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Bibliotecas Escolares e a Web 2.

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Sessã o 3 – Tarefa 2 – Web 2.0 e Bibliotecas Escolares

Web 2.0 – qual o papel no âmbito do trabalho da BE?

“O verdadeiro desafio que temos diante de nós, não está na tecnologia,


mas no uso que faremos dela.”
Peter Drucker1

Estamos no séc. XXI, era do digital em que o paradigma da Sociedade


do Conhecimento prevalece.
As bibliotecas escolares (BE), que no final do século passado continham
recursos documentais organizados em que o livro predominava, (havendo
pequenas “ilhas” de documentos áudio, vídeo e fotográfico), estão a procurar
modernizar-se e a adequar-se às novas exigências que a revolução
tecnológica, nomeadamente a Internet com a Web 2.0, introduziu a partir de
2004, no acesso à informação.
Pode-se considerar que a Web 2.0, com a maioria das funcionalidades
gratuitas e de fácil utilização, trouxe uma nova perspectiva na relação do
indivíduo com a Internet ao criar uma rede em que os utilizadores gerem a sua
própria informação, unindo-se em comunidades de interesses, como a
LibraryThing, colaborando no adicionamento de conteúdos, como na Wikipedia,
e criando novos sítios.
Sendo a BE uma estrutura transversal à escola, desempenha uma
função de importância efectiva na formação de leitores e “pensadores críticos”,
capazes de utilizar a informação em diferentes “suportes e meios de
comunicação”, apoiando o desenvolvimento de competências “para a
aprendizagem ao longo da vida”2.

1
In, DRUCKER, Peter Sociedade pós-capitalista. Disponível em:
<http://www.educacaopublica.rj.gov.br/biblioteca/educacao/0040b.html>

2
In, Manifesto das Bibliotecas Escolares. Disponível em: <http://www.rbe.min-edu.pt/>

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Bibliotecas Escolares e a Web 2.0
Sessã o 3 – Tarefa 2 – Web 2.0 e Bibliotecas Escolares

Mas que tipo de utilizadores frequentam a minha (as nossas)


biblioteca(s)?
Actualmente, a BE é utilizada por alunos que pertencem à geração do
facebook, do hi5, dos blogues, dos wikis... que requisitam mais o computador
do que qualquer outro suporte. São leitores/autores, autores/leitores que
interagem com outros utilizadores de qualquer parte do globo.
À biblioteca coloca-se o desafio da actualização para se tornar uma
BE2.0, pois tal como refere Schweitzer, “as tecnologias devem ser vistas como
aliadas nos serviços bibliotecários3.”
Por seu lado, cabe ao professor bibliotecário, segundo Teresa Pombo 4,
não só auxiliar na compreensão da tecnologia mas também “avaliá-la” para que
da sua utilização resultem “os maiores benefícios”. Pressupõe-se ainda que
este seja possuidor de “habilidades… (e) … pensamento crítico na selecção …
(d)os equipamentos e ferramentas mais eficazes para o desenvolvimento das
restantes literacias.”
Deste modo, o Plano de Acção da Biblioteca tem de privilegiar políticas e
serviços conducentes à participação efectiva da comunidade de utilizadores na
criação de conteúdos.
Segundo Maness5, a Biblioteca 2.0 poderá ser definida por quatro pilares
primordiais:
- Centrada no utilizador que é dinâmico, participando no processo
através da criação de conteúdos e serviços que são disponibilizados
pela biblioteca na Web;
- Consagra uma experiência multimédia, dado que as colecções e os
serviços da Biblioteca 2.0 contêm componentes áudio, vídeo e realidade
virtual;

3
In, SCHEWEITZER, F. O serviço de referência da biblioteca central da UFSC e o programa de capacitação
do usuário: desenvolvimento de uma ferramenta colaborativa com base na tecnologia wiki, 2006

4
In POMBO, Teresa Bibliotecas escolares e Web 2.0. Disponível em:
< http://www.profjoao.org/moodle/course/view.php?id=49>

