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TÍTULO: A Participação da Família no Processo de Educar

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Ilma Pereira Rodrigues
Resumo
Este artigo destina-se ao relato da intervenção sobre a Participação dos
Pais no Processo de Educar visto como uma problemática detectada no
Projeto Político Pedagógico do Centro de Educação Infantil Dona Aureny na
Cidade de Porto Nacional Tocantins que oferece a 1ª fase da educação
infantil. O principal objetivo desse artigo foi conhecer as maiores causas que
gera o não acompanhamento dos pais na vida escolar de seus filhos. O
mesmo partiu-se do princípio de estudos referente ao tema, pesquisa
bibliográfica, levantamento de dados através de questionário direcionado às
famílias, reuniões, fórum de debates e conversa informal com os mesmo.
Sendo assim buscou-se realizar ações para articular escola família como:
reuniões bimestrais com os alunos de baixo rendimento, programações
festivas, participações dos pais nos projetos escolares, contatos através de
convites, visitas domiciliares, criação do Conselho Escolar, convocações a
visitas às exposições e apresentações dos trabalhos escolares dos alunos na
escola e fora dela. Com tudo ao final percebemos a mudança na relação
entre ambas as partes e a melhora na prática docente dos professores e os
resultados dos alunos.
Palavras-Chave: Educação. Escola. Família.
ABSTRACT
 This article is for the account of the intervention on the Participation of Parents in the
Process of Educating seen as a problem detected in the Pedagogical Political Project of the
Center for Early Childhood Education in the City of Dona Aureny Tocantins Porto Nacional
offering the 1st phase of early childhood education. The main aim of this paper was to
understand the major causes that generates no monitoring of parents in school life of their
children. The same principle we started with the studies on the topic, literature search, data
collection through a questionnaire directed to families, meetings, forum debates and informal
conversation with the same. So we tried to carry out actions to coordinate school family as
bimonthly meetings with students of low income, festival schedules, participation of parents in
school projects, contacts through calls, home visits, establishment of the School Board,
recalls the visits to exhibitions and presentations by the school work of students in school and
beyond. With all the end we realize the change in the relationship between both parties and
the improvement in teachers' teaching practice and student outcomes.

  Words-key: Education. School. Family.

1 Professora concursada formada em pedagogia licenciatura com habilitação nas séries iniciais do ensino
fundamental, orientação e supervisão educacional. Atualmente está sendo coordenadora pedagógica da 1ª fase do
ensino fundamental de uma escola da rede pública de Porto Nacional – Tocantins.
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1. INTRODUÇÃO

Sabemos que a educação se inicia no ambiente familiar e se prolonga


por todos os campos sociais que a criança passa tendo a família como base
principal e a escola neste sentido estar para complementar à ação da família.
Sendo assim foi necessário fazer este estudo com as famílias para
saber como se dar a educação familiar sendo esta a base fundamental e se
esta estar de acordo com a educação escolar. Pois sabemos que a relação
entre essas duas instâncias é muito importante paro o sucesso do processo
ensino-aprendizagem.
Este artigo objetiva-se analisar como os pais das crianças da 1ª fase do
ensino fundamental vêem a importância de sua Participação no Processo de
Educar, problemática essa detectada no Projeto Político Pedagógico da
escola, visto como um entrave no desenvolvimento do processo ensino e
aprendizagem dos educando, E como deve ocorrer à participação da família
na escola, quais as maneiras que a escola pode estimular a participação dos
pais, como podem ver esses resultados trazidos por essa participação.
Sabe-se que somente através de uma boa educação poderemos mudar
a realidade de uma nação e para isso se faz necessário realizar um projeto
de intervenção focando uma relação de parceria onde escola e famílias
caminham juntas tendo seus papeis bem claros e definidos.
O principal objetivo desse artigo foi refletir junto aos educadores e pais a
importância da família na vida escolar dos filhos, ou seja, no processo de
educar, bem como buscar uma participação efetiva na vida escolar dos
mesmos apontando estratégia e mecanismo de uma participação eficaz.
Através do mesmo pode-se identificar as maiores dificuldades
vivenciadas pelos pais com relação ao acompanhamento da vida estudantil
dos filhos verificando se há mesmo uma preocupação dos pais nesse
processo e quais são as finalidades existentes na relação escola família
evidenciando qual importância atribuída pelos pais à esta como Instituição
educativa voltada para a educação das novas gerações.
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A problemática em foco permite-se analisar a situação atual dos pais e


