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Universidade Federal de São Carlos

Níquel

Alexandre Cannataro de Figueiredo RA 321117


Artur Tadeu Pepe Ambrozin RA 231827
Erich Sigolo RA 321087
Leandro Zanardo Belotto RA 320943
Matheus Gaboardi RA 321109
Sumário

Histórico________________________________________________________3
Propriedades_____________________________________________________3

Reservas_________________________________________________________4

Mineração_______________________________________________________5

Extração_________________________________________________________6

Beneficiamento___________________________________________________6

Processamento____________________________________________________7

Formas finais_____________________________________________________10

Aplicações_______________________________________________________10

O Níquel e a Agroindústria__________________________________________13

Dados estatísticos_________________________________________________13

Referencias______________________________________________________15

HISTÓRICO

2
Os primeiros indícios de níquel ocorrem antes da era cristã. Moedas
japonesas de 800 anos A.C. e gregas de 300 anos A.C. continham níquel,
resultado de uma liga natural com o cobre. Nos anos 300 ou 400 A.C.
fabricavam-se armas em ferro, com conteúdo de níquel variando de 5 a 15%.
Somente no século XVII o metal passou a ser chamado de níquel derivado
de “kupfernickel”, referência dada a nicolita pelos mineiros alemães quando a
identificaram.
No entanto apenas em 1751, Axel Frederich Cronstedt tentando extrair o
cobre da nicolita obteve níquel metálico. O minério teve pouca importância real
na economia industrial até 1820, quando Michael Faraday, com a colaboração de
seu associado Stodard, foram bem sucedidos fazendo uma liga sintética de ferro-
níquel, sendo o início da liga níquel-aço que tem uma grande contribuição para o
desenvolvimento industrial do mundo.
Em 1838, a Alemanha produziu o primeiro níquel metálico refinado, tendo
iniciado o refinamento com umas poucas centenas de toneladas de minério
importado.

PROPRIEDADES

O níquel é um metal branco-prateado, dúctil e tenaz (devido à estrutura


FCC), maleável, peso específico 8,5 g/cm3, dureza escala de Mohs 3,5; modulo de
elasticidade 204GPa, tem seu ponto de fusão em aproximadamente 1.453º C,
calor de fusão 68 cal/g, peso atômico 58,68, possuindo grande resistência
mecânica à corrosão e à oxidação.
Além de ser resistente à corrosão, o minério mantém suas características
mecânicas e físicas mesmo quando submetido a temperaturas extremas. Devido
às suas qualidades exclusivas, pode ser utilizado em diversas aplicações e
produtos, como televisores, baterias recarregáveis, prensagem de CDs e DVDs
etc.
O uso mais freqüente do níquel é a sua composição com outros metais, na
forma de ligas. Por ser um metal de transição, o minério combina-se facilmente
com outros, em especial o ferro, o cromo e o cobre. Essas ligas possuem
combinações particulares de propriedades que não podem ser obtidas dos metais
puros.

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RESERVAS

As reservas mundiais de níquel em 2009 foram definidas por depósitos


minerais que ocorrem em vários países. Neste contexto Austrália, Nova
Caledônia e Rússia representam 56,3% do total das reservas mundiais
atualmente conhecidas. Segue a esses, países como Brasil, Colômbia, China,
Indonésia, Canadá e África do Sul.
Reservas %
Países
United States
---
Austrália
36,8
Botswana
0,7
Brazil
6,4
Canada
5,8
China
1,6
Colombia
2,4
Cuba
7,7
Domi. Rep.
1,2
Greece
0,7
Indonesia
4,5
Nova Caledonia
10,1
Philippines
1,3
Russia
9,4
South Africa
5,2
Spain
0,1
Venezuela
0,7
Outros Países
5,4

