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Amostragem do Solo
Importância: é com base na análise química da amostra do solo que se realiza a interpretação e que
são definidas as doses de corretivos e adubos.
Critérios básicos:
1. Época de amostragem pelo menos 3 m antes do plantio. Ideal 6m. Idem pastagem já
implantada.
2. Áreas homogênias. A área a ser amostrada deve ser subdividida em glebas ou talhões
homogêneos quanto a:
a. Vegetação.
fertilizantes e corretivos.
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3. Número de amostras – 20-30 amost. simples/talhão = amost. composta (± 200g).
4. Profundidade da amostragem
a. Implantar pastagem – 0-20 cm e de 20-40 cm
b. Pastagem estabelecida – 5-7 cm.
OBS: Não coletar com o solo úmido, pois pode sofrer alterações químicas que mascaram a
fertilidade. Se coletou; secar em jornal para depois enviar ao laboratório.
5. Locais que devem ser evitados:
a. Próximos a cupinzeiros.
b. Local de queimada de restos de culturas.
c. Local de deposição de fezes.
d. Próximos a cochos ou saleiros.
e. Beira de cercas.
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CALAGEM
Tabela 1 – Estimativa da variação percentual de assimilação dos principais nutrientes pelas plantas
em função do pH do solo
Nutriente pH
4,5 5,0 5,5 6,0 6,5 7,0
%
Nitrogênio 20 50 75 100 100 100
Fósforo 30 32 40 50 100 100
Potássio 30 35 70 90 100 100
Enxofre 40 80 100 100 100 100
Cálcio 20 40 50 50 83 100
Magnésio 20 40 50 50 80 100
Média 26,7 46,2 64,2 73,3 93,8 100
Fonte: LOPES (1984).
Origem da Acidez
Al+3:
1. Reduz divisão celular, impede prod reguladores de cresc. impedindo a divisão celular e abs de
Ca+2.
2. pH > 5,5 não há mais Al+3 em solução.
O calcário deve ser aplicado em tempo para que ocorra sua reação com o solo:
O CO3 (carbonato) que acompanha o Ca+2 (CaCO3) é uma base fraca e, por isso, necessita de tempo
para reagir.
1. Formação de pastagem – mínimo de 60 dias. Incorporar a 20 cm profundidade.
2. Pastagens estabelecidas – 60-90 dias antes da adubação. Cálculo p/ 5-7cm prof.
(preferencialmente final de março para aproveitar últimas chuvas).
OBS: Importante o solo estar úmido para que o calcário possa reagir.
Freqüência da calagem:
quanto mais arenoso o solo > freq. de calagem. RAIJ (1991) sugere calagens leves e
freqüentes.
Quanto > PRNT > freq. de calagem.
para manter pH acima de 6,0 > freq.
quanto mais intensiva adubação > freq.
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SÁ (1993) – na calagem superficial em plantio direto, o calcário chega a até 61cm de prof.
quando aplicamos adubos nitrogenados à base de NO3. O Ca+2 e o Mg+2 do calcário forma
sais solúveis com o NO3- que são facilmente lixiviados.
Devido a grande cobertura morta ocorre uma grande atividade biológica decompondo a MO
liberando NO3- e SO4-, formando sais solúveis com Ca+2 e o Mg+2 do calcário, sendo lixiviados.
As minhocas misturam o calcário com o solo e transportam Ca+2 e o Mg+2 para maiores prof.
através de canais que fazem no solo (até 60 cm prof.). A água infiltra por esses canais
arrastando o calcário.
OBS: As pastagens, manejadas corretamente, apresentam uma camada de cobertura morta com
boas condições para ação do calcário aplicado em superfície. Em trabalhos com calagem e adubação
superficial em pastagens, o sist radicular das forrageiras é mais superficial, mas possui um volume
três vezes maior do que nas forrageiras não-adubadas ou com calcário incorporado.
Considera-se a relação existente entre o pH e a saturação por bases (V), ou seja, corrige a
acidez do solo até definido pH, considerado ideal para a cultura.
