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O UNIVERSO DIMINUINTE E O FIM DA ENERGIA ESCURA

João Carlos Holland de Barcellos, 12/agosto/2008

Colocarei uma nova idéia sobre cosmologia que procura resolver o problema da energia
escura e da matéria escura eliminando a necessidade de postular sua existência.

Introdução

A energia escura é uma hipótese “Ad-Hoc” postulada com a única finalidade de explicar
o aparente afastamento acelerado das galáxias distantes. O efeito observado, indicando
o afastamento acelerado, é conhecido como “Desvio para o Vermelho” (Red Shift). O
“Red Shift” das galáxias é considerado, atualmente, como sendo um efeito doppler de
afastamento.

Esta nova teoria que vou expor, explicará o efeito “Red Shift” com outra hipótese que
não a do afastamento acelerado das galáxias. Com esta nova hipótese, a existência da
energia escura, e também da matéria escura, deixam de ser necessárias, e se esta teoria
se confirmar então estas entidades “escuras” poderão ser abandonadas em definitivo.

Como me veio a idéia

Estava eu com meus botões tentando achar uma forma do Nada-Jocaxiano (NJ) [1]
poder gerar a lógica aristotélica que explicaria a aparente ‘logicidade’ de nosso universo
e para isso estava pensando que tipo de coisa o NJ poderia gerar no inicio, mas as
possibilidades eram infinitas... Suponha que o NJ gere um ALGO, pensei. Este algo
pode ou não ter propriedades muito malucas, mas suponha que uma das propriedades
desse primeiro ALGO gerado seja restringir a geração de coisas dentro ou fora de seus
limites... Com estes devaneios em mente eis que DE SÚBITO me veio a idéia de que as
coisas dentro do primeiro algo gerado poderiam ir diminuindo de tamanho e o ALGO
original poderia ficar intacto.

Se as coisas em seu interior fossem diminuindo a impressão que se teria era de que o
algo inicial estaria aumentando! Uma expansão! Abandonei meu problema original e
me pus a lapidar esta nova idéia.

Lapidando a Idéia

Nesse modelo de “Universo Diminuinte” os átomos e outras partículas estariam


diminuindo de tamanho na mesma proporção que as dimensões espaciais também
diminuíssem.

Como o tamanho da nossa “régua” diminuiria, juntamente com as dimensões espaciais


locais, não perceberíamos esta diminuição localmente. O tamanho apaente seria o
mesmo pois nosso padrão de medida diminuiria na mesma proporção das dimensões
espaciais.

Sabemos pela teoria da relatividade geral (TRG) que o tempo num sistema submetido a
um campo gravitacional corre mais lentamente que outro sistema sem o campo, ou com
um campo gravitacional mais fraco. A idéia é que a diminuição das dimensões espaciais
locais seja provocada pelo efeito do campo gravitacional a que está submetido o
sistema. Ou seja, os “buracos-negros” não seriam casos especiais de sistemas em
colapso eterno. Além disso, a contração do espaço deveria depender também da
intensidade da força gravitacional.

A luz através do espaço

Vamos pensar o que aconteceria com a luz emitida por uma galáxia distante até chegar
ao nosso planeta:

Nossa galáxia, assim como as galáxias distantes, estaria em constante contração. Um


fóton de luz emitida por uma estrela desta galáxia distante, após deixar a sua galáxia,
percorreria um longo espaço “vazio”, sem muita influência gravitacional, até finalmente
chegar à nossa galáxia e ao nosso planeta.

Durante este longo percurso percorrido (às vezes de bilhões de anos) este fóton sofreria
pouco efeito gravitacional e sua freqüência pouco seria afetada. Contudo, durante este
tempo, nosso sistema continuaria diminuindo, e quando finalmente este fóton chegasse
aqui, nós mediríamos o seu comprimento de onda com uma “régua” bastante reduzida
em relação a que tínhamos na época em que este fóton foi emitido. Então em nossa
medição se constataria que este fóton sofreu um “Desvio para o Vermelho” (Red Shift),
porque mediríamos um comprimento de onda maior, e a explicação tradicional seria que
este “Desvio para o Vermelho” se deveu ao efeito Doppler relativo à velocidade de
afastamento da galáxia.