TOTAL 100,00
Fonte: Mineral commodity Summaries – 2010

O Brasil ocupou a 7ª (sétima) posição a nível mundial. Em 2008, totalizou


10.081.343 toneladas de níquel contido (reservas medida+ indicada).
Aproximadamente 37,8% das reservas (medida) nacionais de níquel estão
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concentradas no estado de Goiás, em 2008 totalizaram 229.713.447 t,
localizadas nos municípios de Americano do Brasil, Barro Alto, Crixás, Diorama,
Goianésia, Goiás, Iporá, Jaupaci, Jussara, Montes Claros de Goiás, Niquelândia e
Santa Fé. No Estado do Pará, somaram 193.895.000 t, em Marabá, Ourilândia e
São Felix do Xingu, com 33,9%; no Piauí no município de São João do Piauí 15,9%
alcançando 138.000.000 t, a Bahia, no município de Itagibá, com 10,4%
atingindo 94.419.000 t, em Minas Gerais nos municípios de Fortaleza de Minas,
Ipanema e Liberdade somou 5.292.806 t cerca de 1,60% e no Estado de São
Paulo 2.252.000 t, no município de Jacupiranga com uma participação de 0,4%
sobre o total.

Reservas Brasileiras

MINERAÇÃO
O níquel é encontrado em minerais sulfuretos, silicatados, arsenetos e
oxidados. O teor de níquel no mineral e a concentração desse mineral em uma
área bem definida e relativamente pequena na crosta terrestre definem os
depósitos minerais que são explorados de acordo com suas reservas, e dessa
forma constituem fontes de suprimento das demandas existentes.
As reservas mundiais de níquel em 2009 foram definidas por depósitos
minerais que ocorrem em vários países. Neste contexto Austrália, Nova
Caledônia e Rússia representam a maior parcela do total das reservas mundiais
atualmente conhecidas. Segue a esses, países como Brasil, Colômbia, China,
Indonésia, Canadá e África do Sul, Quadro 1.
Quadro 1- Reservas e Produção Mundial

Produção Produção Reservas


2008 2009

5
United States — — —
Australia 200,000 167,000 26,000,000
Botswana 38,000 36,000 490,000
Brazil 58,500 56,700 4,500,000
Canada 260,000 181,000 4,100,000
China 68,400 84,300 1,100,000
Colombia 76,400 93,000 1,700,000
Cuba 67,300 65,000 5,500,000
Domi. Rep. 31,300 — 840,000
Greece 18,600 14,000 490,000
Indonesia 193,000 189,000 3,200,000
Nova 103,000 107,000 7,100,000
Caledonia 83,900 85,000 940,000
Philippines 277,000 266,000 6,600,000
Russia 31,700 34,000 3,700,000
South Africa 8,140 7,800 57,000
Spain 13,000 12,000 490,000
Venezuela 46,000 28,600 3,800,000
Outros Países
Fonte: Mineral commodity Summaries – 2010

Segundo dados do Mineral Commodity Summaries de 2010, a produção


mundial de níquel em 2003 foi da ordem de 1.430.000 toneladas de Ni contido no
minério. A Rússia é o maior produtor, seguida pela Indonésia e Canadá. O
desenvolvimento de processos mais rentáveis e eficientes de beneficiamento
mineral do chamado minério laterítico tem sido responsável por novos patamares
na produção de níquel na Austrália principalmente, e em outros países como o
Brasil. Neste contexto, a produção brasileira, 9a no ranking dos produtores
mundial, foi de 56.000 mil toneladas de níquel contido em ligas de ferro-níquel,
níquel eletrolítico e matte de níquel produzidas por diferentes companhias.
A VALE, segunda maior mineradora diversificada do mundo, é controladora
do Projeto Onça Puma, uma das maiores reservas de níquel laterítico conhecidas
mundialmente.

Projeto Onça-Puma

Vale também destacar a recente descoberta da maior mina de níquel da


América Latina dos últimos 10 anos, na Bahia, que pode colocar o Brasil ainda
mais próximo dos maiores produtores mundiais.

EXTRAÇÃO

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Existem dois tipos de fontes de níquel: os minérios lateríticos
(normalmente encontrados em regiões tropicais e predominantemente próximos
à superfície) e os minérios sulfuríticos (presente em regiões mais temperadas e
freqüentemente em profundidade).
A extração do níquel de seus minérios é dificultada pela presença de
outros metais. Minérios do grupo dos sulfetos são hoje a principal fonte do níquel
produzido. O minério é concentrado por flotação e por métodos magnéticos, e a
seguir aquecido com SiO2 . O FeS se decompões a FeO, que reage com o SiO2
formando FeSiO3 como escória de fácil remoção. A mate dos sulfetos é resfriada
lentamente, com formação de uma camada prateada superior de Cu 2S e uma
camada preta inferior de Ni2S3, que pode ser separada mecanicamente ( também
se forma uma pequena quantidade de uma liga metálica Cu/Ni ) O Ni 2S3 é então
aquecido com ar e convertido em NiO. Este último pode ser utilizado diretamente
na indústria do aço. O NiO também pode ser reduzido ao metal pelo carbono,
num forno. O metal é fundido em eletrodos, que são purificados por eletrólise
numa solução aquosa de Sulfato de níquel.

