You are on page 1of 23

3º C I C L O - 11ª.

ETAPA
CAPÍTULO 06 - NOÇÕES SOBRE A FAMÍLIA

Lição 053 - Família (03)

Terminamos mais uma fase da lição sobre a espiritualidade. O que ficou claro ali, é
que sem a base espiritual todo o resto de seu edifício pessoal, tende a não se completar, a
não se realizar integralmente no seu interior, a não livrá-lo de seus conflitos e desarmonias.
Pode haver uma aparente harmonia, um bem estar porque as “coisas” parecem que estão
transcorrendo, fluindo normalmente. Não há problemas financeiros, nem desequilíbrios no
lar, está-se fazendo o que se gosta, desfruta-se dos prazeres escolhidos, nenhuma doença a
preocupar qualquer membro da família, enfim, o quê mais desejar?

Esta calmaria é transitória. Pode acreditar nisto como um axioma. Logo, logo surge
um contratempo e quando se está a enfrentá-lo, um tumulto de adversidades aparece
repentinamente. Fica-se a pensar: mas até há dias atrás tudo estava bem e agora me vejo
diante de verdadeiras paredes a me desafiarem! Se não se possui a fortaleza interior, pode-
se ficar ansioso, tenso, nervoso, irritadiço e até com algum distúrbio físico. Depois de
passados os dias e os problemas vão sendo ou resolvidos ou esquecidos, de novo a pessoa
imagina que a vida voltou ao normal, àquela calmaria...

Porém, mais adiante outras tribulações voltam a assolar esta vida “sossegada” e os
mesmos sintomas retornam. E assim a vida transcorre. E como já se disse, vive-se como
numa gangorra. E por quê? Enquanto você não se conscientiza, não evolui, não cresce os
obstáculos à tranqüilidade se sucederão até que você compreenda. Se continuar omisso,
indiferente, descrente, ver-se-á frente a conflitos e dissabores. Mas o que é mesmo
conscientizar-se? É descobrir quem você é. Sim, você possui um espírito perfeito, criado
por Deus para se realizar neste plano.

Mas não tem consciência disto. Sua atenção é difusa, voltada somente para as coisas
materiais. Os seus relacionamentos podem gerar em você apenas reflexos do que lhe
aconteceu, ou extrair da relação o que escolheu ser e fazer de forma consciente para se
firmar. Nada melhor para o ser humano que “relacionar-se sempre com o propósito de
acrescentar algo e não com o propósito de tirar dele”.

Quando intimamente procura a posse e o domínio do outro, sem consideração,


manifestando sua expectativa de quanto depende daquele relacionamento, não está usando
Pág. 109

deste meio para afirmar-se e crescer, não está decidindo ser quem realmente é, não
experimenta da oportunidade para construir sua espiritualidade. Em breve esse intercâmbio
se esmaece e definha. E tudo porque caminha pela vida de forma inconsciente. Não pára
para pensar e muito menos para meditar a fim de obter, pela introspecção, a união da sua
mente, corpo e espírito. Temos muito mais a esclarecer e a despertar no caro leitor, a beleza
e a profundidade do que é saber o que se é, conhecer-se.

Mas antes, vamos fazer um resumo da lição 052, sobre a Espiritualidade e mostrar a
importância de gravar os ensinamentos ali deixados:

Apesar de violência generalizada, sabemos que há um Deus que pode ser invocado para
conseguirmos mudanças radicais no Planeta.

Primeiro temos que estar permanentemente autoconscientes das Leis do Cosmos para
reagirmos de forma peremptória contra a ilusão do materialismo.

Ao viver na integridade a paz interior e os relacionamentos fluem livremente. Não


deixe o ser consciente que o ego predomine e privilegie o ter.

Daí a importância de se evitar a crítica, os julgamentos e a condenação. Ao contrário,


devem-se estimular as outras pessoas a reconhecerem em si suas qualidades interiores.

A miséria moral em que está atolada a sociedade poderá ser suplantada pelo amor
incondicional.

Quando se está cônscio da grandeza de Deus e da força que a fé representa pode-se


erradicar as raízes superficiais que estão suportadas pelo nosso ego.

Mesmo no lado profissional, muitas empresas já perceberam a necessidade de


ampliarem os conceitos sobre a espiritualidade.

A escuridão que assola a sociedade (em todo o planeta) é porque decorre de um


condicionamento materialista paulatino, maciço que atinge as pessoas, as instituições e até
as igrejas...

Não há forma de reverter este quadro sombrio que a adoção persistente da evolução
continuada para que a luz possa espargir-se a um número cada vez maior.

Mas não pode servir ora a Deus e ora ao “demônio”. Reflita...

A busca diária pela sobrevivência tem levado a grande maioria a uma dormência
esquisita e debilitante. Um dos caminhos para cortar esta tragédia diária é dar um corte no
trabalho (na azáfama) a cada uma a duas horas e ficar em silêncio...

Veja o que diz Zohar: “Os altos e baixos do mundo subsistem e nos dominam, porque não
damos continuidade ao entendimento espiritual e assim “não nos permitimos exprimir
Pág. 110

uma fé crescente na realidade única”. E isto acontece porque na batalha com os padrões
de hábitos, eles quase sempre vencem.”
Nossa insistência pela meditação, pelo silêncio é porque somente sua prática o levará
ao seu interior ao encontro de sua Luz.

Por isso a necessidade de um encontro diário no silêncio com você mesmo todos os
dias, sem exceção.

Mesmo que lhe parece intransponível ficar na quietude com os pensamentos em


profusão, persista. Deixe-os vir e ir. Continue prestando atenção à respiração, relaxado...

Como valorizar e obter os benefícios da meditação e do silêncio se não praticar?

Quem está dominando você: seu EU Divino ou o seu Ego?

O que entrava o seu crescimento é ora imbuir-se do propósito de seguir estas lições e
ora deixar-se levar pela correria diária no afã de fazer tudo que precisa... e não sobra tempo
para si mesmo. Este é inadiável, improrrogável, impreterível...

A vivência no bem consubstanciada numa moral manifestada pela conduta impecável


leva o ser a firmar-se no seu meio como uma pessoa íntegra, respeitável e que deve ser
ouvida, acatada, admirada...

Quanto mais pautar-se na linha dos princípios, com irredutibilidade, mais firme estará
sua moral no dia-a-dia e se conduzirá com fronte erguida sempre, nada teme, porque nada
deve.

Se não reler estas lições, se ficar numa única leitura, apreenderá apenas 20% do seu
sentido, às vezes menos. Fazer um Curso é estudar para saber e praticar e assim adquirir a
sabedoria do assunto. Isto é agir com uma conduta séria e responsável...

Veja o que se disse no final do tema sobre a moral: Faça exatamente isso: substitua
vagarosa, mas com determinação, os ranços que lhe foram impostos, livre-se desses
condicionamentos diários, filtre o que vê e lê, seja você mesmo. Você tem poder e força,
pois eles vêm do seu interior, única fonte verdadeira.

LIÇÃO 053 - FAMÍLIA (3)

Se você observar atentamente as lições anteriores, poderá sentir que sem uma família
bem estruturada poderemos ter problemas na vida. A família é a célula da sociedade,
funciona de forma análoga às nossas células do corpo. Quando elas estão doentes, nos
sentimos mal. Assim é com a sociedade, quando as famílias não estão bem a sociedade se
ressente. E é o que estamos assistindo no mundo, não só em nosso País.
Pág. 111

Não espere que algo aconteça. Que um líder carismático convença governos, igrejas e
entidades para salvar as famílias. Isto não ocorrerá. Então o que fazer? Ou não se precisa
fazer algo que as coisas se ajeitarão com o tempo? Você acredita sinceramente que uma
solução milagrosa colocará tudo nos devidos lugares? Infelizmente tudo depende de cada
um. Somos uma força em movimento. Temos poder para construir nossas vidas. Mas esse
poder para realizar construtivamente, precisa vir do interior de cada ser humano. O poder
externo não resolve.

Está na hora – agora – de as famílias brasileiras se conscientizarem de que é preciso


dar uma guinada radical e não violenta, para modificarmos – nas gerações futuras – o
comportamento social de nossas lideranças: culturais, públicas, profissionais, empresariais,
etc. Mas isto só é possível – primeiro – com a modificação interior de cada um. Se você é
aluno deste Curso, deve estar consciente de que o trabalho consigo mesmo é o único
caminho para encontrarmos as soluções desejadas no seio das famílias.

