Professional Documents
Culture Documents
Divisão Sindical
Setembro de 2009
68
Outro ponto que merece registro é a previsão de que os direitos defendidos por
organizações sindicais, por meio do mandado de segurança coletivo, sejam pertinentes às suas
finalidades (art. 21, caput). Sobre o assunto, faz-se oportuna, novamente, a transcrição de
trecho de decisão (ementa), proferida pelo STF:
Vê-se, assim, que, apesar de não prevista diretamente no art. 5º, LXX, da CF, a
necessidade de conexão entre o objeto do mandado de segurança e os fins institucionais da
entidade sindical já vem sendo destacada pela jurisprudência.
Como se vê, os interesses coletivos são indivisíveis, não podendo ser fracionado
entre os integrantes do grupo, classe ou categoria, pois são afetos a todos indistintamente –
“a solução do conflito é, por natureza, a mesma para todo o grupo” (Ada Pellegrini
Grinover, in revista de processo, nº 97, p. 11-12, apud Renato Saraiva, Curso de direito
processual do trabalho, ed. Método, 2007, p. 702).
Por fim, ainda sobre o assunto, vale aqui o registro de trecho do voto proferido pelo
Min. Carlos Velloso (relator) por ocasião do julgamento do RE nº 214.668, em que o STF
reconheceu ampla legitimidade ativa ad causam dos sindicatos como substitutos processuais
das categorias que representam na defesa de direitos e interesses coletivos de seus integrantes:
Desse modo, a Lei nº 12.016/09 regulamentou o art. 5º, LXX, da CF, sem, no entanto,
gerar qualquer impacto sobre a legitimação das entidades sindicais para impetração de
mandados de segurança coletivos, visto que, nesse ponto, apenas reproduziu o entendimento
jurisprudencial de nossos Tribunais Superiores.