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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

Prof. Adm. AdemirAntonio Saravalli


e-mail: ademir_saravalli@yahoo.com.br

CONCEITOS FINANCEIROS BÁSICOS


Valor do dinheiro no tempo

Loanda/PR
2006
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA 2
Prof. Adm. Ademir A. Saravalli

1. VALOR DO DINHEIRO NO TEMPO

1.1. O papel do valor do tempo em finanças

Uma vez que consideramos a continuidade de uma empresa, seu valor e as decisões do
administrador financeiro devem ser avaliados à luz tanto dos fluxos de caixa presentes como
futuros, tanto entradas como saídas. Uma vez que as empresas, assim como os indivíduos,
sempre se deparam com oportunidades para obter taxas de retornos positivas sobre seus
fundos, isto é, as taxas de juros são sempre maiores que zero, o timing dos fluxos de caixa tem
importantes conseqüências econômicas. Ter uma visão de longo prazo requer que o
administrador financeiro, de uma maneira explícita, reconheça o valor do dinheiro no tempo.

1.1.1. Valor futuro versus valor presente

Valores de decisões podem ser avaliados, usando-se tanto técnicas de valor futuro
como de valor presente. Embora essas técnicas, quando aplicadas corretamente, irão, resultar
nas mesmas decisões, as decisões são tomadas assumindo-se perspectivas diferentes. Técnicas
de valor futuro são utilizadas para encontrar valores futuros, os que são medidas típicas do
final da vida do projeto, enquanto que as técnicas de valor presente são usadas para encontrar
valores presentes, medidas do início da vida do projeto (tempo zero).
A linha do tempo, que é uma reta horizontal sobre a qual o tempo zero está no último
ponto à esquerda e os períodos futuros são apresentados à medida que se movimenta da
esquerda para a direita, pode ser usada para ilustrar os fluxos de caixa associados com um
dado investimento. As linhas do tempo são freqüentemente usadas em finanças para permitir
ao analista uma total compreensão dos fluxos de caixa associados com dado investimento.

LINHA DO TEMPO

-10.000 3.000 5.000 4.000 3.000 2.000


0 1 2 3 4 5
Final do ano

Figura 01

Uma vez que o dinheiro tem um valor no tempo (existem oportunidades para se
obterem taxas de retorno positivas), os fluxos de caixa associados com um investimento,
devem ser medidos no mesmo instante no tempo. Tipicamente, esse instante é o final ou o
início da vida do investimento.
A técnica de valor futuro usa o valor composto para capitalizar e encontrar o valor
futuro de cada fluxo de caixa no final da vida do investimento. Essa abordagem é ilustrada na
Linha do tempo (figura 02), pode ser visto que o valor futuro de cada fluxo de caixa é medido
ao final da vida do investimento de cinco anos.
A técnica do valor presente, outra abordagem muito conhecida, usa o desconto para
encontrar o valor presente de cada fluxo de caixa no tempo zero e, então, soma-os para
encontrar o valor presente do investimento. A aplicação dessa abordagem é ilustrada na linha
do tempo (figura 02). Embora o valor futuro e o valor presente, quando aplicados
corretamente, resultem nas mesmas decisões, os administradores financeiros têm a tendência
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de confiar, principalmente, em técnicas de valor presente, uma vez que eles tomam decisões
no tempo zero.
CAPITALIZAÇÃO E DESCONTO
Capitalização
Valor
futuro

-10.000 3.000 5.000 4.000 3.000 2.000


0 1 2 3 4 5

Valor
presente
Desconto

Figura 02

1.2 Valor futuro de um único montante

O valor futuro de um montante presente é encontrado pela aplicação de juros


compostos durante um período específico de tempo. As instituições de poupanças promovem
retornos de juros compostos a uma taxa de x% de juros de x% compostos em base anual,
semestral, trimestral, mensal, semanal, diária e mesmo ininterrupta. Os princípios de valor
futuro são bastante simples, independentemente do período de tempo envolvido.

1.2.1 O conceito de valor futuro

Falamos de juros compostos quando desejamos indicar que o montante ganho em um


dado depósito tornou-se parte do principal, no final de um período específico. O termo
principal refere-se a uma quantia sobre a qual os juros são pagos.

1.2.2 O cálculo do valor futuro

A equação a seguir pode ser generalizada para encontrar o valor futuro após qualquer
número de período.