Fim da Energia Escura

Quanto mais afastada uma galáxia está do ponto de observação, mais tempo sua luz irá
demorar para chegar até nós e mais encolhida estará nossa “régua” para medir este fóton
e assim tanto maior aparecerá seu comprimento de onda, o que nos induziria a pensar
que maior seria a velocidade de afastamento da galáxia. Esta aceleração aparente das
galáxias distantes levou os astrônomos a postularem a existência de uma “Energia
Escura”, que teria um efeito repulsivo, fazendo-as se afastarem cada vez mais
rapidamente. Mas se a aceleração é devido à nossa própria redução de escala, esta
energia escura não seria mais necessária, pois o que nos faz perceber seu afastamento
acelerado é, na verdade, nossa própria contração espacial.
É o fim da energia escura.

Fim da Matéria Escura

Suponha que observemos uma galáxia distante em movimento de rotação.


O período de rotação da borda da galáxia é proporcional à raiz quadrada do cubo do raio
dividido pela sua massa. Matematicamente:

T = k * [( R^3)/M]^(1/2) (0)

Onde: T é o período de tempo para dar uma volta, k é uma constante, R é o Raio, isto é,
a distância do centro da galáxia à sua borda, e M é a massa da galáxia.
Quando a luz desta galáxia chega até nós, observaremos o mesmo período de rotação,
entretanto observaremos também um aumento aparente do raio R devido ao tempo que
esta imagem levou para chegar até nós, que estamos em contração. Se para nós o raio
observado da galáxia nos parece aumentado, e o período é o mesmo, tudo leva a crer
que a massa M da galáxia deve ser maior. Ou seja, para manter o período T constante, a
massa M deve parecer maior que a observada [3]. Por esta razão os cientistas
postularam também a existência da “matéria escura”. Esta massa “extra” poderia
corrigir as observações para manter o período de rotação de acordo com o raio da
galáxia. Contudo, com esta nova hipótese do “Universo Diminuinte” a matéria escura
também não seria necessária, uma vez que podemos corrigir o raio da galáxia ao seu
verdadeiro valor para a época que a luz foi emitida por ela.

Resumindo

Resumindo a Teoria do “Universo Diminuinte” teremos:


- O Universo não está se expandindo aceleradamente. O raio do universo, entretanto,
pode estar se expandido, pode estar fixo, ou pode ainda estar diminuindo. O importante
é que não estaria se expandindo aceleradamente.

- Os objetos em seu interior, assim como suas dimensões espaciais estão se contraindo
devido à presença do campo gravitacional.

- Em nosso referencial local, a aparente expansão do Universo poderia ser explicado


(pelo menos em parte) como devido à contração de nosso próprio referencial e seus
padrões de medida.

- A teoria do Universo Diminuinte explicaria também o desvio para o vermelho (Red


Shift): Uma galáxia, a certa distância de nós emitiria a sua luz com certa freqüência
média F. Outra galáxia ainda mais afastada emitiria sua luz, por exemplo, com a
mesma freqüência, mas esta luz demoraria mais tempo para chegar a nós que a primeira
galáxia. Mas quando esta luz mais afastada, por fim chegasse a nós, nosso padrão de
medida estaria menor, e, portanto enxergaríamos esta segunda luz com um comprimento
de onda maior (uma freqüência menor) que a luz da primeira galáxia. Isto é,
observaríamos um desvio para o vermelho maior nas galáxias mais distantes do que nas
mais próximas, e isto aconteceria mesmo se as galáxias não estivessem se afastando.

Refutabilidade

Uma forma rápida de refutar a teoria é verificar se o desvio para o vermelho esta de
acordo com a massa escura observada, isto é, se a descontração do raio das galáxias, no
cálculo do período, é compatível com o desvio para o vermelho observado.

Algumas Estimativas Numéricas.

