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Lá estava eu em um dia comum, tentando encontrar uma roupa decente para ir ao


centro com minha mãe. Eu tinha muitas roupas , mas eu bem sabia que quando mais
precisamos , nada encontramos. Eu e mamãe iríamos comprar algumas coisas... ela iria
comprar roupas e eu livros , é claro. Não que eu não goste de comprar roupas , na
verdade eu gosto muito. Sempre adorei vestidos de verão , mas o caso é que eu já
tinha muitas e os livros Lá estava eu , em uma manhã de sábado , tentando achar uma
roupa decente para ir eu deixei de lado um pouco. O que para mim é extremamente
errado. Eu amo ler...

- Anna , vamos logo! ʹ minha mãe gritou da sala de estar. Pouco paciente!

- CALMA! ʹ era a terceira vez que me chamava. Coloquei uma calça jeans e uma
camiseta vermelha. Era apenas o velho centro.

Escoveis os meu cabelo [ que era bem castanho e ondulado] e corri para o carro , ela
já estava lá.

- Para que a pressa? ʹ eu perguntei ligando o rádio.

Estava passando Metric , no álbum novo.

O centro de Boston sempre era muito agitado , e o transito um horror.

- bem , estou anciosa para comprar algumas coisas. ʹ Ela disse sorrindo. Minha mãe
tinha cabelos mais escuros que os meus , tinha os mesmos olhos e as mesmas
bochechas. Seus cabelos iam até os ombros , e ela tinha a mesma boca carnuda que a
minha. Ela era linda e engraçada.

- nós duas sabemos que não são apenas algumas coisas ʹ revirei os olhos e ri ʹ você
realmente ganha de mim!

- acho que sim ʹ ela também riu ʹ vai comprar livros?


- sim, só livros mãe. Eu já tenho mais roupas do que uma adolescente realmente
precisse.

- se tem certeza... ʹ ela encolheu os ombros e apertou os lábios ʹ podemos... comprar


alguns cosméticos para você.
- Não precisa , obrigada ʹ ri novamente. Minha mãe gostava de comprar coisas para
ela, mas o que mais gostava era presentiar os outros , principalmente sua única filha.

Sempre quis ter irmãos , mas Jessica , minha melhor amiga , dizia que era um inferno.
Ela tinha 2 irmãos ,e tinha todos os motivos para se preocupar. Apesar de no começo
ela pedir , pedir e pedir , quando isso se tornou realidade , ela chorou , chorou e
chorou. Bom , foi o que ela me disse. Mas Jessica sempre exagerava. Era a pessoa mais
dramática que eu já conheci na vida. E olhe que , e m minha vida , conheci bastante
pessoas neuróticas , malucas , egoístas e ... ah, sim , Drámaticas!

Então chegamos ao centro, que estava com uma pequena quantidade de pessoas.

- Então eu vou por alí e você fique nessa região. Quando acabar , entre na loja Ellos
está bem ?

Assenti e vi a livraria. O ar desconfortável passou por mim. Eu odiava multidão ,


sempre odiei lugares lotados. Sentia náusea e tontura. Respirei fundo e entrei receosa.

Nem olhei para as pessoas , só prestei atenção nos livros...

Acabei optando por Razão e sensibilidade e também por A cabana. Claro que já ouvira
falar desses dois...

Achei que era o bastante , não queria me demorar mais ali. Dois livros estava ótimo.

Suspirei e fui até a balconista , esperando as duas pessoas a minha frent e sairem.

Então aconteceu. Alguém encostou o braço de leve em meu pescoço. Um braço gelado
e macio. Um toque... diferente. Me virei para ver um jovem que aparentava ter uns 19
anos , eu tinha 17. Ele tinha cabelos pretos e volumosos , olhos azuis intenso
realmente hipnotisantes e seus dentes eram perfeitos. Não eram só os dentes , tudo
nele era apenas perfeição e grandiosidade.

Antes que eu pudesse gaguejar ou qualquer outra idiotice , me virei para a caixa.

Entreguei os livros dístraidamente enquanto ela d igitava algo em seu Desktop prata.

- 99 reais. ʹ Ela disse e eu rapidamente dei o dinheiro. Ela colocou os livros na sacola
da livraria Dezenas. ʹ Obrigada e volte sempre!

Sorri discretamente a ela e peguei a sacola. Antes de ir embora , olhei para ele.
Continuava sombrio com uma expressão de tédio misturado com curiosidade...
Sentei no banco a frente da loja e aguardei minha mãe. O céu estava bem azul e claro.
Fiquei observando as pessoas que passavam na rua e o céu. Principalmente o céu...
Mas minha atenção foi desviada dele quando ouvi o barulho da porta da livraria se
abrir. Virei-me rapidamente para ver o mesmo cara saindo. O que era meio estranho,
porque ele tinha que ainda estar sendo atendido. A mulher que me atendeu era super
demorada, o que me deixou mais nervosa, porque AQUELE cara estava atrás de mim.
Mas ela parecia ter atendido o cara misterioso bem mais rapidamente...

Ele parecia vir em minha direção. Mordi os lábios quando meu coração deu um pulo.
Ele estava se aproximando, mas logo depois virou a direção e passou pela praça a
minha frente. Ri de mim mesma por achar apenas um segundo que ele ia se sentar no
banco. Ele nem me conhecia, eu era tão doída e patética!

Ainda rindo de mim mesma com um certo alívio contido , fui até a l oja Ellos

[...]

- Ah, você não achou lindo o vestido que comprei? O sapato e a bolsa realmente
combinam não é mesmo? ʹ ela perguntou. Minha mãe era bem consumista quando se
tratava de roupas, mas afinal , ela tinha um ótimo emprego. Era médica Cirurgiã e
ganhava muito bem... Meu pai... Bem , ele morreu quando eu tinha 8 anos. Ele um
psicólogo maravilhoso.Seu nome era John Nós sentíamos muito a sua falta , mas
felizmente mamãe tinha enfim encontrado alguém que fazia muito feliz. Derek Flikson
, ele era advogado e ela se apaixonou por ele. Era uma ótima pessoa... Bem , pelo
menos era o que parecia. Eu e ele não conversávamos muito, mas se ele a fazia feliz ,
era tudo que importa ʹ porque está tão pensativa meu bem ?

- pensando em meu pai. ʹ Eu disse e ela parou de andar devagar. Olhou para mim com
um ar triste. Ficamos um minuto em silencio completo e total. Olhei para o lado e
percebi que o cara da livraria estava ali , indo para o mesmo caminho...

- Querida, - ela parou de andar e se voltou a mim com um ar triste , pegando a minha
mão ʹ acho que teríamos que falar sobre isso alguma vez... Olha meu bem, se você
sentir mal com Derek, ou algo assim...

- Ah mãe, eu não queria que se sentisse mal. E serio isso não tem nada a ver com
Derek! Ele é bem gente boa... Mãe, você está bem?

- não se preocupe, estou bem! ʹ ela disse e olhou para outra direção rapidamente ʹ
tudo bem se almoçarmos nos Tacos? ʹ mudou de assunto

- problema nenhum... ʹ sussurrei e então devagar caminhamos até o Tacos. E ele


continuava nos seguindo.
[...]

- O que desejam? ʹ o garçom perguntou e Clara franziu os lábios

- Um suco natural de abacaxi, um burrito vermelho e uma porção de Nachos ʹ ela disse
e o garçom se virou para mim e eu mordi os lábios

- um suco de maça e um taco á mexicana ʹ ele anotou os pedidos e então se foi.

- ainda bem que eu nunca tive tendência a engordar. Amo comida mexicana ʹ minha
mãe balbuciou ʹ você também nunca teve... ʹ ela olhou para baixo e me encarou com
a expressão divertida ʹ all star vermelho?

- você sabe que eu adoro! ʹ protestei. Uma porque era all star , e outra porque
vermelho era a minha cor preferida ʹ e eu também uso bastante meus tênis
esportivos.

Olhei por todo o restaurante e meus olhos pararam na mesa 6 ao nosso lado. Ele
estava ali , olhando distraidamente para o cardápio. Só de ve-lo , aquilo me causou
tontura. Ele entrou ali depois de nós , então...

- Mãe , eu vou lá fora , tomar um ar. Volto já! ʹ andei para fora e me encostei-me à
parede. Contei até 5 e ouvi passos e a mesma sensação gélida passou por mim. Eu não
estava acreditando. Ele passou pela porta do restaurante e eu o fuzilei com os olhos

- está me seguindo? ʹ perguntei interrogativamente, olhando para aqueles olhos que


matavam qualquer pessoa. Ele me encarou

- está falando comigo? ʹ sua voz incrível me causou arrepios

- com quem mais seria? ʹ ele deu uma risada curta e grossa e balançou a cabeça
negativamente ʹ deis da livraria, você tomou o mesmo caminho até o restaurante e
agora eu saí e você... ʹ não continuei, fiquei apenas imersa em pensamentos

- não estou te seguindo, Anna! ʹ ele disse e eu arfei. Ele continuava tranqüilo

- como sabe o meu nome?? ʹ ele era tão estranho. Como ele podia saber algo que não
mencionamos no restaurante? ʹ qual é o SEU nome?!

- é Lucas... ʹ ele falou com uma cara de deboche. ʹ Como eu não saberia o seu nome?
propósitos são propósitos.

Aquilo era tudo muito confuso para minha cabeça.

- e qual seria o propósito? ʹ me aproximei e ele sorriu e percebi que estavamos tão
próximos que eu podia tocá-lo. Mas eu não o faria!
- ainda é cedo para falar. Já que estamos nas interrogativas , porque não me diz a qu e
horas dorme? ʹ perguntou sarcasticamente e eu lhe dei uma bolsada na barriga. Ele
nem se mexeu , o que me deixou com mais raiva.

- não te devo explicações ! não é bem eu que segui uma pessoa que nem conheço...

- aí é que está enganada. Eu te conheço mais que a mim mesmo! ʹ ele disse e tirou
uma mecha de cabelo da minha cara. Uma parte de mim queria soca-lo por me tocar ,
mas a outra queria apenas fechar os olhos...

- me larga ! ʹ protestei e juntei minhas forças para empurrar seu corpo musculoso para
longe de mim. Entrei rapidamente no restaurante. A comida já estava sobre a mesa.

- Está bem agora? ʹ ela perguntou e eu assenti.

[...]

Na janta , depois de tomar uma sopa quente , abraçei minha mãe fortemente e
percebi que ela ficou levemente assustada , mas satisfeita. Senti uma sensação
estranha , de medo. Insegurança ... antes que ela fi zesse mais perguntas , me afastei e
corri para meu quarto e o tranquei.

Verifiquei as janelas e logo depois suspirei. Eu estava paranóica , isso era ridículo!

Deitei em minha cama , irritada , e fechei os olhos com força. Não queria mais pensar naquele
cara que sabia o meu nome. Esqueça! ʹ disse a mim mesma.

Mas eu não esqueci, tanto que acabei sonhando com aquele sujeito...

Eu estava caminhando em uma selva , era bem escura . De repente ouvi um barulho , um grito
e um gemido de dor. Os pássaros voaram a minha cabeça , e um morcego os seguiu. Eu estava
arfando e olhava para todos os lados. Então comecei a correr , e uma risada me seguiu. Me
agarrei ao tronco da árvore , recuperando o fôlego , quando ouvi um barulho. Me virei para
perceber que era Lucas. Ele mantém a expressão seria e a risada continuava. Tenho que te
tirar daqui! ʹ ele disse e me pegou no colo. Corremos e logo depois estávamos voando até
uma torre...

Acordei , suada e assustada devido ao pesadelo. Suspirei quando percebi que estava apenas
em minha cama , sosinha , em paz. Me levantei e coloquei meu ropão branco por cima da
camisola roxa e coloquei minha pantufa branca. Fui até o banheiro e molhei minha nuca.

Forá o sonho mais estranho que eu já tive! ʹ pensei enquanto ia para a cozinha devagar

- Bom dia mãe! ʹ eu disse e ela se virou para olhar para mim , preocupada ʹ estou bem...
- que bom. Fiz waffles com chocolate, seu predileto. ʹ Ela disse e eu sorri suavemente

- legal. Eu lavo a louça! ʹ dei um beijo em seu rosto e me sentei a mesa. Depois do café da
manhã , eu lavei a louça e assisti tv com ela. Queria aproveitar os momentos de férias com a
sua companhia. As sensações absurdas e incomodativas continuavam e eu mesmo assim fingia
que tudo estava bem.

- saudades de alguém da escola? ʹ ela perguntou de repente

- sim... da Jessica principalmente ʹ eu disse e ela sorriu balançando a cabeça

- não estou falando das garotas , Anna. Ninguém interessante? ʹ me vi corando e a encarando.

- Na verdade, não. Nunca teve e pareçe que nunca terá ninguém que realmente valha a pena
ʹ eu disse com sinceridade.

- Bem , eu conheci o seu pai na faculdade. Na escola também não tinha ninguém aos seus pés.
ʹ ela riu em lembranças ʹ Ele sempre foi lindo e maravilhoso... [não faz idéia de quando eu o
amava , e eu não queria saber de mais nada e nem ninguém que não fosse ele. ʹ Ela disse
pensativa , e mergulhou em pensamentos. Seu rosto demonstrava dor e saudade , mas logo
depois ele melhorou ʹ depois conheci Derek e ele realmente me salvou.

- eu sei. Ele é bem legal e combina com você! ʹ eu disse receosa e ela sorriu

- que bom que gosta dele , Anna. Você vai encontrar alguém que a ame de verdade , e que
você também vai amar. Pode não perceber, mas devem existir uma porção de caras que
gostem de você. Minha filha é linda! ʹ ela disse com orgulho e eu fiquei um pouco sem graça.

Depois disso, resolvi visitar Jessica. Precisava de sua companhia louca e divertida para esfriar a
cabeça. Mesmo que o toque de Lucas fosse frio, o que me deixou ainda mais assustada...

- que bom que está aqui! - disse Jessica na cama de seu quarto , enquanto folheavamos
despreocupadamente uma revista tomando Coca-Cola.

- Estou feliz de estar aqui ʹ ri. Com ela , isso era o que eu mais fazia. ʹ Saudades do Gabriel?

- muitaaa! ʹ ela disse sorrindo ʹ to morrendo aqui... ele está de viagem , mas me liga quase
toda a noite. Ele está se divertindo , e isso é ótimo. Pelo menos ele... ahh , ele é maravilhoso
em tudo , fora o seu ciúme incomum. Acho que isso significa que ele me ama. Ele me ama ,
quer dizer eu também o amo. Mais que tudo! Ele me ama não é? ʹ ela tagarelou e eu dei
gargalhadas. Jessi só tagarelava quando estava tensa. E isso acontecia quase sempre , já que
ela era provavelmente a pessoa mais insegura que eu já conheci.

- Sim , ele te ama também. Mais que tudo , Jessi ! ʹ tranqüilizei ela , rapidamente.

- É , acho que tem rasão. Eu me preocupo tanto... devo parecer uma besta!
- bom... nem tanto ʹ disse com um sorriso irônico

- EI! ʹ ela gritou e deu um tapa em meu braço. Depois fez um biquinho ʹ vou guardar isso aqui!
ʹ ela apontou para o cérebro.

- é brincadeira , e você sabe! ʹ disse rindo.

-É a mesma coisa que dizer a uma gorda , que ela é a pessoa mais magra do mundo! ʹ ela se
queixou

- mas essa é a verdade. E de certa forma , você tem direito de se preocupar com ele , Jessi.
Não é o fim do mundo! ʹ eu disse , folheando a revista.

- E quando é que vai encontrar sua alma gêmea? ʹ ela perguntou ansiosamente

- bem... ʹ eu disse , me deitando de costas ʹ isso vai ser difícil. Não são todos que encontram
sua cara metade. Nem sei se um dia vai acontecer comigo... bom , por enquanto nada!

Ela suspirou e eu apenas olhei para ela sarcasticamente

- não é bem você que tem que ficar triste com isso, Jess! E olha , não estou triste. Penso igual a
minha mãe. Primeiro estudos , depois namoro. Quero ser alguém na vida , maninha!

- tudo bem... ʹ ela disse com uma careta ʹ você está certa, satisfeita?

- muito ʹ eu disse realmente satisfeita.


Quando chegou a hora de ir embora , alguma coisa no parque me atraiu. Eu não sei
bem o que foi , mas me senti interessada de ir até lá. Faz tempo em que eu não ia , de
qualquer modo. Caminhei em uma trilha no lado de dentro dele , andando devagar ,
sem nenhuma pressa.

O dia não parecia tão lindo co mo estava a minutos atrás. Estava núblado e escuro.
Ouvi uns guinchos , mas antes de ver os pássaros voaram por cima das árvores não
me assustei .

E eu ouvi barulhos. Desesperei-me quando percebi que estava tudo igual ao sonho.

Quase me chinguei por ir a um parque , quando tive um sonho aterrorizante um dia


antes. O que deu em mim??

Sem muita demora, corri para o outro caminho que dava a minha casa. Corri o Maximo
que pude até alguém agarrar minha cintura. O grito soou abafado e me virei
rapidamente para ver quem era.

Lucas.

- tenho que te levar daqui... ʹ seu rosto perfeito parecia receoso e ao mesmo tempo
preocupado ʹ temos que ir. Agora!

- NÃO VOU A LUGAR NENHUM COM VOCÊ! ʹ gritei e ele riu amarguradamente

- eu não pedi! ʹ tentei lutar quando ele me pegou no colo , mas seus braços fortes me
imobilizaram. Entrei em pânico.

- SOCORROO! ʹ me debati e ele correu comigo até no final das florestas. Ele corri
muito rápido e eu só via o borrão das florestas ʹ ME SOLTE AGORAA!

Continuei gritando e tentando chutá-lo, mas sua força era tão grande que eu senti que
só iria piorar tudo. Ele parecia não sentir nada!

- POR FAVOR! ʹ pedi , quando vi que não existia mais opções ʹ ME SOLTE!

- não posso , Anna! ʹ ele disse relutante e engoliu em seco. Ele guardava tantos
segredos que me inrritava. Como ele poderia saber o meu nome , afinal?

Ele abafou meus gritos em sua camiseta. Quase parei de lutar ali mesmo. Seu cheiro
era maravilhoso. Mas não o fiz. Continuei o empurrando com a barriga e tentando lhe
dar chutes e socos com força e raiva. Quando vi , os meus olhos pesaram e eu não
conseguia mais lutar. Dei um último : me solte . E depois caí no sono...

Acordei com os olhos semicerrados , e percebi que estava deitada. Em uma cama. Uma
cama em um quarto branco. Onde só havia a cama e um guarda roupa médio.

Apavorei-me quando percebi que deveria estar na floresta e não em um quarto no


qual não conhecia. Sentei-me e olhei para todos os lados. Levantei-me e tentei abrir a
porta, mas estava trancada. Gritei quando senti uma mão em meu ombro. Era Lucas...

- onde estava ? ʹ perguntei zonza e ele fez uma expressão confusa

- estive o tempo todo aqui, Anna! ʹ ele disse e eu não quis discutir com sua lo ucura.

- PORQUE ME TROUXE AQUI? ʹ gritei e o empurrei até a parede ʹ O QUE QUER DE


MIM?!

- não sou que quero, eu já disse Anna! Desculpe ter te levado aqui , mas eu tinha que
fazer isso... Vai ficar tudo bem!

- nada vai ficar tudo bem! ʹ eu rangi os dentes com raiva ʹ me tire daqui ou eu...

- ou você o que? ʹ ele parecia estar se divertindo. Aquele nojento de uma figa!

- ou eu armo um barraco e começo a gritar agora mesmo! ʹ eu disse o olhando com


repugnância. Ele riu

- ninguém vai te escutar, estamos em uma torre! E afinal, esse é o lugar mais seguro
para você ficar, acredite. ʹ Ele disse seriamente e eu o olhei com ironia.

- Realmente espera que eu acredite? Em você? há há há! ʹ eu disse e continuei dando


chutes na porta e gritando.

- Não vai adiantar, Anna ... ʹ ele disse e eu virei minha cabeça devagar.

- Nunca mais diga o meu nome! ʹ eu disse e ele apenas continuou me encarando.

- O que? Anna? Ah, está bem, Anna! ʹ ele disse e eu suspirei pesadamente e me sentei
na cama.

- Vai ao menos dizer o porquê de eu estar aqui? ʹ perguntei sem esperanças

- é... Complicado
- porque não tenta? Temos muito tempo... ʹ eu disse e ele sentou na cama, ao meu
lado. Afastei-me rapidamente.

- Apenas vou dizer uma coisa. Tony, é o nome dele...

- do seu chefe? ʹ perguntei com sarcasmo e ele assentiu sem nenhum humor na voz.

- Ele é totalmente ruim, pelo visto ʹ murmurei e ele ficou paralisado.

- Depende da pessoa. ʹ Ele parecia estar sendo sincero.

- e o que ele quer de mim? ʹ perguntei amarguradamente

- não tem motivos de eu te dizer. A razão dele sempre prevalece... ʹ ele disse e me
aproximei dele devagar. Quando me dei conta do que fiz, não tive vontade de me
afastar. Ele sorriu suavemente e eu apenas desviei o olhar.

- Não me vai dizer mais nada, não é mesmo? ʹ eu perguntei e ele olhou em meus
olhos.

- Sinceramente, não sei!

- o que? ʹ perguntei confusa e de repente senti meus olhos pesarem novamente.

Era ele que fazia isso? Abaixei minha cabeça em algum lugar confortável que parecia
seu colo. Antes que eu p udesse corrigir isso, eu já dormia tranquilamente...

Quando acordei, ele continuava ali, me vendo dormir. Levantei a cabeça de seu colo e
o olhei assustada comigo mesma.

- Eu realmente dormi em seu colo? ʹ perguntei horrorizada e ele riu

- sim, dormiu. Sem problema! ʹ ele deu um sorriso tranqüilo.

Dei uma tapa em seu ombro, mas percebi que não estava brava. Eu deveria odiar esse
cara, por me arrastar a essa torre. Mas o mais esquisito, é que tudo isso, parecia
simplesmente certo. E ele não parecia mal, deis de o começo. Parecia ser apenas uma
vítima do destino, seja lá o que ele fez. Mas mesmo assim, não dei o braço a torcer e
me levantei para observar a janela. Ficamos em silencio por alguns minutos, até que
eu não resisti e me virei para ele.

- É amigo dele? Está aqui porque quer? ʹ eram duas perguntas que, dependendo da
resposta, mudariam tudo.

- Não, eu não sou nem de longe amigo dele. E estou aqui porque não sei como sair...
- mas... Se você me trouxe aqui ...

- é mais difícil do que aparenta ser. Quando entramos, o portal está aberto. á abre! E
isso é tudo que posso dizer, desculpe...

Senti que meu rosto endureceu e eu voltei a minha amargura por Lucas.

- Mas uma coisa eu preciso saber Senhor Sabe tudo ʹ eu disse e seu rosto perfeito
sorriu ʹ como sabia o meu nome, ontem no restaurante?

- Bem... Acho que isso não fará mal se eu te contar. Tony me contou... Ele sabe de tudo
que parece acontecer, Anna. Como eu já disse, é tudo muito complexo e complicado,
tudo muito confuso até para mim!

- Bom ʹ ele continuou depois de um tempo ʹ acho que agora deve querer relaxar. Se
quiser, pode tomar um banho, agora mesmo.

- E aonde? Não tem banheiro aqui ! ʹ eu disse e ele se levantou em direção à porta.
Mas antes de fechá-la ele disse - você vai encontrar.

Fiquei mais ou menos um minuto parada, encarando as paredes. Percebi que existia
um espelho ao lado de minha cama. Fui até lá e observei minha imagem nele.

Eu nunca me achei linda, como minha família sempre dizia. Também nunca me achei
feia. Eu tinha cabelos castanhos - claros encaracolados, mas que às vezes estavam bem
levemente ondulados. Olhos castanhos claro, um nariz pequeno e lábios carnudos e
vermelhos, que herdei de minha mãe. Minha mãe... Senti uma sensação horrível
dentro de mim, como se talvez eu não conseguisse sair dessa maldita torre , afinal.
Tirei o espelho da parede e então vi um quadrado de metal com números.

UMA PASSAGEM SECRETA? Mas como eu saberia a numeração?

Tentei todos os nú meros de uma vez só, em todas as combinações.

Ou quase todas, mas a combinação que estava em minha mente era tão óbvia que era
quase impossível. Mesmo assim, digitei: 1 2 3 4.

E para minha grande surpresa o quadrado caiu em uma fresta do chão [ igual aos
filmes] e deu espaço a uma porta de madeira.

O abri com receio e dei de cara com um banheiro luxuoso. Uma pia de pedra,
realmente chique, Box de vidro e uma banheira hidromassagem gigante. Tranquei a
porta e abri uma portinha na pia que continha vários prod utos. Pequei os produtos
para a banheira e logo depois tomei um banho quente e relaxante.
Quase me esqueci da hora, quando ouvi uns ruídos do corredor. Sai da banheira e me
sequei. Logo depois, bem de fininho, sai do banheiro e abri a porta do guarda roupa . Lá
existiam vários vestidos e casacos, com sapatos e bolsas combinando.

Um bilhete passou pelo vão da port a e eu o peguei rapidamente.

Anna,

Se vista com alguma coisa do guarda roupa, porque hoje conhecerá Tony Edwiges.

Não demore!

Então rapidamente deixei a toalha cair e coloquei roupas de baixo que pareciam ser
novas. Depois achei um vestido tomara que caia vermelho, realmente incrível. O
vestido mais lindo que já vira. Na cintura se prendia um cinto brilhante e dourado.
Peguei os sapatos combinando e me vesti. Logo depois arrumei meu cabelo, que
estava cachos definidos e depois mordi os lábios com força. Um pouco de sangue da
carne da boca se espalhou pelos meus lábios inferiores e os lambi rapidamente. O que
é meio idiota, contando que praticamente ninguém gosta daquele sabor tosco de
ferro.

Sei lá , eu sempre gostei.

Eu iria conhecer Tony Edwiges... E eu sabia que teria que ser uma bela atriz para
escapar daqui. Respirei pesadamente e depois abri a porta do quarto e me deparei
com um corredor escuro e comprido. Percebi que lá no fundo existia um corrimão e
uma escada. Desci e então meu coração parou quando o vi. Ele era realmente lindo...

Era loiro e tinha olhos verdes brilhantes e intensos. Sorriu um sorriso de acabar, e eu
quase caio. Estava difícil de concentrar com aquilo. Ele estava vestido de terno, o terno
mais refinado que eu já vira. Seu rosto era perfeito também, o que me deixou com
mais nervosismo ainda. O que ele queria? Desci e fiquei a centímetros longe dele.

- Seja bem ʹ vinda, Anna! ʹ sua voz calorosa disse

- ah... Obrigada! ʹ eu disse. Desci e me sentei a mesa, a sua frente. Ele sorriu e eu
apenas fiquei paralisada. Depois dei um pequeno sorriso tímido e esperei ele dizer
algo. Eu sentia que estava quase desmaiando de nervosismo.

- Você está linda, Anna... ʹ ele disse sorridente

- obrigada Senhor Edwiges ʹ eu disse devagar e ele sacudiu a cabeça

- me chame de Tony, por favor! Aceita uma taça de champanhe, Anna?

- sim, claro ʹ eu disse nem pensando direito. Estava perdida naquele sorriso lindo
Então um homem com a expressão cansada nos serviu champanhe e foi embora

- A nós. Ou melhor, a você , que está enfim aqui! ʹ ele disse e minha cabeça formou
um nó gigante.

- Então devemos isso a uma comemoração? ʹ indaguei curiosa ʹ não estou


entendendo nada, Tony!

- eu entendo. Mas afinal temos tempo... E sim, estamos comemorando. Todos estão
tremendamente alegres com sua presença ʹ ele disse bebendo a sua taça.

Ok, talvez a palavra todos não se classificasse bem. Além do homem que parecia quase
estar morrendo em pé, havia outras coisas...

- Todos? Acho que está enganado. Lucas parece incomodado com tudo isso.

- Ah, Lucas... ʹ ele suspirou pesadamente ʹ ele não se encaixa no ͞todos͟. Ele não
gosta de ninguém mesmo. Aposto que ele fez de mim um monstro, não é?

- na verdade sim ʹ engoli em seco ʹ disse que você o mandou me trazer até aqui.

- Anna, ele por acaso te obrigou vir até aqui? ʹ ele se chocou

- teoricamente sim, mas foi você! ʹ eu o acusei e ele riu. Agora ele estava culpando
Lucas? Há essa era boa!

- Não. Eu disse a ele para perguntar se você queria vir até aqui. Mas jamais te obrigar...
Ah, Anna, sinto muito. Peço mil desculpas! ʹ ele disse e se levantou. Ficou com a
expressão preocupada e seria ʹ diga que me perdoa, por favor!

- Tony, está tudo bem. Serio, não estou brava ʹ eu murmurei. Eu não estava
entendendo mais nada!

