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LUCRO REAL
1 - CONCEITO
É a base de cálculo do imposto sobre a renda apurada segundo registros contábeis e fiscais
efetuados sistematicamente de acordo com as leis comerciais e fiscais.
Data de Apuração
Para efeito da incidência do imposto sobre a renda, o lucro real das pessoas jurídicas deve ser
apurado na data de encerramento do período de apuração que encerra-se:
a) nos dias 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro, no caso de apuração
trimestral do imposto de renda;
b) no dia 31 de dezembro de cada ano-calendário, no caso de apuração anual do imposto de renda;
c) na data da extinção da pessoa jurídica, assim entendida a destinação total de seu acervo líquido;
d) na data do evento, nos casos de incorporação, fusão ou cisão da pessoa jurídica.
As pessoas jurídicas, que se encontram nas situações descritas nas alíneas "a" e "c" e "e" acima,
poderão optar, durante o período em que submetidas ao Programa de Recuperação Fiscal (Refis),
pelo regime de tributação com base no lucro presumido.
Se essas atividades não constarem dos objetivos sociais, a receita de aluguéis será tratada como
outros resultados positivos.
Atenção:
1) Quanto ao cálculo dos ganhos de capital, consultar o disposto no art. 4º, §§ 1° a 5º, da IN SRF n.º
93, de 1997.
2) Nas atividades de compra e venda, loteamento, incorporação e construção de imóveis, as
variações monetárias ativas a que se refere o art. 9° da Lei n° 9.718, de 1998, serão
reconhecidas segundo as normas constantes da IN SRF n° 84, de 1979, da IN SRF n° 23, de
1983, e da IN SRF n° 067, de 1988.
3) Quanto à alínea "g", a partir de 1º de janeiro de 2000, as variações monetárias dos direitos de
crédito e das obrigações do contribuinte, em função da taxa de câmbio, serão consideradas, para
efeito de determinação da base de cálculo quando da liquidação da correspondente operação. À
opção da pessoa jurídica, as variações monetárias poderão ser consideradas na determinação
da base de cálculo pelo regime de competência, sendo que a opção aplica-se a todo ano-
calendário;
4) Quanto à alínea "h", deverão ser aplicadas as normas do inciso I do art. 17 da Lei n° 9.249, de
1995 aos valores entregues até o final de 1995.
4.9.1 - Adicional
A parcela do lucro real que exceder ao resultado da multiplicação de R$20.000,00 (vinte mil reais)
pelo número dos meses do respectivo período de apuração sujeita-se à incidência do adicional, à
alíquota de 10% (dez por cento). Também se encontra sujeita ao adicional a parcela da base de
cálculo estimada mensal, no caso das pessoas jurídicas que optaram pela apuração anual do
imposto de renda, que exceder a R$ 20.000,00 (vinte mil reais).
A alíquota do adicional é única para todas as pessoas jurídicas, inclusive instituições financeiras,
sociedades seguradoras e assemelhadas.
O adicional incide, inclusive, sobre os resultados tributáveis de pessoa jurídica que explore atividade
rural. No caso de atividades mistas, a base de cálculo do adicional será a soma do lucro real apurado
nas atividades em geral com o lucro real apurado na atividade rural.