Vamos fazer um cálculo aproximado, e não relativístico, da taxa de contração de nosso


sistema terráqueo em função do “Red Shift”[4] observado.
Se F0 é a freqüência da luz de uma estrela que se afasta com velocidade V de um
observador, então a freqüência F que este observador percebe esta freqüência é dada
pela seguinte fórmula não relativística (c=velocidade da luz ):

F = F0 * (1 – V/c) (1)

Mas se L é o comprimento da onda, F sua freqüência e c sua velocidade, temos que:

L*F=c (2)

Se L é a freqüência da onda observada e L0 a freqüência da onda na fonte, de (1) e (2)


temos que:

L = L0 / (1 -V/c) (3)

Agora vamos supor que a velocidade de afastamento da galáxia observada segue a


fórmula de Hubble (onde d é a distância da galáxia a nós):

V=H*d (4)

Então, de (3) e (4) teremos:

L = L0 / (1-H*d/c) (5)

Agora, se detectamos dois comprimentos de ondas L1 e L2 de duas galáxias distantes


d1 e d2 da Terra, (d2>d1) que emitem luz no mesmo comprimento de onda L0,
podemos estimar a taxa de redução das dimensões “Fx”, por unidade de tempo, na data
em que as medidas foram tomadas:

Tx = (L2 – L1)/L1/ T (6)

Tx é a taxa de redução por unidade de tempo, L2 e L1 os comprimentos de onda


observado e T o tempo extra que a luz demora da segunda galáxia em relação à primeira
para se chegar ao nosso planeta.

Normalmente a letra Z (red shift)[4] é designada para o fator (L2-L1)/L1:

Z = (L2-L1)/L1 (7)

T = (d2-d1) / c (8)

De (7) e (8) temos:

Tx = Z*c/(d2-d1) (9)
Mas utilizando (4) e tomando os “red shifts” de cada galáxia isoladamente:

Z1 = (L1-L)/L e Z2 = (L2-L)/L (10)

Teremos:

Tx = [(Z2-Z1)/(Z1+1)]*H*c/(V2-V1) (11)

Podemos tomar a nossa própria galáxia como padrão e simplificar a fórmula acima já
que o “red shift” de nossa própria galáxia é zero:

Tx = Z * H * c/V (12)

Ou em distâncias

Tx = Z * c / d (13)

Onde :
Z é o “red shift” da galáxia
H é a constante de Hubble
d é a distância da galáxia
V a velocidade de afastamento aparente da galáxia
c é a velocidade da luz.

Vamos usar a fórmula (13) e os dados da tabela cosmológica [5] para a galáxia
NGC3034 e calcular a taxa de compressão atual. Para esta galáxia:

È interessante notar que Z/d deve ser constante que reflete a taxa de compressão
atual de nosso sistema de coordenadas !!

Tx = 0,000677 * 3E05 / (2,72 * 3E19) = 2,5E-18/s

A esta taxa de redução por segundo, em um milhão de anos a compressão seria de:

Tx * 1 milhão de anos = 2,5E-18 * 3E13 = 0,007%

Se eu não errei as contas esse é um número absurdamente pequeno para ser observado.

Correlação entre Massa escura e RedShift

Vamos calcular o acréscimo de massa escura em função do RedShift.


Este cálculo serviria para refutar esta teoria se a massa escura esperada não for
compatível com o redshift da galáxia.

Da equação (0) , supondo que o período de rotação da galáxia seja o mesmo teremos:
R^3/M = R´^3 /M’ (14)

Onde: R é o raio da galáxia real, e M sua massa real.


R’ é seu raio observado aqui na Terra (maior) e M’ sua massa total observada.

De (14) podemos derivar:

M’ = M (R’/R)^3 (15)

Se Z é o RedShift da galáxia, teremos:

Z = (R’ – R) / R (16)

De (15) e (16) obtemos:

M’ = M (1 + Z) ^3 (17)

Se a Massa Escura (Me) é dada por

Me = M´ - M (18)

Temos, de (17) e (18), finalmente:

Me = M [ (1+Z)^3 - 1 ]

Que é a Massa Escura em Função do RedShif da galáxia que deverá ser confrontado
com a observação e com isso corroborar ou refutar a teoria.

[1] O Nada Jocaxiano:


http://www.genismo.com/logicatexto23.htm

[2] Criação Ex Nihilo


http://www.str.com.br/Scientia/criacao.htm

[3] A elusiva matéria escura


http://www.herbario.com.br/data05/2811matesc.htm

[4]O Deslocamento para o Vermelho


http://www.on.br/site_edu_dist_2006/pdf/modulo2/o_deslocamento.pdf

[5] O RedShift E a Lei de Hubble


http://www.telescopiosnaescola.pro.br/hubble.pdf

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