Não olhe para os lados, para o que a mídia mostra, para as mazelas de toda ordem,
não, olhe para você e os seus familiares. É aqui que tem lugar a sua atividade. O aluno
Univida é um líder natural no seu meio. À medida que evolui, aumenta sua
responsabilidade. Se não está acostumado a liderar, comece dando o exemplo, é o primeiro
passo. Adote o comportamento já mencionado aqui, repetidas vezes, para gravar em seu
subconsciente: não julgue, não condene, não critique, não fale mal de ninguém, aceite
as pessoas como elas são, seja sempre honesto e responsável que será uma vela acesa...

Stephen Covey escreveu: “Os membros de família que possuem conteúdo e se


respeitam, chegam à conclusão de que, para eles, integridade é mais importante do que
lealdade, que honra é mais importante do que boas maneiras, princípios são mais
importantes do que valores, missão é mais importante do que bagagem, liderança é mais
importante do que administração, eficácia é mais importante do que eficiência, e
imaginação é mais poderosa do que o exercício da força de vontade. Temos que nos
empenhar para que nossos filhos extraiam da escola o máximo possível de
conhecimentos, em vez de se preocuparem em simplesmente tirar boas notas e obter os
diplomas. E em casa, jamais abandonar o esforço de formar para criar indivíduos
estáveis.” (texto repetido na lição 008)

Passemos para o próximo tópico, quando damos continuidade ao tema anterior:

06.01 – Os Cônjuges
06.01.05 – A convivência no casamento (2)

O melhor começo do casamento é ambos concordarem que o enlace deve ter um


propósito. Durante o noivado poderiam tê-lo feito, mas se não fizeram, ainda há tempo de
“ambos concordarem em um nível consciente em que o propósito de seu relacionamento
é criar uma oportunidade, não uma obrigação – uma oportunidade de crescimento; de
expressão plena de suas personalidades; de realizar todo o potencial de suas vidas; de
deixar de lado todos os pensamentos falsos, ou todas as idéias pequenas que já tiveram
sobre si mesmos e de reconciliação definitiva com Deus através da comunhão de suas
almas – se fizerem este voto em vez dos votos que têm feito até agora, o relacionamento
Pág. 112

começará muito bem, com o pé direito. É um ótimo começo (do livro: Conversando com
Deus).

Mas não há garantias; na vida não há garantia de nada, “porque isso iria contra todo o
seu objetivo”. Há muita literatura sobre o casamento e a vida familiar. Mas sabemos da
“correria” da vida de hoje. Não ignoramos que as dificuldades encontradas pelos cônjuges
os leva à busca de mais renda para a sua subsistência, quando poderiam ajudar-se
desenvolvendo sua espiritualidade a dois. Assim, quando há momentos para lazer,
procuram a TV, a Internet, o Cinema, passeios, festas, reuniões sociais, etc., sem devotar
alguns momentos diários para si mesmos.

Muito menos para aprender a convivência pela leitura. E com isto, afastam a única
oportunidade de crescerem e prosperarem. Por isso, resolvemos continuar o tema da lição
anterior. Vamos abordar, dentro da mesma linha, fazendo resumos sobre assuntos
pertinentes a esse relacionamento entre um homem e uma mulher que constituem juntos
uma família. Se ambos tivessem Planos, uma Missão de Vida a dois, consolidada num
documento escrito, bem discutido, representando o consenso mútuo, a convivência teria
uma chance bem maior de sucesso.

Porém, se não fazem nada disto, por que não começar agora? Eu sei, o hábito de vida
atual está tão arraigado que os inibe e provoca a procrastinação. Muitos até fazem um voto
com o propósito de se melhorar, de mudar, mas lhes falta o primordial, a compreensão de
que somente a profundidade contínua de sua espiritualidade conjunta, é que frutificará esta
união. Quando não se crê verdadeiramente em Deus, o medo passa a dominar a pessoa e
isto impede que o amor cresça entre os dois.

Só que este processo acontece e está acontecendo de forma imperceptível. Às vezes, um


dos cônjuges desperta para a espiritualidade e distancia-se do outro, criando um hiato no
relacionamento. Portanto, a boa harmonia no lar é um fator mais de respeito, aceitação, do
que de poder, sexo ou imposição. Há certos assuntos, atitudes ou ações, que devem gerar
um interesse comum. Quando isto ocorre, o ideal é conversarem sobre como se realizar
como pessoa. A busca de Deus é o alicerce do relacionamento. Se este ponto for bem
compreendido pelos dois e aceito como condição básica do matrimônio, todo o resto poderá
ser contornado ou resolvido.

Vamos expor mais alguns tópicos para alertar e instruir casais:

1) Quanta expectativa existe entre os casais. Quando se casam, já o fazem esperando


que o/a companheiro/a preencha as lacunas que possui. Quando isso não ocorre, surge o
desapontamento, o sofrimento. Ah, se você compreendesse logo que casar com expectativa
quase sempre significa relacionamento destruído. Veja no seu par um ser que procura
realizar-se, uma pessoa que tem vida própria e só quer partilhá-la com você para se
completar. Mas isto pode parecer utopia quando jovens se unem trazendo as culturas
diferentes de suas famílias. Se não houver o hábito de leitura sadia, de busca interior, os
conflitos vão surgir com repercussões cinzentas para a relação. Cada um procura sobrepor o
seu ponto de vista.
Pág. 113

2) Outro fator que também cria a expectativa são os relacionamentos anteriores


(noivados ou casamentos). Nesta nova relação fica-se a imaginar “n” situações que se
espera correspondam às lembranças anteriores. Até os beijos e intercurso sexual são
imaginados com expectativas com o novo cônjuge. Mas se a união anterior provocou duras
decepções, é muito provável que desconfie do novo par. Acha que ele não merece
confiança. Com esta impressão (distorcida) impregnada, traz para o novo lar um
comportamento que pode tornar difícil a relação amorosa. Mesmo outras qualidades do/a
parceiro/a anterior podem agora constituírem-se em expectativas indesejáveis. Por favor,
meu caro leitor, se você se acha nesta situação, afaste estes pensamentos, você pode
(oportunamente explicaremos como), e aceite o seu cônjuge como ele é, com todas as suas
imperfeições, mas é assim que ele o/a ama.

3) Há o caso de o cônjuge adotar condutas que ele reputa inteligentes, cavalheirescas


e sua esposa discorda e até abomina. Seria motivo de discórdia. Faça o contrário, converse,
procure saber qual a causa daquela opinião da esposa e aceite. Use do recurso da empatia
no relacionamento, procurando ouvir para compreender. Veja, não há outro jeito. Deixe o
orgulho de lado. Só atitude de grandeza cativa, em vez de discussões (e muitas carregadas
de palavrões) ríspidas e grosseiras. Parceiro/a oriundo de outro relacionamento não deve
criar expectativas daquela união. Aliás, expectativa de espécie alguma deveria introduzir-
se em qualquer relacionamento. Sempre que você espera algo por parte de alguém e isto
não acontece, o que ocorre é a frustração. Portanto, encare as diferenças com o seu cônjuge
como oportunidades de aprimoramento mútuo, de conhecimento recíproco, para
solidificarem a afinidade.

4) No casamento, o cônjuge mais esclarecido poderia tentar mostrar ao outro a


importância de ele saber quem ele é. Mas nem sempre isto é bem compreendido. Então,
mostre-se bem ao outro, quem você é. Por certo será uma forma de enriquecer a relação
porque você se revela e propicia condições de o outro “livrar-se de todos os pensamentos
falsos que já teve de si mesmo”. O diálogo ainda é a melhor maneira de aplainar este árido
campo minado das expectativas. Quando o lado espiritual não é muito praticado e nem
aceito, “é preciso muita consciência sobre o que se espera da união; ser razoável quanto
ao que se espera; e ser claro em relação ao que se espera” (dizem os autores de Como
fortalecer o seu casamento).

Não pode um dos cônjuges ficar omisso, preferir o silêncio, não se abrir e/ou procurar
impor-se. São tantos os motivos que podem levar às frustrações que só mesmo diálogos
semanais, como se apontou no capítulo anterior, conseguem aplainar este caminho a dois. O
lazer, que deveria trazer mais aconchego, pela incompreensão ou mero desprezo,
desinteresse de um, torna o outro triste e desapontado. Não há outra opção: conversar,
perguntar e esclarecer. Quantas vezes isso causou admiração por ignorar o outro que aquele
lazer representava tanto para seu/sua companheiro/a.

5) As antigas amizades quase sempre permanecem e são alimentadas por um dos


cônjuges que não é bem compreendido pelo outro, que esperava que não houvesse, agora, a
mesma dedicação. Pense, é razoável este comportamento? Se não houver exagero, não há
mal algum. Provavelmente é o ciúme que está a atormentar o outro cônjuge. Logo, é
Pág. 114

preciso conversar e apurar a causa verdadeira. Por certo que aparecerá a falta de confiança
em si.