VF =VP .(1 +i ) n

VF = valor futuro no final do período n


VP = principal inicial, ou valor presente
i = taxa de juros
n = número de períodos

1.2.3 Capitalizando com freqüência maior do que anual

Os juros são, geralmente, capitalizados com freqüência maior do que uma vez ao ano.
As instituições de poupança capitalizam juros em base semestral, trimestral, mensal, semanal,
diária ou mesmo contínua. Aqui discutiremos a capitalização semestral e trimestral
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apresentando uma equação geral para capitalizar com maior freqüência do que anualmente
descrevendo brevemente a capitalização contínua.

i m. n
VF = VP .(1 + )
m

Onde:
VF = Valor futuro
VP = Valor presente
i = Taxa
m = Freqüência de capitalização
n = Período de capitalização

1.2.3.1 Capitalização semestral

A capitalização semestral de juros envolve dois períodos de capitalização durante um


ano. Em vez de se pagar taxa de juros determinada uma vez ao ano, a metade dessa taxa de
juros é paga duas vezes ao ano.

Exemplo:
Depositaremos 100,00 a 8% de juros compostos semestralmente, m será igual a 2 ( 02
semestres), pretendemos deixar esse dinheiro no banco por dois anos, receberemos 4% de
juros compostos durante quatro períodos, tendo cada um deles a duração de seis meses. A
equação a seguir vem mostrar que no final de dois anos teremos $ 116,99.

0,08 2 x 2
VF = 100 ,00 x (1 + ) = 100 ,00 x (1 + 0,04 ) 4 = 116 ,99
2

1.2.3.2 Capitalização trimestral

A capitalização trimestral de juros envolve quatro períodos de capitalização durante


um ano. Uma quarta parte dos juros determinados é paga quatro vezes ao ano.

Exemplo:
Os mesmo 100,00 a 8% de juros compostos trimestralmente, apresentará o seguinte resultado:

0,08 4 x 2
VF = 100 ,00 x(1 + ) = 100 ,00 x(1 + 0,02 ) 8 = 117 ,16
4

1.2.3.3 Capitalização contínua

Em um caso extremo, os juros podem ser (e freqüentemente são) capitalizados


continuamente. A capitalização contínua envolve a capitalização a cada microssegundo, o
menor período de tempo imaginável. Nesse caso m pode se aproximar de infinito;
conseqüentemente, o cálculo se dará através da seguinte equação:

VF (capitaliz ação contínua) = VP.(e i.n


)
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Onde, e é função exponencial que tem o valor de 2,718281828.

1.2.3.4 Taxas equivalentes

Duas taxas são consideradas equivalentes se, quando aplicadas ao mesmo capital, pelo
mesmo período de tempo, produzirem a mesma renda, ou seja, pelo mesmo período de tempo
produzirem o mesmo volume de juros.

Metodologia de cálculo:

Iq = [(1 + it ) q / t −1]. 100

Iq = Taxa para o prazo que eu quero


it = Taxa para o prazo que eu tenho
q = Prazo que eu quero
t = Prazo que eu tenho

1.2.3.4 Taxa de juros nominal, efetiva e real

É importante que ambos, consumidores e empresários, sejam capazes de fazer


comparações objetivas das taxas de juros. Para comparar o custo de um empréstimo ou os
retornos de investimento em diferentes períodos de capitalização, devemos distinguir entre
taxa de juros nominal e a taxa de juros efetiva.

a) Taxa de juros nominal

A taxa de juros nominal ou declarada é a taxa de juros contratual e cobrada por um


fornecedor de fundos ou prometida pelo tomador de fundos, podemos afirmar que a taxa
nominal incide sobre o valor nominal da aplicação ou do empréstimo, tendo em vista que leva
em consideração o valor explicitado no título ou no contrato.

b) Taxa de juros efetiva

A taxa efetiva de juros ou real é a taxa de juros efetivamente paga ou ganha, ou seja, o
valor colocado à disposição do banco ou do cliente na data da aplicação ou de contrato. Em
finanças pessoais a taxa efetiva, chamada de taxa porcentual anual (TPA), deve por lei ser
claramente declarada aos tomadores de fundos e aos depositantes.

c) Taxa de juros real

É a taxa calculada com base no valor efetivamente aplicado ou emprestado, corrigido


monetariamente pela inflação do período, contado desde o dia da aplicação ou do empréstimo
até o dia do seu resgate ou vencimento.