5
In, MANESS, J.M. Teoria da Biblioteca 2.0: Web 2.0 e suas implicações para as bibliotecas, publicado na
Webology. Disponível em: <http://www.webology.ir/2006/v3n2/a25.html>

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Bibliotecas Escolares e a Web 2.0
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- Socialmente rica, pois através da Web estabelece comunicação


diversificada com os utilizadores quer de uma forma síncrona (com a
utilização das mensagens instantâneas), como assíncrona (através dos
wikis);
- Comunitariamente inovadora, porque sistematicamente procura
inovar, acompanhar as mudanças na comunidade e adaptar os serviços
a fim de possibilitar a pesquisa, a selecção e a utilização da informação
por parte dos utilizadores.

Atendendo a estes pressupostos, a biblioteca escolar terá que ter


presente a interacção, a colaboração e a participação do utilizador nos serviços
de informação online, dado que este se torna um sujeito activo na criação,
selecção e troca de conteúdos. Por conseguinte, deverá haver um enfoque na
relação cooperativa entre utilizador e bibliotecário.
Sendo assim, e analisando criticamente a minha biblioteca, penso haver
necessidade de se repensar o sítio da Web para que funcione como um local
onde o utilizador, para além de já cooperar e dar opinião, possa editar,
escrever e criar informação.
Será também importante dar continuidade ao projecto “ABC da
informática”, em parceria com a equipa do PTE e destinado aos alunos do 5.º
ano. No entanto, tornar-se-ia muito proveitoso poder alargá-lo a outros anos de
escolaridade e reformular o seu leque de temas a abordar, inserindo módulos
como: “Criação de blogues e wikis”, “Aplicações Google”, “Como utilizar o
slideshare”, “Navegar na Internet de uma forma segura” e “Ética e direitos de
autor”.
De igual modo dever-se-á continuar a divulgar junto dos professores e
alunos o “Guião de pesquisa e tratamento da informação”, que baseado no
big6 é considerado uma ferramenta de grande utilidade para uma boa
consecução de trabalhos.
Sabendo que o trabalho colaborativo entre os professores e professores
bibliotecários leva os alunos a alcançar bons níveis de literacias (leitura,
aprendizagem, resolução de problemas e competências no domínio das

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Bibliotecas Escolares e a Web 2.0
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tecnologias de informação e comunicação6), seria de continuar a desenvolver


novas actividades que englobassem, por exemplo, a criação de comunidades
temáticas através do delicious ou do flickr, o alargamento da colecção a
formatos online (de sites seguros, relevantes e de qualidade), sobre temas
consensuais de acordo com os currículos, através do diigo e narrativas digitais
com base no podcasting.
Com todas as inovações que a Web 2.0 possibilita, creio que é de todo
necessário repensar a “Missão da Biblioteca” e a “Política da colecção” que
deverão valorizar ainda mais a cooperação e um acesso mais abrangente, uma
vez que a colecção não se situa unicamente no número de publicações
existentes na biblioteca mas também na acessibilidade às publicações online.
Devemos ter sempre presente que para que a biblioteca se transforme
numa BE 2.0 é imprescindível que a escola abrace esta causa, consignando-a
nos Projectos Educativo, Curricular de Agrupamento e Curriculares de Turma.
Por conseguinte, o professor bibliotecário e a sua equipa têm de ser
proactivos, empenhados, dialogantes, abertos à inovação e às novas
tecnologias e também muito, mas muito conscientes de que “Learning and
implementing Web2.0 requires resources, time, effort and pacience.”
Jerry Talandis Jr7

6
In, Manifesto das Bibliotecas Escolares. Disponível em: <http://www.rbe.min-edu.pt/>

7
In TALANDIS JR, Jerry Web 2.0 in the classroom:An introduction Disponível em:
<http://www.slideshare.net/talandisjr/web-20-in-the-elt-classroom-an-introduction>

Fevereiro de 2011 Pá gina 4

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