- Anna, ele não podia te obrigar a vir aqui. Ele sempre foi tão rude e mal educado...

Então fora Lucas? Eu não conseguia acreditar! Achei que ele era...

- não pode ter sido ele ʹ sussurrei e seu corpo se contraiu ʹ ele não faria isso. Você é o
chefe dele!

-chefe? Anna, eu não sou chefe de ninguém. Lucas está aqui porque quer, só por isso.

Apertei os lábios e olhei para o meu próprio colo

- mas... Porque ele teria feito isso?

- Bem, não é de se surpreender, Anna. Já foi Lúcia, Catarina, Fernanda, Joly. Ele fez a
mesma coisa com elas... Mas é claro que elas também se confundiram com sua
evidente solidariedade.
- Mas e porque essas garotas vieram para cá, como eu?

- Está aqui porque é diferente , e tem que saber de algumas coisa s sobre você mesma
e elas vieram porque Lucas as trouxe . Não as chamei, mas com você é diferente... Não
estou te obrigando a nada. Se quiser sair agora, como todas as outras , a porta está
aberta! ʹele disse e eu pensei. Olhei para seu rosto magoado e resolvi que iria ficar.
Que mal faria, afinal? E eu estava curiosa sobre o que ele iria dizer sobre mim.

- o único problema é a minha mãe ʹ eu disse

- Isso não é um problema. Ligue para ela ʹ ele me estendeu um telefone pequeno ʹ só
se quiser mesmo ficar por uns dias. Como eu disse Anna, é muito importante. Mas se
quiser ir embora imediatamente, está livre.ʹ Aquilo era mais confuso do que eu
esperava.

- apenas alguns dias, para saber do que você está falando! ʹ peguei o telefone e
mandei uma mensagem

- Mãe, eu estou na casa de uma amiga. Estou bem, e não sei quando vou voltar... Ela
precisa de mim , então não fique preocupada. Ligue para o número 32445678 [que foi
o número que ele ditou para mim] eu te amo, tchau!

- Obrigada Anna. Vai gostar de ficar aqui por um tempo! ʹ ele disse

- ok, mas agora me conte o que ia dizer sobre mim... Realmente não sei do que você
está falando! ʹ eu disse ansiosamente. Mas uma parte da ansiedade estava desligada,
pensando em Lucas. Ele era tão diferente do que eu pensava...

Pelo visto ele era assim com todas... Ah, que se dane!

Voltei meu olhar para o lindo Tony, que olhava para mim com uma expressão curiosa.

- Ainda temos muito tempo, Anna. A pressa não nos leva a nada. Vamos relaxar um
pouco, está bem? ʹ depois que comemos [ na verdade ele só bebeu. Disse que estava
de dieta ] , ele ligou um aparelho e uma música lenta começou a tocar. Ele se levantou
e ficou ao meu lado, logo depois estendeu a mão

- Me daria à honra de uma dança? ʹ sorri vagamente e encaixei a mão na sua. Era tão
fria... Idêntica a de Lucas. Sacudi a cabeça e prometi esquecê-lo, mesmo que eu tinha
certeza de o resultado ser ao contrario.

Dançamos tranquilamente por um tempo, seguindo os passos... Eu até que dançava


bem, e ele era espetacular, clássico e nobre. Seus passos pareciam os de um príncipe
de contos de fadas, e acho que foi por isso que encostei minha cabeça em seu ombro
devagar. Eu mal o conhecia, mas aquilo parecia ser seguro. E ele foi tão gentil...
Aquilo de certo modo era a coisa mais relaxante que eu já fizera.

Tranqüila, alegre. Algo que eu não sentia vontade de parar... Dançar era bom , mas
nunca imaginei que seria tão agradável desse jeito. Deve ser porque o meu par de
danças era completamente agradável e simpático.

E lindo...

- Dança muito bem, sabia? ʹ ele perguntou com sua voz calorosa em meu ouvido.

- Você mais ainda, Tony. ʹ eu disse sonolenta. Quando a musica acabou, eu estava
completamente zonza.

- Acho que está um pouco tonta. Acho me lhor você ir descansar. Amanhã eu e você
vamos dar uma volta por esse castelo, prometo. Boa noite Anna! ʹ ele disse e beijou
minhas mãos

- ah para você também! ʹ e por algum motivo desconhecido ele riu. Subi as escadas e
entrei em meu quarto devagar. Tranquei a porta, coloquei uma camisola do guarda ʹ
roupa e deitei. Amanhã eu teria que falar com Lucas. Ou melhor, discutir!

Antes de dormir pensei em minha mãe, e se ela estava bem...

Acordei com os olhos grudados e um embrulho no estomago. Levantei-me e me


lembrei que Tony queria me ver. Mas eu tinha que falar com Lucas...

Coloquei um vestido rosa de frente única e uma sapatilha. Escovei meu cabelo e meus
dentes. Depois desci devagar a escada e acabei achando no corredor gigante, uma
cozinha. Uma mulher ruiva com cabelos ondulados e um vestido preto estavam
mexendo em alguma coisa, mas quando eu cheguei ela se virou rapidamente

- Deve ser Anna Marry! ʹ ela disse sorrindo. Ela era muito bonita , e quando sorriu ,
acabei dando um passo para trás. Dentes muito brancos e perfeitos faziam isso.

- Sim, sou eu mesma. Como sabe o meu nome?

- Todos sabem o seu nome ʹ ela riu ʹ sente-se. Está com fome? Eu fiz panquecas com
chocolate. Ouvi dizer que gostam disso...

- quem não gosta? ʹ sorri levemente. ͞Ouvi dizer que gostam disso͟, não era bem o
que eu esperava dela. Sentei e vi sua expressão preocupada e receosa quando ela
serviu as panquecas.

- Obrigada, Está uma delícia! ʹ eu disse e ela apenas mordeu os lábios ʹ qual é o seu
nome?
- É Rose. Por acaso viu Lucas? Estou procurando ele faz um tempo... Estou com tanta
saudade!- ela abriu a janela e engoliu em seco quando o vento bateu na cozinha.
Virou-se para mim com o rosto em pânico- Tenho que ir!

Então saiu meio correndo.

Ela era sem dúvida a pessoa mais estranha desse castelo.

O que mais me incomodou na verdade, foi ela perguntar se eu tinha visto Lucas. Pelo
modo com ela mesma anunciou, eles pareciam ter alguma coisa. E ninguém estava o
achando. Comi as panquecas em silencio e coloquei tudo na pia, e as lavei. Depois sai
da cozinha e dei de cara com Tony.

- Não precisa lavar a louça, Anna. Ah, e bom dia! ʹ ele beijou minhas mãos novamente
e eu não pude deixar de quase cair para trás de susto.

Nunca ninguém me tratava tão bem assim... Pelo menos não do sexo masculino!

- Bom dia! Viu Lucas? ʹ eu perguntei ansiosamente e ele fez uma careta , logo depois a
desfez.

- Não, ele sumiu. Hoje vamos dar uma volta por aí, apenas nós dois! ʹ ele murmurou
em meu ouvido, o que me causou arrepios. Sua voz gelado era igual ao de Lucas... Igual
ao da Rose também! Algo neles era totalmente diferente, mas ao mesmo tempo
familiar. Não consegui explicar a mim mesma.

- Cclaro! ʹ eu gaguejei e então fomos para fora do castelo.

O sol estava forte no jardim, e era ótimo. Um campo florido e colorido, Com árvores
balançando sob o vento. O lugar parecia um cont o de fadas, o que nada tinha a ver
com o castelo grande e escuro. Esse lugar era diferente de tudo que eu já vira. Tony
olhava para mim de um jeito tão simpático que tive vontade de retribuir. Ele estava
sendo tão legal comigo, que eu me sentia até mal. Mas Lucas não saiu de meus
pensamentos um só minuto. Preocupei-me com a questão de ele realmente ter
sumido , e só queria encontrá-lo. Mas eu também queria apenas relaxar com Tony e
fingir que nada estava errado.

E afinal, o que havia de tão errado nisso?


Sentamos numa toalha quadriculada sob a grama e ficamos olhando o que estava a
nossa volta. O rio a nossa frente era azul e calmo, o que me trouxe tranqüilidade
também.

- Isso é lindo! ʹ eu disse encantada. ʹ É o lugar mais lindo que eu já vi...

- Seus olhos brilham... ʹ ele disse sorrindo para mim ʹ a única paisagem linda aqui é a
que eu estou vendo ʹ ele disse me acariciando. Não pude deixar de ficar sem graça
com isso.

- Tony... ʹ eu disse olhando para seu belo rosto. ʹ Porque faz isso? Eu sei que não sou
bonita nem nada e...

- e... Você não sabe do que está falando. E provavelmente não se enxerga. É tão
modesta! O que faz tudo ser ainda mais atraente...

Sorri suavemente quando ele pegou uma margarida branca e colocou em meu cabelo.

- Conheci Rose hoje ʹ comentei devagar ʹ ela é bem legal. Ela e Lucas... Tem alguma
coisa?

- porque quer saber, Anna? ʹ ele perguntou respirando pesadamente ʹ eu não sei,
porque não é da minha conta... ʹ ele disse impaciente

- Também não é da minha, eu sei! Mas eu só queria saber, porque ela está preocupada
com o sumiço dele. Só gostaria de saber ele está...

- Porque está preocupada com ele? Lucas não é um bebe e sabe se virar!

- EU SEI! ʹ dessa vez eu estava impaciente ʹ sei disso! Só estou falando que ROSE está
preocupada. Porque não gosta que eu fale dele?

- Porque ele é um traidor. Está aqui porque quer e só estraga tudo... Como eu disse,
ele não é nenhum santo, e sugiro que tome cuidado com ele! Entendeu Srta. Marry?

- Me chame apenas de Anna, ok? ʹ sussurrei olhando para o céu. Sentia-me


incomodada quando ele dizia essas coisas...

- Ok Anna! ʹ ele pegou minhas mãos e as beijou novamenteʹ Já disse que adoro beijar
suas mãos?

- Não disse, já que nos conhecemos ontem!

- Mas eu te conheço a mais tempo que imagina , meu bem... É como se fosse uma
eternidade!
- Ah é? ʹ perguntei interessada, e me deitei na toalha, ao seu lado. ʹ Hum... Isso é
interessante... Acho que já está na hora de me dizer como... Pode começar com essa
história de que eu sou diferente!

- Bem, é claro que eu realmente não menti em nada que disse. Conheço-te faz dois
meses. Ando te observando muito. Tenho um interesse muito grande nisso. A primeira
vez que te vi, estava caminhando na rua, e eu te vi. Fiquei encantado com você, e
resolvi que deveria saber. Aí que começou tudo isso... Mas acalme-se, eu vou te contar
tudo que precisa saber. Na hora certa!

- está bem... ʹ eu disse com um nó no cérebro. Ele me espionava? E da onde que eu


era diferente? Isso era ridículo!

- Sei que não está entendendo nada, mas já vai! ʹ ele riu e me levantou da toalha.
Sentamos a beira do rio enquanto ele jogava água na grama.

Eu via meu reflexo nítido, mas nem tanto, no rio , enquanto olhava de lado e vi o
reflexo dele todo embaçado e espalhado.

- Essa é as nossas diferenças. Seu reflexo não é perfeito, mas chega a ser melhor que o
meu. Apesar de não sermos totalmente iguais, somos do mesmo tipo de sangue.
Entende agora?

- Na verdade não eu ainda não consegui. ʹ Resmunguei

- Ah, tudo bem. Acho que já é o bastante de conhecimento po r hoje!

- ta bem... ʹ murmurei e então me levantei ʹ acho que já está na nossa hora. Obrigada
Tony, esse lugar é incrível!

- Tem que ir já? ʹ ele sussurrou e eu assenti

- nos vemos depois. Tenho mesmo que falar com ele... ʹ eu disse, então acenei e corri
de volta ao castelo.
Andei até meu quarto e antes de entrar, olhei para todos os outros. 6 quartos com
portas negras e fendas douradas. No fundo do corredor tinha um quarto dizendo: não
abra! Acho que foi por isso que entrei...

O quarto estava escuro, mas se via uma cortina vermelha. Bati meu pé em uma
madeira e resmunguei na mesma hora.

- Dá para fazer menos barulho? ʹ a voz de Lucas sussurrou. Suspirei e fui até a cortina
vermelha que era a qual ele parecia estar encostado, e então vi o seu rosto.

Era o único lugar que se iluminava. Estava mais pálido do que nunca. Seus olhos azuis
intensos se destacavam e encontrei sua mão gelada. ʹ O que está fazendo aqui?

- O que você está fazendo aqui a essa hora do dia? Rose está preocupada. Ela não te
merece, é boa demais... ʹ disse um pouco alto.

- Eu sei disso. ʹ Ele rosnou ʹ o que eu fiz agora? Ou melhor, o que acha que eu fiz?

- NÃO BANQUE O IDIOTA! VOCÊ ME ARRASTOU A ESSE CASTELO, E AINDA ACUSOU


TONY DE TER ME MANDADO AQUI! FEZ ISSO POR SÍ MESMO SEU GRANDE
MENTIROSO! ʹ o empurrei rispidamente até a parede

- Você não sabe de nada! É apenas uma moçinha tola... ʹ Ele resmungou

- Se acha isso, não deveria ter me trazido até aqui! ʹ eu disse com repugnância. ʹ Achei
que podia contar com você, mas eu me precipitei!

- Tem razão porque não devia confiar em ninguém daqui! Leva apenas alguns dias p ara
se descobrir isso... Agora se não se importa saia do meu quarto!

- Realmente não me importo nem um pouco. Adeus! - então sai do quarto com a
mesma rapidez que entrei.

Corri para meu quarto e o tranquei. Desabei em minha cama. De repente senti frio.
Encolhi-me sobre as cobertas. Percebi que a cômoda ao lado da cama, dentro da
gaveta, continha um telefone. Resolvi que checar as mensagens não seria nada mal...

Logo uma mensagem da minha mãe me sobressaltou

- Anna, Anna! Onde está? Diga-me agora! Não me deixe mais preocupada! Anna, por
favor, na casa de uma amiga? Volte já para casa!

Resolvi que ligar seria melhor.

- Alo? ʹ ela perguntou e eu suspirei

- Mãe... Sou eu!


- Anna! Onde está? ʹ minha mãe gritou

- Mãe, Calminha aí! Eu to na casa de uma amiga minha, e ela estão doente. Ela precisa
de mim, porque ela mora sozinha e não tem ninguém. Vou ficar uns dias aqui, mas
depois eu volto. É apenas uma questão de tempo.

- O que ela tem? Você está bem? Anna será que não tem como levá-la aqui?

- Não mãe, ela ta muito mal, e não sabemos o que ela tem. Não é contagioso, não se
preocupe. E sim, eu estou bem. Só tem que esperar um pouco. E ao invés de ficar se
desgastando, fique com o Derek, ele também precisa de você , ok?

- Tudo bem. Jura que não vai pegar essa doença meu bem? ʹ ela murmurou nervosa

- Sim, eu juro. Eu te amo, mãe. Beijo se cuida! ʹ então desliguei e logo depois deitei e
acabei pegando no sono.

Acordei com raios de sol atravessando a janela. Vesti minha própria roupa e desci.

Tony me esperava na mesa principal para o café da manhã

- Bom dia! ʹ ele disse sorrindo radiante

- Bom dia! ʹ eu disse e me sentei a sua frente. Ele estava ainda mais bonito hoje...

- dormiu bem?

- sim, e você? ʹ ele deu gargalhado e sacudiu a cabeça em tom de descrença

- eu não dormi. O que nunca é surpresa. É basicamente sobre isso que vamos
conversar hoje!

Não entendi nada , e apenas comi a salada de fruta no copo de plástico , mastigando
devagar. Todos pareciam loucos aqui! Não dormir?? Quem faz isso?

- Anna... Como eu disse a você: é do mesmo sangue que nós tecnicamente. Pois não
temos sangue!

- Tony você bebeu vodca demais , não acha? ʹ indaguei preocupada

- não. Não tomei.- Ele suspirou e depois de alguns minutos me encarando ele
continuou - Anna , você é diferente , é como nós. ʹ ele suspirou - Não somos
humanos!

Quando eu ia dizer algo ininteligível ele me detém com um dedo.


- Me deixe explicar. Depois você fala... ʹ ele soltou impaciente ʹ Anna deve ter
percebido nosso temperamento estranho. Nós não comemos e nem bebemos o que
vocês estão acostumados. Imagine os humanos bebendo seu próprio sangue? ʹ ele riu

Engasguei e dei um pulo na cadeira. Não conseguia acreditar no que ele estava
dizendo.

- Vocês bebem sangue? Tony o que deu em vocês todos? ʹ eu estava tão chocada que
comecei a tremer

- Anna isso é de nossa raça. De sua raça... É perfeitamente normal!

- raça?? Minha raça?? Nada disso é perfeitamente normal! ʹ eu gritei bem alto, para
que todo castelo ouvisse ʹ escute bem : eu sou humana , sim! E não bebo sangue
nenhum , graças a Deus!

- Você é híbrida. Parte humana , parte vampira. ʹ Ele disse devagar. Ignorando a minha
fala. Me levantei e acidentalmente derrubei a cadeira. Mas não estava prestando
atenção nisso. Só pensava em uma coisa : eles todos estavam completamente
maníacos.

- COMO ASSIM PARTE VAMPIRA?? VOCÊ ENLOUQUECEU DE VEZ! ʹ continuei gritando


e arfando ao mesmo tempo. Sentia tontura e enjôo. Eu não estava entendendo mais
nada do que aquele príncipe das sombras me dizia...

- Não eu não enlouqueci. ʹ Ele veio até mim e me fez sentar em uma cadeira , ao seu
lado. ʹ Nós somos completamente vampiros. Você é híbrida porque sua mãe é
humana mas seu pai foi um vampiro. Sei que parece impossível , mas na verdade nada
é impossível! Agora apenas se acalme ok? Respire fundo e pense um pouco. Não fale
nada por enquanto...

Fiz o que ele pediu. E aos poucos fui me acalmando len tamente , mas não totalmente.

Ele era um vampiro como todos os outros daqui. Mas eu era híbrida , porque meu pai
era um vampiro. Tentei encaixar isso em minha cabeça ardente mas não consegui.
Suspirei e tentei de novo. E de novo...

- Sei que é difícil. Apenas lembre-se: eu nunca vou te machucar. Nem ninguém daqui
está bem?

- hum... ʹ disse com sarcasmo ʹ vampiros ? tipo: alho e estaca no coração e essas
coisas o fazem mortal? ʹ depois ri.

- Não , é apenas mito. Anna , porque acha que eu te chamei aqui? Estou falando serio!
Mas apesar de sua promessa , eu me afastei um pouco dele. Se todos eram realmente
vampiros isso significava que Lucas também era.

- eu... Não pode ser... eu nunca gostei de sangue! ʹ minha voz tremeu ʹ então eu e
todos daqui somos em p arte... Assassinos? ʹ eu ainda não acreditava totalmente. Mas
de algum modo todo o comportamento deles , e até o meu , explicava isso.

- não. É claro que não Anna. Nós matamos animais e não humanos. Nós nos
esforçamos para sermos controlados. Nem você matara. E sim você sempre gostou de
sangue. Por isso se sentia desconfortável quando estava em uma multidão de gente.
Por causa do sangue deles! ʹ ele disse suavemente mas meu coração saiu do peito
imediatamente.

Eles bebiam sangue de animais porque eram vampiros , mas não eram vampiros ruins.
E como uma parte paternal de mim era vampira , eu também gostava de sangue. Mas
aprenderia a beber sangue de animais ʹ Foi o que ele me explicou depois. T entei
encontrar mais um lugar para meter isso em minha mente , mas mesmo com esforço,
concluí derrota.

Tudo era tão confuso e embolado que nada mais se encaixava.

Como se o mundo que eu conhecia não era mais esse mundo.

- eu... Então eu não sou completamente vampira , mas metade de mim é?

- isso. Agora entende? ʹ ele perguntou esperançoso

- eu... ʹ murmurei ʹ Eu tenho que tentar encaixar tudo isso , mas está difícil! Vou para
o meu quarto. Obrigada por me dizer a verdade! ʹ terminei com um suspiro e com o
coração saltando. Andei meio zonza até o meu quarto e o tranquei.

Quase cai no último degrau , mas me segurei no corrimão por pouco.

Sentei no chão do quarto e abracei meus joelhos. Eu batia os dentes nervosamente e


tremia.

Se isso que eles diziam era verdade então porque minha mãe nunca me contou nada
sobre isso?? Sobre meu pai...

Ou talvez nem ela soubesse direito!


Eu queria falar com ela. Queria que ela me tirasse daqui... Mas eu não a meteria nessa
confusão. Nunca!

E quem sabe todos desse castelo eram loucos? Não sabiam o que diziam?

Era a explicação mais lógica para isso.

E além do mais eu fiz minha promessa. Mesmo não sabendo nada sobre o que ele
queria dizer com especial antes. Mesmo assim eu teria que manter a promessa.

E Lucas? De alguma maneira eu sentia saudades dele. Mas depois do que ele disse , e
depois do que descobri , eu tinha que esquecê-lo completamente.

E além do mais ele era um vampiro. Talvez ele bebesse sangue de verdade... sangue
de humanos. Se isso realmente era verdade...

Essa idéia me incomodou e eu me encolhi. Não pensaria mais nele. Nem em nada que
tivesse algo a ver com toda essa loucura ! deitei em minha cama e me cobri. Fechei os
olhos com força, até dormir...

- Gostou dos waffles? ʹ perguntou Rose na outra manhã. Eu havia passado o dia
inteiro no quarto , sem querer sair...

- aham ʹ sussurrei baixinho. Ela me avaliou e depois deu uma grande risada , oque me
fez dar um pulo.

- Pareçe que Tony já te contou sobre nós... bem ʹ vinda a turma mais estranha de todo
o universo!

- ahh...- dei uma pequena risada ʹ acho melhor não. O quarteto fantástico já existe ,
vão achar que estamos copiando eles... ʹ ela sorriu

- não existe só quatro pessoas nesse castelo. E os empregados?

- existem tantos assim? ʹ perguntei curiosa

- ah , concerteza existem! ʹ ela disse e depois enrrugou a testa ʹ viu Lucas? Estou
quase morrendo de preocupação!

- vocês são namorados ou algo do tipo? ʹ perguntei rapidamente e ela me encarou


surpresa.
- Pode se dizer que sim. Nós nos amamos muito! ʹ ela sibilou com orgulho e um ar...
sim , um ar esnobe.

- eu não o vi ʹ menti receosa. Então eles tinham algo... sim , eu sabia! E essa coisa de
vampiro até que enfim explicava o jeito estranho das pessoas desse castelo. Explicava
tudo , menos o desaparecimento de Lucas. ʹ deis de quanto tempo estão juntos?

- juntos firmemente , alguns meses... mas nos conhecemos a anos , e eu sempre o


amei! ʹ ela exclamou com um brilho nos olhos. Depois ela me encarou , e su a
expressão mudou totalmente. Chegava a ser fria ʹ porque ?

- nnada. ʹ gaguejei nervosamente ʹ é só curiosidade. Vocês formam um belo casal! ʹ


disse rapidamente.

- É , eu sei disso. ʹ Ela olhou bem em meus olhos e se aproximou devagar ʹ eu já disse
a você que eu e ele nos amamos mais que tudo? E eu mataria qualquer coisa que
atrapalhasse o nosso amor? Acho que isso eu não disse! ʹ Ela deu um sorriso falso e
satisfeito com o meu perplexo. ʹ ele é meu!

- Essa frase ameaçadora é para mim ? ʹ perguntei , já com raiva ʹ bom , se for ,
suponho que não tenha muita confiança em seu relacionamento!

Ela se virou para mim e me encarou sem expressão.

- mas eu tenho. Só que você parece uma daquelas cobras que soltam veneno pela
boca, e que fazem o que fazem só para conseguir o que querem! Deve ser de
nascença! ʹ ela esclareceu sorrindo.

E então , eu não me agüentei.

- CALE ESSA BOCA! ʹ eu gritei ʹ a fama de cobra deve ser sua! E nunca mais fale da
minha família, ouviu? Da minha família , não! E não sou eu que estou ame açando uma
pessoa , só porque eu não tenho certeza se meu companheiro me ama. Isso sim é
veneno! ʹ então sai da cozinha as pressas , antes que ela diga alguma coisa que me
fizesse enlouquecer de fúria .

Antes que pudesse voar até meu quarto Tony agarrou minha cintura

- mil desculpa Anna. Vou conversar com Rose... ela não podia ter feito nada disso com
uma visita tão importante e especial como a sua!

- Tony - gemi ʹ eu não sou importante , e nem sou especial! É serio , não sou nada
disso , ta legal?

- é claro que é. Você é que não vê! Hoje será o seu treinamento... vai descobrir mais
sobre você e suas capacidades!
- um treino? ʹ perguntei com sarcasmo ʹ não sabia que estavam anunciando uma
terceira guerra mundial!

- e não estão. Você vai treinar apenas para se descobrir. Precisa fazer isso , linda! ʹ ele
disse delicadamente , oque me fez corar.

- tudo bem. Então vamos! ʹ eu disse , curiosa com oque ele pretendia me ensinar...

Nunca me senti forte , e nem rápida como os vampiros tinham que ser... me sentia
apenas uma humana , me sentia apenas eu , Anna Marry!

Mas depois do treino , Anna Marry se mostrou outra , totalmente diferente.

͞O campo de treinamento͟ de Tony , era um gramado gigantesco , e refleto de árvores


altas , e banquinhos na sombra. Era incrivel , como tudo daqui. O sol se posicionava
sob as ávores balançantes e o céu azul me deixava ainda mais hipnotisada.

- Esse lugar é bem fresco... ʹ suspirei fechando os olhos ʹ calmo...

- sim. Mas o intuito não é relaxamento ʹ ele riu ʹ você tem que treinar. E tem que
jurar para mim que , apesar de ser a coisa mais ridícula que você já fez , terá que fazer
e me obedecer em tudo. Está claro? ʹ eu apenas assenti. Percebi que ele mantinha
uma expressão satisfeita , de estar no comando. Ele gostava de comandar... ele olhou
para mim com um ar de posse , oque me incomodou. Eu odiava pessoas mandonas ,
mas entendia que Tony só queria me ajudar...

- Ótimo! ʹ ele disse e então ele se virou para um meio entre as árvores. Sua expressão
mudou e suas narinas se abriram para cheirar o aroma. Logo , eu fiz a mesma coisa , e
minha garganta pegou fogo. Ela ardia tanto que eu fiquei sem ar. Começei a passar a
mão nela , preocupada. Oque estava acontecendo?

- e lá vem... ʹ ele sussurou. Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa , já sabia do que
se tratava. Um cervo corria em direção ao sul , e bem quando ele apareceu , eu não
aguentei mais...

Não sei oque deu em mim , eu simplesmente corri a tona até o sul , mirando no
animal. Ele corria , mas eu percebia que eu também estava. As árvores passavam por
mim tão depressa , que eu estava achando que eu tinha virado o flash. Enquanto eu
literalmente voava em direção dele , percebi que minha garganta ia se estourar de
tanta dor. Aumentei o passo , que já estava totalmente ultramegasupermáximo rápido
e pulei no cervo. Mordi seu pescoço e suguei todo seu sangue. Ele corria por mim ,
quente , e eu continuava sedenta. Era muito bom , e eu não sabia como eu nunca
havia feito isso. Parecia impossível... Depois que terminei , caí no chão , horrorizada.
Essa sensação de ardência foi parecida , quando eu estava em um lugar fechado , cheio
de pessoas. Mas aqui era tipo uma floresta , aberta. Eu matei pela primeira vez... Então
, todas as dúvidas que eu tinham , sumiram.

Vampiros existem , e eu fazia parte disso!

- Parabéns! ʹ disse uma voz atrás de mim. Era Tony , para meu horror.

- não me diga que viu isso! ʹ escondi o rosto nas mãos ʹ eu sou um monstro!

- oque? ʹ ele perguntou perplexo ʹ todos nós fazemos isso. É apenas parte da
natureza... é totalmente normal , não se preocupe!

- mas... se eu já sentia sede de sangue , como não matei antes? ʹ eu ainda estava
chocada comigo mesma...

- porque você não sabia que era em parte uma vampira. E porque faz 16 anos em que
você não bebe nada... chega uma hora , em que nosso ser não aguenta. E essa hora
chegou para você. Mas não se preocupe. Agora que bebeu sangue de um animal , você
nunca vai beber o sangue de um humano. Seu organismo vai se acustumar , e você só
beberá o que é certo. Mas pode fazer uma es colha : se quiser beber sangue de animais
só quando estiver realmente necessitando, que agora vai demorar , pode fazer. E o
resto do tempo , coma e beba oque custumava , está bem ?