BENEFICIAMENTO
A extração do níquel de seus minérios é dificultada pela presença de
outros metais. Minérios do grupo dos sulfetos é hoje a principal fonte do níquel
produzido. O minério das reservas será britado, a alimentação do britador
primário é feita com minério abaixo de 50 cm. Para tanto, uma grelha com
abertura retangular 50X100 mm classifica a alimentação do britador abaixo
dessa granulometria. Os blocos fragmentados são por meio de martelete
mecanizado. O minério é britado a uma taxa de 140 t/h, também ocorrem
britagens secundárias e terciárias, ele é então peneirado e misturado para
produzir uma alimentação consistente para a planta de processo dentro das
especificações projetadas.
A granulação do minério ainda se constitui em fator limitante para a
utilização de processos de concentração densitária, especialmente para
tamanhos de partículas inferiores a 25 μm.
A separação ocorre por meio de um processo de flotação, com reagentes
projetados para atrair e separar minerais da rocha. Os xantatos e ditiofosfatos
são os surfatantes mais comumente utilizados, sendo que o consumo dos
xantatos é incomparavelmente maior.
Esta nova geração de equipamentos tem por princípio a utilização da ação
centrífuga e da fluidização do leito de partículas. Tais equipamentos baseiam-se
na geração de grandes campos de aceleração através da utilização da rotação
dos respectivos dispositivos. Os campos assim gerados podem proporcionar uma
maior seletividade na separação de partículas de minerais com pequenas
diferenças de densidade.
Já a separação magnética é um método consagrado na área de
processamento de minérios para concentração e/ou purificação de muitos
minerais. O processo está baseado nos comportamentos que partículas minerais
apresentam quando submetidas a um campo magnético Quando um campo
magnético uniforme é aplicado a uma partícula, as forças que atuam sobre dois
pólos da mesma são iguais e opostas, portanto a resultante dessas forças é nula.
Se o campo aplicado apresentar um gradiente, a atração ou repulsão do mesmo
a campos convergentes. Nos equipamentos modernos tanto o campo quanto o
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gradiente são os responsáveis pelo processo de concentração. E a seguir
aquecido (900 0C) com SiO2. O FeS se decompõe a FeO, que reage com o SiO 2
formando FeSiO3 como escória de fácil remoção. A mate dos sulfetos é resfriada
lentamente, com formação de uma camada prateada superior de Cu 2S e uma
camada preta inferior de Ni2S3 , que pode ser separada mecanicamente (também
se forma uma pequena quantidade de uma liga metálica Cu/Ni) O Ni2S3 é então
aquecido com ar e convertido em NiO. Este último pode ser utilizado diretamente
na indústria do aço. O NiO também pode ser reduzido ao metal pelo carbono,
num forno. O metal é fundido m eletrodos, que são purificados por eletrólise
numa solução aquosa de Sulfato de níquel.
O minério misturado passará por secagem em um forno de calcinação
rotativo a carvão, antes de ser carregado nos fornos elétricos onde ocorrerá a
redução, até a graduação desejada do ferro-níquel (FeNi), e as fases de
separação do metal e escória.As impurezas do ferro-níquel cruas derretidas e
vazadas do forno serão removidas na galeria de refino antes do minério ser
granulado, secado e acondicionado para transporte.
Um outro tratamento para a separação do minério de níquel é o ‘ultra-high
frequency heating’, ou seja aquecimento a uma freqüência muito alta (utilizando
pequenas quantidades de cloreto de sódio), para que isso ocorra é desejado que
o material apresente um alto coeficiente de absorção de radiação
eletromagnética na faixa de freqüência desejada. No entanto se o material for
muito condutor elétrico, grande parte do calor será dissipado na superfície.

