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MANAUS- 2010
JANNE CARLA PEREIRA DOS SANTOS
MANAUS - 2010
JANNE CARLA PEREIRA DOS SANTOS
BANCA EXAMINADORA
__________________________________________
Profª MSc. Andrezza Belota Lopes Machado
Universidade do Estado do Amazonas
___________________________________________
Profª MSc. Jane Lindoso Brito
Universidade do Estado do Amazonas
AGRADECIMENTOS
INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 06
CAPÍTULO I – EDUCAÇÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA VISUAL: UM
OLHAR INCLUSIVO .................................................................................................... 09
1.1 Educação de pessoas com necessidades especiais: breve retrospecto sobre as
conquistas educacionais .................................................................................................. 09
1.2 A Educação de Pessoas com Deficiência Visual na perspectiva da Educação
inclusiva .......................................................................................................................... 13
1.2.1 Caracterização da Deficiência Visual .......................................................... 14
1.2.2 Educação de pessoas com deficiência visual: da institucionalização à
inclusão ........................................................................................................................... 16
1.2.3 O papel do Atendimento Especializado de Atendimento- AEE na
educação de pessoas com necessidades especiais .......................................................... 21
CAPÍTULO II – PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ........................................ 27
2.1 Os caminhos da Pesquisa ..................................................................................... 29
2.1.1 Tipo de Pesquisa .......................................................................................... 30
2.1.2. A Pesquisa de campo .................................................................................. 31
2.1.3 Universo da pesquisa .................................................................................. 32
2.1.4 Instrumentos de Coleta de Dados ................................................................ 32
CAPÍTULO III - O ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO ÀS
PESSOAS COM DEFICIÊNCIA VISUAL: A ATUAÇÃO DO CAP NA REDE
ESTADUAL DE ENSINO NO CONTEXTO EDUCACIONAL INCLUSIVO............ 34
3.1 Caracterizando o espaço da pesquisa .................................................................. 34
3.2 Caracterizando os sujeitos da pesquisa ................................................................ 36
3.3 Contextualizando os resultados da pesquisa ........................................................ 37
3.3.1 Percepção dos professores e estudantes sobre a Educação na perspectiva
inclusiva .......................................................................................................................... 38
3.3.2 Adaptações Curriculares para o atendimento à pessoa com deficiência
visual na perspectiva da educação inclusiva .................................................................. 45
3.3.3 Estudantes Incluídos no ensino regular: quantidade versus qualidade ........ 50
3.3.4. Contribuição do CAP para a Educação na perspectiva inclusiva .................... 54
3.3.4.1. Ações na formação continuada que contribuem para facilitar o
processo ensino-aprendizagem ....................................................................................... 60
3.3.4.2 Análise da contribuição da formação no CAP para atender alunos com
deficiência visual no ensino regular: percepção dos estudantes ..................................... 64
CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................... 68
REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 71
APÊNDICE A – Entrevista 1 – Coordenadores/Professores do CAP ............................ 74
APÊNDICE B – Entrevista 2 – Professores da Escola Regular ..................................... 75
APÊNDICE C – Entrevista 3 – Estudantes com Deficiência Visual ............................. 76
ANEXO A - Sugestões de Materiais Adaptados que podem ser utilizados pelos
Professores das escolas regulares para facilitar o aprendizado dos educandos com
deficiência visual ............................................................................................................ 77
6
INTRODUÇÃO
CAPÍTULO I
possível a sua volta, e isso porque é estimulada a olhar para tudo o que
está à sua volta, sendo possível acompanhar o movimento das pessoas
e dos objetos sem sair do lugar. A visão, em relação aos outros
sentidos ocupa uma posição proeminente no que se refere à percepção
e integração de formas, contornos, tamanhos, cores e imagens que
estruturam a composição de uma paisagem ou de um ambiente. É o
elo que integra os outros sentidos, permitindo associar som e imagem,
imitar um gesto ou comportamento e exercer uma atividade
exploratória circunscrita a um espaço delimitado.
