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Estudo da UNESCO alerta para a falta

de infra-estrutura nas escolas brasileiras


"Brasil investe pouco nas séries iniciais do Ensino Fundamental". Essa foi uma das
conclusões do estudo "Uma visão dentro das escolas primárias", desenvolvido pela
Unesco.

O estudo Uma Visão dentro de Escolas ‘Primárias’ desenvolvido pela Unesco revela
que o Brasil investe pouco nas séries iniciais do Ensino Fundamental. De acordo com o
trabalho, no País são investidos 1.159 dólares por aluno/ano, enquanto no Chile esse
valor chega a 2.120 dólares. Além disso, a pesquisa alerta para a precariedade e falta de
infra-estrutura, sobretudo nas escolas rurais.

Segundo o estudo, no Brasil, metade dos alunos em áreas rurais freqüenta salas de aula
deterioradas, enquanto na zona urbana esse percentual é inferior a 30%. Outro dado
relevante é que 54% das escolas “primárias” estão no campo, apesar de representarem
apenas 23% do total de matrículas de 1ª a 4ª série.

A pesquisa da Unesco aponta que metade dos alunos de pequenos povoados ou áreas
rurais e mais de 25% dos estudantes da área urbana assistem aulas em prédios
considerados em más condições. Um dado alarmante é que no Brasil mais de 10% dos
alunos estudam em escolas que não dispõem de água potável.

Na análise da condição sócio-econômica, o trabalho aponta que um entre cada dois


estudantes estudava em escolas cuja maioria ou todos os alunos eram provenientes de
famílias com pais que não haviam completado a Educação “primária”. Na comparação
entre países sobre a carga horária nos quatros anos iniciais do Ensino Fundamental, o
estudo afirma que no Chile os alunos têm 1.200 horas /aula por ano, já no Brasil esse
número é de 800 horas/aula por ano.

Sobre a jornada de trabalho dos docentes, o estudo afirma que a proporção de alunos da
4ª série do Ensino Fundamental cujos professores trabalhavam em mais de uma escola
chega a 29% no Brasil. A participação dos pais e da comunidade na gestão escolar
também foi alvo da pesquisa. De acordo com os dados, no Brasil mais de 75% dos
alunos estudavam em escolas que contavam com conselhos escolares.

A pesquisa Uma Visão dentro de Escolas ‘Primárias’ ouviu professores e diretores de


mais 7.600 escolas de 11 países na América Latina, Ásia e Norte da África. Os
entrevistados responderam questionários detalhados sobre o funcionamento da escola,
como os docentes ministram as aulas, as condições de aprendizagem o apoio disponível
aos professores e diretores. As informações foram coletadas e analisadas entre 2005 e
2007.

Dados

1) Localização das escolas: 54% das escolas “primárias” eram rurais, embora
representassem só 23% do total de matrículas de 1ª a 4ª série.
2) Escolas públicas e privadas: 10% dos estudantes no Brasil estavam em escolas
privadas

3) Gastos: enquanto no Chile os gastos com estudantes eram de 2.120 dólares por
aluno/ano, no Brasil estavam em 1.159 dólares por aluno/ano.

4) Recursos escolares: metade dos alunos de escolas em pequenos povoados ou áreas


rurais e mais de 25% dos alunos em cidades assistia a aulas em prédios considerados em
más condições. No Brasil e em outros seis países, mais de 10% dos alunos assistia aulas
em escolas que careciam de água potável. As tecnologias de Informação e Comunicação
(TIC) estão ganhando terreno em forma progressiva, mas os computadores são mais
usados em trabalhos administrativos. O Brasil está entre os países que mostraram
sólidos avanços no desenvolvimento de sistemas de gestão baseados em computadores.
O estudo demonstra uma grande disparidade na dotação de recursos dentro dos países,
especialmente no caso de algumas regiões do Brasil, Filipinas e Tunísia.

5) Alunos: condição sócio-econômica do estudante incide fortemente nos êxitos


educativos. Um em cada dois estudantes estudava em escolas cuja maioria ou todos os
alunos eram provenientes de famílias com pais que não haviam completado a educação
primária. Alunos da escola “primária” têm 800 horas/aula por ano. No Chile são 1.200
horas/aula por ano.

6) Professores: no Brasil, Argentina e Uruguai, mais de 90% dos estudantes primários


recebiam instrução de professoras;

7) Diretores: As mulheres representavam 84% dos professores

8) Condições laborais dos docentes: a proporção de alunos de 4º série cujos professores


ensinavam em mais de uma escola chega a 29% no Brasil.

9) Governabilidade e autonomia da escola: no Brasil, Chile, Índia, Peru e Tunísia, mais


de 75% dos alunos estudavam em escolas que contavam com conselhos escolares.

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