- Sim , eu realmente prefiro! ʹ disse rapidamente

- então , estamos combinados! ʹ ele sorriu e me levantou do chão.

Mas eu continuava nervosa e totalmente assustada.

- Tony ʹ sussurrei antes que fossemos embora

-oque? ʹ ele perguntou

- a minha mãe... ela sabia do meu pai?

- sim , ela sabia. Mas isso não interferiu o amor dela pel o seu pai ʹ ele disse
suavemente ʹ ela não se importou.

- e acha que ela se importaria comigo? Quer dizer , eu sou a filha dela...

- ahh ʹ Tony riu ʹ é claro que não. Na verdade , ela já sabe... só pelo sei jeito mistíco
de ser. Sua mãe é liberal , e quando se trata de amor , nada mais importa a ela!

Sorri alíviada. Isso é bom ʹ pensei. Então nós caminhamos de volta para casa
tranquilamente. Ok , não tão tranquilamente assim...
Enquanto eu ia andando pesadamente até o corredor , ouvi uns sons estranhos.
Pareciam de beijos abafados... Andei devagar até a porta de Lucas e escutei [ eu sabia
que isso era totalmente errado , mas ele já tinha entrado em meu espaço antes]

- Rose , não! ʹ ele murmurou ʹ é serio , por favor!

- pssiu! ʹ e mais alguns sons de beijos , o que concluiu que era tudo verdade. Apesar
de ele estar dizendo : Rose , não! , podia ser para outra coisa que eu não queria nem
pensar. Eles estavam juntos , se amavam...

Lembrei debochadamente de meus pensamentos estranhos sobre Lucas... deis de que


o conheci. Como ele me atraiu. Se eu soubesse disso antes de ter me...

Ok , peraí! Eu o conhecia a alguns dias , como é que eu poderia ter me apaixonado de


uma hora para a outra? Isso era impossivel!

Simplesmente dei um passo para trás , como todo o meu orgulho dentro de mim , e
voltei a sala principal. Tentei aparentar que nada podia me afetar , mas a verdade é
que podia. Sim , podia muito bem...

Apesar de Rose o conhecer a mais tempo e tudo mais , eu não podia evitar a magoa.
Mesmo sendo meio injusto com Lucas. Ele não tinha feito nada demais , e não me
devia explicações!

Invés de ficar me consumindo , me aproximei de Tony , que estava sentado no sofá e


sentei ao seu lado. Ele me abraçou e levou minha cabeça ao seu peito. Me c onfortei
ali , fechando os olhos. Tony estava sendo tão bom comigo , e eu devia retribuir tudo
isso , não é mesmo?

Porque é que eu não me mexia? Ou melhor , não conseguia me mexer?

- Tony ʹ sussurrei

- o que minha linda flor ? ʹ ele perguntou delicadamente

- obrigada. Por tudo que tem me ensinado... se não fosse por você , eu nunca saberia
quem eu sou de verdade. Mesmo sendo a coisa mais estranha que um dia eu poderia
imaginar... ʹ dei uma risada. Ele pegou meu queixo e aproximou meu rosto do seu. Me
puxou para mais perto dele e ficou me observando. Não tive vontade de afasta-lo.
Muito pelo contrario...

- eu amo você! ʹ ele sussurrou , e seu hálito frio e refrescante me travessou .

Isso era muito contrangedor!

- Tony... ʹ murmurei. Eu não sabia o que dizer... E o que deveria dizer em uma situação
dessas?
Antes que pudesse dizer algo ridí culo e completamente vergonhoso , ele encostou
seus lábios nos meus , suavemente. Foi um tremendo choque gelado. Fiquei paralizada
olhando dentro de seus olhos verdes. Eu não precisava de Lucas ʹ pensei. Eu tinha
Tony, apesar de não saber bem o que aquele ͞beijo͟ me causou. E pelo menos Tony
não me arrastou a esse castelo como fez Lucas , sem me deixar uma escolha.

Tony foi bom. Gentil..

Mesmo assim , me afastei de Tony antes que ele prosseguisse o beijo. Não sei o que
deu em mim , simplesmente não quis continuar. Talvez porque eu não quisesse que
ele me achasse fácil. E também porque , tinha acontecido ta ntas coisas ao mesmo
tempo hoje , que agora eu só queria poder descansar.. ..

Senti uma vontade imensa de cair em minha cama preguiçosamente e pensar em tudo
que descobri.

- eu... nossa! ʹ sibilei ʹ são tantas coisas , Tony! Eu realmente preciso de mais um
tempinho em meu quarto .

- ah , claro. Eu entendo minha querida, Anna! ʹ ele disse sorrindo ʹ pode descansar.
Vou pedir para Rose lhe trazer o jantar depois.

- Oh , não precisa! ʹ questionei

- precisa sim. E você tem que comer depois de beber sangue de um cervo , acredite.
Boa noite , Anna!

- Boa noite , Tony! ʹ eu disse e então corri para meu quarto.

Tomei um banho quente e relaxante , e depois me enfiei nas cobertas. Mesmo que eu
soubesse que não iria dormir. O telefone fez um piii e depois vi que tinha uma
mensagem a minha espera.

- Anna , quando é que vai voltar? Estou morr endo de saudades , filha. Não me assuste ,
por favor! Essa sua amiga , ela continua doente? Se ela estiver melhor , por favor ,
volte imeditamente para casa! Ou me de o endereço e eu vou aí te buscar! Anna ,
querida , você está bem ? me responda! Eu te amo...

Suspirei. Minha mãe já tinha voltado ao trabalho , e provavelmente estava muito


preocupada. Mas o que é que eu podia fazer ? eu tinha que ficar mais alguns dias ,
porque depois , teria que me virar com essa história de vampiro por conta própria ,
agora que eu sabia de tudo , o que tornava tudo mais difícil.
Então resolvi responder a mensagem da seguinte forma:

- Mãe , oi! Também estou morrendo de saudades... mas , escute. Eu estou bem , e
apesar de tudo , estou me divertindo. Estou vendo que não seguiu o meu conselho de
aproveitar ao maximo o Derek. E ela ainda não está muito bem , portanto tenho que
continuar aonde estou. Desculpe , mas ela realmente precisa de mim. Mãe , já disse
pra você não se preocupar. É serio , quando ela estiver totalmente bem , eu volto. E
mais uma vez : não é contagioso , está bem ? eu te amo muito , beijão!

É claro que eu me sentia culpada por tudo isso. Mas o que mais eu podia contar ? o
resto das opções ,era provável que ela ficasse histérica e depois chamasse a polícia. Eu
não podia simplesmente contar a ela: mãe , estou num castelo cheio de vampiros , e
eles me contaram que eu sou uma também. Tenho que ficar aqui , para aprender
coisas sobre mim mesma. BJO!

É lógico que não. E de qualquer jeito , eles de alguma forma eram al gum tipo de
amigos , e na verdade EU precisava deles para aprender coisas que eu nunca tinha
nem sequer ouvido falar.

Era muito importante , cada pequeno detalhe. O que eu faria depois que não pudesse
mais contar com a ajuda deles? Procuraria no Google??

Era irônico.

E pelo que constatei , nós não queimavamos no sol nem nada, e também não
morriamos com alho e estaca no coração. Mito!

Depois de algumas horas pensando , alguém bateu na porta.

Saltei da cama , quando lembrei o que Tony disse. Era Rose! Abri a porta devagar

- Vim trazer o seu jantar! ʹ ela resmungou impaciente , sem me olhar no rosto. Eu
entendia o que era passar por isso décadas e décadas , e de alguma forma , não queria
brigar com ela. E eu estava disposta a esquecer tudo na cozinha , até mesmo a parte
da minha família. Respire fundo , Anna!

- Obrigada Rose. ʹ sussurrei ʹ escute. Eu não quero mais brigar por besteiras.
Realmente quero esquecer tudo o que houve na cozinha , hoje de manhã. ʹ Eu disse , e
depois dei um pequeno sorriso confiant e , mas sem mostrar os dentes . Para mostrar
minha solidariedade... ʹ desculpe se te ofendi de algum modo!

Rose sorriu friamente e depois voltou a sua expressão original.

- Não foi de algum modo , mais de todos. Lembre-se que foi você quem começou , se
intrometendo em coisas de que não era chamada. Depois de eu declarar que Lucas era
meu , você ainda me chingou. Que direito acha que tem em , sua pequena
vampirinha? Acha que pode pegar Lucas de mim? HÁ HÁ HÁ , SUA PATÉTICA! ʹ ela
enfatizou o final

Fiquei uns instantes paralizada.

- Rose , do que é que está falando? Eu não quero Lucas para mim ! é disso que tem
medo? Você e ele estão namorando , e eu nunca iria me intrometer nisso , ok? Será
que dá para parar de ser completamente infantil? Para uma vampira d e quase 100
anos , essa é que é uma atitude patética! ʹ mesmo de não saber o que eu sentia a
respeito de Lucas , eu não estava me intrometendo no espaço deles!

- CALA A BOCA! Eu , infantil? Bom , melhor infantil do que fingir ser a santinha da
história , não acha? Agora , saiba que se eu pudesse , ao invés de te dar essa sopa , eu
a jogaria em sua cara , sua falsa!

- bom , e porque não joga? Fique a vontade , Rose! ʹ disse tranquilamente , enquanto
ela me fuzilava com os olhos. Depois de um minuto , bufei e bati a porta em sua cara.

Eu estava tentando ser simpática , legal. Mas quem diz que ela estava cooperando?
Quase chutei a porta . Ouvi ela batendo os pés para descendo a escada.

Revirei os olhos. Lucas realmente gostava dela? ʹ chutei a porta e encarei a parede.

Depois de comer o hamburguer , que estava muito bom na verdade , lavei o prato na
pia do banheiro [ só molhei e sequei , claro ] e como eu não tinha absulutamente
nada para fazer , peguei o prato e o levei para a cozinha . Por sorte , não tinh a
ninguém lá.

Mas antes de comemorar , ouvi um barulho e passos vindo até onde eu estava. Antes
que eu pudesse escapulir dali , um senhor de idade andava até mim. Apesar dele ter
rugas e tudo mais , ele andava como um jovem , e não parecia ter dificuldade alguma.

Ah sim , vampiro. Ele sorriu suavemente.

- Você é Anna Marry , não é ?

- sim. Sou eu mesma , e você? ʹ sorri educadamente

- eu sou Estevão Fruy ʹ ele disse e se sentou na pequena mesa ʹ sente-se por favor.
Adoraria conversar um pouco com você! ʹ então me sentei rapidamente. Ele me
encarou sem esconder nada

- então... ʹ quebrei o silencio incômodo ʹ o senhor trabalha aqui?

- sim. Eu sou , bem , pode se dizer que sou o garçom para as visitas!
- hum... ʹ murmurei ʹ muita gente vem aqui?

- sim. Bastante... e o senhor Edwigues bebe bebidas normais constantemente ʹ então


ele fez uma careta rapidamente ʹ desculpe , mas você já...

- sim , eu já sei de tudo! ʹ o tranquilizei com um pequeno sorriso

- tudo mesmo? ʹ ele perguntou devagar

- sim. Incluindo que s ou uma vampira... nossa , eu nunca tinha ouvido falar dessas
coisas de sangue de animais , sabe? pelo menos não está nas histórias!

- o que? Sangue de animais? ʹ ele perguntou confuso

- é. Oque Tony e vocês bebem. Claro que , sangue humano pode ser bem mai s
saboroso , mas no final das contas , sangue de animai é muito bom... ʹ me interrompi
para ver sua expressão ʹ você não bebe sangue de animais? ʹ me vi cochichando

- eu sim , mas... ʹ então ele rapidamente engoliu em seco e encarou suas próprias
mãos , como se não quisesse mais falar sobre isso ʹ sim , minha primeira vez também
foi ótima!

Talvez ele seja meio perturbado. ʹ pensei. Mudou de assunto tão rapidamente... Bom ,
de qualquer modo , eles sempre foram diferentes...

- é... ʹ sussurrei meio desconfiada , e acho que ele percebeu

- então... ʹ ele mordeu o lábio inferior ʹ quantos anos tem ?

- 17. Faço 18 , 13 de março ʹ disse devagar , entrando na onda dele. Ele queria mudar
de assunto , e parecia assustado e nervoso demais... ʹ bom , e você? ʹ ele sorriu um
pouco , meio alíviado

- tenho 106 anos. Não me lembro quando faço aniversário. Me transformaram quando
eu tinha 60 , por isso sou velho assim! ʹ ele sibilou ainda sorrindo

- ah , que isso! ʹ disse meio sem graça ʹ 60 não é velho! Minha vó tem 70 , e aparenta
50. ʹ Dei uma risada nervosa - Tenho saudades dela...

Ficamos um bom tempo em silencio , e aquilo me deu calafrios.

Tive que ficar olhando para as paredes , ou para a própria mesa.

- Ele... ele te obrigou a ficar aqui? ʹ ele perguntou nervoso novamente

- não. Ele não obrigou nada... Tony é muito gentil. Estou porque tenho muito que
aprender aqui. Mas só fico mais ou menos uns 5 ou 6 dias... foi o que ele me
prometeu. Acho que mais do que isso minha mãe pirava , então... ʹ eu disse
suavemente, o observando. Ele estava a cada vez mais pálido

- bom , nesse caso , acho que terá que avisar sua mãe. Porque ficará aqui mais do que
apenas 6 dias! É muito difícil sair daqui , Anna. Porque acha que eu ainda não sai?

- mas... Tony disse que me ajudaria a ir embora depois de mais ou menos uma
semana!

- desculpe , mas não posso dizer mais nada , Anna ʹ ele sussurrou , como se não
quisesse que o ouvissem

Ficamos mais uns minutos em silencio , olhando para a cozinha arejada. Aquilo estava
a cada vez mais estranho.

- acho melhor você ir para o seu quarto , Anna. Tony não iria gostar de saber que você
foi dormir tade por minha causa...

- mas que isso , Não foi por sua causa!

- sim , mas ele pode achar. Sabe como é , não é mesmo? E de qualquer jeito , amanhã
vocês vão acordar cedo , pelo que sei. Já está virando abito não é?

- na verdade , sim ʹ disse confusa ʹ boa noite , tecnicamente , senhor!

- me chame de Estevão. Boa noite , Anna! ʹ ele sorriu , e então , fui para meu quarto
em silencio.

Fiquei observando a janela por um tempo. A visão dava para a entrada do castelo , e lá
trás existia uma floresta densa e sombria . As árvores balançavam de um jeito mistíco ,
e o vento soprava e uivava de um modo assustador. As vezes se ouvia uns uivos , sons
estranhos...

Não , era tão longo que parecia impossivel sair daqui. Mas como eu disse , esperaria o
tempo certo , e depois veria no que dava.

De qualquer forma , a conversa de com Estevão me deixou extremamente assustada e


nervosa.

Ele devia saber do que falava , o que era ainda mais absurdo e horripilante. Mas eu
confiava em Tony.

Tony , que me ensinou tudo que sei...

Tony , que tem sido tão gentil e ciúmento

Tony , que tem mostrado ser um grande cavaleiro , apesar de óbvimente durão.
Eu o conhecia a alguns dias , mas já sabia que eu e ele tinhamos alguma ligação. E não
era nem de longe normal!

E o que adiantava sonhar com Lucas agora? Ele era de Rose , e não adiantava discutir
com isso!

Não dava para ficar lembrando da livraria , e o que ele me causou. Nem do restaurante
e nem dos meus sonhos...

E além do mais , ele não era quem parecia!

Rolei na cama e acabei caindo no chão. Bati minha cabeça na madeira , e olhei para ver
o que tinha embaixo da cama.

Um quadro de madeira pura , sem nada escrito.

Só depois é que percebi que estava do lado errado. Do outro lado tinha uma paisagem
igual a vista da janela desse quarto. Não era meio termo , era a mesma paisagem.

A lua , as árvores e a cor do céu. De um azulado e vermelho [ a tarde]

E do lado tinha algo escrito:

Da lua vem o céu

Do céu as estrelas

As árvores balançam

E a lua ilumina o seu sorriso

Manso e caloroso , seguido pela fonte.

Um beco sem saída , desvandando você

Li o poema-enigma cinco vezes , ligando a paisagem ás letras. Deu tudo certo. Meio
que até vi o sorriso , escondido pelo vento. O desenho era t ão lindo , tão delicado , que
eu nunca imaginaria ter sido feito a mão. Parecia quase impossivel , mas nesses
últimos dias , nada mais era.

Era como se eu conhecesse aquelas cores , aquela letra. Como se eu pudesse sentir a
mão segurando o pincel.
Senti mais calafrios nas costas e me deitei.

Dormi com o quadro em meu peito.

Em meu sonho , eu voava.

Mas não sosinha. Tony estava me segurando , para mim não cair. Dava para ver toda a
floresta neste ângulo. Deu até para ver um lobo correndo sobre a gra ma. O vento fazia
cócegas em meu rosto, tão forte que eu sorria. Era bom.

Não , não era bom. Era maravilhoso... essa sensação , de poder flutuar mais alto que as
nuvens... ah , era incrivel!

Ele me segurava tão forte , que eu nunca iria cair.

Antes que eu pudesse beija -lo de contentamento , ele de repente fez algo que eu
nunca esperaria. Encostou seus labios em meu pescoço e o mordeu.

A dor foi súbita e arrepiante e eu gemi por dentro. E depois foi tomada por prazer.

A sensação era de dar medo , mas se você apenas relaxasse , sem lutar inútilmente
contra as presas , era muito bom.

Sim , eu era em parte vampira. Mas o resto era humano , e eu tinha sangue. Ele corria
por minhas veias latejantes...

Antes que ele sugasse mais e que eu pudesse desmaiar , outro corpo me puxou de
Tony. Olhei para ver quem era , e me assustei. Lucas me segurava com ardência e
força. Apesar de ter me sentido protegida com Tony , não era comparado a ter Lucas
segurando minha cintura , até ateriçarmos. É claro que ele não encostou seus lábios
em meu pescoço , para minha tristeza. Mas eu pude senti-lo. Toca-lo...

E então chegamos ao chão. Eu estava completamente entorpecida e confusa.

Ele pegou meu rosto em suas mãos , e ficamos tão perto que eu podia sentir seu hálito
fresco. E ele sussurrou : nada é o que parece!
Acordei com o rosto em brasa , arfante.

Aquele sem dúvida era o pior e melhor sonho que eu já tive.

Foi tão real...

Eu senti o vento em meu rosto , senti meu sangue sendo drenado [ apesar de muito
pouco] senti a sucçaõ.

A doçura das mãos de Lucas , senti a confusão. O hálito dele escorregando pelo meu
pescoço...

Sentei devagar na cama , encarando o quadro em minhas mãos.

Eu não o largara um minuto sequer , e quando olhei a paisagem , o sonho vôou por
minha mente.

Estava tão entorpecida e zonza que me levantei devagar e fui até o banheiro , lavar o
rosto e a nuca. Depois escovei os dentes dístraidamente.

Visão de Lucas

Saí do banho quente , e voltei ao meu quarto. Para meu choque e desanimo total ,
Rose estava lá , esparramada pela minha cama desarrumada. Ela piscou e sorriu para
mim , tentando parecer sexy.

O fato é que ela deve ser sexy , mas para mim por muitos anos foi uma colega. Que eu
podia chamar de irmã. Depois de alguns anos , ela chega para mim com um sorriso
torto e escaldante , passa a mão pelos meus cabelos e encosta os labios nos meus.

Aí eu digo: Rose , oque é isso?

Não sabe? Eu sou louca por você deis de sempre! ʹ ela sorri ainda mais

Mas... ʹ digo sem graça ʹ pensei que fossemos apenas amigos!

Que isso! Eu te amo , Lucas!


E depois desse dia , nada mais foi o mesmo. Toda a vez que eu recusava ou me
desviava , ela fazia chantagens emocionais e dizia que não podia viver sem mim...

Depois de um certo tempo , acabei acreditando que podiamos ser algo mais . Mas isso
nunca aconteceu.

E eu percebia que ela se mordia de ciúmes por Anna. Porque? ʹ isso eu não entendo.

Ela diz que eu fico diferente quando estou com ela. E depois de que ela chegou em
meu quarto , eu fiquei totalmente dístraido e não conseguia pensar em mais nada.

Porque eu contei a ela? Porque fui tão estúpido de cair naquele papo : se não for
sincero comigo , eu morro!

E quando ela a chamava de baranga ou estúpida e eu rosnava para ela parar , ela dizia
que parecia que eu não a amava , e que eu gostava de garotas híbridas faceis e
vulneráveis. E aí eu ficava ainda mais inrritado.

E sim , ela tinha rasão. Eu não a amava!

Mas como não ficaria mais inrritado? Quer dizer , Anna nunca foi nada do que Rose
dizia. Ela era doce , simpática , gentil , ousada , cheia de vida , amor , paz e ... e bel eza
incomum...

Ela era diferente de todas as que conheci , apesar de ser apenas por 3 dias , foi como
se tivesse sido por 3 séculos. E ainda sim , estava caindo fácilmente na conversa de
Tony. Mas é claro que não totalmente.

Ela era inteligente demais para isso. E eu sei que existe uma parte dela , mesmo que
pequena , sussurrando para tomar cuidado.

Ela desconfia de mim , por a ter trazido até aqui.

Mas oque ela não sabia ʹ e nem precisava saber ʹ era que eu fiz isso para protege-la.
Algo que ela nunca iria entender ou acreditar.

Mas o fato é que Tony não era tão bom quanto ela pensava. Ele já ficou com tantas...
apesar de eu saber que ele queria algo serio com a encantadora Anna Marry.

Mas antes de conhece-la , ele iria mata-la se eu não a trouxe-se. Apenas para me
castigar de algo que eu não tinha escolhas. Mas depois de conhece -la , ele sabia que
era em vão. Seu coração negro e frio palpitou e a desejou. Coisa que nunca tinha
acontecido , pois ele matou todas as outras que recusei a trazer...
E mesmo que eu trouxesse , não seria o mesmo. Anna era especial de todas as
maneiras...

Voltei a realidade e encarei Rose.

- Rose , oque está fazendo aqui? ʹ perguntei friamente. Eu já tão estava tão cansado!

- estava esperando o meu amado ʹ ela sorriu e lambeu os lábios

- hum... ʹ murmurei sem expressão ʹ eu vou caçar agora...

- ok. Eu vou com você! e depois podemos ficar sosinhos , nessa cama quente e fo fa...

- Rose , não precisa fazer isso. Eu vou e volto , e depois podemos assistir algum filme
ou algo assim...

- não! ʹ ela chomingou e se levantou rapidamente , como uma vampira felina ʹ não!
faz 6 meses que nós namoramos , e você nunca se ligou a mim de verdade. Sabe oque
quero dizer! Eu quero você... de todas as maneiras possiveis! ʹ ela sussurrou e se
agarrou a meu pescoço. ʹ Fique aqui , comigo. Depois você caça , e eu vou com você! e
não tente me impedir , meu amor... ʹ e então ela amassou seus labios contra os meus ,
me puxando mais para ela. ʹ Lembra de ante-ontem? Você já não quis nada , e agora
não tem escapatoria , ouviu? ʹ ela cochichou. E antes que ela pudesse me beijar de
novo , eu a empurrei para a cama. E quando me virei para a porta , ela me agarrou por
trás e me beijou fortemente.

Ela não desistia. E oque é que eu iria fazer? Não queria machuca -la...

Ela me empurrou para a cama e subiu em mim. Ela planejava tirar a blusa , mas eu a
impedi. Segurei seu pulso e balançei a cabeça negativamente.

- Não... ʹ sussurrei e a coloquei deitada na cama. Indireitei minha blusa e sai porta a
fora rapidamente.

Suspirei de alívio por poder sair daquele quarto sufocante , que se tornara nosso .

Rose tinha seu próprio quarto , mas insistia que gostava mais do meu , e que queria
ficar ao meu lado a noite toda.

Mas como não podiamos dormir , por nossa infinita condenação , que ela amava , ou
escutavamos música , ou assistiamos tv , ou liamos , ou eu não ficava em meu quarto a
noite.

Ok , a quem eu quero enganar? Mesmo que fizessemos qualquer uma dessas coisas ,
ela sempre dava a volta por cima e me agarrava. E quando eu fugia dela , nós
brincavamos de esconde- esconde antes que ela sentisse minha ͚͛ falta͛͛
Nesses últimos meses eu não conseguia viver em paz . Só quando Tony me dava uma
missão.

Tony se alegrava com o meu sofrimento , e ele adorava que Rose não me deixasse em
paz. Sempre foi assim...

e não posso sair desse inferno de castelo a anos. Estou preso aqui a mais tempo do
que qualquer um imagina. Rose veio dois anos depois de mim...

e como eu disse , antes ela não demonstrava afeto e nem nada disso. Eramos apenas
colegas e nada mais...

Bom , colegas tanto quanto um vampiro pode ter um , é c laro.

Antes que eu entrasse na sala , Tony me parou. Ele usava uma expressão sarcastica e
seria ao mesmo tempo.

- E aí , Lucas? Rose está bem ?

- sim , ela está muito bem. Obrigada pela preocupação! ʹ e me desviei dele e pulei da
janela. Ele fez o mesmo...

- De nada. Eu e Anna estamos muito bem , também. Essa é para ficar , pode ter
certeza, Lucas. ʹ ele disse , olhando para as árvores balançantes e os rastros de
animais fugitivos. ʹ Só não consigo acreditar que tenha a trazido sem lhe dar uma
escolha. Não consigo acreditar! ʹ ele deu um sorriso irónico.

O encarei com fúria e rosnei. Pulei para cima dele e o derrubei no chão , apertando
seus braços para dentro da terra.

- Seu filho da mãe! ʹ gritei ʹ acha divertido brincar com a mente dos outros , é? ʹ
grunhi. Antes que desse um soco em seu cérebro , ele me empurrou ao chão e
amassou meu rosto na grama. Deu um soco em minha boca e riu furtivamente

- acha que pode comigo , não é mesmo? ʹ ele ia me dar outro soco , quando dei um
chute em seu estomago e ele apenas se levantou com todo seu orgulho esparramado.

- Nunca mais me toque , está ouvindo? Dá proxima , eu acabo com você em migalhas ,
seu podre! ʹ ele disse mostrando os dentes ʹ só não o faço , pois tenho que ver Anna ,
limpo.

- não importa. ʹ disse asperamente - nada mais importa!

Ele apenas continuou com sua expressão fria e inrrelevante e pulou para a janela.

Antes que alguém me seguisse , entrei na floresta.


Visão de Anna

Senti uma vontade imensa em ir a floresta depois do café da manhã. O dia estava
lindo e ensolarado , e eu só queria aproveitar ao maximo...

Então coloquei uma um shorts jeans , uma blusa com alça preta florida e tennis
esportivo. Tudo isso encontrei no v elho guarda roupa. Oque me levava a imaginar que
as outras garotas faziam as mesmas coisas que eu.

Desci devagar , e entrei na cozinha. Rose estava com uma blusa vermelha de manga
comprida e decotada. Calças jeans escuras e salto alto preto. Ela colocou seus cabelos
loiros avermelhados no ombro e continuou a fazer o que estava fazendo. Tradução:
me desprezando.

Quando ela colocou os ovos na mesa , sussurrei um : obrigado.

Quando terminei de comer , e ela ia pegar os pratos sem olhar para mim e se afastar
com nojo ,eu coloquei as mãos no prato.

- Eu lavo , obrigada. ʹ Murmurei. Ela encarou a mesa e deu de ombros.

- Tanto faz... ʹ e saiu da cozinha rapidamente. Peguei os pratos e os lavei. Enquanto a


água ia escorrendo , ouvi um grunhido na floresta. Acabei dando um pulo e antes que
o copo caisse , coloquei no ármario.

Me apoie na pia e coloquei a mão na testa. Que dor de cabeça!

Eu precisava sair daqui , agora. A qualquer minuto Rose chegaria com seu ar esnobe e
estúpido e eu teria que sair de qualquer jeito.

Abri a porta da frente e corri para o mesmo campo que caçei. Entrei na floresta e
suspirei. Aquele aroma era tão bom... sílvestre... de certa forma era um tanto quanto
um aroma verde.

Corri por todo lugar ʹ sorrindo comigo mesma. Inalei várias vezes o ar e acabei
arfando.

Eu conhecia aquele cheiro...

Lucas!

Mordi os labios e me virei para todos os lados. O cheiro prevaleceu a esquerda e corri
desesperadamente até lá.
Sim , ele estava lá. E sim , ele sentiu meu cheiro. Ficou paralizado e só depois de um
minuto [ que eu estava contando quase sem folego] ele se virou para mim , com os
olhos derretendo sobre os meus...

Quando os vi , minhas pernas amoleceram e eu tive que engolir mais ar.

Me lembrei como me senti na livraria , no restaurante , e no pri meiro dia em que


ficamos no mesmo quarto...

Isso aconteceria todas as vezes? E se fosse ? bom , eu iria me acustumar.