EXEMPLO
RECEITA JANEIRO
Revenda de Mercadorias 175.000,00
Representação Comercial 80.000,00
Rendimentos de Aplicação Financeiras 12.344,00
Ganho de Capital Alienação Bens 11.235,00
1/120 do lucro inflacionário 32.523,00
IR/Fonte s/Representação 1.200,00
IR s/Aplicação Financeiras 1.345,00
Doação ao Fundo da Criança e do Adolescente 1.000,00
Aplicação no Finor 18%
IMPOSTO DE RENDA R$
Lucro s/Venda de Mercadorias (8% de R$ 175.000,00) 14.000,00
Lucro s/Prestação de serviços (32% de R$ 8.000,00) 25.600,00
LUCRO ESTIMADO S/RECEITA BRUTA 32.523,00
1/120 do Lucro Inflacionário 11.235,00
Ganho na alienação de bens 11.235,00
BASE DE CÁLCULO DO IRPJ 83.358,00
IMPOSTO DEVIDO (15% de 83.358,00) 12.503,70
ADICIONAL DO IMPOSTO (10% de 83.358,00 - 20.000,00) 6.335,80
TOTAL DEVIDO 18.839,50
Deduções do Imposto
IR/Fonte s/Serviços 1.200,00
Doação ao Fundo da Criança (1.000,00, limitado a 1% IR devido) 125,03
IMPOSTO LíQUIDO 17.514,47
APLICAÇÃO NO FINOR
Imposto devido 12.503,70
Fundo da Criança e do Adolescente 125,03
Base de cálculo do Incentivo 12.378,67
IMPOSTO DE RENDA DAS PESSOAS JURÍDICAS pag. 7
IMPOSTO A RECOLHER
Imposto Líquido 17.514,47
Aplicação no FINOR – DARF código 6677 2.228,16
Imposto a Recolher – DARF código 2362 15.286,31
CONTRIBUIÇÃO SOCIAL
Lucro s/venda de mercadorias (12% de R$ 175.000,00) 21.000,00
Lucro s/Prestação de serviços (12% de R$ 80.000,00) 9.600,00
Aplicações Financeiras 12.344,00
Ganho na alienação de bens 11.235,00
Base de Calculo 54.179,00
Contribuição Social (9% de 54.179,00) 4.876,11
5.2 - Diário
Os balanços ou balancetes de suspensão ou redução deverão ser levantados com observância das
leis comerciais e fiscais e transcritos no livro Diário até a data fixada para pagamento do imposto do
respectivo mês. Esses balanços ou balancetes somente produzirão efeitos para fins de determinação
do imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro líquido do período em curso.
Para os efeitos deste, considera-se período em curso aquele compreendido a partir de 1º de janeiro
ou o do início de atividade até o último dia do mês a que se referir o balanço ou balancete. O imposto
devido no período em curso é o resultado da aplicação da alíquota do imposto sobre o lucro real,
acrescido do adicional, e deduzido, quando for o caso, dos incentivos fiscais de dedução e de
isenção ou redução.
5.3 - Estoques
Para fins de determinação do resultado contábil, a pessoa jurídica deverá promover, ao final de cada
período de apuração, levantamento e avaliação de seus estoques, segundo a legislação específica,
dispensada a escrituração do livro “Registro de Inventário”. A pessoa jurídica que possuir registro
permanente de estoques, integrado e coordenado com a contabilidade, somente estará obrigada a
ajustar os saldos contábeis, pelo confronto com a contagem física, ao final do ano-calendário ou do
encerramento do período de apuração, nos casos de incorporação, fusão, cisão ou extinção da
pessoa jurídica.
IMPOSTO DE RENDA DAS PESSOAS JURÍDICAS pag. 8
5.4 - LALUR
O resultado do período em curso deverá ser ajustado por todas as adições determinadas, exclusões
e compensações de prejuízos fiscais admitidas pela legislação do imposto de renda. A demonstração
do lucro real relativa ao período abrangido pelos balanços ou balancetes de suspensão ou redução
deverá ser transcrita no Livro de Apuração do Lucro Real (Lalur). A cada balanço ou balancete
levantado para fins de suspensão ou redução do imposto, o contribuinte deverá determinar um novo
lucro real para o período em curso, desconsiderando aqueles apurados em meses anteriores do
mesmo ano-calendário. As adições, exclusões e compensações de prejuízos fiscais computadas na
apuração do lucro real, correspondentes aos balanços ou balancetes, deverão constar,
discriminadamente, na parte A do Lalur, para fins de elaboração da demonstração do lucro real do
período em curso, não cabendo nenhum registro na parte B do referido livro.
Ocorrendo apuração de prejuízo fiscal, a pessoa jurídica estará dispensada do pagamento do
imposto correspondente ao mês em que foi levantado o balanço ou balancete de suspensão ou
redução.