Processamento

A escolha da rota tecnológica e do produto final a ser produzido por uma


unidade industrial de níquel depende diretamente das características do minério
a ser alimentado na planta.
Atualmente, os minérios lateríticos são mais utilizados para a
produção de ferro–níquel e níquel eletrolítico, sendo os sulfetados
direcionados principalmente ao processamento de níquel eletrolítico.
Cerca de 45% da produção mundial de níquel contido é proveniente de
minérios lateríticos.
Utilizando-se das tecnologias pirometalúrgica e hidrometalúrgica, existem
hoje quatro processos que são avaliados e utilizados pela indústria do níquel. As
atuais tecnologias de processo diferenciam-se basicamente pela etapa inicial.
Após a obtenção do sulfeto, todas elas são bastante semelhantes. Como pode ser
observado a seguir:

8
O processo mais utilizado para o beneficiamento de minérios sulfetados
consiste em duas principais etapas. Na primeira, o minério é submetido a uma
concentração ( ou via flotação) que eleva o teor do minério alimentado na planta
em até 10 vezes. Em seguida, ocorre a oxidação do enxofre em fornos flash ou
fornos retangulares, proporcionando a obtenção do matte (composto metálico de
sulfetos em geral). A escória resultante segue para tratamento separado em
forno elétrico para deposição de sulfetos. O matte produzido pode ser então
comercializado ou seguir para o refino (segunda etapa do processo). O refino
consiste no ataque com ácido sulfúrico para obtenção dos sulfatos solúveis,
seguido da extração por solventes (SX) e finalmente a eletrólise, para obtenção
dos catodos de níquel e cobalto. Os metais valiosos são precipitado para
tratamento em separado.
No caso do processamento dos minérios lateríticos , muitas opções
apresentam-se disponíveis para aplicação. Entretanto, a seleção do melhor
processo a ser implantando em determinada planta depende inicialmente do
minério disponível.
O processo pirometalúrgico ( Ferro-Níguel Smelting), destina-se à produção
do ferro–níquel, em que os minérios após britados, sofrem fusão em fornos
elétricos e em seguida passam por um processo de refino e eliminação das

9
impurezas como o enxôfre e o fósforo. Entretanto, o enxôfre pode ser
aproveitado para a produção do matte que será tratado de forma semelhante ao
utilizado para minérios sulfetados.
O processo hidrometalúrgico (Caron/Lixiviação Amoniacal), usado
tradicionalmente pela CNT é destinado à produção de níquel eletrolitíco. Este
processo os minérios são britados, moidos, secos e reduzidos em fornos verticais,
após isso, são formados os carbonatos que passam por filtragens e pela eletrólise
para a obtenção dos catodos.
O processo PAL inicia-se com a preparação do minério que é levado a um
funil de carga, passando em seguida por um lavador e finalmente conduzido para
a britagem. Após esta fase, o minério britado e molhado é levado para a seção
de lixiviação, onde é condensado e lixiviado a uma temperatura de 250 0C, para
em seguida passar por sete estágios de decantação onde se obtém o licor
clarificado, sendo o refugo levado para locais adequados como depósito. Em
seqüência, o licor clarificado entra em contato com solventes para a recuperação
do cobalto. Uma vez feito isso, o licor recebe uma nova dose de novos solventes
para, finalmente, recuperar o níquel. Este níquel recuperado passa por um novo
processo de eletrólise que gera os produtos finais níquel eletrolítico e o catodo de
níquel. O cobalto recuperado sofre um novo processo através de solventes a
base de sódio e enxofre, gerando o cobalto refinado. Na seqüência, utilizando o
processo SX obtém finalmente o catodo de cobalto.
Comparando-se as características destes três processos, em evidência,
para o tratamento do minério laterítico, temos:

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FORMAS FINAIS
Os produtores mundiais de níquel o vendem em muitas formas, como
folhas, pós, pellets, lingotes, etc.