A taxa de juros efetiva difere da taxa de juros nominal por refletir o impacto da
freqüência da capitalização. Em termos de ganhos de juros, é provavelmente interpretada mais
adequadamente como a taxa de juros anual, que resultaria no mesmo valor futuro que aquele
resultante da aplicação da taxa nominal usando-se a freqüência de capitalização declarada.
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1.3 Valor futuro de uma anuidade

Uma anuidade é uma série de fluxos de caixa anuais. Esses fluxos de caixa podem ser
entradas de retornos ganhos sobre investimentos ou saídas de fundos investidos para ganhar
retornos futuros. Antes de considerar os cálculos do valor futuro relativo às anuidades,
devemos distinguir entre os dois tipos básicos de anuidades.

1.3.1 Tipos de anuidades

Os dois tipos básicos de anuidades são a anuidade ordinária e a anuidade vencida. Em


uma anuidade ordinária, os pagamentos são efetuados no fim de cada período, enquanto na
anuidade vencida, são efetuados no início de cada período.

COMPARAÇÃO DE FLUXOS DE CAIXA DE ANUIDADE


ORDINÁRIA E ANUIDADE VENCIDA
Fluxo de caixa anuais
Anuidade A Anuidade B
Fim do ano (ordinária) (vencida)
0 0,00 1.000,00
1 1.000,00 1.000,00
2 1.000,00 1.000,00
3 1.000,00 1.000,00
4 1.000,00 1.000,00
5 1.000,00 0,00
Totais 5.000,00 5.000,00

A despeito do fato de que ambas as anuidades comparadas no quadro anterior


totalizarem 5.000,00, a anuidade vencida poderia ser de maior valor porque seus fluxos de
caixa ocorrem antes e, portanto, há mais tempo para capitalizar a um valor futuro mais alto (a
uma dada taxa de juros) que aquele da anuidade ordinária. Em geral, o valor futuro de uma
anuidade vencida é sempre maior que o valor futuro de outra anuidade ordinária idêntica.
Em razão de serem as anuidades ordinárias usadas mais freqüentemente em finanças.

1.3.2 Encontrando o valor futuro de uma anuidade ordinária

Os cálculos necessários para se encontrar o valor de uma anuidade ordinária sobre a


qual os juros são pagos a uma taxa específica, capitalizados anualmente, podem ser ilustrados
pelo seguinte exemplo:

Pedro Máximo deseja determinar quanto dinheiro terá no fim de cinco anos, se
depositar R$ 1.000,00 anualmente, ao fim de cada um dos próximos cinco anos, em uma
conta de poupança que paga 7% de juros anuais. Seus fluxos de caixa estão representados pela
anuidade A – anuidade ordinária, conforme ilustração a seguir, que apresenta os cálculos
necessários para se encontrar o valor futuro dessa anuidade no final do ano 5.
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1.310,80
1.225,04
1.144,90 5.750,74
1.070,00
1.000,00

1.000 1.000 1.000 1.000 1.000


0 1 2 3 4 5
Final do ano

Como mostra a figura, no fim do ano 5, Pedro terá R$ 5.750,74 em sua conta. Já que
os depósitos são feitos no fim do ano, o primeiro depósito obterá juros por quatro anos, o
segundo por três e assim por diante.

1.3.2.1 Cálculo simplificado do valor futuro de uma anuidade ordinária

Podemos simplificar os cálculos de uma anuidade ordinária, usando uma calculadora


financeira de bolso substituindo os termos da equação a seguir:

[(1 + i ) n −1]
VF = PMT .
i

1.3.3 Encontrando o valor futuro de uma anuidade vencida

Os cálculos envolvidos na procura do valor futuro da forma menos comum de uma


anuidade vencida podem ser demonstrada pelo seguinte exemplo:

Pedro Máximo, de maneira similar aos seus cálculos para uma anuidade ordinária,
deseja determinar quanto dinheiro terá no fim de cinco anos, se depositar R$ 1.000,00
anualmente, no começo de cada um dos próximos cinco anos, em uma conta de poupança que
paga 7% de juros anuais. Seus fluxos de caixa estão representados pela anuidade B – anuidade
vencida, conforme ilustração a seguir, que apresenta os cálculos necessários para se encontrar
o valor futuro dessa anuidade no final do ano 5.