Para compreender melhor a deficiência visual, é preciso
esclarecer que ela se apresenta em duas categorias, a cegueira e a
baixa visão, que podem ser assim esclarecidas:
[...] inclusão escolar é uma forma de inserção em que a escola comum tradicional é
modificada para ser capaz de acolher qualquer aluno incondicionalmente e de
propiciar lhe uma educação de qualidade. Na inclusão, as pessoas com deficiência
estudam na escola que frequentariam se não fossem deficientes (SASSAKI, 1998, p.
8).
Nesse sentido, Bueno (1998, p. 20) afirma que “[...] não basta
inserir os alunos com deficiência no ensino regular, é preciso que nós
estruturemos para eles um serviço de qualidade”. É preciso está aberto
às possibilidades, buscar olhar o indivíduo com o sem deficiência a
partir de suas habilidades e capacidades e não focar apenas nas
limitações oriundas da deficiência.
No cotidiano da escola regular, o educador pode observar
como está o desempenho do estudante com deficiência visual, pois as
atividades diárias são um grande “espelho” para que possamos
perceber como o estudante se orienta e se locomove, alimenta-se,
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brinca e até como usa sua visão na realização das atividades práticas e
escolares.
Importante esclarecer que na escola, o aluno com baixa visão
tende a ter dificuldades de percepção em determinadas circunstâncias
devido sua visão oscilar entre ver e não ver. E assim, muitos
professores costumam confundir ou interpretar erroneamente algumas
atitudes e condutas de alunos com baixa. Essas dificuldades estão
relacionadas aos objetos localizados em ambientes mal iluminados ou
muito claro e ensolarado, objetos ou materiais que não proporcionam
contraste, objetos e seres em movimento, visão de profundidade,
percepção de formas complexas, representação de objetos
tridimensionais, e tipos impressos ou figuras não condizentes com o
potencial da visão.
Neste contexto é possível fazer a Avaliação Funcional da
Visão, que pode ser de grande importância para crianças pré-verbais
ou em crianças com deficiências associadas: comprometimento
intelectual, físico ou sensorial. (BRUNO, ano1997, p.9). Por isso, a
avaliação funcional da visão revela dados qualitativos de observação
informal nos níveis de desenvolvimento visual, funcional quanto à
necessidade de adaptação à luz e aos contrastes e as adaptações
ópticas, não-ópticos e equipamentos de tecnologia avançada.
O trabalho com alunos com deficiência visual,
principalmente do estudante com Baixa visão, baseia-se no princípio
de estimular a utilização plena do potencial de visão e dos sentidos
remanescentes, e a partir disso compreender e ajudar na superação de
dificuldades e conflitos emocionais. Para isso é necessário que o
professor conheça e saiba identificar, por meio da observação
contínua, alguns sinais ou sintomas físicos característicos e condutas
frequentes no aluno com deficiência visual.
A partir dessa observação contínua o professor será possível
perceber: a tentativa de remover manchas, esfregar excessivamente os
olhos, franzir a testa, fechar e cobrir um dos olhos, balançar a cabeça
ou movê-la para frente ao olhar para um objeto próximo ou distante,
levantar para ler o que está escrito no quadro , em cartazes ou mapas,
23
CAPÍTULO II
2 Procedimentos Metodológicos.
Portanto, para a dialética, as coisas não são analisadas na qualidade de objetos fixos,
mas em movimento. Nem uma coisa está “acabada”, encontrando-se sempre em vias
de se transformar, desenvolver, o fim de um processo é sempre o começo de outro.
(LAKATOS, 2007, p.101)
Acreditando que lhe dar a palavra é uma forma de começar a romper com o
estereótipo de que não é capaz de compreender o que o cerca, dando-lhe a
possibilidade de se fazer ouvir sem ser através da voz do outro. (SANTOS, 2006,
p.71).