APLICAÇÕES

Nos países industrializados o


níquel tem aproximadamente 82%
de utilização na siderurgia, sendo
os restantes 18% divididos em ligas
não-ferrosas, galvanoplastia etc. Tal
utilização se dá seguindo uma
categorização de classes:
 Classe I: derivados de alta
pureza, com no mínimo 99% de níquel contido (níquel eletrolítico 99,9% e
carbonyl pellets 99,7%). Largamente utilizados em qualquer aplicação
metalúrgica.
 Classe II: composta pelos seus derivados com conteúdo entre 20% e 96%
de níquel (ferroníquel, matte (obtida após a fusão do concentrado
sulfetado de níquel. A matte é um aglomerado que contém, além de
níquel, ferro cobre e cobalto. Após a fusão, ocorre a granulação da matte
para granulometria abaixo de 12 mm), óxidos e sinter de níquel). Bastante
utilizados na fabricação de aço inoxidável e ligas de aço.
Outra forma de utilização é o níquel secundário ou sucata de níquel que é
largamente utilizado na siderurgia.
A lista de aplicações do níquel é longa e inclui seu uso em prédios e infra-
estrutura, indústria química, área de comunicações, fornecimento de energia,
proteção contra ambientes hostis, indústria alimentícia, tratamento de água e em
transportes.
O uso do níquel como catalisador em processos químicos talvez seja um
dos seus mais recentes usos descobertos. Entretanto, catalisadores finamente
divididos à base de níquel são a chave em muitas importantes reações, como a
hidrogenação em óleos vegetais, reforma de hidrocarbonetos e a produção de
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fertilizantes, pesticidas e fungicidas, como descrito de forma mais detalhada na
próxima seção.
No outro extremo, a galvanoplastia do níquel é extremamente conhecida e
largamente aplicada. Esta técnica há muito tempo vem sendo utilizada para
prevenir a corrosão tanto quanto para acabamentos decorativos, também sendo
usado para criar o substrato para revestimentos com cromo.
Galvanoplastia em plásticos tem crescido consideravelmente. O sucesso
do processo depende de adequado condicionamento adequado dos plásticos
para fornecer boa adesão ao primeiro depósito metálico. Uma vez que esta
camada condutora está depositada, o componente pode ser revestido para
produzir um item muito durável e leve. O níquel fornece resistência à corrosão e
aspecto brilhante. Adesivos decorativos para automóveis, artigos sanitários e
conectores eletrônicos são apenas três exemplos nos quais este processo está
sendo explorado. A galvanoplastia de níquel também pode ser usada para fazer
itens através da construção de depósitos mais espessos em um substrato. Os
detalhes da superfície do substrato são reproduzidos fielmente no depósito
quando os materiais são separados. Este processo é conhecido como
electroforming e é amplamente utilizado para produzir artigos diversificados
como moldes para prensagem de CDs e hologramas de segurança.
O níquel também pode ser depositado a partir de solução sem o uso de
corrente elétrica. Estes depósitos são muito uniformes em espessura e contém
fósforo, o que proporciona melhor resistência ao desgaste e à corrosão. A dureza
pode ser aumentada por tratamento térmico, fazendo com que estes
revestimentos sejam adequados á aplicações como válvulas e bombas. Outros
materiais podem ser co-depositados - por exemplo, PTFE para aumentar a
lubricidade e carbeto de silício para aumentar a resistência ao desgaste.
Uma das principais aplicações de hoje do níquel electroless é em discos
rígidos de computador. Ele forma uma camada extremamente uniforme, lisa,
estável e não-magnético para a camada de gravação magnética, bem como
fornece proteção contra corrosão para o disco de alumínio subjacente.
A resistência à corrosão de níquel é uma de suas propriedades mais
valiosas. O custo anual estimado com corrosão nos EUA é de US $ 300 bilhões - o
equivalente a 4% do produto nacional
bruto. De longe o maior uso de ligas de níquel
é na área de prevenção de corrosão.
Dois terços de todo níquel produzido
vai para o aço inoxidável, para promover uma
estrutura austenítica estável, dúctil, bem
como contribuir para a resistência à
corrosão. Os austeníticos mais comuns
utilizados são o 304, que contém 18% de
cromo e 8% de níquel, e o mais resistente à
corrosão, tipo 316 (18% Cr, 10% Ni, 2% Mo). A
combinação de resistência à corrosão,
facilidade de limpeza e fabricação, aparência
e disponibilidade, torna estes aços a escolha para muitas aplicações de higiene
no processamento de alimentos, produção de
bebidas e remédios. Eles também se tornam cada
vez mais populares entre os fabricantes de
equipamentos de cozinha e utensílios
domésticos. Estes aços inoxidáveis são
comumente encontrados em muitas aplicações de
arquitetura e são amplamente utilizados no
transporte, processamento químico e indústrias de
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energia. A estabilidade e a resistência da estrutura austenítica também permite
que estes aços inoxidáveis possam ser utilizados para aplicações criogênicas.
Os aços inoxidáveis possuem alto custo-benefício quando todos os custos,
incluindo a manutenção e reparos, são levados em consideração durante toda a
vida do produto. Isto é, em partes, o porquê do uso de aços inoxidáveis continua
a crescer. Nos EUA, por exemplo, algumas autoridades rodoviárias estão
começando a considerar o uso de aço inox em barras de reforço em pontes de
concreto para evitar os problemas de corrosão causados pelo sal de degelo.
Outras adições de elementos de liga ao padrão de aços inoxidáveis
austeníticos, particularmente níquel, cromo, molibdênio e nitrogênio, resultada