suas dificuldades em acompanhar a vida escolar dos filhos, e como a escola
deve buscar uma relação de parceria com os mesmo objetivando o sucesso
escolar dos educando, bem como sua postura em relação à escola, que
serviu de base para este estudo e para os profissionais da educação que
deseja construir numa relação de parceria com as famílias,
já que escola e família são de uma importância significativa para a
construção de uma aprendizagem significativa e eficaz.
O trabalho apresentado foi realizado em diversas etapas onde a
princípios ouve um levantamento de dados familiares através de
questionários fechado e aberto sobre as reais condições das famílias e sua
formação, nos momentos de reuniões com pais, visitas familiares,
assembléias, encontros para estudos sobre o papel da família, vídeos
educativos, encontro para motivação dos pais, criação do Conselho Escolar,
conselho de classe, plantões pedagógicos para discussão e análise do
processo ensino e aprendizagem e conhecimento melhor da proposta da
escola, utilizou-se também pesquisa bibliográfica de autores que trata da
relação escola família como: Seagoe, Brandão, Szymonsky, Prado, Libaneo
e leituras de textos diversos que referenda o tema em questão e pesquisa na
internet.
Portanto buscou-se a realizações deste projeto de intervenção, com
diversas ações com intuito de articular escola e família como: reuniões,
programações festivas, envolvimento dos pais nos projetos da escola, nos
trabalhos realizados pelos alunos dentro e fora da escola, datas
comemorativas e outros visto como estratégias positivas nas relações escola
família e conseqüentemente trouxe melhores resultados na vida escolar dos
educando.
2. DESENVOLVIMENTO

A educação perpassa tanto o ambiente escolar quanto o familiar e, o


ambiente educacional abrange várias práticas e etapas educacional tendo
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como principal objeto de estudo o aluno. É no aluno que vemos as


possibilidades de descoberta, realizações, mudanças e consequentemente as
transformações das práticas pedagógicas dos professores e seus agente
educativos.
“A aprendizagem é influenciar o comportamento inicial do aluno por meio
das experiências vividas na escola, na rua, na família”. (SEAGOE,1978, p. 6).
Sendo assim a relação entre os dois contextos escolar e familiar são
fundamentais para que possamos promover no aluno resultados satisfatórios
no processo de aprendizagem. É nesses dois cenários que vemos que o poder
que a família tem juntamente com a escola é de desenvolver no aluno as
atitudes positivas sua sociabilidade, a afetividade e o bem estar físico dos
indivíduos. Isso significa dizer que é no seio familiar e também escolar que o
sujeito se descobre e consequentemente vá-se aos poucos se preparando e
adquirindo padrões de vida culturais e sócio-culturais pré-definidos desejáveis
para conviver em uma sociedade.
Portanto, fez-se necessário desenvolver um estudo sobre as reais
influencias das famílias no que se refere ao tema estudado e também no que
diz respeito ao processo de ensino e aprendizagem dos filhos e perceber se
essa articulação tão desejada vem acontecendo ou não nessa relação entre
escola e família tendo esta como referencia fundamental para a formação da
personalidade de cada um, de forma que tanto escola como família perceba
que essa articulação é indispensável para que aconteça de fato uma educação
justa e necessária aos sonhos de cada educando.
Durante o desenvolvimento do projeto tanto pais como educadores
enfatizaram a necessidade de se implantar ações coletivas que pudessem vir
de encontro com as reais necessidades de sua clientela, partindo daí para as
práticas concretas e eficazes objetivando a estreita relação entre os dois.
Educação é o conjunto de ações,
processos, Influências, estruturas que
intervêm no desenvolvimento humano
de indivíduos e grupo na relação ativa
com o ambiente natural e social, num
determinado contexto de relações
entre grupos e classes sociais.
Libâneo (2000p. 22).
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De acordo com essa concepção de educação, vimos que esse conceito


