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Lucro Real ?
16 de fevereiro de 2009 in Artigos, Lucro Simples ou Lucro Real by Ireno João de Campos | 9
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Além dos tributos previstos na legislação tributária que incidem sobre as suas Receitas,
como PIS, COFINS e ISS, que são comuns a todas empresas prestadoras de serviços,
essas empresas ainda pagam impostos e contribuições sobre o Lucro.
LUCRO PRESUMIDO
As alíquotas dos tributos são aplicadas sobre um lucro que se presume, que constitui a
base de cálculo do IRPJ e da CSLL.
Tais alíquotas são aplicáveis sobre a base de cálculo presumida de 32%, que é aplicável
para a maioria das empresas de serviços.
A opção pelo Lucro Presumido é vantajosa para as empresas cujo Lucro (Receitas (-)
Despesas) é igual ou superior a 32%.
Quando a margem de lucro é inferior a 32% é mais vantajoso optar pelo pagamento dos
tributos acima com base no Lucro Real.
Isso a grosso modo. Após a criação do regime não-cumulativo para cálculo das
contribuições para o PIS e COFINS para a maioria das receitas das empresas de
prestação de serviços que optarem tributação com base no Lucro Real, essa análise
simplista foi prejudicada pela elevação das alíquotas desses dois tributos, que passaram
de 0,65% e 3% para 1,65% e 7,6% sobre as Receitas, respectivamente, permitidas
algumas deduções para apuração da base de cálculo desses tributos.
LUCRO REAL
Essa opção deve ser adotada quando o Lucro efetivo (Receitas menos Despesas
efetivamente comprovadas, além das adições e exclusões previstas na legislação
tributária) é inferior a 32% da Receita do período e pode ser apurado trimestral ou
anualmente, neste caso mediante levantamento de balancetes mensais.
A análise, porém, deve ser feita em conjunto com o reflexo dos resultados dos cálculos
das contribuições do PIS e da COFINS, quando a empresa opta pela Lucro Real, pois as
alíquotas são de 1,65% e 7,6% da Receita, respectivamente, após a dedução de alguns
custos e despesas aplicados diretamente na produção dos serviços, onde há muita
insegurança para caracterizar esses custos e despesas, considerados “insumos”
necessários à sua produção.
Também de modo geral, essa opção não tem sido vantajosa para a maioria esmagadora
das empresas de prestação de serviços, especialmente pela impossibilidade da dedução
dos custos e despesas efetivamente aplicados na produção dos serviços. Diferentemente
para o comércio e para a indústria, que conseguem reduzir substancialmente os valores
devidos a título de PIS e COFINS, mesmo com as alíquotas majoradas (1,65% e 7,6%)
tormando-se, na maioria dos casos, inferiores até aos percentuais aplicados ao Lucro
Presumido (0,65% e 3%) para o cálculo dessas contribuições.
As alíquotas dos tributos para cálculo do IRPJ e da CSLL nessa modalidade são:
Em resumo, no Lucro Real os dois tributos (IRPJ + CSLL) variam de 24% (15% +
19%) a 34% (25% + 9%), aplicados sobre o Lucro e não sobre a Receita.
Já na apuração pelo Lucro Real Anual a empresa pode levantar balanços mensais
acumulados, cujos resultados positivos (lucros) e negativos (prejuízos) são
compensados automaticamente no período de apuração, sem limitação.
Relembrando: no caso de opção pelo Lucro Real, a alíquota do PIS muda: passa de
0,65% para 1,65%. Já a alíquota da COFINS passa de 3% para 7,6% da Receita, ou seja,
quase 10% da Receita!
Só que, neste caso, podem ser feitas deduções da base de cálculo da Receita sobre
algumas despesas (energia elétrica (telefone não pode!), aluguel de imóvel de
propriedade de pessoa jurídica, leasing, materiais aplicados e serviços prestados por
outras pessoas jurídicas diretamente ligados à produção dos serviços), com o que a
alíquota efetiva passa a ser inferior a 1,65% ou a 7,6%.
QUANDO OPTAR
A opção pelo pagamento do IRPJ e da CSLL pelo Lucro Presumido ou pelo Lucro Real
é feita através do pagamento do DARF referente ao 1º trimestre (para o Lucro
Presumido) ou primeiro pagamento do DARF mensal do ou trimestral (para o Lucro
Real) e é válida para todo o Ano-Calendário, não podendo, pois, ser alterada durante o
ano.
Isso significa que o empresário deve consultar sua “bola de cristal” no início do ano
para poder planejar o resultado (Lucro ou Prejuízo) do ano para seu negócio e fazer a
melhor opção, após análise em conjunto com seu contador.
(*) João Aleixo Pereira, é Sócio-Diretor da Aleixo & Associados Consultores Contábeis
(e-mail: aleixo@aleixo.com.br). Elaborado em 03/02/2009.