de uma série de grades de aço com maior resistência à corrosão geral, bem
como o pitting corrosion, crevice corrosion e corrosão sob tensão. Isto o torna
adequados para ambientes mais agressivos encontrados em certas aplicações
marinhas, e nas indústrias de petróleo, gás, energia e produtos químicos. Cada
vez mais, essas indústrias também estão usando aços inoxidáveis duplex (que
normalmente contêm níquel 5-7%) e no qual a mistura de ferrita/austenita
proporciona uma combinação de alta resistência mecânica e à corrosão (corrosão
sob tensão).
Ligas de cobre-níquel têm uma longa história de luta contra a corrosão em
ambientes marinhos. Aplicações típicas incluem grandes usinas de
dessalinização.
A maneira mais econômica de usar todas essas ligas resistentes à
corrosão, é muitas vezes como revestimento de superfície dos
componentes. Revestimentos para tubos podem ser feitos ligando a camada ao
aço do substrato antes do tudo ser formado. Alternativamente, os revestimentos
em válvulas e componentes similares podem ser aplicados como uma
sobreposição por solda. O uso extensivo também tem sido feito por meios de
uma técnica de "empapelamento" para aplicação de ligas com alta concentração
de níquel, altamente resistentes à corrosão, para proteger o interior de chaminés
de dessulfuração de gases provenientes da combustão de centrais movidas a
carvão.
Níquel e suas ligas também são resistentes ao calor. A combinação de um
alto ponto de fusão, uma estrutura cristalina cúbica de face centrada, um óxido
de aderente e boa capacidade de ser adicionada a ligas, tem permitido ao níquel
formar a base de uma vasta gama de ligas resistentes à fluência e à altas
temperaturas que são materiais essenciais nas e indústrias aeroespaciais e
químicas.
Por muitos anos, ligas 80% Ni/20% Cr têm sido utilizadas como elementos
de aquecimento. Outros elementos de liga como o molibdênio, cobalto e
tungstênio provocam endurecimento por solução sólida; adições de alumínio e
titânio dão endurecimento por precipitação; adicionar cromo melhora a
resistência à corrosão; pequenas quantidades de zircônio, carbono e boro são
importantes para o desenvolvimento de resistência e ductilidade; dispersões de
óxido podem favorecer ainda mais o endurecimento; e componentes com um
único cristal podem oferecer resistência à fluência melhorada.
Com todas essas variáveis, a composição deve ser cuidadosamente
equilibrada e o processamento rigidamente controlado. Isso é verdadeiro tanto
se a aplicação se destinar a tubos reformadores de etileno ou as lâminas de
turbina a gás que tornam viagens aéreas baratas possíveis e são usadas para
gerar eletricidade. Surpreendentemente, alguns desses materiais podem ser
mais resistentes em sua temperatura de operação do que o aço médio carbono à
temperatura ambiente. No entanto, novos materiais continuam a atingir
temperaturas de operação ainda mais elevadas - por exemplo, compostos
intermetálicos, tais como alumineto de níquel.
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Materiais a base de níquel têm um número de propriedades especiais que
os tornam essenciais em certas aplicações, como ligas de níquel-ferro que
apresentam características de baixa expansão, como resultado de um equilíbrio
entre a expansão térmica e alterações magnéticas com a
temperatura. Originalmente utilizada em pêndulos do relógio, essas ligas são
amplamente empregados como lead-frames em fichas de empacotamento
eletrônico e em shadow-masks em tubos de televisão. Em uma escala muito
maior, eles fornecem uma maneira de lidar com as exigências de expansão
térmica dos tanques de armazenamento e transporte para a indústria crescente
de gás natural líquido.
As propriedades magnéticas moles de níquel e suas ligas são utilizadas em
dispositivos eletrônicos e de blindagem eletromagnética dos computadores e
equipamentos de comunicação. Moedas e fichas podem ser produzidas com uma
resposta eletromagnéticas adequada, que auxilia a identificação em máquinas de
venda automática.
Ligas de níquel-titânio equiatômicas com memória de forma passaram de
meras curiosidades a ter aplicações reais. Os componentes são feitos em certa
forma a uma temperatura elevada. A deformação a temperaturas de serviço mais
baixas causa uma transformação martenesítica – que pode ser revertida por
reaquecimento para que os componentes recuperem sua forma original. As
temperaturas de transformação são determinadas pela composição e
processamento. As aplicações atuais incluem atuadores, conexões hidráulicas e
armações de óculos. Ligas superelásticas estão intimamente relacionadas com
materiais que podem sofrer grandes tensões elásticas sem deformação
plástica. Os dispositivos médicos e antenas de telefonia móvel são aplicações em
que essa propriedade é explorada.
O níquel também desempenha um papel significativo na questão da
energia portátil. Baterias recarregáveis de níquel-cádmio contendo placas de
níquel e hidróxido de níquel tem sido utilizado por vários anos. Mais
recentemente, têm sido introduzido as baterias de níquel metal-hidreto, que
empregam algumas ligas de níquel de terras raras para absorver grandes
quantidades de hidrogênio. Esses alto desempenho de baterias recarregáveis,
por sua vez, levou a um melhor aproveitamento das ferramentas elétricas sem
fios, computadores portáteis e outros equipamentos móveis eletrônicos. As ligas
de armazenamento de hidrogênio pode encontrar uma aplicação ainda mais
ampla, se uma maior utilização do hidrogênio como combustível for possibilitada.