DADOS DO EXEMPLO
pagamentos por estimativa no curso do período
IMPOSTO PAGO
MÊS IRPJ RECOLHIDO NO DARF IR/FONTE TOTAL PAGO
CSLL PAGA
MÊS CSLL PAGA
JANEIRO 4.876,11
FEVEREIRO 7.314,16
MARCO 10.971,36
TOTAL DEVIDO 23.161,63
8.3 - Apuração Anual da CSLL, com recolhimentos mensais sobre a base de cálculo estimada
As pessoas jurídicas tributadas na forma do lucro real anual deverão pagar a CSLL, mensalmente,
determinada sobre a base de cálculo estimada.
Os valores de CSLL efetivamente pagos calculados sobre a base de cálculo estimada mensalmente,
no transcorrer do ano-calendário, poderão ser deduzidos do valor de CSLL apurado anualmente
(ajuste).
O valor da CSLL não poderá ser deduzido para efeito de determinação do lucro real e da própria
base de cálculo (Lei n° 9.316, de 1996, art. 1°).
A base de cálculo negativa das atividades em geral poderá ser compensada com base positiva da
atividade rural apurada no próprio período de apuração, ou vice-versa.
A base de cálculo negativa, das atividades em geral e rural, apurada a partir do encerramento do
ano-calendário de 1995, poderá ser compensada, cumulativamente com a base de cálculo negativa
apurada até 31 de dezembro de 1994, com o resultado do período de apuração ajustado pelas
adições e exclusões previstas na legislação, determinado em anos-calendário subseqüentes,
observado o limite máximo de redução de trinta por cento, no caso da base de cálculo negativa das
atividades em geral.
A pessoa jurídica não poderá compensar sua própria base de cálculo negativa se entre a data da
apuração e a da compensação houver ocorrido, cumulativamente, modificação de seu controle
societário e do ramo de atividade. A pessoa jurídica sucessora por incorporação, fusão ou cisão não
poderá compensar base de cálculo negativa da sucedida.
No caso de cisão parcial, a pessoa jurídica cindida poderá compensar sua própria base de cálculo
negativa, proporcionalmente à parcela remanescente do patrimônio líquido.
- como recurso próprio aplicado no respectivo projeto, quando o recolhimento for efetuado pelas
pessoas jurídicas de que trata o art. 9° da Lei n° 8.167, de 1991;
- como subscrição voluntária para o fundo destinatário da opção manifestada no Darf, quando o
recolhimento for efetuado pelas demais pessoas jurídicas.
O valor referente à aplicação em incentivos fiscais correspondente aos valores apurados no ajuste
anual deverá ser recolhido nos seguintes códigos: 7920 (Finor), 7933 (Finam) ou 7946 (Funres).
12 - COMPENSAÇÃO DE PREJUÍZOS
A pessoa jurídica poderá compensar o prejuízo fiscal apurado na demonstração do lucro real e
registrado no Livro de Apuração do Lucro Real (Lalur), desde que mantenha os livros e documentos,
exigidos pela legislação fiscal, comprobatórios do montante do prejuízo fiscal utilizado para a
compensação.
O prejuízo fiscal apurado a partir do encerramento do ano-calendário de 1995 poderá ser
compensado, cumulativamente com os prejuízos fiscais apurados até 31 de dezembro de 1994, com
o lucro líquido ajustado pelas adições e exclusões previstas na legislação do imposto de renda,
observado o limite máximo, para compensação, de 30% (trinta por cento) do referido lucro líquido
ajustado.
A pessoa jurídica poderá, ainda, compensar os prejuízos fiscais apurados até 31 de dezembro de
1994, independentemente do prazo previsto na legislação vigente à época, se naquela data os
mesmos fossem passíveis de compensação, na forma da legislação então aplicável.
13 - PAGAMENTO DO IMPOSTO
13.1 - Imposto de Renda Determinado com Base no Lucro Real Trimestral
O imposto de renda devido, apurado trimestralmente, será pago em quota única, até o último dia útil
do mês subseqüente ao do encerramento do período de apuração.
À opção da pessoa jurídica, o imposto devido poderá ser pago em até três quotas mensais, iguais e
sucessivas, vencíveis no último dia útil dos três meses subseqüentes ao de encerramento do período
de apuração a que corresponder.