Ele apenas me olhou suavemente e eu retriubui. Ele parecia me analisar , o que fez o
meu coração disparar loucamente. Ele continuava pacífico.

Antes que eu pudesse correr para os seus braços , me lembrei do que ele fez. O que é
que eu estava pensando? Anna , você está louca?? É a única explicação concreta para
o que você acabou de fazer!

Este cara te arrastou até aqui , sem te dar sequer uma escolha. Acorde!

E lembre-se: ele tem uma namorada! ʹ O que é que deu em você???

- Oi ʹ ele murmurou e deu um sorriso ironico , daqueles que pára um coração.

- hum... oi ʹ sussurrei e desviei meu olhar para uma árvore ʹ o que foi o melhor que
encontrei.

- tudo bem? ʹ ele perguntou devagar , ainda me encarando com aqueles olhos azuis...

- sim. E você? ʹ de repente acabei cedendo e olhando dentro daqueles olho s. Cometi
um erro muito grande e...

Agora não poderia mais sair de lá!

- eu vou muito bem. E aí , Tony já a convenceu? ʹ continuava zonza e demorei para


responder

- convencer do que?

- que ele é a vítima da história. Não esquenta , ele sempre consegue! ʹ então ele deu
mais um sorriso falso e um dar de ombros , o que me deixou aos nervos.

- PÁRA! Chega! Será que dá para parar de sorrir e me olhar assim? É serio , você não
consegue? ʹ grunhi

- mas... ʹ ele riu ʹ o que é que estou fazendo? Anna , eu não fiz nada! ʹ mais risos
- ah não. Imagina... sim , você é o coitadinho aqui , não é mesmo? E não , To ny não
tem que provar nada para mim!

Sua expressão mudou repentinamente.

- Ah , e eu tenho? ʹ ele mostrou impaciência. Levantou uma sombrancelha e cruzou os


braços.

- Não! eu não pedi para você fazer nada... Porque é que insiste com isso?

- quer saber? Nem eu sei. E acho que nunca vou descobrir! Não sei porque insisto me
aproximar de você! ʹ então ele se foi. Rapidamente , eu nem tive chance de olhar
novamente dentro daqueles olhos novamente...

O que Fo assustadoramente deprimente.

Sentei na sombra de uma árvore e abraçei meus joelhos.

Não adiantava ir atrás dele. Mas e porque é que eu faria isso , afinal? Eu andava tão
doida ultimamente.