abrange todos os processos formativos que se desenvolvem no ambiente
familiar e social e sejam eles positivos ou não são fatores que podem ocasionar
mudanças significativas na vida dos alunos e quanto aos pais estes sim devem
sempre fazer um questionamento como está diante do seu papel enquanto
colaboradores de educação e o que eles pensam sobre isso para que as
escolas possam ajudá-los compreender melhor esse processo e seu papel.
Pois capacitar professores para trabalhar junto as crianças e adolescentes
é um desafio que implica descobrir estratégias diferenciadas e adaptáveis á
realidade e assim despertar para um chamado urgente e necessário.
E foi pensando nisto que dentre as reuniões houve aplicação de
questionários cujo objetivo era saber se os pais conhecem quais suas
responsabilidades enquanto colaboradores de educação, qual o papel da
escola, quais as sugestões coletivas para com a mesma, se os pais conhecem
bem seus filhos, se sabem sobre os seus desejos, sonhos, qualidades,
dificuldades, suas frustrações, defeitos, seus medos, se dedicam tempo
suficiente em estar com eles, se conhecem seus melhores amigos, se são
sabedores de suas companhias extras familiares, como eles poderiam ajudar a
escola, o que eles pensam dos professores, enfim se eles gostam da escola e
se dão à verdadeira importância necessária que os seus filhos merecem.
Durante o desenvolvimento do projeto e após a análise das respostas dos
questionários percebeu-se que a maioria possui uma segunda família, assunto
este trabalhado no interior das salas e nas práticas pedagógicas dos
professores, como também o que nos surpreendeu é que a maioria sabe do
seu papel e que o fato de os mesmos não conseguir cumprir se justifica pelo
novo modelo de composição familiar, perda de sua própria autoridade
decorrente da indisciplina familiar e influência do meio social. Outros, porém
disseram que as escolas são poucas atrativas, e os que se negam diante de
seu papel atribuem a responsabilidade de educar somente às escolas o que
gera uma carga muito pesada aos educadores em geral.
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Com tudo a aplicação do mesmo contribuiu de modo positivo, pois serviu


de base para uma nova reconstrução metodológica, pedagógica e filosófica da
escola partindo para um novo redirecionamento de suas ações.
A participação efetiva dos pais no processo de aprendizagem facilitou a
prática pedagógica dos professores, onde os mesmo passaram a obter uma
nova postura deixando de reclamar tanto dos alunos, como também mudanças
nos modelos de reuniões pedagógicas, a escola em suas ações dentro do PPP
inseriu ações onde a escola estaria promovendo ações voltada a cidadania dos
moradores do bairro e outras que aos poucos estamos vendo um novo olhar
dos pais e nós enquanto educadores estamos vendo as nossas dimensões de
maneira mais satisfeita mesmo diante a tantas dificuldades que ainda temos
que melhorar.
E isso deixa claro a responsabilidade ou mesmo o desafio que a escola
tem em buscar e apoiar a articulação família-escola e continuar cobrando e
incentivando a participação dos pais dentro das ações da escola e no seu
ambiente físico de forma mais contínua.
As duas instituições são responsáveis pela inserção do sujeito no
contexto social, devendo torná-lo capaz de alcançar o conhecimento com
autonomia e acompanhar as mudanças sociais, tecnológicas e econômicas.
“Ensinar é propiciar situação que permitam ao educando modificar o
seu comportamento de determinado modo” (SEAGOE, 1978, p. 21)
Neste sentido durante a realização do projeto e em especial no
desenvolvimento da prática do professor fez-se necessário criar momentos em
que pudéssemos parar e repensar a prática pedagógica a maneira como a
mesma vem sendo desenvolvida, pois sabemos que o papel do professor é de
buscar meios para que essa aprendizagem significativa ocorra sendo ele o
mediatizador entre o conhecimento do aluno e o objeto de estudo.
Com tudo o professor precisa ter certo grau de conhecimento sobre a
situação familiar, econômica e social que se insere o alunado tendo em mente
que as atividades, ou seja, os deveres de casa sejam levados em conta todas
essas características do aluno facilitando assim a realização de sua intenção.
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“A família como toda instituição social, apesar dos conflitos é a única que”.
engloba o indivíduo em toda a sua história de vida pessoal’’ (PRADO, 1981, p.
09).
Sabemos que é na família que se dá o início de toda uma vida, é nela que
todo indivíduo recebem seus primeiros ensinamentos, normas de convivência,
as orientações de como conviver com o meio social enfim é nela que o
indivíduo adquire toda uma estrutura, ou seja, uma gama de fatores capaz de
promover o início da formação de seu caráter.
A família o espelho, a autoridade de poder sobre os filhos onde precisa-se
resgatar seus valores, sua autonomia para sim ser o verdadeiro sustentáculo
de valores morais e essenciais para o futuro das novas gerações.
“Uma instituição não substitui uma
família, mas com atendimento
adequado, pode dar condições para a
criança e o adolescente
desenvolverem uma vida saudável no
futuro”. SZYMANSKI (2001, P.53).