Busque entender os seus sentimentos antes de “brigar” com o outro. Não esquecer que
cada um tinha uma vida própria e diferente. As adaptações devem ser recíprocas e aceitas
com carinho e amor. Veja, caro leitor, o amor incondicional entre um casal, é a
manifestação experimental do amor conceitual pregado por Jesus. Amar a seu próximo
como a si mesmo. Ame-se e ame o seu cônjuge muito além da atração física. Quando o que
a cada um importa é a experimentação desse relacionamento na sua vida. Se houver clareza,
transparência entre os dois, respeito mútuo e a procura do conhecimento, este
relacionamento será abençoado.

6) Passa-se a arrolar abaixo, algumas “dicas” de expectativas que normalmente


ocorrem (citadas pelos autores do livro mencionado):

a) O casamento é até que a morte nos separe?


b) Esperam sempre a fidelidade sexual?
c) Esperam amar-se sempre? Ou esperam que mude?
d) Mantêm sobre o sexo algum padrão de freqüência e de prática?
e) Qual o conceito de romance que cada um possui?
f) Querem ter filhos? Quantos?
g) Filhos de casamentos anteriores devem morar com quem?
h) Quem deve trabalhar sempre? A quem cabe o sustento da casa?
i) Quem tem a profissão mais importante?
j) Como cada um espera superar seus momentos de dificuldade?
k) Vocês se acham uma equipe? Ou é cada um por si?
l) O que significa lealdade para cada um?
m) Discutem os problemas oriundos da relação, ou preferem calar-se?
n) Quem controla o dinheiro? Quem disciplina as crianças? E quando há divergências ?
o) As tarefas domésticas são distribuídas (quando os dois trabalham)?
p) E quanto à espiritualidade, existe afinidade? Se as crenças forem diferentes, como
é resolvido o problema da educação dos filhos?
q) Qual é a qualidade do tempo passado juntos? Conversam ou quase só se distraem
(TV, Cinema, etc.)?
r) Mantêm contato periódico com familiares, amigos e conhecidos?
s) Sentem que além do amor, devotam amizade ao seu cônjuge?
t) Há pequenas coisas que podem irritar (como apertar um tubo de pasta de dentes)?
u) Compreendem que o perdão faz parte da relação?

Estes questionamentos devem ser revistos, discutidos numa “boa” para que haja a
compreensão e as expectativas sejam dissolvidas por desnecessárias. Quando se vive
com base em princípios e se tem Deus como o alicerce do lar, tudo se resolve, porque
o que importa é viver sem ficar à espera de resultados na relação.

7) Não há como não citar estas três coisas: verdade, amor e alegria. Aqui estão três
requisitos que não podem deixar de nutrir o casamento. Basta você observar para
Pág. 115

concordar. Num lar onde a mentira, o desamor e a tristeza imperam, a doença e a depressão
também estão presentes. Pense nisto.

8) Mas há um fator também muito significativo e que pode afetar o equilíbrio de um


casamento: o compromisso. Ao mesmo tempo em que parece fácil identificar, sabe-se que
os conceitos variam. Para muitos casais, implica em confiança, lealdade, fidelidade, estar
sempre presente, trabalho em equipe; para outros, pode significar, cumplicidade, devoção,
dedicação, realização de objetivos, perseverança nos propósitos conjuntos, prioridades, etc.
O que é preciso ressaltar e deixar claro aos casais, é que não pode e nem deve haver
coação, dever, obrigação no relacionamento. Isto pode desestabilizar a médio prazo a
união.

Por isso que a maturidade é um ponto vital entre os dois. Encarar o compromisso
como mais um ingrediente para a harmonia. Se for marcado encontro, que nenhum falhe.
Se combinarem fazer algo junto, que um não venha na última hora com desculpas pouco
convincentes. Entende? São as pequenas falhas, que aos poucos provocam rachaduras
difíceis de “colar”... Se ambos os cônjuges fixam objetivos, devem procurar cumprir
fielmente as metas parciais para atingir o fim colimado. O que pode e deve existir, é uma
cooperação mútua.

9) O cuidado para que seja mantido aquecido o relacionamento matrimonial, é evitar


que sejam dispensadas mais atenções ao trabalho, ou aos filhos, ou aos hobbies,
esquecendo-se o cônjuge do/a seu/sua companheiro/a. Isto deve gerar por parte daquele que
se acha relegado, um chamado para o diálogo e ver se não é ele mesmo que está dando
causa àquele comportamento do outro. Às vezes pode significar que haja uma “aventura”
paralela em curso, provocando o distanciamento. Um relacionamento baseado na
espiritualidade normalmente elimina um/a “concorrente”. Mas os diálogos periódicos já
aludidos no capítulo anterior são uma condicionante fundamental e impeditiva de “saídas”
furtivas com outra pessoa porque mantém quente o relacionamento.

10) Quantas vezes é preciso que o cônjuge “infrator” assuma a responsabilidade pela
sua “gafe” e se desculpe. Isto é um verdadeiro tônico para evitar que mágoas se
aprofundem no outro. Não custa tanto assim reconhecer. Para que permitir que o orgulho
escureça o sol da alegria no lar. Muitas vezes, certos comportamentos em público
humilham o cônjuge. Chamar a atenção na frente de outras pessoas, principalmente de
amigos, é uma atitude imperdoável. Por favor, caro/a leitor/a, isto acaba provocando
reações imprevisíveis. Em geral a mulher se doa mais que o homem. Chega uma hora que
ela diz basta e o marido não entende por quê. Mas pode acontecer também o contrário: o
homem se entrega mais e sente falta do amor da esposa. É hora de abrir-se, falar.

11) A comunicação merece um destaque. As mulheres falam e falam e gostam de ser


ouvidas com atenção; mas o homem, comumente fica em silêncio e a mulher não
compreende que tipo de comunicação é essa. Em geral, ele está cansado, estressado e
prefere calar-se, ficar só. É só a mulher respeitar. As mulheres são mais sensíveis, queixam-
se mais, parece que sofrem mais. Mas no fundo, o homem também sente só que não
demonstra tanto. O homem foca mais num determinado assunto, é mais direto e objetivo. O
segredo é compreender certas “queixas” femininas. Elas se comunicam nas entrelinhas.
Pág. 116

Não digo que é preciso fazer um curso, mas quase deveria. A mulher diz uma frase que
quer dizer outra coisa. Mas pelo menos, senhor marido, leia o livro “Homens são de marte e
mulheres são de Vênus” que contém muitas e muitas “dicas”. O mesmo serve para as
ilustríssimas esposas...

12) A chave para um relacionamento manter-se, é a consciência que cada um deve ter
de que a união existe para cada um crescer mais; aumentar o autoconhecimento e amar-se
acima de tudo, que estará amando o outro. Isto levará o cônjuge a aceitar naturalmente o
outro, porque não existem as expectativas. Também aumenta o respeito e a confiança
mútuos, eliminando, praticamente, a cobrança. Também as influências externas (amigos e
parentes) deixam de existir. A docilidade, as gentilezas, a meiguice são tratamentos
permanentes entre eles, reduzindo as rusgas e as intolerâncias.

E é claro que as divergências, mesmo as sexuais, são tratadas nas suas reuniões
semanais com o máximo de cuidado e bom senso. As diferenças são aceitas como uma
coisa normal, pois são pessoas diferentes, com inclinações diferentes e interesses diferentes.
O que vale para a harmonia é combinar tudo antes para equacionar os horários e os
encargos de cada um. Se a mulher ganha mensalmente mais que o marido, não se constitui
num problema porque ele aceita e compreende. O casal deve ser como uma equipe coesa.
Pode-se errar, mas enganar, trair com outra pessoa, jamais, porque ofenderia, causaria um
mal e isto fere a Lei do Cosmos.

13) Outra particularidade fundamental para manter o casamento num ritmo natural:
quando cada cônjuge fizer seu Plano de Ação Pessoal, normalmente vai fixar suas
prioridades. Estas devem ser comparadas com as do/a seu/sua parceiro/a para que não haja
choque de interesses; mormente quando há filhos. Lembre-se que trabalho, esportes, filhos,
parentes, distração (lazer), hobbies, religião, estudo, metas futuras, tudo enfim, podem
representar prioridades diferentes. Aqui não se trata das diferenças, mas das prioridades que
podem apontar, no dia-a-dia, divergências que precisam ser sanadas previamente. Diálogo
e amor, um binômio excelente para o casamento.