Resolvi que ficar aqui por um tempo , seria uma boa maneira de me livrar de
pensamentos importunos.

~~~~~~

Abri os olhos e para minha surpresa , estava em meu quarto.

Senti uma dor de cabeça águda e pisquei rapidamente , para ver se não estava
sonhando. Eu não lembrava de ninguém ter me trazido até aqui. ..

Ou... talvez sim.

Talvez a coisa macia e fria eram braços. E o vento em meu rosto era porque estavam
correndo comigo pela floresta.

E me lembro de ter batido a cabeça em um lugar duro a áspero. Mas estava tão mole
que nem consegui dar atenção a isso.
Me levantei devagar e me espreguiçei. A dor de cabeça continuava , e eu só queria
saber quem teria me trazido até aqui...

Provavelmente forá Tony. Mas ele não iria a floresta hoje , foi o que ele disse. E foi por
isso que eu fui...

Queria ficar sosinha. Apesar de que , lá no fundo eu sabia que quando Lucas me deixou
na floresta , me senti vazia. Como nunca havia me sentido...

Eu sentia falta de minha mãe. Tanto que dóia. Mas eu não podia ir embora agora.

Desci até o primeiro andar , e encontrei Tony me esperando ao pé da escada. Ele


mantinha uma expressão seria.

- Estava no parque? ʹ ele perguntou relutante

- hum... sim. Eu estive. Desculpe , mas eu tinha que refrescar a mente , sabe como é.
Mas eu voltei logo...

- você dormiu... no parque. Não voltou logo! ʹ ele soltou e se aproximou de mim ,
segurando meus ombros ʹ lá é um lugar perigoso , Anna. Não quero mais ver você lá
sem mim!

- eu sei me proteger , Tony! Sou metade vampira , lembra? ʹ disse , inrritada. ʹ E foi
você quem me levou para o meu quarto?

Ele apenas me encarou por algum tempo. Não consegui identificar seus sentimentos, e
antes que tivesse chance ele quebrou o silencio

- Venha! ʹ e então ele virou o rosto e me conduziu até a sala principal. A sala em que
estavamos quando eu o conheci. Lembro qu e senti calor com sua presença.

Ele irradiava calor , e sempre me deixava corada. Cedi a ele tão facilmente aquela
noite...

- sente-se - disse gentilmente. Então eu me sentei ao mesmo tempo que ele , na


mesma rapidez.

Ele mantinha um sorriso e uma expressão orgulhosa.

- Está melhorando cada vez mais. Não sabe como eu fico satisfeito com tudo isso ,
Anna. ʹ ele disse e bebeu o conteúdo vermelho da taça de cristal.

O cheiro era ótimo e inebriante. Fazia minha garganta pegar fogo...

- sangue ʹ murmurei olhando para o líquido.


- sangue com vodca. Parece nojento , mas tudo que envolve sangue só tem um
adjetivo. Prazer! - ele sussurrou e bebeu mais ʹ você fez uma escolha , e tem que
segui-la. Pedi para Estevão fazer um sanduiche para você!

- Tony... ʹ disse devagar , dessa vez olhando em seus olhos ʹ isso é sangue de animal?

Ele retríbuiu o olhar e sorriu.

- Porque está me perguntando isso? É claro que é! ʹ ele disse ainda sorrindo ʹ sabe
que eu não bebo outra coisa... está d esconfiando de mim , Anna?

Afundei na cadeira na mesma hora em que aquelas palavras foram ditas.

Eu desconfiava dele?

Era isso? ʹ como eu poderia?

Eu estava desconfiando da pessoa que me ensinou sobre mim mesma! Algo que eu
deveria agradecer sempre...

Eu devia isso a ele , não devia? Desconfiança era o nome daquele sentimento?

- É claro que não. É só porque , não sei. Esse sangue parece mais vivo , intenso. Mas eu
sei que não é. Confio em você!

Ele apenas assentiu devagar , e desviou seu olhar para a taça. depois mergulhou uma
colher no líquido.

Antes que eu pudesse voar sobre o copo e beber até o fim , comi o sanduíche devagar ,
que estava sobre a mesa. Como tudo daqui , estava delicioso!

- As vezes eu penso em como apenas um líquido vermelho pode nos lev ar a loucura. A
extanse total... até quando bebem o nosso sangue. É claro que não pode beber até o
final...

- o que acontece se beberem do meu sangue? ʹ soltei a pergunta que nunca deveria
ter soltado. Mas sabia que não iria me arrepender.

- Nada. Nem se beber até o final. Seu sangue é diferente e mais saboroso , se quer
saber. E ele trabalha mais rápido. Isso quer dizer que enquanto chupam seu sangue ,
ele é reposto rapidamente para as veias. ʹ ele disse devagar

Eu sabia que ele dizia a verdade. Conhecia o bastante do corpo humano para saber
que uma pessoa como eu , tem mais sangue do que humanos.

- Parece que já teve experiências como essas ʹ ele argumentou , em um tom ciú mento
e magoado. Sorri para ele delicadamente , e coloquei uma mexa de cabelo atrás da
orelha.
- Na verdade sim ʹ disse a verdade. Do que adiantaria mentir a ele? ʹ com você , em
um sonho.

- Ah , é ? ʹ ele se levantou e andou até mim mais rápido que um morcego . Pegou
minhas mãos e as beijou. Então ele agarrou minha cintura e me puxou pa ra si. Senti
minhas bochechas ficarem rosadas. Estava nervosa , e eu sabia que não seria igual ao
sonho. ʹ quer repetir?

E antes que eu respondesse , ele atacou como uma cobra.

Mordeu meu pescoço , e de súbito choque , dei um pequeno pulo. Mas não o afaste i ,
porque logo depois da dor repentina e intrusa , veio a felicidade.

O prazer. Sorri comigo mesma e fechei os olhos devagar...

Sim , estava mil vezes melhor que o sonho. Mais real...

A sensação de liberdade . A sucção vinha e eu encostava a cabeça em seu ombro ,


devagar. Me sentia mais viva , e bem mais leve . Era ótimo...

Como é que não descobri isso antes?

Sentia Tony ouvir meus pensamentos , completamente satisfeito. Ele bebia com
desejo...

E então ouvi passos leves e rápidos vindo até a sala principal. Acordei rapidamente e o
afastei de meu pescoço. Indireitei a blusa e vi aquela sua expressão satisfeita.

- Oh , Anna... ʹ ele sussurrou e lambeu os lábios ʹ seu sangue é...

Nós não devíamos ter feito isso ʹ e eu sabia muito bem. Era uma sensação muito
íntima , e não parecia certo fazer com qualquer pessoa.

Mas afinal de contas , Tony não era qualquer pessoa. Ele era simplesmente... Tony!

- Tony , não deveríamos... ʹ sussurrei e ele colocou um dedo em meus lábios.

- E porque não deveríamos? Nos conhecemos há um bom tempo , e eu te conheço a


mais tempo que imagina , portando sim, Deveriamos!

Não quis discutir , então apenas subi as escadas e voltei ao meu quarto.
Acordei com o sol batendo em meu rosto. As cortinas estavam abertas deis de ontem a
noite , que quase dormi apoiada na janela.

Levei mechas de cabelo a orelha e bocejei. Me levantei devagar e me espreguiçei


sonolentamente. Fui até o banheiro e arfei.

Em meu pescoço pálido e fino , existiam duas presas afiadas. Mas a resistencia de
minha pele era diferente , portanto a cicatriz iria sumir amanhã de manhã. Já estava
meio apagada , na verdade.

E eu ainda sentia aquela sensação , e quando lembrava tinha que me apoiar ainda mais
na bancada. Era surpreendente de como aquilo tudo me afetava não apenas
fisícamente como mentalmente , e eu tinha certeza de que aquilo não saíria de minha
cabeça tão facilmente.

Me encostei no box de vidro e mordi os labios quan do relembrei de minha infância,


cruzando os braços,.

Ela foi divertida e fácil , mas na escola era desconfortável todos os dias. Eu tinhas
Jessica , e graças a Deus ela nunca fez minha garganta queimar. O sangue dela devia
ser diferente , pelo visto.
E eu lembro de meus poucos machucados. Eu nunca fui desas trada , mas as vezes
acabava acontecendo alguns desastres. E as cicatrizes sempre sumiam rápido. Tão
rápido que as vezes eu nem percebia.

Lembro-me muito bem do incidente da bicicleta , da árvore , do skate [ eu era bem


ousada , e continuo a ser] da pranch a e do caco de vidro.

Esses foram os únicos machucados que tive deis de bebe até pré adolescente. Agora
eu tinha 17 anos , e nada mais aconteceu. ʹ e eu só podia agradeçer!

Lavei o rosto e escovei os dentes. Depois escovei meus cabelos ʹ que estava
levemente ondulados hoje. Enquanto a escova deslizava nas ondas de meus cabelos
castanhos , eu fechava os olhos , lembrando de meu pai.

Ele escovava meus cabelos exatamente assim . Devagar e lentamente , cuidando para
não me machucar. Eu e mamãe sofremos muito com sua morte, e ainda sofriamos.

Ele era um homem muito bom. Um pai e um ótimo companheiro...

Ainda me lembro daquela noite.

Eu e mamãe estavamos assistindo tv , esperando ele chegar do trabalho. Minha mãe


chegava uma hora mais cedo que ele , todo dia. E ele estava demorando demais...
Enquanto eu comia biscoitos com gotas de chocolate , ela bebia seu café muito
devagar. Como se pressentisse algo. Ela estava com uma expressão tremendamente
preocupada e anciosa. Não parava de olhar para a porta , a cada cinco minutos. Foi
mais ou menos a essa hora em que o telefone tocou. Ela deu um pulo e correu para o
telefone. Segui ela rapidamente.

Enquanto um homem falava com ela apressadamente no telefone , sua expressão


mudava a toda hora. Sua última expressão foi de perda e desespero. Ela olhou para
mim com os olhos cheios de lágrimas e não disse uma palavra no telefone. O homem
desligou , e ela ficou encarando o telefone . As lágrimas pingavam e eu já sabia o que
tinha acontecido. Lágrimas rapidamente brotaram em meus olhos e eu me agarrei a
ela. Ela afagou meu cabelo , mas eu continuava a chorar. Não conseguia parar de
repetir: eu quero meu pai! Eu quero o meu papai!

Foi o pior dia de minha vida. Depois disso , eu corri para fora , antes que minha mãe
me alcançasse. Estava chovendo muito , e eu corri para o gramado e olhei para o céu
estrelado , chorando. Eu tinha 8 anos , e já entendia a dor da perda.
Pisquei entre as lágrimas que se acumularam ali , voltando a realidade. Sequei meus
olhos com uma toalha branca. Agora eu sabia que não forá acidente nenhum.

O único jeito dele morrer , era com uma luta contra outro vampiro...

Antes que eu pudesse chorar mais , sai do banheiro e bati a porta atrás de mim...

Resolvi vestir uma blusa de renda , branca e uma calça jean s preta e meu all star
vermelho que eu trouxe.

Depois desci as escadas , decidida a não chorar mais.

Para minha enorme surpresa , Lucas e Rose estavam sentados no sofá. Rose em seu
colo , afagando seu cabelo , e ele com uma expressão seria , encarando o chão. Mas
apartir do momento em que desci o primeiro andar da escada , sua atenção se voltou
para mim. Ele mordeu o lábio superior enquanto eu corava , olhando para o chão.

- Bom dia! ʹ disse Tony , que nem sei da onde veio. Agarrou minha cintura e beijou
meu pescoço. Oque me deixou ainda mais sem graça. A cicatriz ficou a mostra e Lucas
arregalou os olhos. Logo depois fuzilou Tony com seus olhos azuis intenso.

- Dormiu bem ? - ele indagou , beijando minhas mãos

- er... sim ʹ murmurei , olhando diretamente para Lucas. Rose o beijou com força , e
ele não a afastou.

- Que bom. Está com fome?

- na verdade , não.

- Ah , mas é melhor comer. Ouvi dizer que é a refeição mais importante do dia.

- Nossa , vejo que está se esforçando ʹ dei uma risada e Lucas também. Rose deu um
tapa em seu braço , sem olhar para mim. Depois beijou seus lábios fortemente. E por
alguma rasão , ele não interrompeu o beijo novamente. Só depois , de muito custo.
Mas eu estava olhando para Tony. Era meio estranho e completamente desconfortável
ve-los se beijando e se acariciando. Não que eu estivesse com ciúme ou algo assim!

- Bom , venha! ʹ ele disse , me guiando até a cozinha. Dei uma olhada rápida em Lucas,
que me encarava. ʹ Coma e depois me encontre na bibilhoteca , no terceiro andar ,
última porta. ʹ e ele saiu.

Então comi rapidamente os ovos [ que estavam muito bons] e tomei em duas goladas
o suco , e depois corri para a sala , para agradeçer Rose. Mas eles não estavam mais lá.
Então subi até o terceiro andar e fui até a última porta.

Visão de Lucas

Rose sentou em meu colo , antes que eu pudesse discordar , e amassou seus lábios
contra os meus. Eu queria afasta-la , mas estava magoado e cansado demais para isso.
Tony a tinha a seus pés , para sempre.

De que adiantava lutar , afinal??

Passou as mãos por meus cabelos emaranhados , e me beijou com um profundo amor.

Pegou meu rosto nas mãos e sorriu ʹ triunfante.

- Eu sabia que sentia algo por mim. Sabia! É mais que óbvio. .. ʹ disse ela com um olhar
esnobe. Depois de uns minutos me beijando e me abraçando , Senti o aroma natural
de Anna. Ela desceu graciosamente da escada , com um ar inocente e lindo. Ela não
sabia que era perfeita? Lançou seus olhos castanhos para os meus , e corou. Uma cor
deliciosa e meiga. Tive que me segurar em Rose para não correr até aquele anjo.

Foi aí que Tony a tomou pela cintura , e ela se assustou levemente.

- Bom dia! ʹ ele soltou animado , e beijou seu pescoço fortemente. Quase tive um
enfarte quando vi duas cicatrizes bem no local em que ele beijou. Do eu mentalmente e
fisícamente ver ele fazer aquilo que deis de que a conheci , sempre desejei. Fuzilei ele
com os olhos , por tirar -lhe seu precioso sangue. Eu podia mata-lo só por ter encostado
nela. Mas em sua frente? Aí é que ela me matava...

E ela parecia realmente gostar dele , e nem de longe parecia estar infeliz por ter o
sangue drenado. Jamais suportaria magoar aquele anjo.

- Dormiu bem? ʹ ele perguntou e então beijou suas mãos com desejo. Arranhei a
garganta e me segurei com força no sofá.

- er... sim ʹ ela disse delicadamente. Graças a Deus , Rose me beijou e empurrou seu
corpo para o meu. Não vi necessidade de afasta-la de meu corpo. Segurei suas cintura
e retríbui o beijo , amargamente. Só depois ela me soltou , mas continuou a ficar me
segurando , e mordiscando minha orelha.

- Que bom , está com fome?

- na verdade não ʹ ela disse , e deu uma olhada rápida para mim , que se eu fosse
humano , teria me deixado sem folego e parado meu coração.

- Ah , mas é melhor comer. Ouvi dizer que é a refeição mais importante do dia.
- Nossa , vejo que está se esforçando ʹ dei uma risada ao mesmo tempo que ela deu.
Rose olhou para mim e deu um tapa em meu braço. Depois me sufocou ʹ
tecnicamente- com outro beijo. Dessa vez foi mais longo , e mais uma vez , não quis
afasta-la de mim. Anna e Tony estavam juntos e pareciam felizes. Do que adiantava
interromper um beijo de Rose? Só depois nos separamos , e vi que Anna olhava para
Tony. Ela nem se virou uma vez sequer, como se estivesse imcomodada.

- Bom , venha! ʹ ele a guiou até a cozinha. Antes de entrar e Tony a arrastar
completamente , ela olhou lá dentro de meus olhos , e eu senti calor. Mas do que
qualquer vez , senti muito calor com seu olhar.

Então ela se foi , e Rose continuou me beijando. Tony saiu da cozinha e Rose sussurrou
em meu ouvido : vamos para o quarto!

E antes que eu voltasse ao meu mundo e pudesse discordar , nós já estavamos no


quarto.

- Rose , oque é isso? ʹ soltei , já inrritado ʹ hoje não!

- todo dia é hoje não! ah , vamos lá Lucas! ʹ ela disse , mordendo meus lábios. A
empurrei com força até a parede.

- Chega! Já estou cansado disso... ʹ disse abrindo a porta do quarto. ʹ Esse é o meu
quarto , portanto saia!

- não , eu não vou sair! ʹ ela gritou , me olhando com fúria

- AGORA! ʹ gritei e a peguei pelo pulso e a levei até o corredor tão rápidamente que
não foi nem um segundo , depois fechei e tranquei a porta na cara dela.

Deitei na cama e suspirei. A única coisa que fiz foi encarar a parede.

Visão de Tony

Sentei na cadeira de balanço, em frente á lareira.

Esperava Anna , e sua presença calorosa , mas quente que o fogo. Olhei para os
retratos da bibilhoteca , com apenas uma coisa em mente.

Anna e seu sangue saboroso e delicioso. O melhor que já provei. Extanse total...

Fechei os olhos só de pensar em seu pescoço pálido e fino , e suas veias repletas de
sangue puro. É claro que eu nunca ousaria machuca-la , apesar de esse não ser meu
feítio. E nem nunca foi...
Mas ela era diferente. Perfeita e única...

Nada se comparava aquela perfeição. Ela sempre me seduzia a ir mais longe do que eu
podia , sempre a me fazer sorrir e estar pronto para fazer o que ela quiser.

Menos é claro , deixa-la ir embora. Eu não podia me permitir perde -la.

Ela era minha , apenas minha. E Lucas nada poderia fazer contra isso!

Foi nesse momento que capitei seu doce aroma subindo as escadas. Ela correu mais
rápida do que o vento até aonde eu estava.

- Estou orgulhoso de você! ʹ sussurrei e ela sorriu na mesma hora. Todo seu encanto
foi espalhado por mim , e sua doçura encheu meu peito frio.

- Obrigado! ʹ ela disse e se sentou no outro sofá , a minha frente e cruzou as pernas. ʹ
E então , estamos aqui porque...? ʹ soou como uma pergunta curiosa

- Bom... na verdade eu só queria conversar com você! ʹ disse sorrindo abertamente ʹ


adoro ouvi-la!

- Até quando eu não tenho absulutamente nada para dizer? Nossa , isso é estranho, já
que na maioria das vezes , isso acontece ʹ ela riu e eu não pude deixar de rir com ela.

- pois é , estranho não é? Mas acho que não é só comigo! ʹ disse , pensando em Lucas.
Mas eu não ousaria tocar no assunto. Ela sempre teve algum tipo de atração por
aquele desgraçado bondoso e infeliz.

Alguém estava levando vantagem agora , hein?

- O que? ʹ ela perguntou , com um ar de confusão.

- Ahh ʹ soltei meio sem graça ʹ aposto que tem mais gente que gosta de ouvi-la. Sabe ,
suas conversas sempre tomam um rumo interessantíssimo.

- Pare de ser puxa ʹ saco e me diga quem é! ʹ ela já desconfiava , é claro.

- Não estou sendo puxa- saco , meu amor. Eu não sei os nomes , mas na sua escola , eu
percebia que eles tinham um imenso interesse por você! ʹ e isso era verdade. Anna
sempre achou que era a rejeitada no colégio , mas isso era uma completa mentira. Os
garotos de seu colégio a adimiravam deis de que ela entrava na sala , mas eram meio
tímidos , e os que não eram tentavam , mas Anna jamais deu trela para eles . E foi por
isso que nunca percebeu. ʹ Só que você nunca prestou atenção nisso. Será que não se
enxerga??

- Não. E nem quero... ʹ ela murmurou , corando.


- Tão modesta... ʹ sussurrei e levantei. Antes que ela pudesse perceber , ela estava em
meus braços frios.

Ela ergueu o queixo para mim e eu pude olhar dentro de seus olhos castanhos claro.
Uma cor tão doce , que parecia que a qualquer minuto iria derreter.

- Tony... ʹ ela sussurrou

- O que , minha linda? ʹ perguntei ancioso

- estou com sede! ʹ e nem precisei perguntar do que. Mesmo eu sentindo o maior
orgulho , e querendo que ela tivesse a mesma alimentação que eu tinha ʹ apesar de
ela nem ter idéia de qual era ʹ ela nunca aceitaria. E se eu lhe contasse que nunca bebi
sangue de animais e que eu gostava de matar , ela sem dúvida me mataria na certa.
Então mentir ,e fingir que minha alimentação era igual a daquele besta rídiculo que
teima em roubar minha Anna, era a maior salvação que eu tinha , para que ela
continuasse assim. Cedendo a tudo!

- mas , minha flor. Você não pode fraquejar agora! ʹ sussurrei em seu ouvido. Eu sabia
que oque eu dizia era uma completa mentira e vergonha , já que eu era conhecido
como sempre fraquejar a sangue humano.

- Mas , eu não estou falando de sangue humano. É claro que não. Você me conhece. E
eu sei que tenho me acustumar a comer mais comida humana do que beber sangue de
animais , mas ...

- Bom... já se passou bastante tempo deis da caça. Sua garganta está queimando?

- Bem... não. Você me disse que ela só queimava apartir de um mês sem sangue , ou
quando eu ficava muito perto de humanos. Mas a questão é que ontem , quando vi
você bebendo , senti muita vontade , Tony.

- Tudo bem. Pode caçar. ʹ Cedi a ela facilmente , beijando sua bochecha.

- Ok. Juro que depois só no final do outro mês! ʹ então antes que eu dizesse que
queria ir junto , ela se foi , correndo para fora.

E se eu fosse junto , provavelmente sentiria repulsa novamente.

Sangue de animal tinha um cheiro horrendo.


Visão de Anna

Saí de seu aperto e corri para a floresta. Eu não iria caçar , e nem estava interessada.
Sim , fiquei com muita vontade de beber sangue , mas eu seguiria oque ele falou. Eu
concordava 100% com ter que me acustumar com apenas comida humana , mesmo
sendo difícil , agora que conheci o poder do sangue.

Não me senti culpada de mentir para ele. Eu apenas queria ficar sosinha. Depois eu
exclareceria isso a ele , sem problema nenhum...

Pulei a janela e me vi agachada na grama. Levantei e ͞vooei͟ até o meio da floresta.

Ela cheirava igual aquele dia. Um cheiro calmo e natural...

Suspirei e olhei para o céu , que estava bem azul.

Me encostei em um tronco e abraçei minhas pernas.

Me lembrei de Lucas e Rose juntos , se beijando. Na hora eu neguei que doeu , mas a
verdade é que tudo aquilo era mesmo ciúmes. Um motivo ridículo , na verdade , pois
eu tinha Tony. Ele era gentil, amável e misterioso , e sim , eu tinha certeza que eu
sentia algo muito forte e intenso por ele. Sim , isso eu tinha certeza.

Mas Lucas era tudo isso e muito mais , apesar de tudo que Tony disse , eu sabia que
não podia ser tudo verdade. Lucas era... diferente.

Coloquei a testa nos joelhos e fechei os olhos. Eu queria apenas relaxar , e mais nada...
Comecei a ficar meio mole e grogue. Senti que estava quase adormeçendo quando
senti um aroma diferente.

Não conseguia identificar. Era mel? Eu não sabia. Mas algo que sentia todas as
manhãs...

Era...

Rose.

Quando levantei a cabeça , ela já estava ali , com um sorriso felino.

Me pegou pelo braço e me jogou no chão.

Rápida como uma cobra . A encarei com fúria e me levantei , tão rápido que ela se
assustou um pouco. Depois voltou a seu sorriso.

- Pare de sorrir assim , sua cobra! ʹ gritei e empurrei seu corpo para o tronco de uma
árvore descascada. Depois ela rosnou , mostrando os dentes e me ergueu , até o alto.
Ela ia me enforcar , quando Lucas chegou.

- Rose , páre agora! ʹ ele gritou. E antes que ele pudesse me aju dar , chutei seu corpo
com o joelho e ela caiu no chão , deitada , e me largou na mesma hora.

Lucas correu até mim , com uma expressão preocupada.

- Você está bem? ʹ ele perguntou , me ajudando a levantar.

- Sim ʹ disse ainda meio zonza. Ele se virou para Rose e a encarou sem expressão

- Não acredito que fez isso. E ainda espera que eu fique com você?

- Será que não vê que ela é uma bruxa? PARE DE PROTEGER ELA! ʹ ela gritou ,
tremendo de raiva.

- Rose , CHEGA! ʹ dessa vez ele gritou e ela deu um pequeno pu lo. Depois se virou para
mim e me fuzilou com os olhos. Depois , se virou para ele , como se nada tivesse
acontecido e sussurrou : te encontro no quarto.

E se foi. Esperamos que ela entrasse em casa. Depois ele se virou para mim e pegou
meu rosto nas mãos.

- Ela te machucou?

- nnão ʹ gaguejei.

- Sabe , você me impressiona a cada dia. Está bem mais rápida e forte... ʹ ele sorriu e
eu retríbui.
Mas a mágica logo acabou , e como se ele lembra-se de nossa pequena discução nesse
mesmo local , ele se afastou de mim , com uma expressão fria.

- É melhor eu ir. ʹ e sem olhar mais para mim , ele saiu voando para a casa , como
uma águia. Ele era tão rápido que me assustava , e não parecia ser possivel.

E também não parecia ser possivel nada disso ter acontecido apen as por um minuto.
Foi tão rápido e chocante.

E eu ainda não acreditava que eu tinha deixado ele escapar. Queria tanto falar com
ele...

Não , eu não queria. Eu necessitava!

Queria que ele me dizesse que era tudo mentira. Queria poder ter certeza disso...

Mas aqui era tudo tão confuso. Eu simplesmente não conseguia ter certeza de
absulutamente nada.

E uma coisa que me magoou tremendamente foi Rose. Deis de o ínicio tentei ser
simpática com ela , querendo fazer uma amiga aqui. Mas parece que é mais fácil ter
amigos do que amigas. E agora eu percebia isso claramente!

Ainda nem sabia como eu tinha Jessi ao meu lado. Ela era a melhor amiga que
qualquer pessoa pode ter. Sempre foi uma ótima pessoa , sempre me consolou em
horas difíceis , sempre ficou ao meu lado . Nas horas boas e ruins. Sempre me
defendeu de tudo e de todos e virse - versa . E eu e ela tinhamos uma ligação incrivel.
Nós olhavamos uma para a outra e já sabiamos oque estavamos pensando , sentindo ,
e oque precisavamos fazer. Mesmo só tendo ela como uma amiga em que posso
contar de verdade , eu não poderia pedir mais nada...

Mas não era só ela. Jessica e eu tinhamos um tipo de grupo , que também envolvia
Carly Crush na marioria das vezes...

Ela também me ajudava bastante. Mas me lembro muito bem nas furadas que entrei
por sua causa!

Sempre acabavamos rindo de tudo, ela era muito divertida. O nome dela era Carly , e
ela era muito legal.

Oque a caracterizava era sua energia , e como ela era atirada demais , as vezes não nos
entendiamos muito bem...
Mas não sei se um dia ela poderia entender o meu segredo como Jessica...

E eu só imagina como seria , contar a Jessica sobre mim. Eu sabia que não podia
contar , mas ao mesmo tempo , isso parecia errado. Nós nunca tivemos sequer um
segredo.

Decidi que eu qu eria dar uma volta nessa mata gigante , mas prometi não beber nada.

Andei um bom caminho , e fui fazendo minha própria ͞trilha͟. Andei e andei , mas
nunca parecia o bastante.

É , teria que me acustumar com meu lado vampiresco.

Mesmo andando um montão, eu sabia que não tinha chegado nem ao começo da
floresta negra.

Era tão vasta e grande , que parecia que eu iria me perder. Agora eu entendia porque
as pessoas não conseguiam sair daqui.

Pela distração , acabei batendo minhas costas num tronco de uma árvore que
aparentava ser velha.

Acabei sentindo vertigem , e senti mais uma frangancia nova. Uma que eu tinha
certeza já ter sentido , mas não aqui.

Era feminino , e parecia meio floral... flores silvestres!

Sim , era isso. Eu já sabia que esse era o cheiro , e me lembrava de conhecer alguém
exatamente com esse aroma.

Só faltava me lembrar... hum...

Dexa eu ver....

Oh , meu Deus!

Oque ela está fazendo aqui?? ʹ engasguei na mesma hora.

Visão de Lucas

Ela estava me esperando no quarto , deitada em MINHA cama.


Sorria com um olhar travesso , enrolou com os dedos um cacho de seu cabelo
vermelho. Olhei friamente para ela , e ela apenas fez um biquinho.

- Não me olhe assim , meu amor. Me dá um beijo!ʹ ela sorriu para mim e esperou eu
vir. Mas eu não fiz nada disso...

- Venha , amor! ʹ ela disse , ainda sorrindo ʹ eu te...

- NÃO! VOCÊ NÃO ME AMA! PORQUE SE AMASSE , NÃO ESTARIA FAZENDO OQUE
VOCÊ SEMPRE FAZ! QUE EU SAIBA , ISSO NÃO É AMOR ! ʹ gritei , ríspidamente- O que
espera que eu faça , hein? Espera que eu passe a mão na sua cabeça , depois do que
fez? Depois de TUDO que você fez? Bom , se espera isso , você não tem nada na
cabeça! E eu me lembro de ter dito para você sair do meu quarto! Isso vale p ara
sempre , ouviu? Portanto , saia do meu quarto! ʹ disse friamente.

- O QUE ESTÁ DIZENDO? ʹ ela gritou , em fúria ʹ NÃO! ESSE QUARTO É MEU TAMBÉM!
AGORA SOMOS UM CASAL!

- Não! não somos um casal , e nem nunca fomos! E dou graças a Deus a isso! Eu já
disse , Saia!

Ela me encarou , por alguns segundos. Depois me fuzilou com os olhos e se levantou
rapidamente , bagunçando meu lençol. Dava para ver que ela quase não se aguentava
de tanta raiva que sentia.

- Você vai me pagar caro pelo que está fazendo , ouviu? MUITO CARO! ʹ ela enfatizou
o final , e então bateu a porta atrás dela com toda a força que tinha.

Ainda bem que as portas e as paredes eram totalmente resistentes...

Claro que normalmente elas não aguentariam um vampiro , mas no final de contas ,
acho que ela não usou toda a força que tinha , pois percebi também que ela tremia de
raiva.

Mas eu me sentia satisfeito de enfim ter coragem de afasta-la de mim. Já não era mais
possivel aguenta-la , e me sentia enfim relaxado.

Deitei na cama. Suspirei e acabei pensei na expressão de Anna quando meu rosto
mudou rapidamente. Nem eu entendi muito bem...

Acho que foi apenas uma gigante dose de ciúmes e fúria. Me lembrei instâtaneamente
de suas palavras quando ela veio aqui , no meu quarto , como um gatinho c heio de
raiva.
͞NÃO BANQUE O IDIOTA! VOCÊ ME ARRASTOU A ESSE CASTELO , E AINDA ACUSOU
TONY DE TER ME MANDADO AQUI! FEZ ISSO POR SÍ MESMO , SEU GRANDE
MENTIROSO!͟

Seu grande mentiroso ʹ isso que mais doeu. Claro que Tony mecheu com sua mente
de um jeito , que ela ficou hipnotisada. Ela não tinha culpa , afinal.

Mas eu percebia que dentro dela , a culpa sempre vazava quando eu estava perto. Mas
ela negava , com aquele olhar manso , curioso, as vezes confuso e quase sempre
sarcástico. E que , independentemente da situação , me leva a loucura. Inclusive Tony,
que nunca foi muito disso...

Até os garotos de sua escola a adimiravam ... mas ela não percebia , e parecia nunca
querer perceber.

Quando um ameaçava chegar perto , ela se afastava , rapidamente.

Ela tinha amigos , mas ela nunca imaginou que eles eram mesmo ͞amigos͟. Nunca
imaginou ter mil adimiradores , e nunca sonhou isso.

Ela era muito bondosa , mas quando ela sabia que tinha rasão. E basicamente adorava
ter... Sua alma expandia bondade , mas também teiomosia ardênte.

Ela também era muito inteligente e corajosa, e sempre fazia perguntas que me
testavam. Eram sempre um teste , e as perguntas eram sempre cheias de ousadia
pura.

Chega. Resolvi que pensar nela não ajudaria em absulutamente nada...

Me levantei e caminhei para a bibilhoteca. Tony já não estava mais lá...

Visão de Anna

Dei um pulo tão rápido , que nem eu acreditei. Meu coração batia trezentas mil vezes
mais rápido , tentando encontrar alguma solução para aquela pergunta : O que diabos
Carly fazia nesta floresta??

Seu cheiro ainda prevalecia , e mais um outro...

Era definitivamente um cheiro que nunca senti na vida.


Ao sul , estavam vindo até mim... me expantei e olhei para todos os lados , até que
enxerguei.

Um homem barbudo e velho , mas em forma . Estevão Fruy. Sim , era ele. E ele
expandia uma expressão torturada e infeliz. A garota com cabelos negros enrolados
principalmente nas pontas , com pele branca e feições esticadas , era Carly. Ela
matinha uma expressão de surpresa e contentamento. Carly sempre via um bom
motivo e uma boa causa para tudo. Ela sempre forá meio... alegrinha e as vezes
ingênua demais...

Ok , ingênua em apenas alguns casos , porque sempre forá super atirada , e sempre
vestia blusas com decote , escritas : Garota livre.

Ou: não sou de ninguém , eu sou de todo mundo , e todo mundo é meu também!

Coisas do tipo...

Mas apesar de tudo , ela era minha amiga. E eu estava completamente desesperada.

Percebi que Carly me viu , e demostrou expanto. Depois de alguns segundos , colocou
a mão no peito e suspirou. Depois abriu um sorriso gigante e acenou de longe.

Retríbui , mostrando mais confusão qu e ela.

Ela cochichou algo no ouvido de Estevão e ele assentiu. Depois ele a abaixou e ela
correu até mim. Correu com seu famoso sorrindo , de braços extendidos.

-Anna! ʹ gritou ʹ eu nem acredito que você está aqui!

Então ela me abraçou e afundou a cabeça em meu pescoço.

- Carly ʹ cochichei ʹ O que é que está fazendo aqui??

- O mesmo que você , aposto. Procurando um emprego e um abrigo com vários gatos
na casa. Ohh , Anna. Estou tão anciosa!

- O que? Trabalho e abrigo? Está a procura disso? Eu não. Fui levada a força até aqui...
mas estou gostando. Mas não por esses motivos. Carly , você não sabe no que está se
metendo! ʹ garinti a ela. Ela se afastou de mim e olhou em meus olhos...

- Foi levada a força até aqui?


- Sim. Mas eles tinham seus motivos , não os culpo mais... Carly , e sua família? Como
pode abandonar eles assim?

- Minha mãe e eu brigamos... O que quer que eu faça? ʹ ela argumentou mais depois
deu um pulinho ʹ sei que devia estar triste. No começo eu fiquei , mas depois que o sr.
Fruy me apresentou a Tony...

- ele te apresentou? ʹ perguntei confusa. Mas que coisa mais formal! ʹ pensei
ironicamente

- Sim. Eu vi Tony um dia antes de vir para Cá. Encontrei eles e eles dizeram o que
buscavam. A noite eu e minha mãe brigamos , e eu resolvi que seria m elhor morar em
outro lugar , por enquanto. Ela acha que eu fui para a casa de uma amiga ʹ ela riu com