No contexto familiar em que vivemos hoje em que as famílias estão


voltadas para atender as exigências do mercado de trabalho e até mesmo por
questões de sobrevivência, ver se a necessidade de abraçar a
responsabilidade da família de educar, pois o educando não poderá ser o
sujeito responsável por não ter uma família que eduque capaz de dar a ele o
sustentáculo primordial que possibilitará a formação de sua personalidade,
cabendo assim a escola se responsabilizar por isso não de forma a excluir os
pais do processo, mas atender a criança em suas necessidades e fazer valer o
seu direito de aprender, que faz parte dos direitos emocionais e educacionais
de toda criança.
E enquanto a escola cumpre com seus papel, procuramos envolver a
família no trabalho rotineiro da escola objetivando o conhecimento por parte
dos pais como se dar a rotina diária dos professores de modo que eles
percebam que as duas instâncias educativas andando juntas com seus papeis
bem claros e definidos dando a elas todos os direitos essenciais para a
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construção de sua identidade teremos mais chance de ver o sucesso dos


alunos em geral.
Voltando ao cenário familiar, reportando falas de alguns pais é preciso
que haja momentos de reunião familiar, encontros, festividades e outros a fim
de resgatar sua cultura criando na criança a condição de desenvolver em se
seus valores culturais como: amor, paz, união, companheirismo, respeito
fraternidade e solidariedade.
Nesse sentido, a família aos poucos irá incorporar na vida dos filhos
valores que será desenvolvido nos bancos escolares e por toda sua vida de
forma positiva, tendo condições de enfrentar as contradições do mundo lá fora.
“A família é a instituição mais sólida desde os princípios da era cristã”.
PRADO (1981,P. 64). Isso evidencia sua grande responsabilidade estendendo-
se para a escola a continuidade de propiciar no sujeito condições de uma vida
harmônica e digna de uma vivencia plena em sociedade. Pois é nela que a
criança encontra um aconchego de modo especial e único.
A escola enquanto promotora dessa participação precisa antes de tudo,
conhecer um pouco das famílias, observando seus comportamentos e atitudes,
através da compreensão e do respeito procurar estratégias adequadas às
necessidades da família, sem desvalorizá-la pela sua classe social.
Segue exemplos de questionários que ajudou a identificar melhor as
dúvidas e anseios da comunidade escolar e como este estão diante de seus
filhos, como também sobre sua participação.
CMEI-Centro de Educação Infantil Dona Aureny

Questionário aplicado aos pais em um encontro.

O que você sabe sobre seus filhos?


Muitas vezes os pais são os últimos, a saber, dos problemas dos filhos.
Confira se você conhece bem seu filho e está em condições de perceber se ele
precisa de ajuda.
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RESPOSTAS SIM NÃO


1- você conhece o melhor amigo de seu filho?
2- sabe qual é a coisa que ele mais teme?
Conhece os seus programas de TV favoritos?
3- Saberia dizer qual é a disciplina que ele mais gosta?
4- Sabe qual é a disciplina que ele tem mais dificuldades?
5-você estabelece um horário para seu filho estudar?
6- conhece o horário de aula de seu filho?
7- Saberia dizer quantos para casa ele tem por semana?
8- Encaminha seu filho aos dias destinado as aulas de reforço?
9-Você trabalha quantas horas por dia? ()6 ( )8
10- você atribui responsabilidade ao seu filho quando ele não
está na escola?
11- você vai à escola somente quando é convocado ou você se
considera um pai, mãe ou responsável participativo?
12- Você leva seu filho à igreja?
13- Conhece qual é o herói de seu filho?
14- Sabe se ele se sente querido pelos colegas da escola?
15- Saberia dizer quais suas expectativas para as próximas
férias?
16- Saberia dizer o nome da professora de seu filho? (a)
17- Conhece o maior talento ou habilidade de seu filho?
18- Conhece o aspecto ou aparência de seu filho que ele menos
gosta?
19- Saberia dizer qual o maior sonho de seu filho? o que ele
deseja profissionalmente?
20- É sabedor do que ele faz nos fins de semana?
21- Sabe qual momento ocasional familiar que ele mais aprecia?
22- Conhece os apelidos que os outros dão a seu filho?
23- Já prestigiou algumas das realizações de seu filho dentro da
escola?
24- Saberia dizer qual é a maior queixa ou reclamação de seu
filho sobre a família que tem?
25- Conhece seu estilo favorito de música?
26- Saberia dizer quais esportes ele tem mais prazer em
praticar?
27- Pais com pouca escolaridade podem acompanhar os
deveres de casa de seu filho?
28- Saberia dizer qual situação que os deixou mais orgulhoso?
29- Você contribui para que as atitudes de seu filho sejam
satisfatórias para a formação de sua personalidade?
30- Gostaria de mudar algo em casa para melhorar a situação?
31- Conhece a pessoa, fora do âmbito familiar, que mais
influenciou ou tem influenciado seu filho?
32- Saberia dizer qual série ou ano que seu filho estuda?