Nenhuma quota poderá ter valor inferior a R$1.000,00 (um mil reais) e o imposto de valor inferior a
R$2.000,00 (dois mil reais) será pago em quota única.
As quotas do imposto serão acrescidas de juros equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial
de Liquidação e Custódia (Selic), para títulos federais, acumulada mensalmente, a partir do primeiro
dia do segundo mês subseqüente ao do encerramento do período de apuração até o último dia do
mês anterior ao do pagamento e de 1% (um por cento) no mês do pagamento.
13.2 - Imposto de Renda Determinado sobre Base de Cálculo Estimada Mensalmente ou com
Base em Balanço ou Balancete de Suspensão ou Redução
I – Pagamentos Mensais
O imposto de renda devido, determinado mensalmente sobre a base de cálculo estimada, ou
apurado em balanço ou balancete de suspensão ou redução, será pago até o último dia útil do mês
subseqüente àquele a que se referir.
II – Saldo do Imposto Apurado em 31 de Dezembro de 2000 (ajuste anual)
O saldo do imposto de renda apurado em 31 de dezembro de 2000:
- será pago em quota única até o último dia útil do mês de março do ano subseqüente. O saldo do
imposto será acrescido de juros equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de
Liquidação e Custódia (Selic), para títulos federais, acumulada mensalmente, a partir de 1º de
fevereiro de 2001 até o último dia do mês anterior ao do pagamento e de 1% (um por cento) no
mês do pagamento;
- poderá ser compensado com o imposto de renda devido a partir do mês de janeiro do ano-
calendário subseqüente ao do encerramento do período de apuração, assegurada a alternativa
de requerer a restituição.
Os valores pagos, nos vencimentos estipulados na legislação específica, com base na receita bruta e
acréscimos ou em balanço ou balancete de suspensão ou redução nos meses de janeiro a
novembro, que excederem ao valor devido anualmente, serão atualizados pelos juros equivalentes à
taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) para Títulos Federais,
acumulada mensalmente, a partir de 1° janeiro do ano-calendário subseqüente àquele que se referir
o ajuste anual até o mês anterior ao da compensação e de 1% relativamente ao mês da
compensação que estiver sendo efetuada; e o relativo ao mês de dezembro, que exceder ao valor
devido anualmente, será acrescido dos juros equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de
Liquidação e Custódia (Selic) para Títulos Federais, acumulada mensalmente, a partir 1° de fevereiro
até o mês anterior ao da compensação e de 1% relativamente ao mês em que a compensação
estiver sendo efetuada;
IMPOSTO DE RENDA DAS PESSOAS JURÍDICAS pag. 17
As empresas tributadas pelo lucro real devem realizar ajustes ao lucro líquido, a fim de determinar as
bases de cálculo do IRPJ e da CSLL.
Apesar da fórmula semelhante, os ajustes ao lucro líquido para cálculo do IRPJ nem sempre são
iguais aos efetuados no cálculo da CSLL.
Nos itens a seguir, relacionamos os principais ajustes ao lucro líquido, mencionando quando devem
ser feitos ora para cálculo do IRPJ, ora para cálculo da CSLL, ou para cálculo de ambos.
3. ALIMENTAÇÃO
As despesas com alimentação são, regra geral, dedutíveis na apuração do lucro real. No entanto, é
vedada a dedução das despesas com alimentação:
a) de sócios, acionistas e administradores;
b) quando não fornecida indistintamente a todos os empregados, independentemente da existência
ou não do Programa de Alimentação do Trabalhador;
c) correspondentes a cestas básicas que não forem fornecidas indistintamente a todos os
empregados.
Essas despesas devem ser adicionadas ao lucro líquido para cálculo do IRPJ e da CSLL.
4. APLICAÇÕES FINANCEIRAS
As perdas nas operações de renda variável são dedutíveis na determinação do lucro real até o limite
dos ganhos em operações de bolsa de valores, de mercadorias, de futuros e assemelhadas,
auferidos no mesmo período trimestral ou anual de apuração.
