baseando-se no significado.
Exemplo:

Maria comprou farinha, ovos e leite. Foi para casa, ligou a batedeira, misturou os
ingredientes e colocou-os no forno.

Todas essas ações praticadas por Maria nos remetem a uma síntese:

Maria fez um bolo.

Além dessas três, ainda existe uma quarta dica que pode ajudar muito a resumir um texto. É
a técnica de sublinhar.

Enquanto você estiver lendo o texto, sublinhe as palavras ou frases que fazem mais sentido,
que expressam ideias que tenham mais importância. Depois, junte seus sublinhados,
formando um texto a partir deles e aplique as três primeiras técnicas.
Como leitura adicional, eu sempre recomendo o excelente livro de Maria Almira Soares,
que se dedica exclusivamente a dotar o aluno de ferramentas teórico-práticas, úteis à
elaboração de uma síntese ou resumo. Desde a primeira leitura geral do texto até as técnicas
de simplificação, articulação e reformulação do discurso, a autora reúne aqui um conjunto
de etapas a serem acompanhadas pelo estudante. Trechos de textos literários e jornalísticos
dão corpo a uma gama de exercícios de aplicação, indispensáveis à consolidação dos
saberes nos domínios da escrita, da leitura e do funcionamento da língua.

COMO FAZER UM RELATÓRIO

Existem basicamente dois tipos de relatórios, o acadêmico e o profissional, os dois


obedecem normas e possuem o mesmo objetivo final: relatar o desenvolvimento de um
trabalho ou de uma pesquisa, informando e quantificando os seus resultados de forma clara
e pormenorizada.

Todos os tipos de relatório devem ser produzidos tendo como base o resultado de uma
atividade ou pesquisa. Portanto, é preciso material de apoio para o seu desenvolvimento,
sendo importante que, enquanto estiver realizando a ação objeto do futuro relatório,
pesquisa, trabalho, estágio, etc., vá fazendo anotações de todos os pontos relevantes que
encontrar e que lhe chamarem a atenção. Essa dica vale para o relatório sobre um livro, o
relatório de estágio, de uma pesquisa ou de uma atividade qualquer. Anotar os pontos
relevantes, dúvidas, pormenores, personagens principais, curiosidades e outros pontos que
puderem ser aproveitados na elaboração do documento final. As notas mais simples podem
ser importantes ao fazer o relatório, e tudo que não for usado pode ser descartado, então
anote tudo que achar relevante ou interessante.

Assim como qualquer outro trabalho acadêmico ou documento, o relatório precisa


necessariamente ter objetivos bem definidos e deve ser dividido em introdução,
desenvolvimento e conclusão. O título deve ser simples e vir seguido da identificação
(nome, turma ou departamento).
Na introdução do relatório deve constar resumidamente todo o conteúdo do mesmo, junto
com os objetivos, a abrangência da pesquisa ou trabalho que resultou o relatório e a
metodologia utilizada. No desenvolvimento devem constar os dados, depoimentos e
estatísticas que podem ser organizados em textos, utilizando também gráficos e tabelas para
enriquecer e dar consistência ao seu trabalho.

O relatório, diferente dos demais trabalhos e documentos, não tem o objetivo de


argumentar, mas sim de relatar dados ou informações coletadas ou observadas. A conclusão
deve trazer o fecho de todos os dados apresentados.

A redação do relatório deve usar uma linguagem formal e técnica quando necessário,
contudo deve ser clara e concisa. Prefira a ordem direta e evite erros gramaticais. Fazer um
relatório implica comunicar fatos, resultados, sendo imprescindível que você atinja ao
menos esses objetivos básicos.

COMO FAZER UM ARTIGO DE OPINIÃO

Um artigo de opinião tem a intenção de convencer o leitor em relação a forma de pensar do


autor do texto. Para isso é essencial que o redator conheça profundamente o tema sobre o
qual versa e também as circunstâncias em que se deram tal fato, pois só assim poderá
formular argumentos consistentes e defender a sua tese, ou seja, a sua opinião. Por isso,
antes de escrever o seu, leia diferentes pontos de vista sobre o tema e anote os argumentos
que lhe chamaram a atenção, eles podem ser úteis para você fundamentar o texto que irá
desenvolver, seja apoiando e defendendo a mesma ideia ou refutando e apresentando outros
argumentos nesse sentido.

Para quem vai escrever um texto de opinião, é importante ter em mente quem está do outro
lado, quem está lendo seu texto. Escreva dirigindo-se ao seu leitor com uma linguagem
adequada ao perfil dele, tentando manter um estilo formal, mas com palavras comuns.

Desenvolva os argumentos que anotou inicialmente de forma consistente, saiba de antemão


qual a ideia que quer transmitir, por exemplo, se quer falar a favor de um sabão em pó,
defina por que ele é bom, tenha argumentos sobre a sua eficiência, seu preço, seus
ingredientes, sua ação na roupa, seus efeitos ambientais, etc. O mesmo com qualquer outro
assunto, que pode ser desde o uso da energia nuclear até a segurança nas escolas, por
exemplo, face a tragédia recente no Rio de Janeiro.

Um artigo de opinião, como qualquer outro texto que se produza, deve ter uma introdução,
um desenvolvimento e uma conclusão. Na introdução devemos dizer claramente do que
trata o texto, para logo em seguida, em outro parágrafo, passar ao seu desenvolvimento. Por
fim, a conclusão, que pode ser definitiva ou então levar o leitor a refletir e chegar as suas
próprias conclusões.

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