desprezo ʹ enfim , aí no dia seguinte , procurei por Estevão Fruy e agora estou aqui.
Não é maravilhoso?

- Carly - minha voz tremeu ʹ você realmente não sabe aonde está?

- Hum... numa casa á moda antiga. ʹ ela não sabia o como era a moda antiga.

É claro que eu não iria dizer a ela: você está numa casa entupida de vampiros , e
inclusive a pessoa que você está agarrada é uma também.

- Tony sabe que vocês se conhecem? ʹ a voz de Estevão soou no ar como um trovão.

- Acho que não ʹ disse ʹ mas não vejo problema dele saber...

- Mas entenda , srta. Marry...

- Só Anna , por favor ʹ disse rapidamente , com um pequeno sorriso esboçado no rosto

- oh sim , Anna. Entenda , talvez se ele soubesse , acharia que vocês estão bolando um
plano para fugir daqui , sabe como é.

- Oh , sim ʹ murmurei ʹ sim , eu sei. Mas Tony irá me deixar ir de qualquer jeito. É só
eu terminar de aprender tudo , que ele irá comigo até a cidade. E aí eu levo Carly
junto... ʹ ela não entendeu minhas palavras , porque estava absorta demais olhando
por toda a floresta.

- Bom , se assim deseja ʹ disse ele , um pouco nervoso.

- E... ʹ eu disse tímidamente ʹ se o senhor quiser , nós podemos te levar ju nto!

- Oh... ʹ ele exclamou , evidentemente assustado ʹ ah , por favor. Eu adoraria ir


embora daqui!
- PERAÍ! ʹ gritou Carly , impaciente ʹ eu não vou ir embora com vocês! Quero ficar
pelo menos um ano. Até que minha mãe entenda que eu estava certa , ouvir am? Não
vou embora!

- Mas Carly , será que dá para pensar um pouco melhor? Seja lá o que sua mãe fez , ela
não fez por mal. E sim , você tem que ir. Esse lugar não é pra você , acredite!

- Ah , agora eu entendi a sua! Então quer dizer que quer Tony só para você? esse lugar
é só seu agora?
- NÃO! ʹ exclamei com raiva ʹ Não , caramba! Será que dá para entender que estou
fazendo isso para te proteger? E sim , você vai conosco , para o seu próprio bem!

- não vou , não! esse tipo de coisa sou eu que tenho que e scolher. Acabei de chegar
aqui , poxa! ʹ ela bateu o pé ʹ vamos entrar de uma vez , está bem?

E então ela correu até a entrada da mansão e me puxou pelo braço.

- Nossa , é tão linda! ʹ e então bateu na porta. Olhou para mim com um sorriso curioso
e maroto no rosto. Suspirei de cansaço...

E então Tony abriu a porta com um sorriso manso no rosto. Deu uma piscadela rápida
para mim e se voltou para Carly , que sorria estonteante.

- Olá Carly. Como vai , querida? ʹ ele beijou sua mão e ela se derreteu ali.

- Vou muito bem , obrigado Tony! ʹ e ela se demorou no Tony. A cena foi hilária e
fiquei mordendo os lábios com força , para não rir. Aí me lembrei que devia estar
furiosa com Tony , por trazer uma amiga até aqui...

- Que bom... Entrem! ʹ ele abriu um sorriso maior e extendeu a porta para entrarmos.
Quando passei por ele , lhe enviei toda a raiva que estava sentindo para ele , e ele
percebeu.

- Oh , é tão linda! ʹ ela exclamou entusiasmada e correu para Tony. ʹ É incrivel! ʹ e


envolveu seus braços magros em seu pescoço gélido e pálido. Acho que ela percebeu ,
mas não deixou de afundar sua cabeça em seu peito.
- Obrigada. Sinta-se em casa , está bem? ʹ ele perguntou educadamente , mas um
pouco desconfortável com seu aperto.

- Okey! Aonde fica o meu quarto , Tony? ʹ ela perguntou com doçura , dando um beijo
em sua bochecha.

- No segundo andar , querida. Estevão , pode mostrar a ela?

- Claro senhor! ʹ disse ele roucamente e a guiou ao seu quarto.

Quando eles se foram , me virei devagar para Tony , quase rosnando.

- O que é que está fazendo? Ficou louco?? NÃO VAI TRANSFORMA -LA EM VAMPIRA! ʹ
acabei gritando de nervosismo.

- Acalme-se minha Anna! ʹ ele agarrou minha cintura e beijou meus lábios. Não pude
deixar de me sentir um pouco zonza , mas não deixei de estar brava ʹ não vou
transforma-la. Ela só vai trabalhar aqui , é o que ela quer!

- Mas porque ela? E para ela trabalhar em um castelo cheio de vampiros ,ela precisa
ser uma! ʹ rangi os dentes , o empurrando.

- Não. É claro que não. Não existe uma lei decretando isso. No nosso mundo não
existem leis , Anna!

- Ela só vai ficar aqui o tempo em que eu ficar. O que não falta muito... já aprendi todas
as coisas, Tony. Acho que daqui a alguns dias minha mãe pira de vez. Olhe , estou
amando ficar aqui... ʹ falei com sinceridade. Era realmente incrível! ʹ mas...

- Então não tem mais... fique aqui por mais um tempo! E Carly mal chegou , tenha dó
meu amor!

- é perigoso para ela , e você sabe! ʹ acusei , cochichando

- Acha que eu vou fazer o que , hein? Acha que vou machucar uma amiga sua? Acha
mesmo isso?? ʹ ele perguntou , meio ofendido.

- Bom... ʹ sussurrei em seu ouvido ʹ eu não sei. Talvez o sangue dela seja tentador e...

- Não. Na verdade não é. E mesmo que fosse , pense bem: algum dia eu te machuquei?
E olhe que o seu sangue é oque mais me dá desejo. Um dia eu já te machuquei??

- não misture as coisas , Tony. Estou falando de Carly... ela aceitaria qualquer coisa que
desse prazer a ela!
- Mas eu não vou transformá-la. Tenha minha palavra , meu amor! ʹ ele jurou e
plantou um beijo em minha testa.

Me afastei rapidamente , antes que ele continuasse os beijos. Eu estava irritada


demais para isso. Então andei com passos rápidos até meu quarto.

Mas quando eu estava prestes a entrar , Carly me interrompeu , com aquela sua
expressão de: Pare e me ouça , ou pare e me ouça.

- O que foi? ʹ perguntei rapidamente.

- Está namorando Tony Edwigues? ʹ ela perguntou devagar , com seus olhos grudados
nos meus. Demonstrava raiva...

- Não! ʹ disse sem pensar.

Mas , pensando bem , eu não sabia direito o que nós tinhamos! Era um tipo de
amizade, só que maior. Mas se fosse amizade ele não teria me beijado...

- Bom... e se for , qual é o problema? ʹ ela mostrou indiferença , mas continuei


encarando.

- Era por isso que quer que eu vá embora , não é mesmo? Quer ele só para você! Mas
eu ouvi dizer que tem outro cara super gato aqui. Se chama Lucas. Quer pegar esse
também? Pela sua cara , sim , você quer! É uma egoista! ʹ disse ela , arrogante.

- O que? Querer Lucas só para mim?? Você ficou doida , não é mesmo? Não sabe de
nada e fica me acusando! Lucas me odeia , ta legal? ʹ dizer isso foi difícil , mas era a
verdade , o que eu podia fazer? - E se quiser ele , não vou me meter, mas saiba que
ele já tem alguém! E quanto a Tony , eu ainda não sei o que nós temos. Não estamos ͞
namorando͟. Se quiser ele , tudo bem , tente. Saiba que não estou aqui para namorar!
E mesmo que estivéssemos ficando , não sei como isso pode ser da sua conta! E
egoísta é você , sempre foi! ʹ finalizei o papo e bati a porta em sua cara.

Fui para o meu quarto , e então cai na cama , apertando a almofada em meu peito.

Estava eu prestes a perder uma amiga? Claro que ela nunca me ajudou em muita coisa,
mas aqui não existia ninguém com que eu pudesse contar fora Tony. E n em sempre era
assim , pelo visto.

Suspirei.

Tudo estava tão difícil. Até Lucas que eu conheci bem antes , parecia não querer mais
saber de mim... e o que é que eu faria agora?

Não queria admitir a mim mesma , mas no fundo eu sabia que apesar de Lucas estar
distante , e de nós não termos ficado por tanto tempo assim , eu sentia sua falta...
E aquele olhar , me magoou muito.

Mas eu sabia que havia magoado ele também , e merecia isso. Merecia tudo isso...

Tanta coisa aconteceu hoje!

Mais lágrimas caíram e eu fechei os olhos com força.

Nunca pensei que diria isso , mas...

Ahhh , eu quero a minha mãe. Só ela entenderia , e me acalmaria. Suspirei novamente


tentei descansar um pouco , já que acabei dormindo tarde ontem...

Mas não dava. Eu não senti um pingo s equer de sono. Abri os olhos e fui ao banheiro.

Tomei um banho super gelado , e tentei esquecer os problemas com a água fria que
caia sobre mim. Me espreguicei.

A água se misturou com as lágrimas , que não paravam de cair.

Ok , pode achar que é frescura , mas só estando na minha pele para entender o que eu
estava passando.

Me sequei devagar e vesti uma camisola roxa bem solta. E uma sandalha sem salto.

Resolvi ir a bibilhoteca. Um lugar calmo e quentinho , que me ajudaria bastante a essas


horas...

Visão de Lucas

Entrei na bibilhoteca e rapidamente afundei no sofásinho de couro que ele diz ser seu.
As lascas de fogo na lareira aumentavam mais e mais , e era ainda mais reconfortante.
Bom para pensar...

Dei um pulo quando senti que perfume subia as escadas...

O que ela iria fazer aqui as 3 da manhã? Quase impossível! Mas ela subia , e percebi
que ela também se assustou em sentir meu cheiro , mas era tarde demais , ela já
estava em frente a porta. Paralisada.

Seus olhos brilhavam mais com a luz do fogo e não pude deixar de contemplar sua
beleza. E aquela camisola...

Ela gaguejou algo indistinto.


- Pode entrar! ʹ disse eu , meio sem graça.

Então ela subiu os degrauzinhos da porta e entrou. Olhou pa ra o fogo e depois para
mim... percebi que ela corou na mesma hora.

- Hum... ʹ ela murmurou ʹ eu estava sem sono. Resolvi andar por aí. De qualquer
forma eu já vou indo...

- não! ʹ sussurrei ʹ não precisa ir. Fique!

- ah, vejo que está ocupado...

- não. Só imerso em pensamentos! ʹ disse devagar.

Ela andou até o meio da biblioteca e deu uma olhada rápida em mim , depois se
voltou aos livros. Passou o dedo pelos títulos e mordeu os lábios.

Era gracioso. Não iria ficar só vendo ͞aquilo͟!

E como poderia?

Existia um anjo a minha frente...

Ela estava em dúvida em qual tirar , existia tantos livros... ʹ quase captei isso em sua
mente.

Sua pele estava mais rosada. Afastou seus lindos cabelos sedosos e castanhos , que
hoje estavam levemente ondulados.

Foi para a segunda prateleira. Estava muito absorta na montoeira de livros , mas eu
sabia que ela estava prestando atenção em mim... nos meus movimentos...

E quase enfartou quando me levantei e fui ao seu encontro

Agora estavamos tão perto , que sua camisola roçava meu peito.

- Quer uma ajuda? ʹ perguntei devagar , olhando para seus olhos. Ela se virou para
mim. Deve ter percebido que estavamos tão perto que não era possivel apontar o
dedo para mim. Só se ela se encolhesse...

Seus cabelos roçaram meu rosto , e ela corou novamente.

Seu perfume era tão bom , que quis poder me aproximar mais e mais...

- Não , obrigado! ʹ disse de um jeito orgulhoso , e se voltou a instante. Em parte ,


porque ela prestava toda sua atenção em nossa proximidade.

Só não conseguia saber se ela estava gostando ou não.


Provavelmente não. Mas isso não significa que eu iria me afastar.

Visão de Anna

Estavamos tão perto , que eu sentia sua pele gelada sob a minha. A sensação era
impossivel descrever.

Lembrei do meu primeiro dia aqui , quando deitei em seu colo.

Nós conversamos , rimos...

Mas mesmo assim eu disse: não , obrigado!

Era uma questão de...

Ok , de nada. Queria que ele ficasse ali.

Mesmo ele sendo gélido , pude sentir um pequeno calor em sua pele. Pequeno , mas
estava ali.

Quase fechei os olhos quando seu perfume atacou. Ele cheirava tão bem...

Relutante , dei um passo para mais perto da janela , e mais longe dele.

Quase me odiei de me afastar dele...

Mas não importou , porque seu hálito em minha nuca um milésimo de segundo
depois. Me causou arrepios. Me virei para ele e lançei um olhar desafiador.

- Vai me ajudar ou não?

- Bem... ʹ ele murmurou , sorrindo. ʹ Achei que tinha dito que não queria...

Droga!

- é , mas as pessoas mudam de idéia... ʹ soltei , quase sem folego ʹ são muitos livros ,
espera que eu consiga achar alguma coisa no meio de tudo isso?

- acho que é você que espera , Anna ! ʹ ele disse , ainda rindo.

Resolvi parar de discutir.

- Ok , ok ʹ disse meio inrritada ʹ me ajude de uma vez , por favor?

- tudo bem , sem problema... ʹ diss ele com um sorriso maroto.

- Bom... ʹ ele começou ʹ que tipo de livro você se interessa?


- hum... eu amo romance. ʹ disse rapidamente.

- Então tem que ser essa fileira! - ele me conduziu até a última , que era a mais grande
de todas as outras. ʹ são os clássicos...

- que são os melhores ʹ terminei e me virei para ele ʹ obrigado!

- eu te ajudo a alcançar o livro! ʹ ele disse. Me virei para ele devagar e o encarei.

- Me acha baixinha? ʹ cruzei os braços , mesmo sabendo que era completamente


infantil.

- Não ʹ disse ele , parecendo se divertir ʹ mas olhe o tamanho dessa fileira! E um
metro e 69 não ajudaria muito...

- como sabe quanto eu...

- sabendo ʹ ele terminou ʹ tem um livro muito interessante na última fileira. O nome é
͞ amar se aprende amando ͞ é ótimo!

- Bem , então me dê esse!

Ele deu um pulo e pegou o livro , tão rápido que foi quase inacreditável e então me
entregou.

- Obrigada! ʹ disse e dei um passo para trás. Mas seu corpo me cercava. Eu quase não
conseguia me mover.

- Posso ler? ʹ perguntei , encarando seu lindo rosto..

- O que? ʹ perguntou ele , confuso. Depois piscou e disse rapidamente ʹ ah , sim.


Claro. Desculpe! ʹ e abriu caminho pra mim passar.

Fui até um sofá preto , me afundei ali e abri o livro.

Olhe , eu tentei ler. Mas com ele alí , me avaliando , eu lançava olhares para ele o
tempo todo e só consegui ir até a página 5.

- Acho que terei de ler no meu quarto. Amanhã eu trago , está bem?

- não precisa ter pressa. A bibilhoteca não vai sumir... e não precisa ler hoje!

- então tá ʹ sussurrei , enquanto olhava o fogo. ʹ Nós morremos queimados?

- Oque?

- Nós , vampiros , morremos queimados? ʹ repeti

- não. Alguns acreditam nisso , mas não. Só lutando com outro vam piro. Só!
- como você sabe? ʹ perguntei , me ajeitando no sofá

Percebi que ele se sentiu incomodado com a pergunta , mas depois fez aquilo que me
deixa zonza. Olhou dentro dos meus olhos , e eu pude entrar nos dele.

Vi magoa , serenidade , feridas...

- é porque eu já tentei isso! ʹ ele concluiu e se voltou ao fogo. ʹ Tony te mordeu?

Automaticamente coloquei a mão na cicatriz.

Fiquei paralizada uns instantes depois assenti. Ele se virou para mim , com a expressão
mais seria que eu já vi dele.

- Você deixou? ʹ ele perguntou com a mesma seriedade.

Me lembrei daquela noite. Lembrei das perguntas que fiz a ele , e quando ele chegou
até mim e perguntou se eu queria esprementar , mas antes que eu respondesse , ele
fez. Mas eu não o impedi...

- Bom , teoricamente sim. Mas ele... bem , ele mordeu antes que eu dizesse... ʹ não
adiantava mentir para ele , e eu sabia disso...

- Eu sabia! ʹ ele rosnou e trincou os dentes. Logo depois tacou uma almofada no fogo ,
ainda tremendo de raiva.

- Lucas , Lucas! ʹ disse , desesperada. ʹ Pare! De qualquer jeito , eu não o impedi ,


então foi como se eu tivesse deixado. Pare , por favor!

Ele olhou para mim , e viu que eu me assustei. Então deu um longo suspirou , se
acalmando aos poucos.

- Desculpe... ʹ ele murmurou , meio envergonhado.

- Sem problema ʹ disse , respirando com dificuldade.

- Não quero me intrometer , mas... porque você não o impediu?

- err... ʹ soltei , e pensei no que dizer ʹ sei-la. É uma sensação... interessante.

- É verdade! ʹ ele adimitiu ʹ mas eu nunca senti isso , porque as pessoas em que bebi
sangue , foram para matar. Eram presas... e só é agrádavel quando se é feito com
doçura , e você gosta da pessoa...

- hum... ʹ murmurei e abraçei meus joelhos ʹ quantos humanos você já bebeu sangue?

- perdi a conta! ʹ disse ele , com sinceridade. Depois ele riu ʹ deve estar assustada!
- na verdade , não ʹ e era a verdade. Não estava nem um pouco assustada... e eu
entendia que no passado , ele deve ter tido muitas dificuldades , que é comum em um
vampiro... ʹ agora você bebe...

- sangue de animais, sim. Eu nunca gostei de matar humanos...

- deve achar que é só eu... ʹ disse ele , pensativo ʹ que Tony é um santo , e nunca
pecaria dessa maneira!

- Oque? ʹ perguntei , e toda a tranquilidade foi tomada pela impaciência ʹ eu por


acaso , disse alguma coisa? ʹ me levantei e me aproximei dele ʹ eu não estava nem
pensando nele!

- É , pode até ser , mas tenho certeza de que ele a convençeu isso!

Isso era verdade , e eu acreditei nele.

- Sim , e eu acredito. Algum problema? ʹ perguntei rapidamente. Como não obtive


resposta , voltei para o corredor , inrritada.

Agora que eu não conseguiria dormir!

Resolvi descer as escadas até a sala principal , e assim o fiz.

Meus passos foram fortes e decidos , mas sem nenhuma rapidez.

Vi uma sombra negra se aproximando e levei o maior susto. Depois a luz da cozinha
iluminou o rosto , e percebi com alívio um Estevão aturdido.

- Está sem sono , Anna? ʹ ele perguntou , com um sorriso.

- Ahh , sim. ʹ disse , meio sem graça.

- Venha , vou preparar algo para você!

- Oh , não precisa...

- Claro que precisa! ʹ disse ele , e me guiou até a cozinha ʹ adoro cozinhar!

Sentei no ͞canto alemão͟ e ele se voltou para o fogão.

- Eu queria dormir. E mais... queria dormir e nunca mais acordar para essa realidade
chata!

- Não gosta de sua vida? ʹ perguntei , anciosa.


- Não. Daria tudo que tenho para sair desse castelo e poder ter meu próprio terreno. É
o meu desejo , mas eu sou pessimista demais quanto a isso! ʹ ele deu um pequeno
sorriso , cansado. Dava para ver que ele era completamante infeliz com essa vida.

- Eu prometo sair daqui com você! - disse , sorrindo ʹ pode anotar isso , Estevão! E
pare de ser pessimista , por favor!

- Obrigada Anna ʹ ele riu ʹ vou tentar!

Depois de algum tempo em silencio , ele pegou um p rato e colocou o taco. Pegou um
copo e serviu um suco natural. Depois se voltou a mesa e serviu.

- Obrigada , Estevão. Deve estar ótimo!

Ele esperou pela minha aprovação. Dei um mordida no taco e senti todo o recheio.

- Humm... o melhor taco da minha vida! ʹ e era muito bom , bem apimentado e
quentinho. Macio do jeito que eu gosto.

- Você gostou? ʹ ele perguntou , feliz.

- Está brincando? Amei! ʹ soltei e dei mais uma mordida na carne. Ótimo!

Fiquei pensando no porque de todas as comidas daqui serem extra órdinárias!

Devem ter mais esperiência...

- Que bom! ʹ disse ele , satisfeito. ʹ eu também achava gostoso , quando era humano.

- Gostoso nem discreve esse sabor! Você tem dom , Estevão Fruy , lembre-se disso! ʹ
lambi meus lábios. ʹ Isso se tornou minha comida favorita , acredite!

Ele sorriu e se sentou ao meu lado.

- Desculpe pela Carly. Mas foram ordens , eu não podia fazer nada quanto a isso ʹ ele
adimitiu e abaixou a cabeça.

- Oh , não! eu entendo! Foi culpa de Tony... ainda nem acredito que ele fez isso ! Me dá
tanta raiva! ʹ me segurei para não ir atrás dele , mesmo sem saber aonde ele
possivelmente está. ʹ Aonde é que ele se meteu?

- Isso eu não sei , Anna. Ele sumiu deis de que você falou com ele. Acho que está
caçando...

- mas todas essas horas? Impossivel! Um cervo ou dois leva no máximo uns cinco
minutos...

Ele engoliu em seco e olhou para suas próprias mãos , como fez aquele dia.
-Oque foi? ʹ perguntei , confusa.

- Nada. Terminou? ʹ ele perguntou educadamente.

- Sim. Pode deixar que eu lavo , está bem?

- Ora , não precisa. Eu lavo!

- não , não! serio , eu lavo! ʹ peguei o prato e o copo , e antes que ele pudesse discutir,
eu já estava lavando. ʹ Obrigada mesmo , Estevão!

- de nada querida! ʹ ele disse , olhando para a espuma das minhas mãos.

As lavei e sequei gentilmente e depois me virei para Estevão , que estava parado.

- Boa noite , Estevão. ʹ Disse com doçura ʹ e lembre-se: quando sair daqui , de um
jeito de abrir um restaurante. Vou comer lá todos os dias , prometo!

Nós rimos e eu dei um beijo em sua cabeça. Logo depois corri para meu quarto...

Acordei , já me espreguiçando. Sem muita demora , me levantei.

Vesti um simples vestido branco de frente única e sapatilhas pretas.

Escovei meus dentes e meus cabelos. Logo depois corri para o final do corredor.

Olhei para a porta do quarto de Carly.

Não queria falar com ela depois do que ela disse , mas eu já deveria saber que seria
assim... ela nunca deixou de ser ciúmenta , não é mesmo?

Bati na porta , relutante.


Estou certa de que esperei um minuto ali , até que ouvi passos e depois ela abriu.

Estava com uma camisola de seda branca[ super curta], quase transparente e com
uma cara sonolenta.

O cabelo todo emaranhado na cara. Deu para ver que antes de eu ba ter , estava ainda
mais bagunçado , mas ela tentou arrumar rapidamente e quase desesperadamente ,
tenho certeza.

Ela sempre forá suuuper vaidosa.

- Bom dia! ʹ disse , com um sorriso educado. ʹ Dormiu bem?

- eu ESTAVA dormindo bem! ʹ disse ela , ranzinza. Ignorei essa parte e entrei no
quarto, por baixo de seu braço.

A cama toda bagunçada. O quarto dela era um pouco menor que o meu. A cama e o
guarda roupa , e uma mesinha ao lado da cama. Mas todos os quartos sempre tinham
um ar chique , e um banheiro escon dido.

- Que é que você quer? ʹ perguntou ela , ajeitando a camisola

- e essa camisola aí? ʹ perguntei , ignorando ainda mais o mal- humor dela. Daqui a
pouco era eu , se ela continuasse ʹ Bem modesta , hein?

- é , você sabe como eu sou! ʹ disse ela ironicamente. ʹ Achei que talvez meu amado
pudesse me visitar na madrugada , você sabe!

- amado? ʹ perguntei , já interessada ʹ não sabia que tinha um amado! ʹ Tony....

- Claro que tenho. Meu querido e fofo Tony... Ah , desculpe te informar , mas ele não é
todo seu como imagina!

- Quem é você? ʹ perguntei de repente

- Como é? ʹ ela perguntou , assustada.

- Quem é você? ʹ repeti ʹ porque Carly você não é! Cadê aquela amiga compreensiva ,
divertida livre leve e solta , que sempre me faz rir?? Agora você está me causando
desgosto , porque não é mais a garota que eu conhecia!

Ela corou e olhou para o chão. Depois se virou para mim , seu rosto banhando em
lagrimas.

- Essa garota... ʹ ela continuou e fungou ʹ está apaixonada. Pela primeira vez na vida...
Eu nunca fui assim , com ninguém , Anna. Desculpe se estou estranha com você...
acredite , eu não consigo melhorar isso. Não mais... Ah , me ajuda Anna. Por favor!
Estou perdida se você não me ajudar! Me ajude , por favor!
Olhei em seus olhos lacrimejados e seu rosto vermelho. Suas mãos seguraram meus
ombros e senti que ela tremeu de leve. Abraçei seu corpo e ela enterrou seu rosto em
meu pescoço.

- Tá tudo bem ʹ sussurrei ʹ eu entendo...

- desculpe , desculpe ʹ ela murmurou ʹ sei que você conhece Tony muito antes , e q ue
já está com ele. Mas eu não consigo tira-lo da cabeça , é serio! Ahhh... ʹ ela suspirou e
olhou eu meus olhos ʹ você é minha melhor amiga , e eu não devia estar fazendo isso
com você! nunca te ajudei em nada... só te atrapalhei o tempo todo , e continuo a
fazer isso!

- Não! ʹ disse , afagando seu cabelo. Mas as lagrimas continuavam a cair ʹ isso não é
verdade , Carly! Na escola , você me defendeu muitas vezes... quando eu precisava de
alguma coisa , você e Jessica sempre estavam lá , para me ajudar! Quando aquela
professora de História queria me tirar da sala , vocês estavam lá... Lembra naquele
acampamento da quinta série , que eu ia dividir minha barraca com o Matheus Sprek?
Lembro muito bem que vocês ficaram quase uma hora tentando convençer a
professora que eu tinha que dormir na mesma barraca que vocês. E eu consegui. Mas
só porque vocês estavam lá!

- eu me lembro de tudo isso... ʹ ela sorriu vagamente e piscou algumas vezes ʹ Saiba
que é uma amiga maravilhosa! E mesmo que eu e Jessica tenhamos feito tudo isso ,
você fez muito mais! Por causa de nossa incoerência , você nos tirou de várias
enrrascadas e acabou pagando o pato por tudo isso. Obrigada , Anna. Você sempre faz
eu me sentir melhor!

- Você também! ʹ sorri e abracei-a novamente. Só assim percebi como sentia falta de
Jessica. Só ela saberia exatamente o que dizer nessas horas...

E ela lidaria tão facilmente com isso... Ahh , queria poder ligar para ela e ficar horas no
telefone , desabafando tudo. Com Carly seria impossível fazer isso , porque enquanto
eu dizia : A , ela diria
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA.

- Vamos descer? ʹ perguntou ela, com um sorriso gigante no rosto.

- Hum... Sim! ʹ sussurrei. E no mesmo instante ela agarrou meu braço. Acabou
deixando uma marca vermelha. Mas não doeu...
Ela me arrastou até a sala principal. Só aí que percebi que ela continuava com aquela
camisola, mas o cabelo todo arrumado.

- Você arrumou o cabelo, mas não trocou de roupa?

- não. Escovei os dentes antes de você chegar! ʹ ela sorriu

- mas e a roupa?? ʹ insisti

- hmm , porque troca-la? Eu amo essa camisola , só para você saber! ʹ e foi aí que
Tony apareceu na sala. Camisa polo , calça jeans da melhor marca possivel e um sorriso
estampado no rosto.

- Bom dia , garotas! ʹ ele disse , e logo depois beijou a mão de Carly. Ela se derreteu
ali. E depois me lançou um olhar carinhoso , e antes que pudesse me agarra r e me dar
um longo beijo , dei um passo para trás e sussurrei um bom dia.

- Dormiram bem? ʹ ele perguntou , meio irritado. E antes que eu pudesse me afastar,
agarrou minha cintura e beijou meu pescoço. Seu toque me causou arrepios...

Carly olhou nos olhos de Tony, e como se nada pudesse abala-la , lançou ʹlhe um
sorriso.

- Bom , primeiro tomem café da manhã e depois fiquem na bibilhoteca. Vou lá mais
tarde... Tenho algumas coisas para resolver , mas volto já! ʹ ele iria caçar. Isso estava
claro. Então ele me deu um longo beijo na bochecha e saiu sem pressa alguma...

Me virei para Carly , devagar. Ela estava encarando a porta , com um pequeno bico
carrancudo nos lábios. Quando viu que eu a observava , mudou a expressão para um
sorriso.

- Vamos tomar o café de uma vez! ʹ e me puxou para a cozinha.

Estevão estava lá , sentado na mesa. As frutas e o pão quentinho estavam ao lado dele.
Intocadas [é claro].

- Bom dia , meninas! ʹ ele deu um sorriso educado. Carly sorriu mais ainda e se sentou
bem ao seu lado.

- Bom dia! ʹ ela riu ʹ Estevão , querido , você sabe quando é que vai começar o meu
trabalho?

- acredito que na semana que vem , Srta Dennes. Por enquanto não precisamos...

- Mas semana que vem nós já não vamos estar aqui! ʹ lembrei ele ʹ Tony disse: apenas
mais alguns dias... pelo que parece , eu não tenho muita mais coisa para aprender ,
Estevão!
- aprender? ʹ Carly se afogou com o pão ʹ como assim?

Mordi os lábios e bebi um gole de suco. Mordi o pão enquanto pensava no que dizer...

- Ora , aprender... sobre como cuidar desse castelo! Isso aqui é muito grande , sabia?

- quanto eles te pagam? ʹ suspirei de alívio pela conversa ter mudado de rumo.

- Hum... vou receber só quando for embora. De qualquer jeito , isso não é um emprego
fixo para ninguém , não é mesmo Estevão?

- Sim , é verdade! ʹ ele murmurou.

- Mas então não vou nem ter tempo de trabalhar? NÃO! EU NÃO VOU EMBORA,
ESTÃO ME OUVINDO? NÃO VOU COM VOCÊS! ʹ ela gritou , impaciente ʹ estão loucos?
Pretendo ficar aqui um mês , no mínimo! ME RECUSO A IR COM V OCÊS!

- CALE ESSA BOCA! ʹ gritei para ela. ʹ Será que dá para parar de ser infantil? Você não
sabe de nada disso aqui, agora pare de gritar! Não deveria nem ter entrado nesse
castelo! Paramos por aqui!

- Obrigado Estevão! ʹ sussurrei depois que terminei, e sai rumo à biblioteca em


silêncio.

Ouvi os passos de Carly subindo as escadas , e rapidadamente me enfiei atrás de uma


estante de livros gigante. Ela não poderia me ver...

Ela entrou na bibilhoteca , olhando para todos os lados. Andou em todos os lugar ,
menos nas estantes , porque ninguém se escondia atrás de uma. Mas se recusou a me
chamar. Sentou no sofásinho e observou o fogo. Suspirou e se encolheu.
Lágrimas cairam de seus olhos castanho ʹ escuro. Ela se encolheu e encarou o fogo ,
com um olhar de puro ódio. Mas eu sabia que pela forma que ela olhava , não era raiva
de ͞mim͟.

Quando ela lançou aquele olhar para o fogo , lembrei rapidamente de Rose. Ela andava
sumida , e fiquei imaginando se algum dia eu a veria de novo.

Ela sempre carregava aquele olhar de puro ódio , só que a diferença era que o ódio era
por minha causa...

Resolvi que aparecer seria uma boa idéia.

Sai das instantes e caminhei até o sofá de couro preto. Ela arregalou os olhos e
rapidamente secou as lágrimas , mas não disse uma palavra.

- Carly... ʹ sussurrei , mas ela balançou a cabeça , negativamente.

- Hmhm , Anna. Você não tem culpa nenhuma... eu é que estou apaixonada pelo seu
namorado... ʹ não discuti , porque estava confusa demais , procurando a palavra que
se encaixase a mim e a Tony. Tinhamos uma relação especial , concerteza. E eu sentia
uma atração muito forte por ele , sim. Mas ele me considerava sua namorada? ʹ eu é
que não tomei cuidado com as barreiras que eu podia ou não alcançar. Eu deveria
tomar mais cuidado com o meu coração!

- Carly , pare! Você não tem culpa de ter gostado dele... Serio , não tem problema
quanto a mim... Mas eu só acho que ele provavelmente não é o cara certo para você!
ele é diferente de todos que já conheceu . Não brinque com isso! É muito sério!

- O que é? Porque não me dizem logo?? Estou percebendo que tem alguma coisa
misteriosa por trás desse castelo! Porque é que não me dizem?? ʹ ela choramingou.

- Porque não é preciso você saber! ʹargumentei. Não iria contar nem que ela me
matasse!

- Por favor , Por favor , Por favor , Por favor , Por favor , conta pra mim!!! Eu juro a
você que eu nunca iria me atraver a contar a ninguém que fosse! Só me conta! ʹ ela
disse , quase me inforcando. Foi nessa hora que Tony entrou pela porta , com uma
expressão cansada.

- Eu sou um vampiro! ʹ soltou.

Foi um choque.

Sem mais nem menos , ele soltou. Não querendo saber de nada...
Como ele pode?? Carly NUNCA foi de guardar segredos bobos , então imagine esse?

E ela me soltou , prendendo a respiração por alguns segundos.

Ela estava respirando com dificuldade. Seus olhos se arregalaram e ela estufou o peito.

Abriu a boca em um O gigante e mordeu os lábios com força. Dava para ver que ela
mal consegui parar em pé , e sua respiração falhava. Ela se virou para mim , ainda em
choque.

- Omg! Omg! Omg! ʹ e caiu deitada no sofá. Corri até ela , e percebi que ela estava
mais pálida do que nunca. ʹ Oh meu Deus! ʹ ela estava completamente sem folego.

Verifiquei sua respiração e pulsação. Os dois estavam tão rápidos que era impossivel
contar. Me virei para Tony.

- Viu o que causou? Muito obrigada! ʹ revirei os olhos e rapidamente fiz uma água
com açúcar na mesinha ao lado do sofá. Fiz ela beber inteiro.

Vi que ela acabou se acalmando um pouco e ficou cada vez mais sonolenta . E quando
vi , ela estava dormindo em profundo sono.

Nem olhei para Tony. Só pulei a janela e caí na grama da entrada da floresta.

Voei lá no fundo , e subi em uma árvore rapidamente. [ O meu ͞rapidamente͟ era mais
rápido que você pensa] Fiquei observand o toda a relva , e na mesma hora , o cheiro de
um Javali me atacou. Vinha do Norte , e eu estava preparada para correr quanto fosse.

Segui o cheiro , já com água na boca , e quando vi , estava sugando o sangue do


animal. Ele tentou lutar. Na verdade chegou a morder o meu braço , mas a ferida ia
passar em questão de uma hora. E ele não mordeu muito forte , porque quando ia
morder mais , eu estava tirando seu sangue. O sabor ainda corria pela minha gengiva.
Quando terminei , deixei de lado o animal e sentei no chão.

Fazia muito tempo que eu não caçava. Era a minha segunda vez...

Não pude deixar de perceber que o sangue do javali era mil vezes mais saboroso e
forte que o sangue do cervo. Mas isso não significa que eu gostava de matar. Me
acustumar era tremendamente difícil , e eu sabia que nunca iria conseguir.

Ouvi passos atrás de mim e senti o cheiro incrivel de Lucas. Me virei devagar , para ver
ele me olhando gentilmente.

- Faz tempo que não bebe sangue? ʹ ele perguntou com um ar curioso.
- Sim ʹ respondi rapidamente. Antes que eu pudesse me levantar sosinha , ele me
pegou pela cintura e me ergueu.

- Obrigada ʹ sussurrei e olhei para o corpo do javali. Lucas o pegou e jogou -o no