3,8 4
4,0 12
4,2 20
4,4 28
4,6 36
4,8 44
5,0 52
5,2 60
5,4 68
5,6 76
5,8 84
6,0 92
6,2 100
Fonte: LOPES (1984).
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T (Ve − V a )
NC = onde: T=CTC a pH 7 = SB + (H+Al), em cmolc/dm3.
100
SB=soma de bases = Ca2++Mg2++K++Na+, em cmolc/dm3.
Tabela 3 - Valores máximos de saturação por Al3+ tolerados pelas culturas (mt) e valores de X para
o método do Al e do Ca+Mg trocáveis adequados para pastagens, e valores de
saturação de bases (Ve) que se procura atingir pela calagem
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Exemplo - Método de saturação por bases – Cultura=leucena.
8,01(60 − 2,6)
NC = = 4,6 t/ha
100
SC PF 100
QC = NC x x x
100 20 PRNT
100 10 100
QC = 4,6 x x x = 2,55 t/ha
100 20 90
Custo do calcário
Preço/t.efetiva: Exemplo hipotético
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Calcário 1 = R$ 500,00/t e PRNT = 90%.
Calcário 2 = R$ 400,00/t e PRNT = 60%.
500,00 ______ 90%
500,00 x 100
t.efetiva (1) = = R$ 555,00/t.efetiva ou x ______ 100%
90
400,00 x 100
t.efetiva (2) = = R$ 666,00/t.efetiva
60
A velocidade de reação e o grau de reatividade do calcário são determinados pelo tamanho das suas
partículas:
Figura 1 – Relação entre o tamanho das partículas de calcário e sua reatividade ao longo do tempo
(Fonte: LOPES1989).
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Figura 2 – Relação esquemática entre pH do solo na disponibilidade de micronutrientes.
OBS: O calcário magnesiano é ótimo para as plantas, principalmente leguminosas, pois fornecem
magnésio para as plantas. Entretanto, este tipo de calcário é geralmente mais caro.
Supercalagem
A calagem em excesso é tão prejudicial quanto a acidez elevada, com o agravante de que a
calagem excessiva é de muito mais difícil correção.
Supercalagem há precipitação de: P, Zn, Fe, Cu, Mn, além de induzir maior predisposição a
danos nas propriedades físicas dos solos.
Ex: A supercalagem acontece quando a dose de calcário (NC) é aplicada na camada de 0-10 cm de
profundidade.
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Uniformidade de aplicação – ponto importante!
GESSAGEM
Objetivos:
Como fonte de cálcio e enxofre.
Na correção de camadas subsuperficiais com altos teores de Al+3e, ou, baixo teores de Ca+2
, com o objetivo de melhorar o ambiente radicular das plantas.
Para aplicarmos o gesso devemos analisar o solo em prof. superiores a 30 cm. Se abaixo dessa
camada ocorrer deficiência de Ca+2 e excesso de Al+3, deve-se aplicar.
Gesso – é sulfato de cálcio diidratado (CaSO4 + 2H2O) obtido como subproduto industrial da
produção de ác. fosfórico.
O SO4 forma par iônico com Ca+2 e Mg+2, arrastando-os para prof. superiores a 30 cm.
OBS: Para um solo de textura arenosa, com baixa CTC e pequena capacidade de adsorver sulfato, a
movimentação de bases seria, potencialmente, maior que aquela para um solo de textura argilosa.
Portanto, nesses solos onde o potencial de movimentação de bases é elevado, o cuidado com a
quantidade de gesso aplicada ao solo deve ser maior.
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ADUBAÇÃO DE PASTAGENS
Objetivo: Atender a demanda nutricional das plantas para o estabelecimento e manutenção das
forrageiras.
a) Adubação de estabelecimento: deverá propiciar a rápida formação da pastagem com elevada
produção inicial.
Pasto estabelecido: quando a forrageira atinge a máx. cobertura do solo e há acúmulo de material
vegetal suficiente para se iniciar o pastejo.
Alto nível tecnológico: pastagens que são divididas em piquetes, recebendo insumos
(fertilizantes, calcário).
Médio nível tecnológico: onde as pastagens constituem o principal alimento dos animais.