CAPITULO III
Prof. L.: Educação inclusiva nos dias de hoje é uma democratização da escola onde
é permitido ao aluno ter acessibilidade juntamente com os outros ditos normais.
Prof. G.: Como o próprio nome já indica, a palavra inclusão deve influenciar em
todas nossas atitudes, aí agente entra no ambiente escolar, então a escola é o único
local onde todas as pessoas tem acesso, sejam ricos ou pobre, portador de alguma
deficiência, principalmente no ambiente escolar essa palavra tem sentido amplo de
inclusão de dar oportunidade a todas as pessoas sem nenhum afastamento, sem
colocar nenhuma a par.
Prof. J.: Bom eu entendo a Inclusão como oportunidade para todos, porque antes de
existir a sigla inclusão, nós tínhamos a educação convencional onde matricula-se
aqueles considerado dito normais,os que enxergam,vêem, andam normalmente,
então as pessoas deficientes ficavam p-ara trás. E hoje o Brasil, aos poucos tem
avançado nesta questão. A educação inclusiva veio justamente para suprir as
necessidades, as pessoas deficientes, ou seja, igualdade e condições de educação
para todos.
Prof. N.: Nós sabemos que a escola vem num processo de inclusão, o que vem a ser,
nossos alunos antes eram excluídos, eles estudavam numa escola separada, numa
escola só para eles. Aí, resolveram colocar a inclusão, a escola do ensino regular
para esses alunos para que sejam incluídos na escola, para que não se sintam
diferentes. Se sentissem comum às outras pessoas.
Prof. F.: Educação Inclusiva o aluno que tiver alguma deficiência deve ser preparado
par ser incluído junto como os alunos ditos normais (Ser inclusos na escola comum e
no mercado de trabalho).
Prof. J.: Ainda há uma certa rejeição por parte algumas escolas, que fui gestor
educacional também, as escolas tem dificuldades nessa adaptação, transição é
preciso que o governo invista mais nas estruturas das escolas, como rampas,
materiais, máquinas em Braille.
Prof. N.: Nós sabemos que os professores, não se sentem seguros porque não estão
preparados, você trabalhar com um aluno vidente é uma coisa, você trabalhar que
tenha uma deficiência é difícil.
Prof. RS.: Os professores se mostram muito aflitos, muitos ansiosos, porque tudo é
novo e tudo funciona assim: “a sementinha foi colocada lá, foi plantada, então daqui
que ela vá florescer, vai demorar muito tempo”, se depara como sistema, com as
dificuldades do sistema de mandar materiais, de capacitar os profissionais, às vezes,
os professores passam por essa informação, pela falta de capacitação. Eles se sentem
despreparados [...]. E alguns preparados pensam: “gente como eu vou trabalhar com
esse aluno?” Às vezes na questão até do estado físico da escola, na questão da
acessibilidade. Ás vezes que não depende do professor e sim do próprio sistema.
Prof. L.: Os nossos professores precisam de treinamentos para poder atender a nossa
clientela, onde muitos dizem que realmente não tem condições. E concordo, como é
que eu vou trabalhar como o aluno que eu não sei como atendê-lo. Então precisamos
sim ter um treinamento.
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Prof. G.: O professor hoje está sobrecarregado, são salas superlotadas, ele tem um
excesso de afazeres. Quando ele recebe o aluno com deficiência, qualquer
deficiência, ele fica assustado, porque ele se sente sozinho. Então nosso papel é de
esclarecimento, primeiro quais a possibilidades de trabalho com aquele aluno no
universo que ele atende no ensino regular. E é possível, nós temos a plena certeza de
que isso é possível.
Prof. F.: Para o professor da escola regular não chegam preparados na visão deles.
Ou seja, os professores não estão preparados.
Prof. R.: Os professores se assustam, dizem não está preparado para receber o aluno
com qualquer tipo de deficiência.