O valor da perda que exceder aos ganhos auferidos no mesmo período de apuração não pode ser
deduzido, devendo ser adicionado ao lucro líquido para determinação do lucro real.
Nos períodos de apuração subseqüentes, a pessoa jurídica poderá excluir a respectiva perda na
determinação do lucro real, até o limite correspondente à diferença positiva apurada em cada ano,
entre os ganhos e perdas decorrentes das operações realizadas em qualquer modalidade
operacional.
Exemplo:
Ganhos em Bolsa de Valores no 1° Trimestre .................................. 92.395,00
Perdas em Bolsa de Valores no 1° Trimestre ................................... 115.348,00
Perdas não dedutíveis no 1° Trimestre (Adição ao Lucro Líquido).... (22.953,00)
As perdas com aplicações financeiras de renda variável são dedutíveis na determinação da base de
cálculo da Contribuição Social, não havendo ajustes a fazer ao lucro líquido, uma vez que são
registradas contabilmente.
7. BRINDES
As despesas com aquisição de brindes são indedutíveis e devem ser adicionadas à base de cálculo
do Imposto de Renda e da Contribuição Social.
As empresas patrocinadoras de projetos culturais aprovados pelo Ministério da Cultura, sob a regras
da Lei 8.313/91, podem receber até 25% dos bens e direitos produzidos pelo projeto patrocinado,
para distribuição gratuita a seus clientes e fornecedores. Nesse caso, os brindes não são despesas
para a empresa, porque se originaram do patrocínio ao projeto cultural.
No entanto, é admitida a dedução das contribuições destinadas a custear seguros, planos de saúde
e benefícios complementares e assemelhados aos da Previdência Social, inclusive para o Fundo de
Aposentadoria Programada Individual (FAPI), instituídos a favor de empregados e dirigentes, limitada
a 20% do total dos salários dos empregados e da remuneração dos dirigentes da empresa,
vinculados ao referido plano.
O valor que exceder a esse limite deve ser adicionado ao lucro líquido para apuração do lucro real e
da base de cálculo da CSLL.
Exemplo:
Salários de Empregados.............................................................................. 200.000,00
Remuneração de dirigentes ....................................................................... 40.000,00
Total ........................................................................................................... 240.000,00
No caso de a devolução realizar-se pelo valor de mercado, a diferença entre este e o valor contábil
dos bens ou direitos é considerada:
a) receita de avaliação de bens na empresa investida;
b) ganho de capital na empresa investidora.
A pessoa jurídica que receber bens ou direitos avaliados a preço de mercado pode excluir do lucro
líquido, para cálculo do lucro real e da CSLL, a diferença entre o valor de mercado e o valor contábil
da participação extinta.
Exemplo:
Valor de Mercado do Bem ....................................................................... 200.000,00
Valor Contábil do Bem ............................................................................. 180.000,00
Ganho de Capital .................................................................................... 20.000,00
Tratamento na Investida (Empresa que Reduzir seu Capital)
Receita Avaliação Preço de Mercado obrigatoriamente contabilizada ... 20.000,00
Tributação pelo IRPJ e pela CSLL da Receita da Avaliação ................... 20.000,00
Tratamento na Investidora (Empresa que Receber os Bens ou Direitos)
Ganho Capital na extinção participação computado no lucro líquido ...... 20.000,00
Exclusão do ganho de capital no cálculo do IRPJ e da CSLL ................ 20.000,00
14. DOAÇÕES
A legislação tributária admite a dedução de algumas doações, mas, de um modo geral, esses gastos
não são dedutíveis na determinação do lucro real ou da base de cálculo da Contribuição Social.
Apenas são dedutíveis as doações destinadas a:
Programa Nacional de Apoio à Cultura:
São admitidas como dedutíveis as doações feitas ao Fundo Nacional de Cultura ou aos projetos
culturais previamente aprovados pelo Ministério da Cultura, exceto as que se constituírem dedução
integral do imposto devido.