1.402,55
1.310,80
1.225,04 6.153,29
1.144,90
1.070,00

1.000 1.000 1.000 1.000 1.000


0 1 2 3 4 5
Final do ano

1.3.3.1 Cálculo simplificado do valor futuro de uma anuidade vencida

Podemos simplificar os cálculos de uma anuidade vencida, usando uma calculadora


financeira de bolso substituindo os termos da equação a seguir:
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[(1 + i ) n +1 − (1 + i )]
VF = PMT .
i

1.3.3.2 Comparação com uma anuidade ordinária

Como foi observado anteriormente, o valor futuro de uma anuidade vencida é sempre
maior que o valor futuro de outra anuidade ordinária idêntica. Esse fato está demonstrado
pelos valores futuros no final do ano 5, de duas anuidades de R$ 1.000,00, de cinco anos, de
Pedro Máximo. Os valores futuros da anuidade ordinária e da anuidade vencida,
respectivamente, no final dp ano 5, dada a taxa de juros de 7%, foram encontrados, sendo os
seguintes:

Anuidade ordinária = R$ 5.750,74


Anuidade vencida = R$ 6.153,29

Uma vez que o fluxo de caixa da anuidade vencida ocorre no começo do período e não
no fim, como é o caso da anuidade ordinária, seu valor futuro é maior, no exemplo dado,
Pedro Máximo poderia obter R$ 402,55 a mais com a anuidade vencida.
Apesar da possibilidade de ganhos superiores, as anuidades vencidas são encontradas
com menos freqüência que as anuidades ordinárias.

1.4 Valor presente de um montante único

É freqüentemente útil determinar o valor presente de um montante futuro de dinheiro.


O valor presente é o valor atual de um montante futuro em unidades monetárias, o montante
de unidade monetária que poderia ser investido hoje a uma dada taxa de juros durante um
período especificado para se igualar ao montante futuro. O valor presente, como o valor
futuro, baseia-se na convicção de que $ 1,00 hoje tem mais valor que $ 1,00 que será recebido
em alguma data futura. O valor presente efetivo de $ 1,00 depende muito das oportunidades
de investimentos do recebedor e do instante no tempo no qual $ 1,00 está para ser recebido.

1.4.1 O conceito de valor presente

O processo que envolve a determinação dos valores presentes e freqüentemente


referido como desconto de fluxos de caixa. Esse processo é geralmente o inverso de
capitalização de juros. Relaciona-se com a questão: “Se eu ganho n% sobre o meu dinheiro,
qual é o máximo que eu estaria disposto a pagar agora por uma oportunidade de receber o
valor futuro em n períodos, a contar de hoje?”. Em vez de encontrar o valor futuro das
unidades monetárias atuais investidos a uma dada taxa, o desconto determina o valor presente
de um montante futuro, supondo que aquele que toma a decisão tem uma oportunidade para
obter um certo retorno, i, sobre o dinheiro. Essa taxa de retorno anual é diversamente referida
como taxa de desconto, retorno exigido, custo de capital, ou custo de oportunidade.

1.4.2 A expressão matemática para o valor presente

Podemos encontrar o valor presente de um montante futuro matematicamente


solucionando a equação apresentada a seguir. Em outras palavras, simplesmente desejamos
obter o valor presente, VP, de um montante futuro VF, a ser recebido em n períodos a partir
de agora.
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Final do ano
0 1 2 3 4 5 6 7 8
1.700

918,45
Desconto

VF 1
VP = ou VF .[ (1 + n) n ]
(1 + i )

1.5 Valor presente de séries de fluxo de caixa

Geralmente em finanças há a necessidade de se encontrar o valor presente de uma


série de fluxos de caixa a serem recebidos em vários períodos futuros. Dois tipos básicos de
séries de fluxos de caixa são possíveis: a série mista e a anuidade. A série mista de fluxos de
caixa não reflete um padrão preestabelecido, enquanto que, como foi demonstrado antes, uma
anuidade é um modelo de fluxos de caixa anuais e iguais. Uma vez que certos atalhos são
possíveis para se achar o valor presente de uma anuidade, a série mista e as anuidades serão
discutidas separadamente. Além disso, o valor presente da série mista, sendo inclusas
anuidades e perpetuidades, será considerado nesta seção.

1.5.1 Valor presente de uma série mista

Para encontrar o valor presente de uma série mista de fluxos de caixa, determine o
valor presente de cada montante através da expressão:

VF
VP =
(1 + i )
Some todos os valores presentes individuais para encontrar o valor presente total da
série.