Prof. RS.: As parcerias importantes a primeira seria a família, longe dos muros da
escola, depois da família vem à escola, e da escola buscar parceria com
oftalmologista, com professor da sala de recursos, se ele tiver inserido,, parceria com
psicólogo, com outras instituições, eu acho q se tratando de deficiência quanto mais
tiver parcerias tiver melhor.
Prof. F.: As parcerias que possuem mais dinheiro, as indústrias, para investir fins
incentivos as universidades.
Prof. L.: Vamos citar divã que é um ponto importante, a própria SEDUC, pra da esse
apoio,oferecer aos alunos um ensino de qualidade sem exclusão.
Prof. G.: Acho que a palavra principal é sensibilidade. Então a partir do momento
que tudo tiver claro, que a inclusão não é só uma palavra bonita para incluir
deficiente, que essa palavra inclusão é geral, todas as pessoas necessitam de
participantes integradas.
Prof. J.: O CAP que temos aqui, as escolas especiais, são parcerias importantes,,mais
precisamos ampliar mais com as universidades, oferecendo mais cursos voltados
para a educação especial, há maiores chances para que tenha uma aprendizagem
continuada.
Prof. R.: Não. A sala de recursos sim, tem a obrigatoriedade de se ter atendimento
específico de cada deficiente é o profissional da sala de recurso, O professor do
ensino regular não é obrigado a sabe transcrever para Braille, se saber é bom, mais é
função do professor da sala de recurso saber transcrever para Braille, o professor de
matemática do ensino regular não é obrigado a saber sorobã, da sala de recurso sim.
Prof. G.: A escola precisa ter um número bem grande de profissionais em seu quadro
funcional em diferentes áreas, da psicologia a profissionais especializados, mais isso
é complicado, no quadro da Secretaria, não tem uma rubrica no concurso especifica
para educação especializada, então são professores do ensino comum que se
interessam pela educação especial e ai vão fazer cursos de formação específica.
Prof. J.: Com certeza. Mais não diria nem especialista, mais professores capacitados
para atender esses alunos, mais escolas oferecendo curso em braille, por
exemplo.Professores que saibam ler em braille, livros em braille, a parte da
informática, como o DOSVOX.
Prof. N.: Esse seria o certo, não diria ter passado pelo CAP. Porque sabemos que por
fora, você paga um professor de braile. Então é preciso que haja mais cursos para
preparo os professores.
Prof. RS.: Sim, se faz necessário que tenha serviço social para ajudar as crianças, os
professores, a comunidade escolar vai ta ajudando e interagindo a família. Aí,
necessitaria psicólogo, serviço social, professores especialistas dentro dessa área que
tenham atendimento,para que passem essas informações, façam estudo de caso, se
reunam, planegem e caso não tenha busque ajuda fora da escola. Hoje já se tem
muitos profissionais especialistas em diversas áreas de deficiência.
Prof. L.: Volto a tocar na mesma tecla. Tem que haver preparação para a escola e
para os professores para poder receber essa clientela, para que não haja reclamações,
porque é o que mais agente ouve: “Ah, vou receber esse aluno e não sei trabalhar
com ele”. Então tem que ter uma preparação pra escola, a escola tem que está
estruturada para receber esse aluno.
Prof.: F.: A escola tem que ser preparada, ter palestra de conscientização com os
alunos da escola que irão receber os alunos especiais e como poderão ajudá-los,
orientando-os a serem amigos, companheiro sem dar apelidos. Da parte do professor
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tem que ter mais de 1 professor na sala de aula, e eles tem que ser capacitados para
atender aquela deficiência.
Prof. R.: A escola comunica o CAP que uma pedagoga vá fazer a visita. Se a escola
abrir espaço para o CAP, agente leva os professores, orientamos, tiramos as dúvidas
para que o deficiente visual possa se desenvolver na sala de aula.
Prof. J.: Primeiro, ampliar a divulgação sobre deficiência, a escola precisa saber
mais disso,professores preparados com uma formação continuada, ter mais
profissionais preparados para esses alunos, mais material didático também e além da
estrutura física (rampas, corrimão,equipamentos no laboratório).