Não são dedutíveis do lucro líquido, quando 100% deduzidas diretamente do imposto as doações a
Projetos culturais de:
• artes cênicas;
• livros de valor artístico, literário ou humanístico;
• música erudita ou instrumental;
• circulação de exposições de artes plásticas;
• doação de acervos para bibliotecas públicas e para museus.
Instituição de Ensino e Pesquisa
São dedutíveis as doações a instituições de ensino e pesquisa cuja criação tenha sido autorizada por
lei federal e que:
- comprovem a finalidade não lucrativa;
- apliquem seus excedentes financeiros em educação;
- assegurem destinação de seu patrimônio a outra escola comunitária, filantrópica ou confessional,
ou ao Poder Público, no caso de encerramento de atividades.
A dedução está limitada a 1,5% do lucro operacional do período de apuração, antes de computada
essa doação e a doação a entidades civis.
Exemplo:
Lucro Operacional deduzido das doações .............................................. 300.000,00
Doação à Instituição de Ensino ............................................................... (+) 24.500,00
Lucro Operacional antes da dedução das doações ................................ 324.500,00
Limite de dedução – Parcela dedutível (1,5% de R$ 324.500,00) ........... 4.867,50
Doação Excedente – Parcela não dedutível ............................................ 19.632,50
Entidades Civis
São dedutíveis as doações feitas a entidades civis legalmente constituídas no Brasil, sem fins
lucrativos, que prestem serviços gratuitos em benefícios de empregados da pessoa jurídica doadora
e respectivos dependentes ou em benefício da comunidade onde atuem, observadas as seguintes
condições:
IMPOSTO DE RENDA DAS PESSOAS JURÍDICAS pag. 23
- a entidade civil deve ser reconhecida como de utilidade pública por ato formal de órgão
competente da União, exceto quando se tratar de entidade que preste exclusivamente serviços
gratuitos em benefícios de empregados da pessoa jurídica doadora;
- as doações em dinheiro devem ser feitas mediante crédito em conta corrente bancária
diretamente em nome da entidade beneficiária;
- a doadora deve manter em arquivo, à disposição do Fisco, declarações segundo modelo próprio
de que esta se compromete a aplicar integralmente os recursos recebidos na realização de seus
objetivos sociais, com identificação da pessoa física responsável pelo seu cumprimento e a não
distribuir lucros, bonificações ou vantagens a dirigentes, mantenedores ou associados, sob
nenhuma forma ou pretexto.
A doação está limitada a 2% do lucro operacional da pessoa jurídica doadora, antes de computada a
sua dedução.
17. GRATIFICAÇÕES
Não são dedutíveis na apuração do lucro real as gratificações, inclusive o 13° e o 14° salários, pagas
a administradores ou dirigentes da pessoa jurídica.
Os valores registrados como despesas na contabilidade devem ser adicionados ao lucro líquido
apenas para cálculo do IRPJ, pois não consistem em ajustes para cálculo da CSLL.
Os valores investidos são integralmente deduzidos do Imposto de Renda da pessoa jurídica, até o
limite de 3%, e devem ser contabilizados no Ativo da empresa investidora.
Além da dedução direta do imposto, as pessoas jurídicas investidoras também podem excluir do
lucro líquido, na determinação do lucro real, o valor investido nas atividades audiovisuais. A exclusão
é feita apenas para cálculo do IRPJ e não interfere no cálculo da CSLL.
A essa parcela denominamos Lucro da Exploração, que corresponde ao lucro líquido ajustado pela
exclusão dos seguintes valores:
a) a parte das receitas financeiras que exceder as despesas financeiras;
b) os rendimentos e prejuízos das participações societárias; e
c) c) os resultados não operacionais.
O Lucro da Exploração é excluído do lucro líquido para cálculo do lucro real, não interferindo no
cálculo da CSLL.
23.I. LUCROS
Os lucros auferidos no exterior, disponibilizados durante o ano-calendário, devem ser adicionados ao
lucro líquido no balanço:
a) Anual levantado em 31 de dezembro, se a empresa optar pelo regime de estimativa, inclusive, se
durante o ano, suspender ou reduzir o pagamento do imposto;
b) Trimestral levantado no 4° trimestre de cada ano, se a apuração do imposto for trimestral;
c) De encerramento das atividades ou de fusão, cisão ou incorporação da empresa brasileira;
d) Anual levantado em 31 de dezembro do ano-calendário do evento, no caso de fusão, cisão ou
incorporação da empresa estrangeira.