Ex: Pennisetum purpureum, Cynodon dactylon e C. lenfluensis com TL 5-7 UA/ha.
Brachiaria brizantha com taxa de lotação (TL) = 4-6 UA/ha.
B. decumbens, B. ruziziensis e Setaria sphacelata com TL = 3-4 UA/ha/ano.
Baixo nível tecnológico: Taxas de lotação menor do que 1 UA/ha/ano.
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PRINCIPAIS NUTRIENTES
FÓSFORO:
É o nutriente mais limitante nos solos brasileiros (GUILHERME et al., 1995), mas é o aplicado
em quantidades maiores que as exigências das plantas devido à “fome” do solo por P. Nesses solos,
além da disponibilidade de P ser muito baixa, ainda forma compostos de baixa solubilidade com o
Fe+3 e o Al+3.
O fenômeno mais importante que ocorre com o P nos solos tropicais é o da fixação de P,
que remove esse nutriente da solução por precipitação ou por adsorção. Esse fenômeno ocorre em
maior intensidade em solos ácidos formados por argilas ricas em Fe+3 e o Al+3. Devido a esse
fenômeno, devemos evitar de fazer a fosfatagem corretiva com muita antecedência ao
plantio para evitar a fixação de P.
Função do P:
• Estimula o crescimento de raízes.
• Garante uma arrancada vigorosa, após a germinação das sementes.
• Importante no perfilhamento.
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Fontes de P:
• Fosfatos solúveis: superfosfatos simples e triplo, o fosfato monoamônio (MAP) e o fosfato
diamônio (DAP)
• Fosfatos naturais > eficiência em solos ácidos.
• Termofosfato – é fonte de P e possui propriedades alcalinas. 1 t/ha de termofosfato tem o
mesmo efeito alcalinizante equivalente a 400 kg/ha de calcário com 100% PRNT.
POTÁSSIO:
OBS:
Solos argilosos contêm mais K+ do que solos arenosos e regiões áridas e semi-
áridas contêm mais K+ do que solos semelhantes, mas em regiões úmidas (MELLO
et al., (1989).
Em sistemas de pastejo o K+ é muito reciclado pelas partes mortas da planta, pelas
perdas por pastejo e pela incorporação de urina e fezes.
Funções do potássio:
• Regula a pressão osmótica e o pH dentro da célula;
• Atua na formação e transporte de açúcar até os órgãos de reserva, contribuindo para
aumentar o vigor e a resistência ao ataque de pragas e doenças.
• É componente de mais de 50 enzimas de plantas.
Fonte de potássio:
Praticamente 95% do K+ comercializado no mundo é sob a forma de KCl.
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NITROGÊNIO:
Características:
1. Possui grande mobilidade no solo;
2. Sofre inúmeras transformações mediadas por microorganismos;
3. Transforma-se em formas gasosas e perde-se por volatilização;
4. Tem baixo efeito residual;
5. Não é fornecido pelas rochas de origem.
Imobilização de N
É a transformação do N mineral em N orgânico da estrutura celular dos microorganismos.
Ocorre quando o material orgânico possui alta relação C/N.
Relação C/N > 30:1 – imobilização
Relação C/N < 20:1 – liberação do mineral. Ex: palhas de leguminosas e cama de frango.
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• Se este resíduo possuir 0,5% de N, em 1 t haverá 5kg de N.
• Assim 20kg N (necessário para decomposição) - 5 kg N (têm no resíduo) = DÉFICIT de 15kg
de N que deverão ser aplicados para a rápida decomposição do material.
Funções do nitrogênio:
• Faz parte da molécula de clorofila, de enzimas e hormônios.
OBS: Nitrogênio pode ser aplicado após pastejo mesmo em dias sem chuvas.
Fertilizantes nitrogenados:
• Uréia
1. Menor preço/kg de N, mas maiores perdas (20 – 30%);
2. Fitotóxico para sementes e plântulas devido a formação de amônia.
• Sulfato de amônio
1. Maior preço/kg de N, mas menores perdas;
2. Baixa higroscopicidade e tem 24% de S.
3. Maior acidificação do solo.
• Nitrocálcio
1. Não acidifica o solo, mas muito higroscópico (empedra facilmente).
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Adubação de estabelecimento
A adubação fosfatada
OBS: Os adubos fosfatados podem ser misturados com sementes por ocasião do plantio, pois
possuem baixo índice de salinidade, não causando danos à semente.