A Pezinho de Anjo, empresa fabricante de sapatos, tem a oportunidade de receber a


seguinte série mista de fluxos de caixa ao longo dos próximos cinco anos:
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Fluxo de
Ano
caixa
1 400,00
2 800,00
3 500,00
4 400,00
5 300,00

Se a empresa pode obter 9%, no mínimo, sobre seus investimentos, qual é o máximo
que ela deve pagar por essa oportunidade?

VALOR PRESENTE DE UMA SÉRIE MISTA DE FLUXOS DE


CAIXA

Valor presente
Fluxo de caixa FJVP 9%,n a
Ano (n ) [(1)x(2)]
(1) (2)
(3)
1 400,00 0,917 366,80
2 800,00 0,842 673,60
3 500,00 0,772 386,00
4 400,00 0,708 283,20
5 300,00 0,650 195,00
Valor presente de uma série mista 1.904,60

A Pezinho de Anjo não deve pagar mais que $ 1.904,60 pela oportunidade de receber
esses fluxos de caixa, uma vez que pagando $1.904,60 poderia ter exatamente um retorno de
9%.

Linha do tempo para o valor presente de uma série mista (fluxos de caixa do final do
ano, descontados a 9%, durante o correspondente número de anos)

Final do ano
0 1 2 3 4 5
400 800 500 400 300

366,80
673,60
1.904,60 386,00
283,20
195,00
Desconto
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1.5.2 Valor presente de uma anuidade

O valor presente de uma anuidade pode ser encontrado de maneira similar àquela
usada para uma série mista, mas é possível um caçula mais rápido.

[(1 + i ) n −1]
VP = PMT .
[(1 + i ) n .i ]

A Baby Brink, um pequeno produtor de brinquedos de plástico, está tentando


determinar o máximo que pode pagar para comprar uma anuidade específica. A empresa
requer um retorno mínimo de 8% em todos os investimentos, e a anuidade consiste de fluxos
de caixa de $ 700 por ano, durante cinco anos. O quadro a seguir apresenta um método longo
para encontrar o valor presente de uma anuidade, o qual é o mesmo método usado para uma
série mista. Este processo gera um valor presente de $ 2.795,10, que pode ser interpretado da
mesma maneira como se fosse uma série mista de fluxos de caixa no exemplo precedente.
MÉTODO LONGO PARA ENCONTRAR O VALOR PRESENTE DE
UMA ANUIDADE

Valor presente
Fluxo de caixa FJVP 8%, n a
Ano (n ) [(1)x(2)]
(1) (2)
(3)
1 700,00 0,926 648,15
2 700,00 0,857 600,14
3 700,00 0,794 555,68
4 700,00 0,735 514,52
5 700,00 0,681 476,41
Valor presente da anuidade 2.794,90

Linha do tempo para o valor presente de uma anuidade ($700 ao final dos anos dos
fluxos de caixa, descontados a 8% durante cinco anos)

Final do ano
0 1 2 3 4 5
700 700 700 700 700

648,15
600,14
2.794,90 555,68
514,52
476,41
Desconto
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1.5.3 Valor presente de uma série mista com anuidade fixa

Ocasionalmente, uma série mista de fluxos de caixa terá uma anuidade embutida nela.
Dependendo do número de anos na vida das anuidades e da vida da série mista, você poderá
efetuar um cálculo eficiente, seguindo três passos:

Passo 1
Encontre o valor presente da anuidade a uma taxa de desconto específica, usando o
procedimento descrito acima. (Nota: o valor presente resultante é medido no início da
anuidade, o qual é equivalente ao final do período imediatamente anterior ao início da
anuidade.)

Passo 2
Adicione o valor presente calculado no Passo 1, a qualquer outro fluxo de caixa que esteja
acontecendo no período imediatamente precedente ao início da anuidade, e eliminar o fluxo
de caixa individual de anuidades para determinar os fluxos de caixa revisados.

Passo 3
Realize o desconto do fluxo de caixa revisado, obtido no Passo 2, retornado ao tempo zero da
forma normal com o uso da taxa de desconto especificada.

A Sempre Vivo espera que um investimento gere o fluxo de caixa apresentado no


quadro a seguir. Se a empresa deve obter 9% em seus investimentos, qual é o valor presente
do fluxo de caixa esperado?