Prof. G.: A família tem um papel super importante, ela não tem conhecimento das
potencialidades e possibilidades que o aluno possui. A primeira orientação que deva
ter com a família, pra que ela tenha claro quais são as possibilidades do seu filho,
porque agente percebe que a mãe naturalmente tem instinto protetor, porém não
pode ser aquele instinto que se coloca uma redoma e deixa lá o indivíduo quietinho,
ele tem que ser estimulado, que precisa acontecer o mais cedo possível, de
preferência de forma precoce para que mais tarde ele tenha o domínio de todas as
técnicas.
Prof. RS.: A sensibilidade acima de tudo, a escola tem que se sensibilizar com o
aluno. A escola tem que se preparar para receber, questionar quais as necessidades
que ele precisará, o que a escola pode fazer para acolher.
Prof. N.: não respondeu, porque não atua mais na sala de aula comum.
Prof. G.: Arquitetônicas, nos já temos todas as regulamentações, isso pode ser
conseguido até pela internet, então o que falta é o cumprimento dessas regras e hoje
nós temos ainda escolas sendo construídas sem acessibilidades. Nossa escola o CAP,
não é uma escola acessível, nós temos escadas, nós não temos nenhuma rampa,então
as leias elas já existem, basta agora fazer cumpri-las, como eu não sei, por que os
engenheiros, não sei o que acontece, mais continuamos vendo problemas na
arquitetura, a cidade infelizmente não é acessível também, é um processo longo e
cabe aos educadores, todas as pessoas envolvidas com a inclusão a discussão para
cobrar a execução dessas leis. Quanto a avaliação ao currículo, o MEC propõe , tem
pronto isso, de como fazer,então o professor precisa ter um tempo pra estudar, o
processo de avaliação para que não seja apenas conteudista, tendo o deficiente
visual, deficiente no geral, você precisa avaliar como ele chegou, qual o processo de
desenvolvimento e não apenas o conteúdo em si. Nós ainda temos muitos
professores trabalhando apenas o conteúdo, então quando agente fecha no conteúdo,
agente deixa de avaliar o indivíduo e ele é muito importante nesse processo, o ponto
principal, então cabe estimular as discussões entre professores para que eles
consigam encontrar seu processo de avaliação.
Prof. L.: São poucas as escola que eu visitei em Manaus e o que pude perceber é que
nem todas estão preparadas, não tem essas estruturas, então voltando na mesma
tecla, tem que correr atrás, tem que ter uma sensibilização, porque as escolas de hoje
não estão preparadas, não tem como.
Prof. R.: Lembrando que a pessoa com deficiência visual são aquelas que tem baixa
visão e são aquelas que são cegas. Hoje o deficiente visual, seja ele cego ou baixa
visão, tem recursos que ele pode se locomover, como a bengala, para quem é baixa
visão, tem que ta bem sinalizado, isso facilitará a sua locomoção.
Prof. N.: são colocar rampas, corrimão, letreiros maiores para os alunos com baixa
visão e os professores, as escolas procurarem fazer as adaptações necessárias do
material didáticos.
Prof.: F.: Para o deficiente visual as informações em que está em braile, porque a
leitura é em braile. Pessoas capacitadas que possam orientá-los na escola.
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Prof. F.: O deficiente visual tem aprendizado por etapas, que tem que vencer etapa
por etapa, e se não atingir tem que se iniciar tudo novamente. Exemplo: 1ª etapa é
aprender a se locomover sozinho.