14) Se o casal possuir uma visão de longo prazo para o seu casamento, isto se tornará
altamente benéfico para ambos, pois seus desentendimentos serão encarados diante daquele
prisma. Uma coisa, todavia, é preciso enfatizar. O cônjuge que sofrer abuso do outro, de
uma maneira contínua e que não consiga modificar o comportamento do agressor, ver-se-á
diante do impasse de ter que encerrar a relação. É inconcebível alguém ficar subjugado
desse jeito por outrem. A decisão de romper deve ser tomada justamente porque o cônjuge
se ama e quer salvar a si mesmo.

As oscilações durante o percurso da união, deveriam, com o tempo, diminuir porque


cada cônjuge está procurando o seu crescimento e despertou para a necessidade de ouvir e
compreender. Com o tempo, também, a amizade, a afinidade sensual, o prazer de saírem e
se divertirem juntos e a profundidade espiritual que floresce, aumentam para solidificar. O
investimento começa primeiro em si mesmo. Se cada um fizer o mesmo, amando-se com
convicção, fatalmente estarão amando cada vez mais o outro. Percebe o leitor o segredo da
harmonia?
Pág. 117

15) A idéia sugerida por Stephen Covey, é nos relacionamentos os interessados se


preocuparem mais em depositar no Banco Emocional que sacar, funciona também para os
casamentos. É como estar a fazer um investimento mensal numa previdência, não se pode
deixar um mês sequer de pagar a parcela; assim acontece com os cônjuges, estar sempre
atentos a adubar a união, para evitar saques contínuos e deixar o Banco Emocional no
vermelho. Quando só um lado se preocupa em valorizar, a relação ela tende a fenecer.

O casamento é uma experiência a dois. Quando sentir que o relacionamento está


desanimador e sentir-se infeliz, você tem que enfrentar de modo construtivo e conversar de
forma clara e sem rodeios. Muitos e muitos casamentos saíram de abismos porque
conversaram sinceramente e resolveram fazer a busca interior, primeiro de tudo. Sempre a
mesma tônica: eu sou a pessoa mais importante para mim, logo, tenho que dedicar um
tempo para mim. Quando resolve os seus conflitos interiores (quase sempre originários pela
ausência de Deus na sua vida), os problemas que pareciam existir entre os cônjuges, se
desfizeram...

16) Outra opção para tentar reacender o amor que os uniu é passarem um tempo
rememorando os velhos tempos de muita paixão, de muito afago, de muita alegria. Buscar
na memória como se conheceram; o que mais os atraía; o que foi feito no primeiro
encontro; quais os divertimentos que mais freqüentavam; por que decidiram casar; como as
variáveis em relação ao sexo os enchiam de prazer; etc. Com isto, procurem tentar tornar o
casamento agradável, outra vez, do que apenas suportável, como talvez estejam vivendo.
No início do casamento conversavam mais, eram amigos, faziam coisas divertidas juntos,
se perdoavam, olhavam as virtudes no outro (e não os defeitos) e administravam os
conflitos com amor. Ao rememorarem, façam a escolha de se dedicarem mais. Tomar
decisão é um ato voluntário e implica em querer. Quando existe a humildade e o interesse
em ativar o casamento, ambos devem empenhar-se, sabendo que a espiritualidade é o
caminho certo para insuflar o fogo sagrado dos dois.

17) Sempre acontecem atitudes que ofendem e geram graves conflitos. Por que os
cônjuges ainda não descobriram o seu interior e nem praticam exercícios para o seu
crescimento, sua evolução. Então, os ressentimentos avolumam levando a “um poço de
amargura”. E aí ressurgem as mágoas do passado para agravar o quadro. Interpretações
negativas, comentários abusivos e desairosos, esquecimentos imperdoáveis, casos
amorosos, vícios e indelicadezas tudo vêm à tona. Está pronto o terreno para uma guerra
doméstica. Dependendo de como um deles se sente, pela ofensa recebida, pensa logo em
vingar-se. Imagina que jamais se esquecerá do que o/a seu/sua companheiro/a lhe fez.

Se não for tomada uma medida para serenar, pode “rachar o cristal” do
relacionamento. Considerando como está o clima e a ocorrência esporádica ou eventual, o
melhor caminho é a prática do perdão. Sabe-se que não é fácil, mas isto beneficia o próprio
cônjuge que perdoar. E tem mais, perdoar e esquecer. Não vale a pena ficar a guardar tais
mágoas que enferrujam, com o tempo, este vínculo que sustenta o casal. Mas, muitas vezes,
a ferida é profunda e custa a sarar. O cônjuge responsável – que se desculpou – precisa ter
paciência e demonstrar que realmente está disposto a investir no seu amor.
Pág. 118

Só palavras não vão adiantar. Atos convincentes precisam complementar o propósito


de implementar a relação e reconquistar a confiança. E uma das formas mais efetivas, além
de assumir a responsabilidade, é tornar sua conduta mais amiga, companheira, amorosa e
alicerçada num comportamento nitidamente espiritual, onde fique evidente que Deus
começa a ter prioridade na sua vida. Assim, a confiança retorna, sem necessidade de uma
vigilância paranóica que só desperdiça o esforço conjunto para manter a união.

18) Mas nem sempre é tão simples o processo do perdão. Mormente quando o lado
espiritual não está presente no lar. Há um distanciamento, fruto de uma indiferença
motivada pela ignorância e total desinteresse. Assim, o casal precisa encontrar-se – a sós –
para uma reunião específica e discutir somente a questão do perdão. O tempo reservado
deve ser usado sem distrações. A “franqueza, honestidade e respeito” são condições
fundamentais para o diálogo. Devem acertar a maneira de abordar o acontecimento que
gerou o conflito. Combinar quem fala e o outro deve saber ouvir sem apelar para
interferências ofensivas que desgastam e dificultam o entendimento durante a reunião.

Nada melhor para o ofendido que ouvir do infrator, um pedido de desculpas, fazendo
um apelo explícito de perdão. Ele deve, também, esclarecer que errou e que se arrepende
porque aquela atitude lhe mostrou como agora pode adotar novas posturas, extraindo daí a
oportunidade de melhor contribuir para o enriquecimento do casamento. Dificilmente o
assunto fica resolvido numa só reunião. Então outras reuniões devem ser marcadas, porque
está em jogo uma união que tem toda a chance de recuperar-se. Depois disso, o causador do
impasse deve ouvir o outro cônjuge a colocar suas mágoas e tristezas, para que ambos
possam “lavar” o ocorrido e renovar seus votos de amor incondicional. E se “calhar”, façam
amor...

19) Só uma coisa, a respeito do perdão: em futuras discussões, o casal não pode e não
deve mais trazer à tona aquele assunto encerrado pelo perdão. Se não, como falar de
esquecimento que é um complemento indispensável ao perdão? Logicamente que o infrator
deve assumir o compromisso de não reincidir. Sei que somos humanos e sujeitos a novos
erros, mas um empenho sério e respeito são ingredientes importantes para o
relacionamento.

20) Algo substancial para manter um casamento, é a amizade. Em muitos casais ela se
foi, esqueceram-se de alimentá-la. Depois, é lógico, o relacionamento balança! Ser amigo é
estar pronto para ouvir na hora que o outro quer falar. É ter momentos de descontração, de
alegria, de risos e até de piadas. É saber ser confidente e dar uma palavra de conforto ou
orientação, quando for o caso. Ceder seu ombro para o outro chorar, literalmente. Há
atitude melhor para o amor entre eles? Mas sabe você, leitor, que um dos entraves à
amizade é a TV, a Internet, o cuidado com a casa, com os filhos? Não sobra tempo para
ficarem juntos conversando até sobre banalidades, de preferência de mãos dadas.
Desacostumaram-se a desfrutar só momentos deles. Sempre há algo mais imediato que
toma o seu tempo e lá se foi o momento da “curtição” junto...

21) Mas há tempo para recuperar a amizade que se foi. É um sentimento e tanto
como o amor, precisa ser adubado. Voltem a conversar sobre política, sobre filmes, sobre
passeios, vejam fotografias de momentos cativantes do passado, ouçam cada um o outro
Pág. 119

sobre seus assuntos especializados, falem sobre economia, os problemas sociais, religião e
Deus; sobre filosofia de vida, sexo, mesmo que divirjam, troquem idéias. Façam
caminhadas na região onde moram, conversando de mãos dadas. Apreciem a natureza. Se
puderem, voltem a praticarem juntos a ginástica. São ações que aproximam. Do contrário,
só conversam sobre dinheiro, os filhos, o conserto do carro, sobre compras no
supermercado, etc. Assim não dá. Quem agüenta!