VALOR PRESENTE DE UMA SÉRIE MISTA COM UMA ANUIDADE EMBUTIDA


Passo 1 Passo 2 Passo 3
Fluxo de
Valor Valor
Fluxo de caixa a
presente da FJVP 9%, n presente
Ano (n ) caixa revisado
anuidade (4) [(3)x(4)]
(1) [(1)+(2)]
(2) (5)
(3)
1 5.000 5.000 0,917 4.585,00
2 6.000 22.680 28.680 0,842 24.148,56
3 7.000 0 0,772 0,00
4 7.000 0 0,708 0,00
FJVP 9%, 4 anos
5 7.000 0 0,650 0,00
x 3.240
6 7.000 0 0,596 0,00
7 8.000 8.000 0,547 4.376,00
8 9.000 9.000 0,502 4.518,00
Valor presente da série mista 37.627,56

Linha do tempo do valor presente de uma série mista com anuidade embutida (ao final
do fluxo de caixa descontado a 9%, sobre o correspondente número de anos.)
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Final do ano
0 1 2 3 4 5 6 7 8
5.000 6.000 7.000 7.000 7.000 7.000 8.000 9.000

4.585,00 22.680,00
28.680,00

37.627,56
24.148,56
4.376,00
4.518,00

1.5.4 Valor presente de uma perpetuidade

Uma perpetuidade é uma anuidade com uma vida infinita, em outras palavras, uma
anuidade que nunca deixa de oferecer ao seu detentor pagamentos PMT em unidades
monetárias ao final de cada ano. Às vezes é necessário encontrar o valor presente de uma
perpetuidade.

1
VP( Perpetuida de ) = PMT .
i

Como foi exposto, o fator apropriado, é encontrado pela simples divisão de 1,0 pela
taxa de desconto n (determinada em decimal).

1.6 Aplicações especiais do valor do tempo

As técnicas de valor futuro e valor presente tem inúmeras aplicações importantes. Três
delas são apresentadas nesta seção:

1) O cálculo dos depósitos necessários para acumular uma soma futura;


2) O cálculo de amortização sobre empréstimos;
3) A determinação de juros ou taxas de crescimento.

1.6.1 Depósitos para acumular uma soma futura

Geralmente, um indivíduo pode querer determinar o depósito necessário para


acumular um certo montante de dinheiro em vários anos, a partir de agora. Suponha que uma
pessoa deseja comprar uma casa daqui a cinco anos e estima que um pagamento inicial
relativo à entrada de R$ 20.000, será exigido na ocasião. Ela deseja fazer depósitos anuais
iguais, no fim cada ano, em uma conta que paga juros anuais de 6%; então, deve determinar o
montante da anuidade que resultará em uma soma global de R4$ 20.000, no final do ano 5. a
solução para esse problema está estreitamente relacionada ao processo de encontrar o valor
futuro de uma anuidade.
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Podemos encontrar o depósito periódico exigido para acumular um valor monetário no


futuro, dada um taxa de juros específica, i, e um certo número de períodos, n, pela resolução
da equação a seguir:

i
PMT = VF .
[(1 + i ) n −1]

1.6.2 Amortização de empréstimos

A expressão de amortização de empréstimos refere-se à determinação dos pagamentos


periódicos, em parcelas iguais, necessários para dar a um credor um retorno especificado e
reembolsar o principal do empréstimo dentro de um período estabelecido, o processo de
amortização de empréstimos envolve a determinação dos pagamentos futuros (dentro do prazo
do empréstimo), cujo valor presente à taxa de juros do empréstimo iguala-se exatamente ao
principal inicial do empréstimo.
A amortização de um empréstimo envolve, na realidade, a criação de uma anuidade a
partir de um montante atual. Por exemplo, um individuo pode tomar emprestado R$ 6.000, a
10% e concordar em efetuar pagamentos anuais iguais, no final do ano, durante quatro anos,
que descontada a 10% tenha um valor presente de R$ 6.000,00. o processo é, na realidade, o
inverso daquele usado para se encontrar o valor presente de uma anuidade.

[(1 + i ) n .i ]
PMT = VP .
[(1 + i ) n −1]

Substituindo na equação dada, são necessários pagamentos anuais iguais, no final de


cada ano, de R$ 1.892,74
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O VALOR DO DINHEIRO NO TEMPO


EXERCÍCIOS

1) Calcular o montante de uma aplicação de $15.000,00, pelo prazo de 06 meses, à taxa


de 2% ao mês.