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Nitrogênio
Baixo nível tecnológico: a demanda do nitrogênio para estabelecimento pode ser atendida pela
mineralização da matéria orgânico do solo (estimulada pelo preparo do solo).
Médio nível tecnológico: recomenda-se 50 kg/ha de N.
Alto nível tecnológico: recomenda-se 100-150 kg/ha de N, parcelados de modo que não
ultrapasse 50 kg/ha/aplicação.
OBS: Adubação nitrogenada e potássica devem ser aplicadas em cobertura quando a forrageira
cobrir de 60 a 70% do solo, para maior aproveitamento do fertilizante.
Micronutrientes
Adubação foliar
Não deve ser considerada como substitutiva da adubação radicular, principalmente para
macro nutrientes devido às altas quantidades de aplicações que torna antieconômica essa
aplicação.
Não é eficiente para pastagens, pois é preciso que se tenha uma área foliar desenvolvida
para haver uma boa absorção e, quando isto acontece em pastagens é a hora de entrar com
os animais.
Objetivos:
Corrigir deficiências eventuais (adubação de salvação);
Fornecer micronutrientes (adubação preventiva);
Complementar a adubação feita no solo.
Fertirrigação:
É a dissolução de fertilizantes solúveis em água e a aplicação da solução produzida através
de um sistema de irrigação.
Vantagens:
Redução nos custos de aplicação de fertilizantes (50-87%), pois economiza maquinário, mão
de obra e equipamentos;
Redução na compactação do solo.
Flexibilidade na aplicação de nutrientes na falta de chuvas e mais parcelados;
Maior uniformidade de aplicação dos nutrientes, principalmente micronutrientes que são
aplicados em pequenas quantidades;
Desvatagem
Corrosão de equipamentos de irrigação, mas hoje já se encontra fertilizantes líquidos com
inibidores de corrosão.
OBS: A necessidade de irrigação tem que coincidir com a necessidade de adubação, pois a
operação de um sistema de irrigação apenas para aplicar o fertilizante é antieconômica.
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Fertilizantes mais utilizados:
a) Fonte de N: uréia, nitrato de amônio, nitrato de cálcio e nitrato de potássio;
b) Fonte de P: ácido fosfórico, MAP e DAP;
c) Fonte de K: KCl, sulfato e nitrato de potássio;
d) Fonte de micronutrientes: utilizar os quelatos pois os óxidos e sais causam entupimento.
Adubação de manutenção
Adubação fosfatada: aplicar a lanço em cobertura em 1 única dose, no início das chuvas, sem
incorporação. Se fizer incorporação pode aumentar as perdas por erosão (se chover) e por fixação.
Adubação potássica: mesma orientação, desde que a dose seja < 40 kg/ha de K2O. Doses
superiores devem ser parceladas com intervalos de 30 dias.
Adubação nitrogenada:
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Relações Básicas Entre Nutrientes
Exemplo: A análise química da amostra determinou, de acordo com os teores de nutrientes no solo,
a necessidade de 20:80:40 kg/ha de N:P2O5:K2O, respectivamente.
Uréia (44% N), Superfosfato simples (18% P2O5) e cloreto de potássio (58% K2O).
100 kg uréia _____ 44 kg de N
x kg uréia _____ 20 kg de N x= 45,5 kg uréia.
y = 444,4 kg de superfosfato simples.
z = 69 kg de cloreto de potássio.
Mistura final a ser aplicada: 45,5 kg de uréia+444,4kg de SS+69kg KCl = 558,9 kg/ha.
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Qual a quantidade da mistura (558,9 kg/ha Alternativa A) ou da fórmula 4:16:8 (500
kg/ha Alternativa B) a ser aplicada por metro de sulco, no espaçamento de 0,8 x 0,2 m?
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