22) O que realmente abalou esta amizade foram os conflitos. Como ter momentos
descontraídos quando os conflitos estão ali a azucrinar os ouvidos, os pensamentos... Não
seria melhor – sempre que surgirem conflitos – sentarem-se os dois e tentarem resolver de
vez para evitar que fiquem rondando a união, tal qual um chacal a acompanhar sua presa?
Pode doer, pode amarrotar um pouco, mas resolvam, não deixem para depois.

Mas, às vezes, o que entrava a conversa gostosa que se inicia, são certas
reminiscências, certos consertos deixados para trás, certas dívidas que não deveriam ser
contraídas e o foram por um deles, etc. Um determinado assunto da conversa trouxe à baila
esses temas que geram discussões e o clima amigável se foi. Se houvesse o crescimento
interior, jamais deixariam que esses entraves escurecessem o singelo momento.

23) Todavia, um grande obstáculo à continuidade da amizade, é um cônjuge usar o


conhecimento obtido no momento de confidências, para atirar ao rosto do outro como uma
desculpa no momento da discussão. Isto arrasa, pois o cônjuge abriu-se a uma pessoa amiga
(independentemente de ser seu cônjuge) e agora ouve aquele fato pessoal que lhe contara,
como um argumento para aquele momento. Isto é ser amigo/a? Veja que saque no Banco
Emocional. É preciso depositar muito para cobrir. Percebe, caro leitor? São atitudes de
rompante que podem deitar por terra um sentimento indispensável ao casamento.

24) Como a consciência de pais melhora e a atuação profissional viceja se um


casamento transcorre bem; não se pode deixar de lado o investimento na manutenção e/ou
desenvolvimento da amizade. A rigor, a amizade que surge desde o namoro, noivado,
deveria agora ser complementada com mais maturidade e conhecimento mútuos. Tempo
para isso deve ser conseguido a todo custo. Nada de adiamentos intermináveis,

Quando conversarem, saibam ouvir realmente e respeitar o ponto de vista do/a


companheiro/a, mesmo que divirja e mesmo que seja seu cônjuge. Esta é a hora de curtir os
momentos de amizade. Deixe-o/a falar. Verá que ele/a se expandirá para expor e expor-se,
com toda franqueza e sem guarda nenhuma, porque está diante de um/a amigo/a. Entende?
Isto por certo fortalecerá seu casamento e os dois saem ganhando e os filhos também.

25) Quando estão desfrutando dos seus momentos de amizade, de preferência sem as
crianças, os assuntos controvertidos e que podem provocar discussões não devem ser
abordados. Muito menos um dos cônjuges começar a dar uma de conselheiro quando o/a
seu/sua parceiro/a estiver expondo um assunto pessoal seu. O mais importante é ouvir e
ouvir. Dará uma opinião ou sugestão se for solicitada. Assim ficará bem melhor.

Os amigos muitas vezes servem para serem um banco de escuta. Compreende esta
particularidade, caro estudante? Nesses encontros, aprofundem suas conversas em assuntos
Pág. 120

que aproximem ou que ajudem um ao outro a se exporem. Conversem prá valer e distraiam-
se; ou podem (de onde estão,um restaurante, p.ex.) ir a um cinema; ou dançar; ou a um
motel. Mas planejem sempre os encontros. Procurem escolher assuntos para troca de
idéias. Alimentem a amizade que o amor crescerá por tabela.

26) As diversões, os passeios, as viagens em comum ou só os dois, também são


ingredientes a fortalecerem o casamento. Saibam brincar com os filhos. Desfrutem dos
momentos específicos de cada idade. Se puder fotografar e filmar os eventos, o casal terá
mais tarde ocasião de partilhar estes momentos com os próprios filhos, com familiares e
amigos. Em quantas vezes a paixão surgiu nesses encontros descontraídos. Nada melhor
que multiplicar essas ocasiões. A praia, uma pesca num rio, estâncias, locais junto a matos
e árvores, parques, tudo isto pode ser oportunidades de juntar a família para o lazer. São os
momentos de a gente ser menos sério. Não se esqueçam de fazer visitas a amigos e parentes
e também de convidá-los. Tudo contribui para o “relax “ familiar.

27) Ah, os elogios, os reconhecimentos mútuos, como funcionam como tônicos para o
relacionamento. Como é bom ouvir o/a parceiro/a dizer que gosta do que o outro está
fazendo, seu esforço em agradar e ajudar a família. E não custa nada. Às vezes é falta de
lembrança. Por isso, criem o hábito de se elogiarem; de elogiarem os filhos. Façam disso
um jogo carinhoso que reforça o nível emocional do casal e filhos.

Tirem um tempinho para pensarem em diversões não realizadas. Lancem idéias,


mesmo aparentemente bobas ou de difícil realização. Anotem que no final acaba surgindo
algo viável e novo para desfrutarem juntos. Por exemplo, fazer yoga ou massagens juntos;
esquiar; escalar uma montanha; ficar debaixo de uma cachoeira; cuidar do jardim juntos;
passear com o seu cachorro; inventar encontros num motel com pitadas de deleites não
experimentados; etc., etc. Usem da imaginação!

28) Por favor, caríssimo casal, não olvide o desenvolvimento do seu lado espiritual. Já
afirmamos várias e repetidas vezes aqui neste Curso. A busca de si mesmo, o conhecimento
do Eu Divino que é sua alma, não pode ser relegado de maneira nenhuma. Aqui está o
alicerce verdadeiro e resistente para você enfrentar as intempéries da vida a dois e todos os
outros percalços que lhe surgem durante a trajetória temporária nesta vida. Não há
compensação mais gratificante, alegria redobrada que a aproximação de Deus, nosso
Criador e verdadeiro Pai amoroso.

É pelo amor que se chega a Deus. O amor experiencial é a concretização do amor


conceitual. Quando o casal se ama intensamente, com base no amor que cada um sente por
si mesmo, estará próximo de Deus. Por isso, olhem este lado como a mágica para a
harmonia e a felicidade conjunta. Não há substituto para isso. Mas se vocês forem ateus,
materialistas, pelo menos se respeitem, se admirem como criaturas maravilhosas que são.

29) Isto nos leva a alertar o casal para a religião que freqüentam. Quando é a mesma,
muitos dissabores são evitados. Mas quando cada um adota uma confissão religiosa
diferente, a possibilidade de desentendimentos quando da educação dos filhos é concreta.
Por isso que este tema também exige um debate harmonioso para chegarem a um
denominador comum. Acima de tudo, respeitem a crença um do outro. Não se esqueçam
Pág. 121

que para caminhar em direção a Deus, não há uma só trilha. As várias correntes religiosas
no mundo possuem sua forma de aproximação e convivência com o Criador. Mas saibam, a
principal via para este destino final que é Deus, está dentro de cada um.

É nesta busca que você encontrará sua divina alma e o seu ego compreenderá que é ali
que reside a sabedoria e os meios para ligar-se à Infinita Inteligência. “O que a alma busca
é o sentimento mais nobre de amor que você possa imaginar. Esse é o seu desejo, o seu
objetivo. A alma busca o sentimento. Não o conhecimento que ela já tem. O
conhecimento é conceitual. O sentimento é empírico. A Alma quer sentir a si mesma e,
portanto, conhecer-se em sua própria experiência. O sentimento mais nobre é a
experiência de união com Tudo Que É. É o sentimento do amor perfeito. Como o branco
é a combinação de todas as cores, o amor é a soma de todos os sentimentos que existem.
O amor é tudo. Por isso que a alma precisa experimentar todos os sentimentos
humanos”.(Conversando com Deus).
Este assunto não termina aqui. Na próxima lição sobre a Família, voltaremos. Reflita
sobre o texto abaixo:

Sinais do amor (Paulo Roberto Gaefke)


Sim, o amor é uma estrada,
e se as pessoas se perdem tanto nesse caminho,
é porque insistem em não seguir a sinalização,
pois no percurso do amor é proibido ultrapassar
os limites da velocidade da pessoa amada,
cada um demonstra o seu amor de um jeito,
e o amor pede paciência e compreensão.

É proibido, contornar os problemas,


eles devem ser esclarecidos e resolvidos,
o amor pede diálogo sempre.

É proibido estacionar na dor,


ficar relembrando velhas situações
que juramos ter esquecido e
na hora da briga voltam a tona,
o amor pede perdão.

É proibido dar carona,


ou seja, o amor não permite traições,
amor pede fidelidade.

É proibido parar na mágoa,


o casal que briga e não resolve a situação,
que usa e abusa de castigos infantis
como ficar sem se falar,
dão oportunidade para outro amor chegar,
pois o amor pede cumplicidade e definição.
Pág. 122

Entre tantas proibições, vale ressaltar


que no amor vale quebrar regras,
correr um pouco além da velocidade,
para roubar um beijo em qualquer idade.
Ultrapassar o sinal fechado da "briguinha boba"
e se declarar de novo, de uma maneira especial,
arrancando um sorriso e tudo recomeçar.