riozinho que corria ali perto. Corei ʹ Obrigada novamente! ʹ estava pronta para voltar,
porque que eu estava me sentindo quente com sua presença. Meu coração estava
martelando de espectativa , e eu não queria continu ar nesse joguinho. Mas Lucas
agarrou minha mão.

- Aonde vai? ʹ ele deu um pequeno sorriso , mostrando seus dentes impecáveis

- Para casa , porque? ʹ perguntei meio confusa. Seus olhos se abaixaram para meu
vestido. Segui seu olhar , para ver meu vestido branco de frente única todo manchado
de sangue de Javali.

- Você acabou de matar um animal , e espera entrar dentro de casa sem um pingo de
sangue? ʹ ele riu ironicamente

- eu não espero nada! ʹ discuti tentando limpar com as mãos.

- Você provavelmente vai entrar pingando sangue...

- Tem alguma idéia melhor , Sr. sabe tudo? ʹ disse , irritada. Ele continuava com aquele
seu humor sarcástico.

- Na verdade , sim. Existe um rio aqui , sabia? Pode lavar seu vestido lá...

- Mas... ʹ olhei para minha roupa , e ele já sabia o que eu estava falando.

- Pode vestir um biquine enquanto lava... ʹ ele disse ʹ se quiser eu pego para você... As
garotas que vem aqui á trabalho sempre deixam muitas roupas...

- Sim. E estou vestindo uma roupa delas... Mas está tão ruim assim?

- está pingando bastante! ʹ ele adimitiu , com um ar de um humor que eu não entendi.
Olhei a poça que se formava no chão.

- Pegue o biquine , por favor! - disse rapidamente.

Ele correu mais rápido que um leão até a janela e se enfiou em meu quarto.

Fiquei esperando menos de 3 minutos , e ele já tinha voltado , com um biquine azul na
mão.

- É o único que tem... ʹ ele me entregou o biquine meio sem graça ʹ se quiser eu saio...

- Não , não precisa! ʹ disse rapidamente ʹ Valeu!


Então para não ter que tirar a roupa na sua frente , coloquei o biquine por baixo , e
depois só tirei o vestido ensopado de sangue. Me sentei na pedra e peguei um
sabonete que estava ali do lado do córrego.

- Porque tem um sabonete do lado desse rio?

- Porque isso que aconteceu com você , acontece comigo todos os dias... ʹ e só depois
percebi o jeito como ele me olhava. Só pude corar...

Ele sorriu e sentou ao meu lado. Senti meu coração bater mais e mais forte. Olhei para
a água e começei a esfregar o sabão no vestido.

Porque eu fico nervosa quando ele está perto?? Isso é ridículo !

Me virei para ele , e vi que ele me observava. Ele não desviou o olhar uma vez sequer.

Quando o sangue tinha acabado , deixei o vestido de lado. Mas eu estava meio zonza ,
e quando fui levantar , acabei caindo no rio.

Lucas riu e na mesma hora , fuzilei ele com os olhos , mas ele continuou rindo.

Estiquei o braço e o empurrei para a água. Ele mergulhou e nadou tão rápido que não
dava nem para ver aonde estava indo.

Senti um puxão , e depois me vi em seu colo.

E eu tive sensações tão boas , que nunca senti na vida , e que percebi que nunca iria
conseguir descreve-las... Com Lucas tudo era diferente...

Riamos feito uns loucos , um tentando derrubar o outro.

Nós dois mergulhamos e ficamos de frente ao outro , d ebaixo da água. Tentei derruba-
lo , mas era impossivel.

Antes que eu conseguise , ele me carregou em seu colo e mergulhou comigo várias
vezes , e eu não pude sair para tentar derruba -lo.

- Não é justo! Eu ia te derrubar! ʹ choraminguei

- mas não conseguiu, quer que eu faça o que? ʹ ele riu.

E quando estávamos nos divertindo ainda mais, Tony emergiu na floresta , chocado
com a cena que estava bem a diante dele.

Ele engoliu em seco depois encarou Lucas. Se ele tivesse sangue , teria ficado vermelho
de raiva.

- O que diabos estão fazendo?


- Nos deixe em paz! ʹ disse Lucas. Sai de seu colo e olhei nos olhos de Tony.

- O que é que você está fazendo? Ficou louco? Você pelo visto não conhece Carly. Mas
eu conheço , e você sabia! Mesmo assim trouxe ela para cá , e ainda contou seu
segredo , e nem se preocupou com o que podia acontecer a ela! Eu só estava lavando
o vestido ensangüentado. Você é quem me deve explicações!

- Não, você não estava apenas lavando seu vestido. Estava no colo desse idiota imundo
e repugnante. Largue ela! ʹ Tony rosnou para Lucas

Senti tanta raiva, que apenas lancei um olhar de fúria para Tony . Não conseguia fazer
mais nada que apenas olhar com ódio. Depois me enrolei na toalha e corri para dentro.

Diretamente , corri para a escada e entrei no meu quarto. Bati a porta e tranquei.

Me sequei e coloquei o mesmo vestido , que ainda estava meio molhado. Depois fui
para o quarto de Carly.

Ela estava deitada , ainda dormindo. Estava toda coberta , e o copo com açúcar estava
ali. Sentei ao lado dela , e na mesma hora , ela abriu os olhos devagar , assustada.

- O que?? ʹ perguntou se espreguiçando ʹ O que houve??

- Nada... não aconteceu nada , Carly! ʹ disse gentilmente

- Eu... tive um sonho muito estranho , Anna. Envolvia você e Tony... ʹ ela se
espreguiçou. ʹ ele chegou na bibilhoteca , e disse que era um vampiro. Eu fiquei
chocada e caí no sofá. Aí você me deu uma água com açúcar , e eu dormi.

Olhei para baixo, esperando ela encaixar tudo. Ela se virou devagar para a mesinha
com o copo de aguá com açúcar vazio. Ela arregalou os olhos e os apertou com força ,
depois agarrou minha mão

- Era verdade. Esse é o segredo dele , não é mesmo? Ele é um... Vampiro!

Apenas assenti de leve, e ela suspirou pesadamente.

- Estou apaixonada por um vampiro. Um vampiro! ʹ ela caiu no sofá , fechando os


olhos. Me ajeitei na cama e ela abriu os olhos , novamente arregalados de espanto.

- Oh não! Não vá me dizer que você é uma também! ʹ ela soltou , sem folego.

O que é que eu ia dizer?? Mentir é que não adiantava mais. Ela já sabia do segredo de
Tony , o que adiantava?

- Em parte, sim. ʹ Disse com sinceridade.


Ela se levantou e apoiou as costas em uma parede.

- Anna! Porque nunca me contou nada??

- Mas nem eu sabia , Carly! Eu descobri quando cheguei aqui! ʹ disse , e me levantei. ʹ
Carly , eu e você somos amigas deis de... deis de sempre! E isso não vai mudar , confie
em mim!

Ela suspirou e me abraçou devagar , ainda meio receosa. Mas ela que estendeu os
braços...

- Você bebe sangue de...

- animais ʹ completei ʹ mas bem de vez em quando. Hoje eu bebi o de um Javali!

Ela arfou e eu apenas ri. Ela ainda estava muito assustada , e seu coração martelava de
medo.

- Ele me mordeu , mas logo vai sumir a marca! ʹ disse mostrando a ela. Que apenas
arfou mais uma vez

- Olhe... se eu fosse uma vampira , não aguentaria tomar algo que não é de minha
natureza! ʹ ela adimitiu , se acalmando aos poucos

- eu nunca bebi sangue de humanos , e me recuso a isso!

- Hum... ʹ ela sentou novamente na cama , me observando ʹ O que quis dizer com
parte vampira?

- É porque minha mãe é humana , e meu pai é vampiro. Não sou completamente
vampira. Mas em parte sim...

- e Tony? Ele é em parte vampiro também? ʹ ela indagou , confusa.

- Não. Ele é um vampiro completo , mesmo. ʹ dei um pequeno sorriso ʹ entende agora
o que quero dizer sobre você ficar aqui? Nesse castelo , só existem vampiros. Isso aqui
não é para humanos...

- Mas... Tony pode me transformar , e aí vai dar tudo certo! ʹ ela disse , imersa em
pensamentos.

- Não! ʹ gritei ʹ isso não pode , e isso não vai acontecer. É perigoso demais. As vezes a
transformação pode não dar certo , não discuta. Você tem uma família que te ama
muito . Eles sentem saudades , você tem que voltar!

- Não vou voltar , eu já disse! Minha mãe não entende nada... Ela s ó estraga tudo! Mas
isso ela não vai poder se meter!
- Mas ela é sua mãe , Carly! A propósito o que você fez?!

- Eu... bom , você sabe que eu tenho 17. Isso significa , quase maior de idade. Eu e
Thomas estavamos... namorando na cama da minha mãe. Eles estavam viajando e
quando chegaram , entraram em choque quando virão o que estavamos fazendo. Mas
eu não sou mais uma criança , e eles tem que entender! ʹ ela disse cada palavra
devagar

- Mas... na cama dela?? Enquanto ela viajava?? Carly , você pegou pesado , mesmo!

- Não , ela é que estragou tudo. Meu pai mandou o Tho ir embora , e minha mãe ainda
estava em choque. Aí eu disse que eles não podiam fazer essas coisas , e que não
mandavam mais em mim e que eles só estragavam a minha vida ... Enfim , foi isso. Nós
brigamos , e eu achei melhor sair da casa por um tempo...

- Ahh , Carly! Como é que pode fazer essas coisas?? Com sua própria mãe? Você tem
que voltar , está decidido! Quando nós formos embora , prepare -se para ir também! ʹ
disse , decididamente.

Ela apenas sussurrou um : é o que vamos ver!

- Sim , vamos ver! ʹ mumurei baixinho e saí de seu quarto sorrateiramente.

Andei no corredor enorme , devagar para ninguém ouvir.

Mas já havia perdido todas as esperanças antes mesmo de estar pronta para entrar em
meu quarto , quando Tony me parou no mesmo instante.

Ele mantinha uma expressão infeliz , como se quisesse quebrar alguma parede em
pedaços.

- Porque é que estava... ͞brincando͟ com aquele idiota? ʹ ele perguntou , com a
expressão mais séria possivel. Sua roupa estava meio suja e bagunçada , e não me
atrevi a pensar no que aconteceu.

Cheguei a tremer...

- Eu acho que o que eu faço ou o que deixo de fazer , não é problema seu! ʹ disse com
a mesma expressão que ele ainda mantinha.

Ele avançou até mim e agarrou meus ombros , me olhando bem nos olhos.

- Porque você está assim? Eu não fiz nada para você agir desse jeito , pelo amor de
Deus! ʹ ele quase rosnou de raiva. Resolvi entrar no seu jogo dos olhos.
- Mas fez sim! E você sabe... Tudo começou quando trouxe uma amiga até esse
castelo, e você sabia! E agora quer comandar a minha vida , mas eu não posso discutir
o que você faz ou não! Eu é que pergunto o que aconteceu com você! Com o outro
Tony. Porque esse não é o que eu passei a confiar...

- Nada aconteceu! ʹ ele pegou meu rosto em suas mãos , e pressionou ali. ʹ Sou o
mesmo , o mesmo! Oh , Anna , pare com essa besteira! E eu não fiz isso por mal... Carly
queria muito vir aqui , e eu pensei que seria bom pra você , ter uma companhia!

- Mas... é perigoso , Tony! ʹ murmurei ʹ ela é humana!

- Mas não tem um sangue muito bom... Não há perigo , querida ! Nada vai acontecer á
ela , eu prometo! ʹ revirei os olhos

- Mas quanto tempo ela ficará aqui? O mesmo que eu , não é mesmo? Ou seja , vai
embora semana que vem!

- Você vai embora semana que vem? ʹ ele perguntou , com um ar curioso. ʹ Não
precisa ser assim , e você sabe!

- Mas minha mãe iria enloquecer! Ela não fica sem mim por 3 semanas , acredite!

- Você tem 17 anos , já é bem grandinha , não acha ? ʹ ele riu ʹ e além disso eu ainda
não te ensinei tudo , Anna! Preciso de você aqui...

- Adimito que sentiria muito a sua falta ʹ disse , já com uma dor no peito ʹ e de todo
mundo também... ʹ pensei em Lucas , e em tudo que passamos nesse castelo. A dor
aumentou ainda mais...

- Então fique , por favor! Ora , pelo menos mais duas semanas... Não vou te obrigar a
ficar mais que isso.

- Tudo bem , tudo bem... ʹ ele me abraçou no mesmo instante ʹ Você não aguenta
ficar sem mim...

Risos

- mas essa é a mais pura verdade ...

Mais risos

- sei , tenho certeza! ʹ dei um soquinho em seu ombro

- está ficando forte , hein? ʹ ele sorriu , e quando abaixou seu pescoço para me beijar ,
apesar de ser uma coisa que eu precisava agora , resolvi trocar por um abraço
amigável , que faria bem para nós dois...
E antes que ele resmugasse , e me puxasse em seus braços para me dar um longo
beijo, me afastei.

- Aonde vai? ʹ ele perguntou com a testa franzida.

- Procurar Rose ʹ disse simplesmente.

- Acho melhor você não se meter com isso agora!

- É minha obrigação. Ela sumiu por minha causa... tenho medo que algo tenha
acontecido a ela...

- Então está bem... se precisar de alguma coisa , apenas grite que eu dou um jeito!

- eu nunca faria isso... ʹ dei de ombros e subi as escadas , em direção ao quarto dela.

Visão de Lucas

Tony rosnou para mim logo depois que Anna entrou em casa.

Mas não me importava se ele iria me matar hoje ou amanhã , pois eu tinha
aproveitado ao máximo a presença doce , maravilhosa e encantadora de Anna. Foi um
paraizo ficar tão perto dela , toca-la...

E só assim percebi que o que eu sentia era amor. Mais do que uma simples paixão...

Esses poucos minutos em que estavamos juntos me fez percebe r o quanto eu a amava,
e quanto eu precisava dela. Foi mais rápido do que eu , as emoções esquentando em
meu coração frio...

E eu ainda não consegui acreditar que em 105 anos senti essa emoção pela primeira
vez...

- Eu poderia te matar agora , se não quisesse que você sofresse , vendo eu e Anna
juntos e felizes! ʹ sua voz estragou o meu sonho
- Ao invés de melhorar sua personalidade enquanto Anna está aqui , você só p iora.
Interessante isso! ʹ disse , mostrando os dentes

- Não se atreva a falar o nome dela. Não se atreva a sequer pensar nela! ʹ ele gritou

- Não é você quem deve tomar essas decisões! ʹ me levantei e fiquei cara á cara com
ele ʹ se quiser , me mate. Vamos ,me mate! É melhor do que presenciar você
machucando ela!

- Eu não a machuco! ʹ ele gritou ainda mais forte

- E eu sou o papai noel! ʹ disse sarcásticamente ʹ cada vez em que toma essas
decisões de prende-la nesse castelo , de trazer pessoas que ela ama até aqui , de
tomar decisões por ela mesma , e de não lhe dar escolha nenhuma , está ferind o seus
sentimentos que ela tem por você! Quando faz essas ameaças que quase são invísiveis
a ela , está machucando ʹa! Nunca conheci pessoa mais gananciosa e hipócrita que
você!

- Ganancioso é você , seu estúpido! ʹ ele deu alguns passos em minha direção ʹ quer
tomar o lugar que é meu, por direito?? Quer tomar ela de mim? Pois nunca vai
conseguir!

- Dessa forma , acho que não. Você fez tudo já pensando... Deis de quando disse que
fui eu que a obriguei a vir aqui , quando na verdade eu estava protejendo ela de você!
Mas agora sei que você não tem dois lados como as vezes deixa transparecer. Sempre
vai ser o mesmo nojento e frio Tony!

- Cale essa boca! ʹ e então ele me deu um soco. Mas foi a tempo de eu revidar em seu
estomago. Ele me empurrou para a terra , e me esfregou ali.

Quando ia me dar um chute , eu pulei por cima dele e dei uma joelhada em seu peito.
Ele rosnou ferozmente , e quando ia me enforcar , já preparando as garras em meu
pescoço , Estevão chegou

- Vocês querem mesmo que Anna veja essa cena? Eu acho que não! e ela está saindo
do quarto de Carly... ʹ Tony me empurrou para a lama tão brutalmente que a lama se
espalhou por toda a grama. Ele foi direto para a casa, se arrumando.

Estevão se voltou para mim , e percebeu que eu estava avoado.

- É impressão minha , ou você anda meio avoado demais?

- Não , não é impressão , acredite. ʹ Eu disse , e ao mesmo tempo fui me levantando.

- Pensando na morte da Biserra?

- Talvez na minha... ʹ dei de ombros ʹ em geral , não importa!


Corri para a floresta , e rapidamente pulei em um cervo.

Bebi o sangue desesperadamente , e só depois descobri o como estava com sede...

O cervo foi abaixando a cabeça e fechando os olhos enquanto eu bebia. Depois seu
corpo caiu , mole.

Joguei o cervo no rio , e percebi que dessa vez não me sujei...

Cheguei perto da casa e dei tres passos para trás.

Logo depois pulei na janela de meu quarto.

Deitei em minha cama e fechei os olhos lentamente...

A primeira coisa que me veio a cabeça , foi nas loucuras que Anna fazia...

No jeito que ela falava , e na sua atitude independente... Ou pelo menos era o que ela
gostava de mostrar...

E se ela estivesse fazendo mais uma de suas loucuras impossiveis?

Eu teria que agir.

Se ela por exemplo... resolvesse fugir com Carly. Uma loucura!

Se ela resolvesse fugir com Carly e Estevão . Uma loucura maior!

Se ela resolvesse deixar Tony chupar seu pescoço novamente. Aí eu enlouquecia...


aquele sangue quente e delicioso preenchendo sua garganta

Abri os olhos de repente...

Se ela resolvesse procurar Rose.

Levantei-me na mesma hora , e corri até a porta.

Corri pela sala principal, tentando achar seu perfume.

Pela cozinha...

Pela lavanderia...

Até mesmo no banheiro... Nada encontrei...

Mas senti um aroma nas escadas, até o final do corredor. O quarto de Rose.

Corri o mais rápido que já corri em séculos, olhando para todos os lados ,como se a
idéia que eu tinha em mente , sumisse em segundos...
Ela não podia ir até lá!

Suspirei e abri o quarto de Rose rapidamente.

Anna estava lá , e quando eu entrei , se virou , assustada...

Fui até o meio do quarto

O quarto mantinha uma cama , um grande guarda roupa , quadros com paisagens
muito belas , e um tapete que parecia ser japones.

O quarto era muito místico , e cheio de sombras por todo ele. E eu ainda não entendia
como Rose teimava em apenas ficar em meu quarto.

Observei sua expressão assustada.

- Está me seguindo? ʹ ela perguntei , com os braços cruzados. Então ri no mesmo


instante.

- Isso é algum tipo de dejavú? Porque essas palavras , e essa expressão , foi a m esma
que você usou , naquele restaurante mexicano!

- é mesmo ʹ ela , mas depois voltou a mesma expressão séria ʹ está me seguindo ou
não?

- na verdade , estou sim! Quero que pare , antes que cometa uma loucura!

- Pare o que?

- Pare de tentar ser gentil com ela... Rose não merece nada disso , depois do que fez!

- Mas... ela sumiu por minha causa , Lucas! É mais que minha obrigação procura..

A interrompi com um dedo em seus lábios.

- Não, não é! Você sempre quis ser amiga dela, mas teve uma hora em que ela te
esnobou. Você tentou se aproximar, e ela te machucaram fisicamente! Rose é maluca,
e não merece a sua consideração!
Ela se aproximou de mim e me olhou nos olhos. A luz estava apagada, e a única coisa
que iluminou o ambiente foram o seus olhos castanho ʹ claro...

- Ela te ama... ʹ ela sussurrou ʹ ama de verdade!

- Mas faz de tudo para que estejamos nessas circunstâncias... Eu e ela , nunca existiu!

- Ela sumiu por minha causa! ʹ ela repetiu , ainda olhando dentro dos meus olhos.
Quando entrei dentro dos dela , senti vertigem no começo , mas logo depois foi
substituído por doçura e amor.

- Mas a culpa não é sua... você não fez nada! ʹ toquei sua mão de leve , e pude sentir
que ela sentiu arrepios. Ela ficou mais quente , e eu pude perceber o calor...

Ela corou, mas não desviou o olhar.

Muito lentamente, segurei sua cintura e a aproximei de mim. Abracei seu corpo , e ao
mesmo tempo ela afundou sua cabeça em meu peito.

Seu corpo esquentou sob o meu. Encostei meus lábios em seus cabelos macios e
sedosos...

Até seus cabelos cheiravam maravilhosamente bem... Um perfume do campo ,


delicado e suave.

Ela afastou a cabeça do meu peito , para novamente olhar em meus olhos.

- Obrigada Lucas! ʹ ela murmurou , e logo depois sorriu.

- Pelo que? ʹ perguntei , ainda admirando sua beleza

- Você foi o primeiro que me fez rir hoje... ʹ ela disse , e corou novamente ʹ acho
melhor irmos andando...

- Ah, sim. Claro! ʹ disse rapidamente.

Fui abrindo a porta, quando Estevão me chamou.

- Já estou indo! ʹ gritei nas escadas. Antes de ir , dei uma rápida olhada nela , e depois
fui até a sala principal.

Visão de Anna

Eu não conseguia nem respirar direito e me segurei no guarda roupa dela.


Eu estava no quarto de Rose , me recuperando da idéia de ter estado com Lucas. Era
tão tranquilo , confortável e ao mesmo tempo me fazia corar. Eu não conseguia afasta -
lo e quando eu pensava nisso , afastava a idéia ao mesmo tempo.

Eu esqueci tudo que Tony disse sobre ele, e apenas o abracei. Senti meu coração
acelerar com a lembrança e minhas pernas fraquejaram.

Deitei na cama de Rose e fechei os olhos , sorrin do suavemente.

As sensações que eu sentia quando estava perto dele , eram totalmente diferentes da
que eu sentia com Tony.

Tony me protegia , e era meu escudo. Eu me sentia confortável, e seus beijos eram
relaxantes. E eu acabava esquecendo-me das coisas... Mas eu não podia negar que
tínhamos mais que apenas uma amizade especial.

Mas Lucas também me protegia , e sempre me fazia sentir melhor. Quando estava
com ele , eu sentia coisas que nunca tinha descoberto em mim... E eu sentia coisas por
nós dois... Por exemplo: No córrego, eu senti a minha alegria e a dele ao mesmo
tempo. Senti não apenas o meu nervosismo de noss a aproximação , mas o Nosso
nervosismo, Mas ao mesmo tempo sentia o nosso afeto , deis de o dia em que nos
conhecemos.

Não dava mais para negar o que eu sentia a respeito de Lucas. E não dava para negar
que quando ele estava longe , o desconforto que eu s empre sentia era por esse
motivo. Agora eu sabia!

Mas e Tony?

Tudo estava ainda mais embolado em minha mente do que jamais esteve... Porque
tudo era sempre assim? Eu não entendia!

Só depois me lembrei de quem era a cama que eu estava deitada , tentando en caixar
os pontos...

Me levantei rapidamente e arrumei o edredom. Ajeitei minha roupa , pronta para sair
desse quarto escuro...

Estava caminhando pela porta , quando senti um braço forte me dando um puxão para
trás.

Dei um pulo involuntário e me virei rapi damente para ver quem era. Embora eu já
tivesse uma idéia...

Tudo aconteceu rapidamente , como num flash back.


Seus lindos cabelos loiros aruivados e encaracolados cobriram seu sorriso , e logo
depois ela pegou um canivete e cortou um pouco de meu braço. S eus olhos brilharam ,
e antes que ela pudesse cortar mais , dei uma joelhada em seu estômago ,
aproveitando que ela estava distraída com meu sangue. Ela caiu no chão , ainda
olhando para o sangue no chão. Ela me deu um pontapé e eu cai a centímetros dela.

Me afastei e corri para a porta , fechando ʹa.

Antes que eu pudesse fechar completamente , vi uma marca na parede , escrito com
letras de sangue : Lucas é meu!

O sangue manchava a parede , mas não importava , porque ela já estava se


levantando. Portanto , fechei e corri , descendo as escadas.

Cheguei na sala principal , arfando. Tony estava lá , e Carly também. Ele correu até
mim...

- O que foi meu amor? ʹ Carly franziu a testa com a palavra ͞meu amor ͞ mas depois
se levantou da mesa e correu até mim.

- O que é esse corte no seu pulso?? ʹ ela perguntou , assustada.

- Nnnão é nada! ʹ gaguejei , mas Tony me agarrou pelos ombros e me chachoalhou

- O que é?? Foi Rose?? ʹ apenas assenti levemente ʹ Porque foi procura -la?? Deve
estar louca!

- queria conversar com ela , só isso! ʹ não mencionei nada de Lucas ʹ aí ela pegou um
canivete e me cortou , mas antes que ela bebesse o meu sangue eu corri para cá...

Ele me fez sentar num dos sofás.

-Estevão , já que está aí do lado da cozinha , traga -me um pano e água!

Estevão obedeçeu e colocou tudo na mesa...

- Muito obrigada! ʹ dei um sorriso contrangido para ele.

- Seu braço vai ficar melhor em instantinhos! ʹ ele piscou amigávelmente.

Então Tony fez o trabalho tão rapidamente , que eu quase abri a boca em O.

Claro que o corte continuou , mas agora já seco.

- Ah , obrigada Tony! ʹ disse , com um ar sentimental , realmente agradecida.

Encostei a cabeça em seus ombros , e ele deu um longo beijo em minha bochecha.
Só depois fui reparar o perplexo de Carly com a cena, e me afastei dele , sem graça.
Quando ela viu que eu me afastei, lançou ʹme um olhar de quem pede desculpas ,
como se sua atitude tivesse sido imperdoável.

Fiquei com pena de Carly, porque eu sabia que ela se esforçava, para fazer de tudo
para que eu não ficasse magoada... Mas ela gostava muito de Tony, e agora eu tinha
certeza!

- Sabe ʹ sussurrou Carly com um pequeno sorriso ʹ Você tem um ar místico , Tony!
Nem sei por que eu nunca desconfiei nem nada...

- Ninguém desconfia, Carly! ʹ ele abriu um sorriso para ela , e ao mesmo tempo suas
bochechas coraram. Nem um rapaz no mundo conseguia deixa -la envergonhada ,
apenas ele!

- Pois é! ʹ ela se aproximou dele. ʹ Nunca pensei que vampiros pudessem ser tão
encantadores!

Se eu Tony realmente tivéssemos em algo sério , eu não teria gostado nada nada de
ela falar aquilo.

Mas eu e Tony não estávamos juntos nem nada do tipo... Mas como eu já disse , não
era apenas amizade especial , mas uma atração. Mas eu sabia que Carly não fazia isso
por mal!

Tony não fez nada mais , do que apenas virar o rosto e olhar para mim.

- Anna , querida , está se sentindo melhor?

- sim ʹ corei ʹ muito obrigada , Tony! ʹ disse , e antes que eu pudesse ir para o meu
quarto , ele me puxou e me deu um pequeno beijo nos lábios...

Percebi toda a diferença... Quando Lucas encostou os lábios na minha cabeça , senti
meu sangue ferver , meu coração bater descontroladamente , e senti não apenas os
meus sentimentos , mas os dele , tudo misturado.

E com Tony , senti uma pequena tontura , s enti arrepios... e medo também. Mas eu
sentia apenas o seu desejo para continuar me beijando. Sentia a sua emoção , e não a
de nós dois...

Tradução: Lucas era a emoção , o amor , o carinho e o nosso desejo. Acho que eu o
amava...
Então era isso?? Aquele nervosismo , aquele desejo , o desconforto quando Lucas
estava longe , as emoções que subiam rapidamente , e a saudade... principalmente a
saudade , eram amor?

Entrei em meu quarto , confusa.

Minha mente dispara a música Rosylin em minha cabeça.

͞˜  
  

   
          

Eu amo está música , e vivia repetindo ela para mim , quando alguma coisa dava
errado. Porque no caso , tinha tudo a vê comigo. e ra que eu estava apaixonada por
um vampiro misterioso que não po dia sair desse castelo ... Eu sentia isso do fundo da
minha alma! Agora tudo era claro... Não havia dúvidas!

Os poucos momentos que passei com ele , apareceram em minha mente , deis de á
livrária... Então era isso?

O que eu menos quis admitir , estava acontecendo ,na frente de meus olhos! Porque
cada vez que eu pensava em seus olhos , em seus lábios , em todo ele , sentia
dificuldade para respirar, já nervosa.

Mas eu ainda estava com dificuldade para admitir que o cara que supostamente me
trouxe aqui , que sempre me de ixou envergonhada , nervosa e irritada comigo mesma,
era a única pessoa que me fez entender que eu podia amar.

Porque em toda a minha vida , nunca senti coisas assim , por ninguém... Quando eles
se aproximavam , eu fugia , por vontade própria.

Mas com Lucas era diferente. Eu firmava meus pés no chão , ou quando ele ia , o
desconforto vinha , ao invés do alívio.

Por todos esses pensamentos , vinha o cansaço.

Meus olhos estavam se fechando , e meu último pensamento se perg untou se aquele
sentimento que eu sentia , era de alguma forma correspondidos...
Acordei com medo...

Isso nunca aconteceu comigo , mas na minha cabeça , algo pavorante estava prestes a
acontecer...

Eu tive medo de acordar. Os sonhos sempre eram mais tranqüilos!

Falando em sonhos , não me lembrei do meu!

Me levantei e nem me espreguicei. Corri direto para a janela e fiquei ali , vendo o céu
nublado que ameaçava chuva.

Olhei o gramado lá embaixo e as flores e árvores balançantes...

E tive mais medo. Lavei o rosto e escovei os dentes , depois vesti uma calça jeans preta
e um moletom vermelho sem zíper . Calçei meus all stars vermelhos e escovei os
cabelos rapidamente , depois vooei até o quarto de Carly , que estava destrancado.

Abri a porta , ofegante.

Ela me olhou , assustada.

Ainda estava embaixo das cobertas , e quando eu cheguei ela se sentou.

- Oque houve? Oh Anna , não me assuste!

- nnão ʹ gaguejei ʹ não foi nada... Eu é que acordei meio pirada hoje! Desculpe... Quer
dormir mais? São 8:00 da manhã!

- Não , se quiser conversar...

- Não! ʹ interrompi rapidamente , porque eu sabia que conversar para ela não era
apenas bater um papo , mas sim um livro ʹ não , descanse... Eu vou dormir também ʹ
menti para ela não querer vir junto.

- Hum... Okey! ʹ ela sussurrou e se deitou.


Fechei a porta e andei até o primeiro andar.

Estevão me parou quando cheguei ao último degrau.

- Saia! Anna , saia daqui! ʹ ele disse desesperadamente ʹ volte para o seu quarto ,
Rose está voltando da caçada... Ela voltou definit ivamente , tranque porta!

Corri obedientemente para o meu quarto e o tranquei.

Mas mesmo assim , fiquei a escuta na porta. Afinal de contas , eu podia ouvir muito
bem o andar de baixo.

Ouvi passos e um leve suspiro.

- Estevão , os cervos e os Javalis estavam ótimos... Mas sabe muito bem que para mim
isso não é o bastante! Um ou dois humanos na cidade grande...

- Você foi a cidade grande?? Mas... isso aqui é enorme! É impossível passar daqui até a
cidade, só quando se tem a permissão dele...

- Digamos que Tony confie em mim o suficiente... Tanto para ir quanto para voltar...
Ora , Estevão! Não vá me dizer que está aqui sem escolhas! Não vá me dizer que só
veio aqui com a permissão dele e nunca mais saiu daqui?

- Bom... isso é enorme! E ele não confia em mim ... Quantas vezes corri quilômetros ,
achando que estava escapando , quando encontro a rmadilhas , mais vampiros e uma
numeração.

- Ele me contou a numeração! ʹ ouvi mais passos ʹ e saio quando quero , volto quando
quero... Ele não gosta de mim o bastante para me prender a esse local!

- O portal... a númeração do portal? ʹ Estevão perguntou com uma voz desesperada

- sim... eu tenho! ʹ uma pequena risada ʹ Ora , ora Estevão! Oque esse olhar me diz?
Humm... está querendo que eu conte , han? ʹ ela deu mais uma risada , dessa vez
curta e grossa ʹ Acha mesmo que eu faria isso? Hum... a que preço?

- Rose , não brinque com isso! Não me faça chantagens!

- então nada de respostas!

- Você não me daria , de qualquer jeito! ʹ mais passos , agora nas escadas ʹ esqueça ,
dou um jeito eu mesmo!

- Estevão! ʹ um grito ʹ NÃO VAI CONSEGUIR SEM MIM! Me de Lucas! Ele é meu por
direito , me de ele que eu conto tudo!
- Você está louca?? ʹ um baque ʹ Ele não é um objeto , entenda isso de uma vez por
todas! Ele não é o seu brinquedo , Rose!

- Bom , então nada de respostas Estevão! Se quiser mesmo , dá um jeito!

- Não vou fazer nada! ʹ ele retrucou ʹ Eu consigo sosinho , não se preocupe!

- Então ta , mas lembre-se que eu posso muito bem contar os seus planinhos
diretamente ao Tony!

- Conte! Para ele não será surpresa! Agora me deixe em paz...

Mais passos e um baque enorme , depois um rosnado e um bater de portas bem grave.

Andei até a minha cama e me deitei...

Pensei bem no que aquelas palavras significavam...

Tinhamos que andar quilômetros , despistar os vampiros , as armadilhas e ainda


teremos que desvendar o enigma do portal.

Mas é claro que eu não tinha contado com a ajuda de Tony...

Certamente ele iria nos dizer , para podermos ir e voltar quando quisermos...

Seria assim , não seria?

Porque meu coração era tão negativo?

Fechei os olhos e imaginei a seguinte cena: Eu , Carly e Estevão seguindo Tony até as
florestas , despistando os gu ardas , saindo de armadilhas e entrando no portal , já com
o enigma desvendado , para o ͞mundo͟ dele e o ͞ nosso͟ mundo.

Mas porque essas imagens eram tão foscas , e pareciam inrrealistas?

Então levantei e destranquei o quarto , andando no corredor , sem medo do que


pudesse acontecer ou não...
Desci devagar as escadas. Estevão já não estava mais lá...

Entrei na cozinha e apenas bebi um suco de laranja que estava na mesa.

Mas continuei na cozinha , sentada.

Foi quando uma coisa ocorreu em minha mente , como um relâmpago inesperado.

Porque é que todas as vezes que eu comentava com Estevão sobre Tony , ele sempre
ficava esquisito , quando eu falava de nossa alimentação?

Porque eu nunca realmente parei para pensar o porque dele agir assim quando eu
falava de nossas alimentações de sangue animal?

Eu acho que é porque eu nunca quis acreditar!

Então , aquelas caras que ele fazia , era algum tipo de contradição?

Então quer dizer que eu estava enganada?

Ele bebia...

NÃO! NÃO NÃO E NÃO!

Eu me recusava a pensar nisso , não podia me permitir!

Encarei a parede e cruzei os braços.


Estevão , sim eu confiava nele. Mas como eu iria acreditar no que ele estava dizendo ,
se era a respeito de Tony?