O NÍQUEL E A AGROINDÚSTRIA
A descoberta do valor micronutriente do níquel nas lavouras vem gerando
grande perspectiva para o setor da agricultura mundial, e já passa a ser
classificado como elemento essencial aos cultivos, chegando ao ponto de estar
presente na Instrução Normativa nº 5, do Ministério da Agricultura, sendo,
inclusive, recomendado pela American Association of Plant Food Control Officiais.
O níquel pode incrementar a produtividade da lavoura, diminuir a
ocorrência de doenças como a ferrugem asiática, e pode ainda melhorar a
sustentabilidade da atividade agrícola. Ele é importante na ativação enzimática,
sendo indispensável para a formação da urease, enzima responsável por
desdobrar a uréia em outras formas de nitrogênio.
A aplicação de sulfato de níquel (NiSO4) na soja ajuda a fixação biológica
de nitrogênio (FBN), a principal forma de obtenção de nitrogênio pela planta.
Através da pulverização foliar de níquel na lavoura, os pesquisadores
conseguiram aumentar a produtividade em diversos campos, diminuindo
consideravelmente o controle de doenças na lavoura.

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ALGUNS DADOS ESTATÍSTICOS
Produção Mundial de Níquel

Fonte: USGS/DNPM

Valor do Metal

Balança Comercial Brasileira

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Fonte: USGS/DNPM

REFERENCIAS

http://www.ibram.org.br/sites/1300/1382/00000043.pdf
http://www.seplan.go.gov.br/sepin/pub/conj/conj5/03.htm
http://www.nickelinstitute.com/index.cfm?ci_id=15794&la_id=1
http://www.vale.com/pt-br/o-que-fazemos/mineracao/niquel/paginas/default.aspx
http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/bndes/bndes_pt/Institucional/Publicacoes/Co
nsulta_Expressa/Tipo/Relatos_Setoriais/200005_8.html

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