Vale andar na contramão do tempo,


e todos os dias, fazer do velho amor,
uma nova maneira de acreditar na vida,
na possibilidade de se viver uma linda história,
onde você e alguém especial,
dirigem um carro de cada cor.

Numa corrida sem fim,


com discordâncias e afinidades,
no longo percurso da felicidade,
no velho Autódromo do Amor.
Dirija seu amor com sabedoria!

06.02 - Os Pais (2)

A liderança em casa – exercida por um dos cônjuges – sempre que alicerçada nos
princípios dá à família uma estabilidade serena e estável. Stephen Covey diz: “Liderar é
comunicar às pessoas seu valor e seu potencial de forma tão claras que elas acabem por
vê-los em si mesmas.” Quando há este estímulo, o familiar envolvido enxerga melhor o
processo, faz o que deve com coerência e se torna uma pessoa mais centrada.

Se faltar conhecimento na melhor forma de liderar, busque aquele pai/mãe orientação


que encontrará em livros e neste Curso. No livro “O 8º Hábito” Stephen Covey – citando
alguns autores – menciona alguns princípios de liderança efetiva:

► Os líderes são as pessoas que fazem certo as coisas.


► Liderança é enfrentar a mudança.
► A liderança é algo que tem um jeito sinestésico, um sentido de movimento...
► Os líderes são os arquitetos.
► A liderança se concentra na criação de uma visão comum.

Como a eficácia das organizações está diretamente vinculada a uma liderança capaz,
também as famílias poderão viver mais equilibradas e em harmonia, quando os pais
exercem uma liderança competente.

Uma das melhores características que os pais devem adotar para incutir e desenvolver
nos filhos é a consciência de que se deve subordinar o que se deseja agora para conseguir o
Pág. 123

que se deseja mais adiante. Aparentemente encarado como sacrifício pessoal, “o processo
de subordinar o prazer de hoje em prol de um bem maior no longo prazo, evidencia a
disciplina.” (Stephen Covey) Mesmo que muitos venham a dizer que isto tolhe a liberdade
não é verdadeiro. Só “os indisciplinados são escravos do momento, dos apetites, das
paixões”, os outros, os disciplinados é que desfrutam da verdadeira liberdade.

Ser pai/mãe consciente na época atual é quase sinônimo de herói. As implicações na


vida das pessoas são tão variadas que chega a causar verdadeiro espanto. O trabalho, a
diversão, manter a saúde, acompanhar noticiários diários (mídia), manter-se antenado na
internet, contatos com familiares, parentes, amigos, trânsito, dívidas, moradia, festas, jogos,
reivindicações, encontros religiosos, atividades políticas, a violência, tudo enfim, colabora
para estressar a família.

Como exercer esta função de pai/mãe diante dessa avalanche de chamamentos que
impedem o contato simples, necessário e básico dos familiares entre si mesmo? Sim, isto é
um dos pontos chave para voltar a harmonia no lar. Pois eles (esses encontros) deveriam se
constituir em “momentos supremos de ensino na vida familiar.” Não conheço outra
forma de passar ensinamentos profundos de formação para a construção de cidadãos
íntegros, éticos, conscientes e responsáveis.

Por isso que é essencial que os pais se conheçam a si mesmos e depois procurem
conhecer os filhos. A máxima grega “conheça-se, controle-se, dedique-se” é
preciosamente seqüenciada e sábia, diz Covey. Com educação desse tipo desde cedo a
criança procura descobrir seus talentos para saber onde exercer sua atividade profissional.
Aprenderá a fazer o que gosta, a ser útil, a valorizar o seu interior, em vez de ir à procura da
aparência através da imitação. Esta é a razão forte e imperiosa que nos obriga a reiterar a
importância da prática diária da busca interior através do silêncio e meditação. Os pais que
não se consolidarem com os princípios essenciais dificilmente poderão superar as afrontas,
os ataques, as invasões que cotidianamente sofrem em seu lar.

6.02.01 - Os pais jovens (2)

Já se fez uma apreciação valiosa dessa função de pais jovens na lição anterior (042).
Mas nos cumpre acrescentar mais alguns tópicos. Na lição que trata da alimentação, há um
texto bem substancial sobre a nutrição do bebê e da criança. Logo, vamos omitir este
aspecto aqui. Agora, é preciso salientar o que a figura do pai representa para o filho e filha.
O pai representa a força, a segurança, a garantia contra a hostilidade alheia. Até 11 ou 12
anos o pai é o herói. Para a menina o pai é a imagem do Homem. Porém, se o pai agir com
violência, se transforma em monstro, porque ele se comporta como juiz, carcereiro e
carrasco. Prejudica os filhos porque crescem com medo da autoridade; ou agem
“completamente em desacordo com qualquer autoridade que sempre lhes lembrará a
figura violenta do pai.” (Dra. Fernanda Barcellos, em 200 Tira-Dúvidas na Educação dos
Filhos).

A figura da mãe pode gerar vidas construtivas ou destrutivas, segundo o seu


comportamento. A mãe que grita, que só sabe repreender, criticar, intimidar, bater e que
Pág. 124

nunca tem tempo para brincar com os filhos, mostra – no fundo – que é uma mulher
lamentadora, que vive no passado. Irritadiça, parece que envelhece mais cedo. Passa aos
filhos a imagem de um mundo hostil, horrível. Agora, a mãe doce, carinhosa, que afaga e
respeita a liberdade dos filhos, mesmo com energia, que não usa de violência, esta mãe
deixa gravada nas mentes dos filhos – pelos conselhos formulados com seriedade – a
expectativa de ousadia, iniciativa, tolerância e companheirismo com as demais crianças.
Pois ela passa o respeito pelo Divino e infunde a confiança no Ser Supremo como uma
decorrência natural.

Quando os dois (pai/mãe) trabalham fora, a criança fica sob os cuidados de um


parente, ou de uma entidade particular ou pública. Em casos de extrema pobreza, ela fica
relegada sozinha sob os olhares de algum vizinho, ou em companhia de irmãos mais velhos.
Se o parente é um dos avós, isto é ótimo porque em geral ele dá muito amor, mesmo com
algumas falhas na educação. Esta situação de ambos os pais estarem fora de casa durante o
dia é comum e aumenta o trabalho no lar e a atenção que deve ser dada à criança. O
crescimento do filho pequeno traz muitas responsabilidades. É nessa fase que a união do
casal, sua afinidade e a adoção da mesma linha educacional e religiosa facilitam e
enriquecem o florescimento da alma infantil. Ela sente que é amada e se desenvolve bem
nesse clima de harmonia.

Porém, se o ambiente no lar é presidido por pais neurastênicos, onde prevalece


“estados de agitação, de angústia e de nervosismo, características das neuroses, podem
ser transmitidos principalmente às crianças.” (Dra. Fernanda). Normalmente as crianças
não têm problemas, mas elas acabam tornando-se problema por conta das famílias
problemáticas. Assim sendo, caros pais jovens, não adianta submeter suas crianças a
tratamentos especializados, sem antes vocês se sujeitarem a uma psicoterapia, ou cuidarem
de sua autotransformação, acompanhada da ligação com a Divindade.

A partir do nascimento a criança está apta ao aprendizado. Ela não pára mais.
Cumpre aos jovens pais ficarem permanentemente atentos e saberem orientar seus filhos
para que o crescimento se manifeste nas várias áreas, como intelectual, emocional, artística,
desportiva com exercícios e espiritual. Existem meios variadíssimos para estimular e
desenvolver as crianças de forma madura, ética e no fortalecimento do caráter e dos
sentidos.

Ao estimular a criança a aprender alguma arte (pintura, música, dança, etc.), nos
intervalos das atividades normais (sem forçar e sem substituir o tempo para os brinquedos),
você estará contribuindo para que seu filho desperte o lado sensitivo concomitantemente
com o desenvolvimento da inteligência matemática, da razão. Assim, ela não terá só o
computador e a TV pela frente a formarem seu juízo de modo condicionante. Quando
estuda música, dança ou desenho a criança manifesta sua criatividade e se livra de tensões
angustiantes. Pensem bem, caros pais. Não tentem impor uma atividade que vocês não
puderam fazer e agora procuram superar a frustração através de suas crianças...

Há uma tendência de os pais jovens exagerarem nos carinhos em seus filhinhos


supondo que assim lhes dão o amor (como beijar muito e continuamente). Às vezes, este
comportamento da mãe pode significar carência do marido... O ideal seria dialogar e dar
Pág. 125

amor que reforçam o ego da criança, embora o carinho dosado contribua muito para o bem-
estar do filho/a.