2) No final de dois anos, o Sr. Pedro deverá efetuar um pagamento de $20.000,00


referente ao valor de um empréstimo contraído hoje, mais os juros devidos,
correspondentes a uma taxa de 4% ao mês. Pergunta-se: Qual o valor emprestado?

3) A Loja Queimão das Maravilhas financia a venda de uma mercadoria no valor de


$1.600,00, sem entrada, para pagamento em uma única prestação de $2.275,36 no
final de 08 meses. Qual a taxa mensal cobrada pela loja?

4) Qual a taxa equivalente anual das seguintes taxas:


a) 40% ao semestre

b) 12% ao trimestre

c) 5% ao mês

d) 8% ao bimestre

e) 10% por 07 meses

f) 20% por 08 meses

g) 44% ao biênio

h) 92% por 373

5) Em 154 dias uma aplicação rendeu 41,123%. Calcular as taxas mensal e anual
equivalentes.

6) Quanto devo aplicar hoje, à taxa de 51,107% ao ano, para ter $50.000,00 no final de
19 meses?

7) Pretendo aplicar $720,00 por mês, durante 07 meses, a uma taxa de juros de 2,7% a.m.
Quanto terei acumulado no final desse período?

8) O Sr. Pedro é agricultor, e está adquirindo um trator Valmet-880 ao preço de


$23.000,00 a ser pago em 06 parcelas mensais a juros de 2,5% ao mês. Determine o
valor das parcelas.
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA 16
Prof. Adm. Ademir A. Saravalli

9) Contratei um empréstimo bancário no valor de $50.000,00 para ser liquidados em 04


parcelas trimestrais a juros de 6% ao mês. Qual o valor das parcelas cobradas pelo
banco?

10) No próximo ano estarei viajando para Porto Seguro e precisarei de $5.000,00. que
valor deverei aplicar mensalmente, durante esses 12 meses, num fundo que paga juros
de 44,25% ao ano, para que eu possa ter disponível esse montante?

11) Quanto William terá em cinco anos se colocar $2.500 em um Certificado de Depósito
com taxa de juros anual de 7,5% compostos anualmente?

12) Como os mercados precisariam manipular a taxa de retorno sobre seu investimento
para diminuir o valor futuro de seu investimento?

13) Janet e Dean querem fazer um pagamento de $75.000 em um condomínio quando se


aposentarem daqui a sete anos. Se eles podem ganhar 9% sobre seus investimentos,
quanto dinheiro eles precisam para investir hoje para ter o suficiente para o
pagamento?

14) Uma anuidade comum tem fluxos de caixa periódicos iguais no _______ do período e
uma anuidade vencida tem fluxos de caixa periódicos iguais no ______ do período.

15) Se você tem uma taxa de retorno exigida de 5%, qual das seguintes opções tem o
maior valor?

16) Sua empresa está planejando investir $350.000 por ano em fluxos de caixa anuais
iguais no final do ano para prover recursos a um fundo de aprimoramento de capital.
Espera-se que os investimentos ganhem 10% ao ano, quanto a conta valerá em 7 anos?

17) Seus pais colocam depósitos anuais iguais no início do ano de $1.200 em uma conta,
ganhando 8% ao ano a partir do dia em que você nasceu até seu 18º aniversário (um
total de 19 depósitos). Qual é o saldo dessa conta hoje?

18) O que é uma perpetuidade?


ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
Prof. Adm. AdemirAntonio Saravalli
e-mail: ademir_saravalli@yahoo.com.br
Fórmulas:
(1 + i ) n −1
01 - PV = PMT
(1 + i ) n .i

i
02 - PMT = VF .
[(1 + i ) n −1]

[(1 + i ) n .i ]
03 - PMT = VP .
[(1 + i ) n −1]

1
04 - VP( Perpetuida de ) = PMT .
i

VF
05 - VP =
(1 + i ) n

VF 1
06 - VP = ou VF .[ (1 + n) n ]
(1 + i ) n

[(1 + i ) n +1 − (1 + i )]
07 - VF = PMT .
i

[(1 + i ) n −1]
08 - VF = PMT .
i

09 - Iq = [(1 + it ) q / t −1]. 100

i m. n
10 - VF = VP .(1 + )
m

11 - VF =VP .(1 +i ) n

 FV  
12 - Tef =  − 1.100 
 PV  

13 - VF (capitaliz ação contínua) = VP.(e i.n


)

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