Senhores pais, mães e ou responsáveis, queremos através deste questionário


ajuda-los desenvolver seu papel enquanto colaboradores de educação.
Pedimos que converse bastante com seu filho (a) para que os conheça melhor,
contribuindo assim com o seu futuro, ficando mais tempo com seu filho e ouvi-
lo mais e dando a verdadeira importância que ele merece.

4. CONSIDERAÇOES FINAL

Após a intervenção realizada na Escola Centro de Educação Infantil Dona


Aureny e mediante a análise das leituras e discussão feita entre os pais e
equipe escolar e desenvolvendo ações já apresentada, constatou-se uma
postura diferenciada dos pais em relação à problemática em foco detectada no
(PPP) mesmo que esta ainda fica a desejar por parte daqueles que ainda
pensa que a escola sozinha está para ensinar e contribuir com todo processo
de formação do ser humano e não para cobrar.
A família não pode apenas justificar sua ausência e pensar que a escola
sozinha dá conta do futuro dos indivíduos, deve sim participar e se envolver em

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tudo que a escola promove e cobrando das autoridades políticas públicas


voltadas para a educação. A responsabilidade tem que ser sim compartilhada
numa relação de cooperação, que permite as duas Instituições exercer suas
funções com autonomia e respeito.
Por outro lado vem o afeto fator importantíssimo neste processo, pois
filhos motivados por ambas as partes tem maiores sucesso nos estudos e
deixam pais e escola feliz, pois só assim a escola percebe o cumprimento de
seus reais objetivos explícitos no desenvolvimento dos alunos.
Aos poucos os pais estão procurando a escola de forma voluntária nos projetos
já realizados.
Percebeu-se também uma grande dificuldade por parte dos educadores
em compreender a formação estrutural da família, porque gera uma sobre
carga no seu papel de educar e a escola por sua vez deve exercer uma dupla
função fazendo cumprir o seu papel e o da família, promovendo o
desenvolvimento dos educando que é de direito de todos.
Foi constatado por parte dos pais que a escola após a realização deste
projeto estar oferecendo uma maior atração em suas ações em vez de só
cobranças e que muitas vezes chama os pais para homenageá-los, fazendo
com que eles se sintam felizes ao ter-lhes como parceiros.
Pode-se concluir também que após a intervenção houve uma mudança na
postura das famílias em relação ao acompanhamento dos estudos dos filhos,
onde eles estão acompanhando os filhos nas tarefas de casa, observando os
cadernos de forma diária, justificando as faltas dos alunos, tendo uma
compreensão maior e mais aceita sobre seu papel, disponibilizando-se em se
envolver nas ações da escola, maior participação nos momentos de reunião,
plantão pedagógico e uma melhora nos trabalhos feito em sala aumentando
assim a auto estima entre professor e aluno.
Ultrapassar as barreiras existentes é demonstrar boa vontade e
compromisso com o processo educativo dos membros das novas gerações.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Cynthia Andersen Sarti. A Família Como Espelho. 4ª edição. São Paulo:


Cortez, 2007.
LIBÂNEO, José Carlos. Pedagogia e pedagogos, Para quê?. 3 ed. São
Paulo: Cortez, 2000.
PORTES, E.A. O trabalho escolar das famílias populares. Em NOGUEIRA,
M.A; ROMANELLI, G. ZAGO, N. (Orgs). Família e escola: Trajetória da
escolarização em camadas médias e populares. Petrópolis, RJ: Vozes,
2000. p. 61 - 80.
PRADO, Danda. O que é família. 1 ed. São Paulo: Brasiliense, 1981. (Coleção
Primeira Passos).
SEAGOE, May Violet. O processo de aprendizagem e a prática escolar. 2
ed. Vol. 107. SP: Companhia Editora Nacional, 1978.
SZYMANSKI, Heloisa. A relação família/escola: desafios e perspectivas.
Brasília: Plano, 2001.
ZAGO, N. Processo de escolarização nos meios populares – As
contradições da obrigatoriedade escolar. Em Nogueira, M.A; Romaneli, G,
ZAGO, N. (Orgs). Família e escola: Trajetória da escolarização em camadas
médias e populares. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000 p. 17-43.

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