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Crepúsculo é antifeminista?
Por Kim Vonayr
Você provavelmente está ciente, mesmo que não goste de livros de vampiros e adolescentes
desastradas e normais se apaixonando por um, que existe uma série popular de livros
chamada de saga Crepúsculo, e o primeiro livro da série, Crepúsculo, está sendo adaptado
para a tela grande pela diretora Catherine Hardwicke. O que você talvez não saiba é da
pequena subcorrente de escritoras mulheres depreciando a série como inerentemente
antifeminista.
Eu achei a opinião de Cabot interessante porque eu sou uma feminista, que também não
pegou o último nome do marido quando nós nos casamos, mas eu não acho que a série é
inerentemente antifeminista. Todavia, desde que o quarto livro da série foi lançado,
Breaking Dawn, em 2 de agosto, o murmúrio feminista começou a subir para um enfadonho
rugido.
No Jezebel.com, num artigo carregado de spoilers intitulado “O que esperar quando você
está esperando um vampiro,” elas pulam em cima do livro por ser uma “arrepiante alegoria
antiaborto,” promovendo maternidade adolescente (“No universo de Breaking Dawn,
maternidade na adolescência só faz a sua vida mais radical.”), relacionamentos idealizados,
o traço dominante da personalidade da heroína é a baixa auto-estima, e os livros em geral
promovendo “uma ideologia fundamentalmente conservadora.”
Um dos elementos-chave que os críticos da série parecem não largar é que a autora da série,
Stephenie Meyer, é uma mórmon devota. Enquanto é certamente possível que autores
tendam a deixar de lado seus pontos de vista religiosos para escrever, eu diria que o
Mormonismo de Meyer lapidou sua forma de ver o mundo, e que essa influência,
necessariamente, moldou os relacionamentos entre homens e mulheres da série,
particularmente a relação entre Bella e Edward.
Bella sempre se descreve, durante a série, como simples, frágil, entediante e imperfeita,
enquanto ela idealiza Edward como “deslumbrante”, perfeito, eterno e parecido com um
Deus. Meyer, que eu saiba, jamais explicitou que seus livros expressassem sua fé mórmon,
mas eu acho que olhar para a série sem este contexto é ignorar uma parte importante das
idéias sob as cenas.
Eu não sou mórmon, portanto meu conhecimento das crenças mórmons é derivada
largamente do meu próprio estudo informal da religião e discussão com amigos mórmons.
No geral, o que entendi é que o Mormonismo prega que somente sua doutrina é o caminho
para a salvação eterna, e que o casamento “selado” em um templo mórmon não une um
casal (e as crianças nascidas dessa união) apenas “até que a morte nos separe,” mas para
toda a eternidade. Essa idéia se torna particularmente importante na série Twilight no quarto
livro, no qual os votos de casamento de Bella e Edward são muito próximos aos votos de
casamentos mórmons.