Desde 1° de outubro/99, os lucros auferidos no exterior passaram a ser tributados pela CSLL,
devendo ser adicionados ao lucro líquido no cálculo dessa contribuição.
25. MULTAS
Como regra, as multas pagas por infração à norma legal ou contratual não são dedutíveis como
custo ou despesa operacional, sendo obrigatória a sua adição ao lucro líquido.
No entanto, a legislação do Imposto de Renda admite a dedução para alguns tipos de multa, como
examinamos a seguir.
MULTAS INDEDUTívEIS
São indedutíveis:
a) Multas Punitivas: impostas por ocasião do lançamento de ofício ou auto de infração, visando
punir o contribuinte por infração que tenha resultado falta ou insuficiência de pagamento de
tributos, como por exemplo:
- multa de ofício pela falta da Declaração;
- multa lançada em virtude de evidente intuito de fraude;
- multa de ofício pela falta de recolhimento de impostos.
b) Multas relativas à infração a normas de natureza não tributária, tais como:
- multa de trânsito;
- multas do Código de Defesa do Consumidor;
- multas relativas ao FGTS e ao INSS;
- multas contratuais.
MULTAS DEDUTÍVEIS
São dedutíveis:
a) as multas impostas por infrações que não resultem em falta ou insuficiência de pagamento de
tributos, como a multa pela apresentação espontânea fora do prazo das declarações;
b) multas fiscais de natureza compensatória, como a multa pelo recolhimento espontâneo fora do
prazo de tributos.
resultado, não pode interferir na base de cálculo da CSLL, sendo necessário, portanto, adicioná-Ia ao
lucro líquido no cálculo dessa contribuição.
Valores Controlados no LALUR
A correção complementar dos valores controlados no Livro de Apuração do Lucro Real é adicionada
ou excluída na apuração do lucro real, não interferindo no cálculo da Contribuição Social.
Saldo Credor da CM Complementar
As empresas puderam diferir a tributação do saldo credor da correção especial, sendo que, em
muitos casos, há ainda saldo a diferir.
O diferimento é realizado segundo as regras do Lucro Inflacionário e não pode interferir no cálculo da
CSLL.
EXEMPLO
A seguir, demonstramos os ajustes no lucro líquido:
Registro de apuração do lucro real parte A – registro dos ajustes do lucro líquido do trimestre
DATA HISTÓRICO ADIÇÕES EXCLUSÕES
31-3-2000 DEMONSTRAÇÃO DO LUCRO REAL
Natureza dos Ajustes
1. Lucro Líquido após a CSLL 19.569.758,40
2. Mais: Adições
2.1. Despesas com Brindes 15.000,00
2.2.Contribuição Social do Trimestre 1.775.919,60
2.3. Lucro Inflacionário Realizado 123.450,00
2.4. Perda na Equivalência Patrimonial 1.456.987,00
2.5. Alimentação de Sócios 45.340,00
2.6. Depreciação de Bens Não Utilizados na 23.124,00
Produção
2.7. Gratificações a Dirigentes 300.000,00
2.8. Multas Fiscais 24.780,00 3.764.600,60
3. Menos: Exclusões
3.1. Lucros Recebidos de Outras Empresas 4.450.000,00
3.2. Perdas em Bolsa Adicionadas no Ano Anterior 5.680,00.
Deduzidas até o Limite dos Ganhos n/ Trimestre
3.3. Lucros de Contratos a Longo Prazo 678.900,00
3.4. Juros s/Créditos Vencidos Há Mais de 2 Meses 8.234,00
3.5. Depreciação Acelerada Incentivada 28.120,00 5.170.934,00
Lucro Real 18.163.425,00
IMPOSTO DE RENDA DAS PESSOAS JURÍDICAS pag. 32