Se o casal possui dois a três filhos, deve ficar atento aos ciúmes. Isto poderia ser
considerado normal, mas não é. Significa uma carência a que os pais – em geral – dão
motivos, até de forma inconsciente. Há uma insegurança emocional da criança e ela acaba
manifestando dessa forma. Acontece muito com o/a filho/a do meio. Não tem os
privilégios do primogênito e nem o carinho dengoso ao caçula... Busque auxílio, quando
preciso, para minorar esta situação em casa. Ou o casal se faça uma auto-análise.
Cuidado com filmes, cenas, notícias ou manchetes apavorantes aos olhos e ouvidos da
criança, ela não está preparada e seus “nervos precisam de paz e de tranqüilidade.”
Mesmo as histórias inventadas devem possuir um conteúdo assimilável e estejam à altura
da “compreensão pela mente infantil.” (Dra. Fernanda). Atenção especial deve ser dada à
criança oligofrênica, ou retardada mental ou deficiente mental “que sofre um déficit
permanente do desenvolvimento da personalidade, instalado antes de realizado o
completo crescimento e a completa maturação do sistema nervoso central.” (idem).
Apesar de não ser considerada uma doença, a oligofrenia traz problemas sérios à família.
Um dos componentes básicos para esses casos é o amor.

Outra particularidade a que se chama a atenção dos pais jovens é sobre o período
escolar. Muita lição de casa, todos os dias, cansa a criança. Ela precisa de um hiato para
assimilar e não sobrecarregar os pais. Por isso a razão das férias escolares e dos intervalos
semanais. Com esse equilíbrio o aprendizado será fixado. Paralelamente à instrução obtida
no jardim de infância e na escola, devem os pais transmitir noções sobre o dinheiro. Sem
infundir o medo ou insegurança, bem como amor excessivo aos bens materiais, é preciso
desde cedo orientar sobre a utilidade do dinheiro, inclusive para fazer o bem, dando-lhe
“lições de grandeza, de desprendimento, ou nossos filhos viverão para contar tostões e
sofrerão cada vez que sua carteira se abrir para pagamento de uma conta.” (idem).

Ao ser estipulada uma mesada semanal (o recomendável) à criança, procurar


esclarecê-la sobre a diferença importante do ter e do ser. Mostrar a distorção praticada pela
sociedade ao valorizar o homem que tem. A mídia se concentra no consumismo e a
aquisição de coisas é quase endeusada, deturpando a imagem da criança sobre os princípios
e valores. As pessoas são classificadas pelo que tem e não pelo que são. Aqui vale muito o
exemplo de casa. Os pais devem conversar e comungar habilidades na administração
financeira do lar.

Existem perturbações da articulação verbal muitas vezes despercebidas pelos pais. A


Dra. Fernanda Barcellos cita cinco casos, aqui reproduzidos, para alerta dos pais:

Disartria – perturbações de articulação verbal de origem central (Kussmaul)


Dislalia - perturbações de articulação verbal de origem periférica (Kussmaul)
Dislexia - perturbação patológica do mecanismo da leitura, que se efetua com
deformações, erros e lacunas, com dificuldade de identificar, compreender e
reproduzir os símbolos escritos (Madame Roudinesco).
Dislogia - perturbações de linguagem originadas de perturbações do pensamento.
Disritmia -conjunto de modificações anormais de ritmo nos eletroencefalogramas (Lenox).
Pág. 126

A Dra. Fernanda, citando João Henrique Pestalozzi, apresenta algumas regras sobre
princípios básicos da educação. Os pais são os primeiros educadores. Atenção:

1 ▬ A atividade é uma lei da infância. Acostumar a criança a fazer alguma coisa e


educar-lhe a mão.
2 ▬ Cultivar a mente e depois provê-la.
3 ▬ Não dizer à criança nada que ela possa descobrir sozinha.
4 ▬ Dividir cada dificuldade em seus elementos.
5 ▬ Medir a instrução pelo que o aluno possa aprender e não pelo que o mestre
possa ensinar.
6 ▬ Cada lição deve ter um objetivo imediato e um mediato.
7 ▬ Passar do conhecido ao desconhecido, do simples ao composto; do concreto ao
abstrato, do particular ao geral.

Cita-se apenas como um alerta ao jovem pai, o fato de ele querer primeiro um filho
homem e se decepciona quando nasce uma menina. Ainda no útero materno a criança sente
e ouve o pai falar na sua preferência e depois se ressente de forma inconsciente. Quem gera
a menina é o cromossomo masculino. O casal jovem deve vibrar com o feto em
constituição, independentemente de ser menino ou menina. Deve dar as boas vindas com o
mesmo entusiasmo, seja qual for o sexo do bebê. Alerta-se para o filho único. Atenções
exageradas e satisfação de caprichos podem deturpar sua estabilidade emocional e mental.
Segundo psicólogos e educadores, o número ideal de filhos é a partir de três para criar um
equilíbrio amoroso na família. Mas nem sempre modernamente isso é possível...

A educação sexual da criança deve desenvolver-se naturalmente e sempre a partir da


manifestação de curiosidade do/a filho/a. Explicar de forma a satisfazer aquela indagação
sem precisar descer a muitos detalhes, mas sem fugir da verdade. Depois, quando novas
dúvidas surgirem, a criança volta aos pais onde já obteve esclarecimentos. Primar pela
verdade e sem maldade e sem salientar a tônica erótica relacionada aos órgãos sexuais.
Assim a criança cresce encarando tudo com naturalidade. Não antecipar noções que aquele
ser infantil não mostrou interesse em saber. Evitar que preconceitos sejam insinuados por
deficiência ou ignorância no ato da formação.

Gesell, citado pela Dra. Fernanda, apresenta algumas características de cada idade da
criança, a fim de orientar os pais:

2 anos e meio ▬ idade difícil, fase de desequilíbrio; a criança é teimosa, descontrolada


e egoísta. Grandes tensões, agressões súbitas. Alguns já se masturbam. Tende a
gaguejar. Ritualismos. Tem algumas manias, por exemplo, coloca sempre dois sapatos
juntos, primeiro o sabonete azul, etc.

3 anos ▬ fase deliciosa, equilibrada. A criança é conformada, tolerante e alegre. O


vocabulário aumenta velozmente. Já distingue a aparência da realidade. Aos 3 anos e
meio começa a piorar.
Pág. 127

4 anos ▬ idade vigorosa, expansiva. A criança fica fora dos limites, chuta, foge, corre,
quebra, critica. Acessos de raiva, volubilidade, atrevimento. Conselho aos pais:
contornar situações e não exagerar as proibições. Já é capaz de vestir-se e falar ao
mesmo tempo. Mais sociáveis, dão valor ao dinheiro. Usam as duas mãos.

5 anos ▬ idade de ouro, fase do equilíbrio consolidado. A criança torna-se discreta,


agradável, prestativa. Dono de si, qualquer coisa satisfaz um menino nesta fase. Adoram
ajudar os adultos. Às vezes subtraem objetos, mas devolvem facilmente. Maneja o
velocípede, dá laço no sapato, abotoa o casaco. Copia letras, tem excelente memória e
preocupações filosóficas: Deus, morte, tempo.
6 anos ▬ idade tumultuosa. Fase de transição. Erupção dos primeiros molares.
Explosivo, exigente, contraditório, descontrolado. Parece ter declarado guerra à família
e ao mundo. Passa rapidamente do riso ao choro. Cresce violentamente, ama e odeia.
Adora dizer não. É imprestável, não gosta de críticas, só gosta de elogios. Que presentes
mas não sabe exatamente o que quer. Sensível às doenças. Dispersivo. Gosta de imitar
nenezinhos. Nascimento e gravidez ocupam sua mente. Gosta de ficar nu. Interesseiro.
Começa a distinguir bondade de maldade. Tudo que puder agarrar é seu. Nos dias
piores, os pais devem afrouxar a disciplina. Eles gostam de palhaçadas, variam muito.
São vaidosos, relaxados, sempre tensos e medrosos.

7 a 12 anos ▬ fase tranqüila, pensamento lógico, a criança quer agradar ao adulto.


Fase de especialização. Adoram colecionar: álbuns, figurinhas, tudo que significar coisa
junta interessa a eles. Virar o bolso de um garoto de 9 anos significa encontrar palitos,
botões, rabos de passarinhos, pregos, etc. Na gaveta de uma menina encontraremos seus
“tesouros”: papéis de bombons, sabonetinhos, barbantes coloridos, santinhos, cartões-
postais. Devemos respeitar suas coleções e dar-lhes um local para guardá-las. São
também grandes investigadores – a curiosidade é um móvel de suas ações e os
pais/professores inteligentes aproveitam-se da curiosidade e do “colecionismo” para
tornar mais interessante sua metodologia educacional. Em geral, neste período, meninos
e meninas se detestam embora se analisem e se fiscalizem de longe.