PROF. G.: Hoje o professor não precisa ser um dominador de leitura e escrita
braille, eu costumo dizer que ele basta a ter respeito, curiosidade, e esteja aberto a
receber sem ser diferente. E procurar ajuda, não sofrer e sozinho na escola, então
por isso existe o CAP. Se esse professor conseguir fazer a ponte entre o CAP e o
professor,agente consegue melhorar e muito esse trato com o aluno, então se ele
quiser ele pode aprender , se ele não tiver tempo, porque hoje em dia o professor
trabalha três horários,agente pode da esse respaldo,tem núcleo de pedagogos que
faz esse acompanhamento desde que ele exista. Hoje nosso maior problema é o
aluno invisível, porque ele não tem diagnóstico, o professor sobrecarregado nem
observa que ele tenha alguma dificuldade para poder orientar, pra ele feche um
diagnostico.
Prof. J.: Na classe comum, questão de iluminação, espaço físico, até o espaçamento
de carteiras, os tipos de carteiras utilizadas,dependendo se for baixa visão as cores
dos pincéis, de quadro branco.
Prof. N.: Muitos alunos não estão preparados para isso, eu sei que muitos alunos
tem vamos supor, os livros ampliados, esse caderno serve para o aluno com baixa
visão, e ajuda bastante, tem também as telelupas.
Prof.: L.: Olha não posso responder essa pergunta, porque ela é bastante pessoal,
deveria fazer essa pergunta com um professor de classe comum. Mas, com certeza
tem que existir.
Prof. S.: Muitas, eu agora que vou começar a fazer esse processo de transformação.
Como havia dito, eu esse ano que tive contato com o primeiro deficiente visual na
minha sala.
Prof. M.: Em muitas escolas sim. Mais a que trabalho já dermos um grande passo
para esse progresso, digamos assim. Eu realizo sim, uso as salas de recursos.
[...] inclusão escolar é uma forma de inserção em que a escola comum tradicional é
modificada para ser capaz de acolher qualquer aluno incondicionalmente e de
propiciar lhe uma educação de qualidade. Na inclusão, as pessoas com deficiência
estudam na escola que freqüentariam se não fossem deficientes (p. 8).
Prof. R.: a nossa clientela do CAP, é uma clientela os alunos que estudam no ensino
regular que não recebem atendimentos direto do CAP, como assim, não fazem as
atividades aqui, mais recebem material adaptado aqui, são acompanhados nas
visitas, e tem outro beneficio, exemplo a sala de recurso,que é acompanhado pelo
CAP, que não deixa de ser, algum aluno que receba suporte do CAP, embora não
seja um aluno que pretende ficar, são alunos nossos, mais não são assíduos. Então
nós temos alunos que estão no ensino regular e freqüentam o CAP, e também
atendemos a comunidade, justamente com essa visão de inclusão, temos que dar
condições para esses alunos, se ele precisa ter prática do processo pra poder estar
incluso no núcleo da escola.
Prof. N.: O total de alunos atendidos pelo CAP não sei te dizer. Na minha sala ao
todo eu tenho, porque assim, nós temos alunos que passam o tempo ficam e depois
voltam. Mias atualmente devo está com 09 alunos.
Prof. G.: São atendidos na oficina de artes atendidos por mim pela manhã 06
alunos divididos em baixa visão e cegos.
Prof. F.: Pelo CAP eu não sei, mais na OM por mim são atendidos 06 alunos.
Prof. RS.:No CAP todo não sei, mais atendidos por mim agora, eu to com 11 alunos,
agora dentro desses 11 , eles vem com prescrição oftalmológica, agora tem aqueles
que vem de vez enquando das escolas, que por exemplo, apresenta dificuldade
visual,em relação a distancia do quadro, vai pra ler perto,pra que eu verifique o
tamanho da fonte, como é que ta a velocidade de leitura dele, como ta a distância
da lousa,ele necessita de um controle, uma boa iluminação, ele necessita de um
recurso óptico pra facilitar a aprendizagem.
Prof. R.: Sim, porque o professor muitas vezes precisa diminuir um pouquinho o
ritmo da aula dela para que o aluno deficiente visual o acompanhe, então fica
complicado, pois as salas sempre tem mais de 30 alunos.
