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por ser certamente “mais sabedor e seguro Acreditamos, como os autores, que o mo-
acerca do que convém aos outros. Estes ou- delo relacional será o mais adequado. Citan-
tros no fundo, na perspectiva que desenvol- do os autores, este modelo: “baseia-se numa
vemos surgem como um parceiro integral, forma de agência bastante mais modesta do
cujo controlo político já não é desejável, que a agência da perspectiva do multicultu-
nem possível exercer” (p. 168). ralismo crítico. Em vez de ser “emancipató-
Em suma, gerir as políticas sociais é pro- ria”, é reflexiva e, em vez de repor o domí-
curar, no fio da navalha, lidar com a inco- nio da mudança, propõe uma matriz tripla
mensurabilidade das diferenças num mundo para lidar com a mudança” (p. 142).
e particularmente na Europa, onde estamos Enquanto docente, pensamos que aceitar
definitivamente “condenados” a viver em o que difere do nosso mundo é sempre uma
conjunto” (p. 168) tarefa complicada, onde a tolerância é muito
mais que aceitar, vai mais além e pressupõe
Concluindo uma forma diferente de estar na escola. Esta
À luz da informação e dos conceitos apre- postura terá que ser forçosamente diferente
sentados nesta obra, entendemos que di- do comum, do que é habitual. Deverá tam-
ficilmente se poderá dar uma resposta re- bém ser um modelo enquanto agente educa-
almente eficaz aos problemas da educação tivo promotor da diferença ou ainda, como
sem, ao mesmo tempo, se terem realizado Rortry (1991) definiu “agentes do amor e
transformações concretas no seio da socie- agentes da justiça”.
dade. Será pertinente apurar que políticas
educativas estão realmente associadas à fi- Anabela França Mota
losofia da inclusão e se já deveríamos, neste anafranca@portugalmail.pt
momento, ter passado essa etapa e já estar
plenamente incluídos, não sendo, por isso,
necessário falar de inclusão!