Nossa orientação aqui no Curso é que os pais precisam manter a criança focada (de
acordo com a idade) na divindade. Temos que mostrar a origem da vida e a importância de
sentirmos que o amor tem origem no único Deus que criou o Universo e o ser humano. Se
desde pequeninos as crianças se habituarem a orar em conjunto com a família, hão de
crescer centradas, equilibradas e mais conscientes. Por isso que se defende o regime
familiar pela verdade e liberdade a fim de formar pessoas responsáveis. “Quanto mais se
mostrar a uma criança que se confia nela, mais confiável ela se tornará.” (Dra.
Fernanda).

Até a próxima lição, quando se falará sobre os pais maduros.

Recebemos pela internet os textos abaixo para sua apreciação:

REGRAS PARA SER FELIZ


Conta-se que um homem de negócios, após longos anos de trabalho árduo, conseguiu
ajuntar significativa fortuna. Todavia, o grande empresário, apesar de todo o
Pág. 128

dinheiro que possuía, sentia-se infeliz. Desejava a felicidade, mas um grande vazio lhe
perturbava a alma e as tribulações das horas lhe roubavam a paz. Um dia, ouviu falar
da existência de um velho sábio conhecedor de regras eficientes para quem deseja ser
feliz. O executivo não teve dúvidas. Muniu-se dos recursos necessário e saiu a
procurá-lo. Após longa e exaustiva busca, chegou ao lugarejo onde residia o tal sábio.
Algumas informações a mais, e lá estava ele, frente a frente com o ancião. A
expectativa era tanta que ele foi direto ao assunto. "Ouvi dizer que o senhor sabe a
receita para se conquistar a felicidade, e o que mais desejo é ser feliz, pode me
ajudar?" Perguntou ansioso. Bem, respondeu o sábio, na verdade as regras são muito
simples. A primeira delas é prestar atenção. A segunda, é prestar atenção. E a terceira
e última é prestar muita atenção. O executivo pensou que ele só podia estar
brincando, mas depois de ouvir algumas considerações, foi mudando de idéia. O
ancião falou com sabedoria: "quem presta atenção em tudo o que acontece nos
minutos de sua vida, consegue ser feliz." - Preste atenção no que as pessoas lhe dizem.
Saiba ouvi-las com serenidade, buscando ajudar na medida do possível. - Ao fazer
uma refeição, aproveite bem o momento. Preste atenção nos alimentos que ingere,
sinta o seu sabor. - Preste atenção em tudo à sua volta... - Olhe com atenção uma noite
enluarada, um amanhecer de ouro... - Contemple, com atenção, um jardim que
explode em perfumes e cores... - Uma cascata estirada sobre a montanha rochosa... -
Observe com atenção um bando multicor de aves cruzando os ares... Ouça
atentamente o canto de um pássaro solitário... - Preste atenção na chuva que cai
abençoando o solo. Imagine os lençóis d'água no subsolo, espalhando fertilidade e
vida... - Detenha-se a observar o trabalho das formigas, sua organização, sua
perseverança. - Acompanhe com atenção o desabrochar de uma rosa... sinta o seu
perfume. - Enfim, observe atentamente os pequenos "nadas" ao seu redor. - Em
pouco tempo você perceberá que há muito mais coisas boas do que ruins, e isso o fará
feliz. Depois de ouvir atentamente os conselhos do velho sábio, o empresário já estava
se sentindo mais alegre e disposto a lutar pela felicidade tão almejada. Pense nisso! As
horas são abençoadas oportunidades de aprendizado e alegria. Mas, embora elas se
repitam incessantemente, os minutos já não são os mesmos e as circunstâncias mudam
a cada segundo. Dessa forma, a cada hora temos sessenta minutos para encontrar
motivos de felicidade, basta que prestemos muita atenção em cada um deles, sem
esquecer que a nossa atenção deve voltar-se para as coisas realmente positivas.
Pensemos nisso!

Pais
Bons pais nutrem o corpo, pais brilhantes nutrem a personalidade.

Esse hábito dos pais brilhantes contribui para desenvolver: reflexão, segurança,
liderança, coragem, otimismo, superação do medo, prevenção de conflitos.

Bons pais cuidam da nutrição física dos filhos. Estimulam-nos a ter uma boa
dieta, com alimentos saudáveis, tenros e frescos. Pais brilhantes vão além. Sabem
que a personalidade precisa de uma excelente nutrição psíquica. Preocupam-se
com os alimentos que enriquecem a inteligência e a emoção.
Pág. 129

Antigamente uma família estruturada era uma garantia de que os filhos


desenvolveriam uma personalidade saudável.

Hoje, bons pais estão produzindo filhos ansiosos, alienados, autoritários,


angustiados. Muitos filhos de médicos, juizes, empresários estão atravessando
graves conflitos. Por que pais inteligentes e saudáveis têm assistido seus filhos
adoecerem?
Porque a sociedade se tornou uma fábrica de estresse. Não temos controle sobre o
processo de formação da personalidade dos nossos filhos. Nós os geramos e os
colocamos desde cedo em contato com um sistema social controlador (Foucault).
Eles têm contato diariamente com milhares de estímulos sedutores que se
infiltram nas matrizes de sua memória. Por exemplo, os pais ensinam os filhos a
serem solidários e a consumir o necessário, mas o sistema ensina o
individualismo e a consumir sem necessidade.

Quem ganha essa disputa? O sistema social. A quantidade de estímulos e a


pressão emocional que o sistema exerce no âmago dos jovens são intensas. Quase
não há liberdade de escolha.

Ter cultura, boa condição financeira, excelente relação conjugal e propiciar uma
boa escola para os jovens não basta para produzir saúde psíquica. Qualquer
animal só consegue escapar das garras de um predador se tiver grandes
habilidades.

Prepare seus filhos para sobreviverem nas águas turbulentas da emoção e


desenvolverem capacidade crítica. Só assim poderão filtrar os estímulos
estressantes.
Serão livres para escolher e decidir. (Dr. Augusto Cury)

Caro Mundo:
Meu filho começou hoje na escola. Durante algum tempo, tudo vai ser estranho e
diferente para ele. Eu gostaria que você o tratasse com carinho. Até aqui, sempre
estive ao lado dele. Aquieto seu coração. Curo suas feridas. Estou por perto
quando ele cai e rala o cotovelo ou o joelho. Quando ele cai da bicicleta, do skate e
tropeça nos cadarços soltos do tênis. Mas agora tudo vai ser diferente. Esta manhã
ele vai sair pela porta da rua, acenar para mim e começar sua grande aventura. Ele
irá aprender provavelmente sobre disputas, tragédia e sofrimento. Para viver neste
mundo é preciso fé, amor e coragem, por isso, mundo, eu gostaria que você o
pegasse pela mão e ensinasse o que ele precisa saber. Ensine-o, mas com carinho.
Ensine-o que, para cada malandro que existe por aí, existe também um herói. E que,
em verdade, há muito mais heróis do que malandros. Heróis anônimos que realizam
grandes proezas todos os dias. Fale-lhe muito mais dos heróis. Incentive-o a se
tornar um deles. Ensine-o que para cada político corrupto existe um líder dedicado.
E narre-lhe detalhes das vidas desses líderes para que os possa imitar. Ensine-o
Pág. 130

que para todo inimigo existe também um amigo. Diga-lhe como conquistar e
conservar amigos. Ensine-o sobre as maravilhas dos livros. Livros de ciência, de
arte, de grandeza. Dê a ele um momento de silêncio para que possa ponderar
sobre o mistério dos pássaros no céu, das abelhas ao sol e das flores nas
campinas. Ensine-o que é muito mais digno fracassar do que trapacear. Ensine-o a
ter fé nas próprias idéias, mesmo quando todo mundo lhe disser que ele está
errado. Ensine-o que seu coração e sua alma nunca devem estar à venda. Ensine-o
a fechar os ouvidos para o clamor da multidão... E manter-se firme e disposto a
lutar quando achar que está certo. Ensine-o com carinho, mundo, mas não o mime,
pois é o teste do fogo que produz o aço mais resistente. Mundo, veja o que você
pode fazer por meu filho. Ele é alguém muito especial, e eu conto com você, Mundo,
para ajudar-me a fazê-lo grande e bom para a humanidade.

Muito obrigada .

You might also like