Prof. L.: Não dificulta, porque inclusão é isso, é tentar envolver esse nosso aluno no
meio dos alunos ditos normais, não vejo dificuldade nenhum, só a preparação para o
profissional.
Prof. G.: Dificulta sim.Imagina um deficiente visual, auditivo, esse aluno vai ser
esquecido na maioria das vezes, porque o professor sempre trabalha com a
generalização, isso é um problema, agora,eu acredito que deva ter o professor
substituto.
Prof. J.: Sim, se a classe for super lotada, com certeza vai interferir, por que o
professor apesar de ter que da atenção a todos , ele sempre vai ter que ta mais
voltado para o aluno com deficiência. Então quanto mais aluno ele tiver, mais difícil
vai ser passar a tarefa.
63
Prof. N.: Acho que sim, porque nós sabemos que não são poucos alunos
matriculados, mesmo sendo alunos videntes que difícil trabalhar imagine uma sala
com 45 alunos e 01 deficiente, sem condições de atender, pra você trabalhar com o
aluno teria que ter um olha a amais pra ele, mais isso é difícil.
Prof. RS.: Bom gente eu vou falar o que eu ouço dos professores, porque eu não
trabalho numa sala de aula regular,tem sala que ta super lotada, que às vezes
precisam mais de um professor. Mais isso é muito relativo, desde que ele tenha uma
ajuda, uma sala de recurso, em uma sala com 35 alunos, mais aquele aluno com
deficiência tenha apoio do CAP, apoio da família que é muito importante.
Nesse sentido Bueno (1998, p.20) afirma que “[...] não basta
inserir os alunos com deficiência no ensino regular, é preciso que nós
estruturemos para eles um serviço de qualidade”. Esse serviço refere-
se ao acompanhamento individualizado do processo educacional, seja
com o estudante deficiente ou não.
Percebemos nas falas dos sujeitos que no momento a
inclusão, há preocupação com a quantidade de pessoas com
deficiência visual que vão ser incluídas no ensino regular, não como
uma ação meramente burocrática, mas como reflexo do
comprometimento total com o processo inclusivo, de forma que haja
uma qualidade de ensino a esses educandos, apoio aos professores,
para que participem de formação continuada para receber esse aluno
com todo suporte pedagógico necessário ao seu desenvolvimento.
A escola com qualidade favorece e incentiva a criação de
laços de amizade entre todos os alunos; ela vai considerar os
conteúdos acadêmicos como meio para se conhecer o mundo e não
como uns fim em si mesmos; estabelecendo assim, parcerias com as
famílias e a comunidade para elaborar e cumprir o projeto escolar. A
partir disso, facilitará com que as práticas e métodos pedagógicos
inseridos durante a formação de conhecimento compartilhado entre
professor e alunos.
Segundo MIRANDA (2009), os estudantes dos cursos de
licenciatura, os graduandos, futuros professores que estarão
assumindo a responsabilidade da educação das novas gerações,
poderão contribuir para efetivar a educação inclusiva, no entanto, é
necessário que o currículo de seus sejam reorganizados, contemplando
esta finalidade.
64
Prof. R.: Primeiro suporte aí é material didático que é feito na produção, ampliado
pra alunos com baixa visão e no futuro no formato digital. Para os professores no
ensino comum nós oferecemos orientação oficina de sensibilização na própria
escola, desde que a escola nos dê espaço para isso, havendo necessidade o diretor da
escola marca a visita conosco, suspende a s aulas, porque tem que ser um dia todo,
aí agente reúne todos os professores, orienta, tira as dúvidas do trabalho e coloca a
disposição o CAP para eles. Quem faz esses trabalhos são as pedagogas, que fazem
as visitas nas escolas, verificando aquele professor qual a sua necessidade. Exemplo,
às vezes o aluno está numa sala barulhenta, o CAP orienta a sala de convivência, de
orientação e mobilidade, do braille também, mais não são todos. Tem alunos que são
bem desenvoltos, então agente atende as necessidades do deficiente visual.
Prof. F.: Dosvox, computador falado para o deficiente visual. Baixa visão,
teclado em relevo e cores mais vivas (amarelo com preto) e teclado em
Braille.
Para atuar na educação especial, o professor deve ter como base da sua formação,
inicial e continuada, conhecimentos gerais para o exercício da docência e
conhecimentos específicos da área. Essa formação possibilita a sua atuação no
atendimento educacional especializado, aprofunda o caráter interativo e
interdisciplinar da atuação nas salas comuns do ensino regular, nas salas de recursos,
nos centros de atendimento educacional especializado, nos núcleos de acessibilidade
das instituições de educação superior, nas classes hospitalares e nos ambientes
domiciliares, para a oferta dos serviços e recursos de educação especial ( BRASIL,
2008).
72
Prof. S.: A escola me encaminhou para utilizar os recursos que o CAP proporciona
para a formação continuada, assim, fica fácil adaptar materiais didáticos para o meu
aluno. A escola deve mudar suas estruturas físicas e processos metodológicos, o
PPP, se adaptando ao aluno com deficiência visual.Assim, consigo fazer com que
minha aluna aprenda, não se sinta excluída e o melhor feliz de está na escola com os
demais colegas videntes. Mesmo eu não ter feito algum tipo de formação no CAP, já
fico feliz por poder utilizar os recursos oferecidos e agora vou fazer as próximas
formações que forem oferecidos.
Prof. S.: No primeiro momento são tímidos, calados, não dizem se entenderam ou
não. No meu caso tive que mostrar segurança e interesse para que ela pudesse
começar a interagir comigo(professor) e os demais colegas.
Prof. M.: Com os meus alunos encontrei mais dificuldades com o cego total, pois
antes de ir para o CAP não sabia como direcionar o ensino dele. Agora eles estão
mais seguros de si e aprendendo bastante como os demais alunos videntes.
Prof. S.: Não fiz nenhum curso de formação, pois até então não tinha interesse na
área especial porque não tinha contato em sala de aula com algum deficiente visual.
Prof.S.: De uma maneira geral? Ajuda e muito, pois se o aluno deficiente visual
souber e ter como usar as tecnologias, seu desenvolvimento em aprender será
descobrir o mundo com os outros sentidos. Infelizmente algumas escolas não estão,
ainda, preparadas estruturalmete. Eu ainda não sei utilizar porque não tive contato.
Prof. M.: Ajuda os alunos a terem mais confiança e buscar mais conhecimentos além
do que em sla de aula o professor passa para eles. Estou aprendendo usar a parte de
informática aqui pelo CAP, e fazer adaptações eu me viro na escola.
76
Al. B.: Sem esquecer da gente, porque eu aprendo igual a eles também.
Al.C.: Todos me tratam super bem, a professora me ensina muito bem, eu venho ao
CAP,e isso facilita que eu aprenda melhor lá na escola.Ah! Lá também eu utilizo a
sala de recurso e já tô aprendendo o braille.
Al.B.: Normal.
Al. C.: Ter mais recursos para poder eu aprender mais ainda. Eu tenho sorte porque
meus pais me deram tudo na medida do possível.
Al.B.: Que eu tivesse mais material para estudar, eu e os outros colegas que tem
deficiência visual.
Al.C.: Venho duas vezes por semana e faço o AVA, vou a psicológa, sala de
informática, OM (orientação e mobilidade) e aula de braille.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
APÊNDICE A - ENTREVISTA 1 -
COORDENADORES/PROFESSORES DO CAP
APÊNDICE B - ENTREVISTA 2 -
PROFESSORES DA ESCOLA REGULAR
APÊNDICE C – ENTREVISTA 3 -
ESTUDANTES COM DEFICIÊNCIA VISUAL
1
Sugestão da Coordenadora Pedagógica do CAP, Prof. R.
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