Tony que sempre me ajudou nas horas em que eu mais precisava...

Tony que sempre foi cavaleiro e doce...

Tony que me ensinou coisas que minha mãe não poderia...

Tony que me ajudou a não ser um monstro , quando ele supostamente...

Me levantei e corri para o corredor , a tona subi a escada , e a outra e a outra , até
estar no quarto dele.

Hesitei ali , mas logo depois criei coragem e bati na porta.

Esperei um bom tempo ali na porta , mas ninguém atendeu.

Bati novamente e não obtivi resposta.

Estava tão anciosa que não consegui me segurar , então abri a porta e entrei.

Fechei ela atrás de mim e olhei para o quarto cor creme.

Um cama grande , um guarda roupa enorme preto , um espelho , uma estante com
livros e uma TV com tela plana , uma janela e mais um banheiro secreto.

Esse aqui era o cantinho de Tony... Ele concertez a escondia alguma coisa interessante ,
afinal estávamos falando do misterioso Tony Edwigues!

Sei que o que eu estava prestes a fazer não era nem um pouco certo , mas dane-se eu
fiz!

Abri o guarda ʹ roupa e vasculhei entre as roupas e os sapatos. Os cintos e as calças...


Mas nada encontrei.

Até que me aproximei dos cabides e vasculhei em todos os bolsos dos casacos.

Enfiei a mão no sétimo bolso e agarrei uma coisa comprida e de metal.

Uma chave. Ela tinha aquele famoso formato antigo e medieval e parecia realmente
arcaico.

Rapidamente fechei a porta do guarda roupa e coloquei a chave no bolso fundo de


minha calça.
Depois apaguei a luz e fechei a porta.

Andei em todas as outras portas que estavam trancadas naquele corredor imenso.

Mas nenhuma era daquela chave.

Até que a última porta e a que era de madeira maciça , não estava trancada.

Franzi a testa e a abri.

Me deparei com uma salinha minúscula com o piso de madeira.

Entrei , já meio desconfiada.

A salinha era tão simples que era até de dar medo. Vasculh ei em tudo , até atrás do
sofá.

Fiquei cansada e apoiei as costas na parede.

De repente senti uma coisa se abrindo atrás de mim. A parede!

Ela foi caindo , igual a parede no meu quarto , que agora fica o banheiro.

E depois que a parede já não existia , de u lugar a uma de madeira igual a porta da sala.

Peguei a cheva a girei no trinco.

E para minha surpresa , ela abriu!

Meu coração bateu quando subi as escadas que davam para um lugar muito escuro.

Sem luz. Parecia um alçapão. Andei , tentando prestar atenção aonde pisava.

Dei um pulo quando ouvi um gemido e um pequeno choro.

Tremi quando ouvi mais desses sons e juro que quase voltei.

O que estava acontecendo aqui??

Dei um passo e disse: Quem está aí??

Mais choros abafados e sons de... de correntes bat endo no chão.

Mordi os lábios nervosamente. Andei até o meio da sala e encontrei uma vela acesa.
Estava iluminando bem pouco , mas dava para ver o metal de uma corrente.

Não posso mentir que estava com muito medo do que eu pudesse encontrar.
Dei mais passos receosos e mais uma vez perguntei: Quem está aí? Diga , por favor!

Ergui a vela e encontrei um rosto cansado que encarava o chão. Um homem preso a
uma corrente. Dei um passo para trás , agora tremendamente assustada.

Meu coração nunca bateu tão rápido como nesta hora. Achei que ia desmaiar , mas
continuei com os pés firmes no ch ão.

Me virei devagar para o outro lado e para minha surpresa encontrei mais rostos que
imitavam a expressão do primeiro.

Em torno de dez pessoas , homens e mulheres.

Aquela queimação em minha garganta quando estava perto de muitos humanos ,


voltou , mas eu me segurei enquanto e desconforto subia e descia por minha garganta.

Engoli em seco e suspirei pesadamente.

Eu não queria nem pensar em quem prendeu essas pessoas. Pois logo quan do o nome
veio a minha cabeça , senti lágrimas quentes de desespero escorrendo pelo meu
rosto.

Porque pela primeira vez na vida , eu não sabia o que fazer... Eu não tinha nenhuma
resposta , nenhuma idéia.

Eu estava tremendo , mas mesmo assim tomei posição.

- Quem são vocês? ʹ minha voz tremeu ʹ eeu nnão vou machuca-los... Só mme
ddigam!

O primeiro homem que eu tinha visto enfim olhou para mim.

- Como posso saber? Todos desse castelo estão prestes a nos matar!

- Tenha piedade, por favor! ʹ disse uma mulher ao lado do homem ʹ não nos mate,
por favor!

- Eu nunca faria isso, juro! ʹ mais lágrimas escorreram e eu me aproximei ʹ não sou
assim... Quem os trouxe aqui?

- Um homem meio loiro com olhos verdes... Ele estava com uma expressão cansada...
e ah , uma mulher ruiva também! ʹ disse outro homem, que parecia confiar em mim,
mas ainda sim com medo.
Tony e Rose. Então era isso? Rose não me surpreendia, mas Tony??
Meu coração espatifou ao meio, e eu tive que me encolher. As lágrimas aumentaram e
eu estava soluçando.

- Mil perdões, mil perdões! ʹ disse baixinho ʹ eu juro que se eu soubesse... Eu vou
ajudá-los a sair daqui, prometo!

- Jura?! ʹ uma mulher secou seu rosto rapidamente , e foi evidente que estava
tremendo mais do que eu ʹ pode nos tirar dessas correntes , por favor??

- Faria isso, moça? ʹ perguntou o homem que parecia confiar em mim

- Sim, pode ter certeza! ʹ lancei-lhes um sorriso que mostrava a minha tristeza e a
minha vergonha, em volta da minha decepção. Andei de um em um e tirei -lhes as
correntes agilmente. ʹ Ele matou algum de vocês?

- Sim ʹ disse uma mulher, que falou pela primeira vez ʹ meu amigo. Eu e ele
estávamos no parque, mas logo depois sentimos alguém bater na nossa cabeça e
desmaiamos. Quando acordei, já estavam todos aqui, e ele já estava morto!

- Ah ʹ murmurei de cabeça baixa, com a voz rouca e chorosa ʹ eu sinto muito, muito
mesmo. Vou ajudar vocês, eu prometo!

Todos agradeceram fervorosamente, mas isso fazia com que eu me sentisse ainda mais
horrível.

- E agora ʹ disse em um pequeno sussurro ʹ vamos procurar uma saída para vocês,
está bem?

- sim ʹ disse uma mulher de cabeça baixa ʹ sim, por favor. Antes que eles venham!

- Isso não será problema, eles nem sonham que eu esteja aqui, não se preocupem!

Então vasculhei todo lugar, até que encontrei um alçapão.

Puxei a escada e subi na madeira.

- Me sigam! ʹ o lugar era todo empoeirado, e acabei tossindo. As pessoas quem


estavam subindo fizeram a mesma coisa.

Fechei o alçapão e o tranquei. Afinal, Tony poderia ter seguido o meu cheiro!

Mas ele estava lá fora, não faria isso!

E afinal, só eu estava com a chave desse lugar, e eu tinha trancado a porta.

- Nós vamos achar uma saída por esse local, tenho certeza! ʹ disse rapidamente.
O meu nervosismo ainda não tinha passado, e as lágrimas ainda não tinham parado.
Elas ainda vinham, mas às vezes ficavam acumuladas nos meus olhos. Que me impedia
de enxergar...

Andei por todo lugar, procurando alguma saída.

- Qual é o seu nome? ʹ uma mulher perguntou ʹ o meu é Mullet

- O meu é Anna, Mullet! ʹdei um pequeno sorriso que mostrava que eu realmente não
estava nem um pouco feliz com a situação.

- Anna ʹ ela disse ʹ o que é aquele pano vermelho estendido naquela coisa volumosa?

Segui o seu olhar para a parede do outro lado e vi o pano vermelho.

Joguei-o no chão e me deparei com uma porta da mesma cor , toda trabalhada.

Ao lado da porta, tinha um pequeno quadro e nele estava escrito:

Essa porta só pode ser usada dez vezes

Nem mais, nem menos. Se não será levado ao

Mesmo lugar que está nesse momento.

Entre quem escutou, e será Levado ao lugar que estava

Antes.

A porta atende somente a quem mais precisa...

Li e reli a escrita formal, e olhei para eles.

- Um de cada vez, será levado ao lugar que estavam antes de tudo isso acontecer.
Quem quer ir primeiro?

- Mas a porta só pode ser usada dez vezes ʹ disse o homem ʹ e você?
- Eu fico aqui! Ainda preciso fazer umas coisas nesse castelo , e além do mais , vocês
merecem mais do que eu... ʹ disse , e dei um sorriso confiante , estendendo a mão
para eles irem ʹ quem quer ir primeiro?

Então se fez a fila , e quando entravam a porta se fechava ao mesmo instante. Mas
antes todos agradeciam com fervor.

Quando os dez passaram , a porta imperrou e não abriu.

Sei o que está pensando. Uma porta mágica? Isso é loucura!

Quem pensa que é para me contar uma porcaria de história como essa?

Bom , eu não penso nada... Foi exa tamente o que aconteceu.

E lembre-se : nada é impossível , embora muitos digam que isso é besteira. Mas não
estou falando de uma loucura inimaginável , estou falando de apenas uma
compreensão básica de que , se existe tudo o que temos hoje , provávelmente existe
uma porta mágica em algum lugar , que eu passei a chamar de porta justa.

Enfim , depois que todos passaram , eu sentei no chão e abracei meus joelhos
enquanto as Lágrimas rompidas se soltavam em minhas roupas...

Tony , que eu estava pensando ainda hoje , me magoou tão profundamente que eu
cheguei a achar que ninguém poderia me machucar como ele me machucou aquela
hora.

Meu coração abriu buracos , e eu não tinha certeza se um dia poderia concerta -los.

Só sei que continuei chorando e chorando , quan do resolvi ir embora , jogando a chave
na lareira da sala principal.

Só depois percebi quem estava atrás de mim , me observando.

Lucas!

Corri até ele , e ele apenas estendeu o braço , confuso.

- O que foi? Quem te machucou?? ʹ ele disse com a voz se preparando para um
rosnado.

- Lucas... Me desculpe! Me perdoe , por favor! Eu fui tão injusta em não acreditar em
você! Oh , Lucas por favor , me desculpe! ʹ eu quase me ajoelhei ʹ você tinha rasão!
Tony é um monstro , um monstro! E agora eu acredito , que estav a me trazendo aqui ,
porque queria me salvar! Eu acredito , eu acredito!

Ele tirou uma mexa do meu olho e beijou minha testa. Me sentei em seu colo e
afundei a cabeça em seu peito...

seu cheiro era tão tranqüilizante que QUASE me fez esquecer o pesadelo em que eu
estava presa...

Olhei em seus olhos azuis e não duvidei de mais nada do que ele disse , era tudo
verdade... Tudo!

- Não chore ʹ ele murmurou , beijando meus cabelos ʹ não tem que pedir desculpas ,
você não sabia!

- Lucas... Por quê? O que ele pretendia fazer comigo?

- Ele pretendia apenas fazer o que sempre fazia com todas. E disse que se eu não te
levasse, iria te matar. Só para me castigar... ele matava todas que eu não trazia... Mas
depois que te conheceu , ele se apaixonou. Ele te ama, apesar de tudo... Oh, Anna. Não
chore! O que aconteceu?

- eu... ʹ minha voz falhou ʹ eu vi pessoas em uma sala, prendidas, prontas para
morrerem... Tony e Rose as levaram até lá para... Para matar...

Não consegui continuar, porque foi nessa hora que Lucas colocou seus lábios contra os
meus, e me puxou para si.

Acho que nunca vou conseguir descrever as sensações que senti com seus lábios nos
meus. Eles pareciam ser feitos um para o outro...

Senti mais daquelas sensações de amor, carinho, paixão...

Ele sempre esteve ali, e mesmo assim eu me recusei a pensar nele... Recusando as
emoções que eu sempre senti...

Eu não conseguia respirar direito, mas de jeito nenhum queria afastá-lo de mim...

Só com a idéia de ficar longe dele , tive que me agarrar mais em seu pescoço ,
respondendo fervorosamente ao beijo.

Minha respiração soou acelerada , tão acelerada que Lucas percebeu e se afastou ,
com um sorriso.

- Me desculpe! ʹ ele disse , mas eu apenas o puxei para mim novamente.


[...]

Eu ainda sorria , abraçada nele. Fechei os olhos quando senti aquela calma quando
estava perto dele.

- Um outro portal... ʹ ele disse pensativo ʹ isso é muito interessante... Uma pena que
seja apenas dez que possam ir.

- Pois é ʹ disse , prestando atenção apenas em seus olhos...

- O que foi? ʹ ele sorriu e beijou minha cabeça.

- Nada não... ʹ sussurrei , ainda adimirando ʹo. Percebi que o brilho de seus olhos
aumentou , e teve uma hora em que eu não consegui de jeito nenhum desviar o olhar.

- Vamos sair daqui , eu prometo ʹ ele disse , e me abraçou com ternura.

- Com Estevão e Carly?

- Com Estevão e Carly , eu prometo! ʹ ele disse com um sorriso , em olhando diferente

- Porque está me olhando assim?

- Bom... é tão estranho como as coisas tem mudade entre nós... as mudanças são
quase impossíveis de acreditar , se não fosse realmente você que está aqui... com o
mesmo perfume , o mesmo brilho...

- Que brilho?

- O seu brilho... nos olhos... em tudo!

- bom , então somos dois! ʹ sorri.

De repente ouvimos um barulho , e Tony entrou na sala.

Me recusei a olhar para ele e continuei de olhos fechados no colo de Lucas

Apenas ouvi um rosnado e um : SOLTE ELA!

Aí eu não me agüentei , me levantei e encarei Tony , olhando diretamente para ele.

- Quem pensa que é? ʹ soltei , e a sensação de magoa voltou inteiramente. ʹ Não pode falar
assim com ele!

- Anna , por favor! ʹ disse Lucas que se levantou e ficou frente a frente a Tony
- Não! eu falo sim! ʹ olhei para a expressão perplexa de Tony

- O que está acontecendo aqui?? PORQUE ESTAVA NO COLO DELE?? ʹ ele enfatizou o final
com fúria.

- Porque eu quis , e você não manda em mim! ʹ disse e corri para o meu quarto. Antes que eu
pudesse entrar Tony agarrou meu braço.

- Largue ela! ʹ gritou Lucas.

Empurrei Tony até a parede , solunçando.

- Você mentiu para mim! Mentiu para mim! ʹgritei ʹ isso é imperdoável! Eu te odeio, por tudo
que fez , e por tudo que continua a fazer! Te odeio!

Sua expressão se chocou e ele tentou me puxar mas eu me esquivei.

- Não encoste em mim! ʹ gritei

- Você não fala assim comigo! ʹ ele rosnou. Ele agarrou o meu braço com força e acabou
deixando uma marca vermelha. Ele me puxou para ele tão rapidamente , que sua força bruta
foi quase imperceptível.

Foi nessa hora em que , Lucas o pegou por trás e o derrubou no chão.

Foi chocante. Lucas foi dando golpes nele deis do estomago até a cabeça.

Tony tentou se defender , mas aparentemente estava fraco demais depois dos chutes e socos.

Tony se levantou , machucado. Lucas o empurrou até a parede , e foi aí que Tony agarrou seus
braços e o jogou escadaria a baixo.

Lucas ficou assim por um tempo , e quando Tony avançou para mata-lo , agarrei o pescoço de
Tony e o segurei.

Ele só percebeu que era eu , quando Lucas voltou agilmente e lhe deu mais um golpe , e ele
caiu no chão.

Eu estava tremendo , da cabeça aos pés... eu me sentia infeliz , pensando no que poderia ter
sido se Tony fosse como disse... as coisas teriam sido tão boas!

Me agarrei no corremão da escada , quando senti tontura. Mas eu não faria escândalo ,
porque eu sabia que um minuto que Lucas se distraísse , era o fim.

Tony estava com o olho roxo , mas ele ainda golpea-va Lucas com tudo que podia.

Me senti culpada em não poder ajudar muito , mas será que eu conseguiria mesmo?
Nas vezes em que Tony tentava escapar , eu o impedia.

- Eu mando aqui! ʹ ele gritou , pulando para o pescoço de Lucas. Mas ele foi mais rápido.

E nessas horas , as lágrimas já estavam aumentando. Estava com muita dificuldade para
respirar , e por um momento , achei que ia cair lá embaixo.

Quando Tony estava tremendamente machucado e impossibilitado , Lucas o arrastou para o


último andar , no lugar de todas aquelas pessoas , que ou quase morreram , ou estavam
prestes a morrer se eu não fosse até lá.

Me lembrei rapidamente de quem fez tudo aquilo , e a pena que eu senti , a tristeza e o
desconforto foram embora quando pensei em quantas pessoas ele já podia ter matado.

Lucas o trancou no alçapão , e completou sua tarefa com um chute em seu estomago.

Foi nessa hora em que um líquido diferente saiu da barriga dele , e ele começou a gritar.

Tampei os ouvidos e esperei do lado de fora.

Lucas saiu da sala e a trancou nas 3 fechaduras , que na primeira vez eu não havia percebido.

Ele arrastou o sofá até a porta , e depois me abraçou levemente.

- É uma questão de não muito tempo que ele se recomponha. Ele quase morreu , mas eu não o
matei. Não tem porque ser gentil com ele...

Ele me observou e beijou meus lábios com amor. Acabei esquecendo dos problemas na
mesma hora...

- Desculpe. Eu precisava fazer isso , Anna! ʹ ele disse , verdadeiramente.

- Não estou discutindo com o que fez. Era o certo , e eu entendo! ʹ coloquei a cabeça
em seu ombro , quando percebi que ele ainda tinha aquela expressão de culpa ʹ Lucas,
foi o certo a fazer... não estou magoada nem nada. Eu não estou sentindo nada!

Neste momento , percebi que todo carinho que eu sentia por Tony não era nada mais
e nada menos do que uma farsa. Meus sentimentos já não existiam mais , e apenas a
dor mantinha o pensamento de que ele poderia ter sido algo melhor , enquanto ainda
tinha tempo para curar seu passado. Mas ele nunca deu a mínima importância para
nada disso.
- Vamos falar com Estevão e Carly? ʹ ele perguntou , enquanto me abraçava forte. O
abraço dele era tudo o que eu mais precisava nesse momento.

- Sim. E rápido , antes que...

- Não se preocupe com Tony. Ele vai ficar impossibilitado de mexer qualquer coisa por
pelo menos um dia. E ele vai estar fraco demais para sair do alçapão que está
trancado , e depois sair pela porta e pela outra porta da salinha. Todas vão estar
trancadas... Já vamos ter ido embora!

- Bem , então taʹ disse , com um suspiro de alívio

Saímos da sala e a trancamos. Lucas pegou a chave a jogou no fogo.

-Rápido , procure algo útil enquanto eu procuro Rose e Estevão!

- Tudo bem... ʹ disse nervosamente. Algo útil? Tipo o que?

Antes que eu pudesse perguntar, ele já tinha ido.

Não perdi mais tempo. Corri para o último andar rapidamente , e quase caí para trás
devido a minha pressa.

Abri a porta e ela fez um baque enorme na parede.

Olhei para todos os lados e conclúi eu , como a chave da salinha do alçapão , deveria
estar escondido no guarda roupa também.

Abri todas as gavetas , espalhei todas as roupas e sapatos , nos bolsos dos casacos ,
procurei nos relógios , e novamente nas roupas.

Não achei absulutamente nada.

Fechei o guarda roupa com a maior impaciência que já senti na vida.

Olhei em baixo da cama , perto do raque , e até nos cabos da TV.

Olhei no cantinho da janela , mas nada.

Sentei na cama , ofegante.

Então pensei : se eu fosse Tony , aonde é que eu esconderia um código secreto?

Provavelmente num lugar que ninguém imaginaria ser muito bom. Num lugar que as
pessoas achariam óbvio demais para procurar.

Me levantei e abri a porta do banheiro.


O piso estava muito liso , e quase escorreguei. Me apoiei na pia e ao mesmo tempo já
abri o armarinho.

Não continha nada , somente um espelinho quebrado.

Procurei em outro armarinho do banheiro , e nelo só continham toalhas e produtos de


limpeza.

Eu estava tão impaciente , que pensei que não seria muito difícil emigalhas o banheiro
inteiro em pedacinhos!

É estranho encontrar toalhas no armário de um vampiro assassino , eu sei.

Mas era exatamente isso que tinha.

Naquele momento , senti tanto , mas tant o ódio de tudo , que cravei minhas unhas na
madeira , e puxei o armário , com toda a força que eu tinha.

Não demorou muito para o armário cair no chão e ser quebrado inteiro .

No lugar dele , ficou apenas um pedaço de madeira grudado na parede , e nele est ava
uma fita crepe e um pedaço de papel pequeno. E lá estava escrito : Rose

Arranquei na mesma hora , e meu coração deu um pulo quando vi uma numeração até
o fim do papel.

Sorri comigo mesma , e corri para o segundo andar.

Lucas já estava ali e Carly e Estevão também , e quando eu desci , Lucas me pegou nos
braços.

- Você está bem? ʹ ele perguntou , acariciando o meu rosto ʹ fiquei preocupado em te
deixar sosinha , e estava quase indo te procurar!

- Lucas! ʹ disse , e peguei seu rosto nas mãos ʹ não se preocupe comigo. Por favor! Eu
sou em parte vampira , lembra?

- mas mesmo assim... Apesar de Tony estar impossibilitado e desmaiado , não


podemos esquecer de Rose!
- Acho que ela não iria vir atrás de nós. Vamos ter que esperar até de noite, porque ela
está caçando. Não queremos ir de encontro com ela! ʹ disse Estevão. E só aí percebi
Carly , deitada no sofá e tremendo de frio com uma japona escondendo a boca , luvas ,
e toca. Sua mala estava do lado do sofá , junto com uma sacola que continha a roupa
que eu trouxe para cá.

Vi pela expressão dela , que a qualquer momento ela iria desmaiar

- Carly ʹ sussurrei e me sentei na beira do sofá ʹ você está bem?

- Hmhm . O quê fizeram com Tony? ʹ ela tremeu , e eu estendi a coberta que estava
em seus pés

- Carly , agora não é uma boa hora para pânico!

- É a hora perfeita para pânico! ʹ ela quase gritou ʹ pensei que gostasse dele! ʹ e a
esse ponto , ela já estava chorando.

Ela não conhecia Tony , nem o terço o suficiente.

Ela não sabia quantas pessoas ele matava por dia. Ela não sabia como ele era egoísta e
cruel. Ela não sabia como ele prendeu todas essas pessoas nesse castelo. E aquele seu
carinho , aquela bondade que ele mostrava , era uma máscara. Ele usava pessoas boas
como Lucas , e se moldava ali. Percebi isso , quando ele rosnou para mim e quase
rasgou meu braço. E não foi a dor a pior coisa , mas sim a atitude.

- Você não o conhece! ʹ dessa vez , gritei mais alto do que ela ʹ não sabe nada sobre
ele. Nada!

- Sei , sim! ʹ ela disse , e se sentou no sofá , aind a me encarando com aquela sua
expressão de puro ódio ʹ sei , sim! Sei que ele é uma ótima pessoa , e que você não o
merece!

- Merecer? Não , não mesmo. Ninguém o merece! Você está delirando... Não viu nada
do que eu vi. Você não sabe de nada!

- PARA! ʹ ela estava chorando desesperadamente ʹ pare com isso! Ele não fez nada...
ele não fez nada... Por favor! ʹ ela estava com os olhos fechados , e agora estava
soluçando e tremendo mais ainda.

- Carly está muito mal ʹ disse Estevão ʹ não quis comer nada , e apenas bebeu água ,
no maior esforço. Ela estava tendo calafrios quando eu vi.

- E o que pode ser? ʹ perguntei rapidamente , quando sua cabeça tombou no sofá.

Lucas pegou minha mão , com uma expressão preocupada. Em parte foi ruim , não
querendo nem pensar no que foi , e em parte foi bom ele ficar ali do meu lado ,
quando tive vontade de correr para o alçapão e matar Tony de vez. Com Lucas ali , era
tudo mais calmo.

Ok , não tão calmo assim.

- Lucas , me diga! ʹ disse , com os olhos fechados com f orça.

- Anna , por favor...

- ME DIGA! ʹ gritei ʹ por favor , me diga!

- nós... achamos que muito provavelmente Tony a mordeu. ʹ Ele disse as palavras
calmamente e muito gentilmente. Eu quase acreditei que não era perigoso...

Me afundei no outro sofá , e ao mesmo tempo as lagrimas vieram. Não demorou para
eu estar soluçando igual a Carly e Lucas vir me tranqüilizar.

- Está tudo bem , está tudo bem. Vamos dar um jeito , eu prometo!

Eu estava encarando o teto , com as lágrimas embaçando minha vista. Eu não queria
me sentir culpada de tudo isso , mas eu sabia que eu era.

Isso era óbvio , e acabei sentindo náusea.

Me agarrei nele , quase desesperadamente. Ele era o único que podia me fazer sentir
menos culpada.

Ok , nem ele podia ajudar.

- Lucas... é minha culpa. Não tente me fazer sentir melhor , porque isso não vai
acontecer. Ela está aqui , por minha causa... se não fosse por mim , ele não teria a
trazido até aqui!

- Anna , sei que não vai adiantar eu falar isso agora , mas calma. Nós nem sabemos se é
isso mesmo... não sabemos de nada ainda!

- Mas são os sintomas! ʹ bati o pé e cravei as unhas no sofá ʹ Lucas , por favor! O que
é que eu diria a mãe dela quando ela perguntar o que aconteceu?

- não diria nada. Porque ela não sabe que Carly estava aqui neste momento. Lembre-se
que vamos atrevessar um portal. Carly vai voltar no mesmo momento que estava
antes de vir para cá. Vai estar como estava antes de vir para cá , entende?

Abraçei ele , agora bem mais calma.

As vezes eu me preocupava por antecedência. Frequentemente acontecia isso... fiquei


tão tranqüila , que me estiquei e dei um longo beijo em seus lábios.

Ah , era tão bom...


- Nós vamor ir embora daqui , nem que este castelo se destrua! - ele beijou minha
cabeça.

- Tomara mesmo ʹ sorri.

Se passaram algumas horas , e ouvimos o cheiro de Rose.

Ela sentiu o nosso , e foi pelos fundos. Mas eu sabia que isso nunca iria bastar para ela.

Algo no fundo de todos , dizia que essa não era a última vez que sentiríamos seu
cheiro. Mas não importava agora , porque tínhamos que sair daqui.

Pegamos as malas , e eu peguei minha sacola.

Combinamos que Lucas levava as malas , e Estevão levava Carly , que estava
desmaiada.

Eu queria ajudar um dos dois , mas eles não deixaram. Principalmente Lucas , que
sempre se esquecia de que eu quase era igual a ele. Apenas por uma pequena
diferença!

Visão de Rose

Corri pela floresta , e acabei batendo em uma árvore.

Sei que é quase impossível , ou melhor , é impossíve l uma vampira forte e invencível
como eu se distrair tão facilmente.

Mas se estivesse na minha trágica situação , teria até se matado.

Mas eu não sou assim , portanto nunca faria uma coisa dessas. Lucas , lá no fundo me
amava tanto que se isso acontecesse , ele nunca iria superar a idéia de que foi ele que
me matou.

Ele que quase me matou, com esses seus joguinhos absurdos de ciúmes. Mas eu não
tinha ciúmes dele , porque eu sabia que ele era meu. E que seria assim para sempre!

Anna acha que poderá ficar com ele , a vontade. Mas se ele pelo menos gostasse
dela...

Háháhá , isso tudo era muito engraçado.


Lucas , meu lindo e doce Lucas , gostar dela??? GOSTAR DE ANNA MARRY???

Pelo amor de Deus , como ela sonha isso??? Ela tem que ser mais pé no chão , que
coisa ridícula!

E sempre que pensava isso , eu acabava dando um murros e chutes na árvore , e ela
acabava caindo. E eu sempre sorria. Porque para mim a árvore era Anna.

Se ela pensava que tinha acabado , ela estava mais enganada do que quando começou
a gostar de Lucas. E eu sei bem que isso já dá todos os motivos para mostrar que ela é
patética até o último ponto.

Coitada , será mesmo que ela acha que podia me vencer nessa batalha?

Quer dizer , olhe para mim , e depois olhe para ela!

É tremendamente fácil descobrir.

Um cheiro de sangue humano me atingiu em cheio , e corri ao norte.

Nem Tony sabia que eu conhecia uma porta que era igual ao portal do lado Sul , mas
era mais rápido chegar nesse. Esse era o meio de passagem de Tony . Mas só eu podia
passar agora , porque fiz meu próprio código. Demorou dias , mas eu consegui , enfim.

O cheiro continuava a me atacar , e lambi os lábios.

Digitei meu código , e a porta se abriu.

Pulei para dentro , e me meti numa rua sem saída.

A Rua estava vazia , mas o cheiro continuava lá.

Percebi que era de uma loja de discos ali perto , então corri em minha velocidade de
vampira , sem medo do que os outros pudessem pensar. E se isso acontecesse , eles
que se preparem para morrer no mesmo instante!

Uma homem loiro com sardas , meio gordo estava atrás de uma bancada , mexendo
num computador preto.

Quando eu cheguei , ele me olhou diretamente com um grande sorriso que tenho
certeza que era para ser sedutor..

Claro que eu não o culpo. Meus cabelos rui vos estavam super pentiados e
perfeitamente encaracolados. Estava usando um corpete preto, calça jeans e uma bota
preta. Tradução : eu estava completamente graciosa.
Abri um sorriso grande e me aproximei dele devagar. Ele ficou vermelho na mesma
hora , mas continuou com seu sorriso bobo.

- Posso ajuda-la , Srta? ʹ ele perguntou , piscando de leve para mim.

- Hum. Eu acho que sim! ʹ disse , retribuindo a piscadela

Fui para trás do balcão , e fiquei bem perto dele. Minha garganta ardeu , mas eu estava
disposta a brincar mais um pouco com o sujeito polaco barrigudo , no qual parecia
estar verdadeiramente encantado com meus encantos pessoais.

Beijei seus lábios rosados de leve. Sua aceleração se tornou acelerada , e quase
esperançosa.

Envolvi meus braços em seu pescoço , e na mesma hora o beijo se tornou mais feroz.
Ele respondeu muito rapidamente , e foi a coisa mais engraçada que eu já vi de um
humano. Ele me fez sentar na mesa , e continuou me beijando.

Ok , estava na hora de dar um fim nisso!

Encostei meus lábios em seu pescoço , e cravei meus dentes ali.

Ele deu um pulo , mas não me afastou.

Depois que quase todo o seu sangue quente e delicioso desceu por minha garganta ,
ele deu um gemido e depois se corpo morto caiu no chão.

Chutei o corpo para bem debaixo do balcão , e sai tranquilamente porta a fora.

Essa foi rápida!

Minha garganta estava 100% mais calma , mas eu desejava mais uma ou duas mortes.

Essas duas foram rápidas. Um casal que andava de mãos dadas pela rua. Quando senti
seus cheiros , dei ligeiramente um pulo em cima deles e mordi os dois rápidamente.
Eles caíram no chão , assustados , e antes drenei a mulher.

O homem estava desmaiado com a queda , portanto nem sentiu sua morte. Pura
sorte!

Ainda me lembrava bem do dia em que cheguei aqui , e quando era a preferida de
Tony. Eu gostava de ve-lo matar os humanos e me dar os restos , mas teve uma hora
em que não me contentei com isso e bati o pé. Como ele sabia que só eu aceitaria
ficar naquele castelo trabalhando , ele não queria me perder. Acab ou que agora tenho
até meu próprio portal , mesmo ele não sabendo.

E era engraçado ver como ele enganou direitinho a híbrida bobinha. Com sua falsa
gentileza e bondade. Há há há , era tudo muito engraçado!

E ela acreditou fielmente que ele era bom , e seguiu seu ͞exemplo͟ idiota de que: é
errado matar humanos.

Bom , na realidade não é. Isso é uma cadeia alimentar , em todos os sentidos.


Sobrevive os mais fortes , sem rescrições. E é por isso que sempre me senti confortável
matando.

Lucas também era muito inocente a esse ponto. Mas eu juro a mim mesma , que
quando ele parar de tentar fazer ciúmes para mim , e ser mais alto confiante , e enfim
ficar ao meu lado , eu o mostrarei o que é viver de verdade!

Isso era a minha promessa , e eu tinha a meta de cumpri-lo . Sorri comigo mesma.

Dei uma volta pela rua e respirei o ar do trânsito.

Pessoas me olhavam com um ar estranho , e elas mal sabiam que tinha sorte de eu
estar completamente satisfeita.

Rebolei pela rua , e joguei meus cabelos ruivos para o lado.

Ah , era tão engraçado ver como os homens reagiam quando eu chegava perto.
Respiração acelerada , e o coração aos pulos.

Era hilário a confiança que sentiam , e eles mal sabiam a quem eu nasci para
pertencer.

O sinal ficou verde , e então eu passei. Um ca rro buzinou para mim , mas não porque
queria que eu andasse depressa , isso eu tinha certeza!

Andei pela rua , e percebi que todas as mulheres [ como sempre] tiveram a mesma
reação. Ciúmes e pura irritação.

˜orri para cada uma delas , e entrei numa loja de roupas.

A loja estava vazia , e imaginei que era por ser cara demais. A mulher olhou
atentamente para mim , e adorei como ela virou a cara , com desprezo

Me aproximei , e sorri docilmente.


- Olá. Vim achar algo decente hoje. Nesses tempos está muito difícil , sabe? não se
acha mais nada que impressione mesmo!

Ela se virou para mim e então sorriu um sorriso amarelo.

- Hum. Bem , provavelmente as lojas em que freqüentou eram de baixa qualidade. Mas
aqui se encontra tudo que se pode imaginar. Hum , perdão. Qu al é o seu nome?

Ela tinha um nariz comprido e a cara cheia de plástica. Sua boca chegava a ser quase
deformada. Claro que mesmo eu sendo milhões de anos mais velha do que ela , eu
nunca precisaria de nada disso.

- Rose ʹ sorri e me encostei de leve na bancada ʹ Rose Recourt.

- Ok. Srta. Recourt , que tons de cores você prefere?

- Eu gosto muito de preto , azul , rosa escuro , vermelho vivo , e onça. São as minhas
prediletas. E modelos... bem , o modelo da roupa pode ser qualquer um que seja de
Marca , entendeu? ʹ falei tudo numa voz calma , e ela assentiu a cabeça devagar. Claro
que ela devia estar fugindo de mim agora mesmo.

- Ok ʹ ela repetiu.

Ela me mostou uma pilha de roupas , todas com as cores que descrevi. Eram lindas , e
imaginei como seria quando eu as vestisse. Imaginei com que cara Lucas ficaria. E me
deliciei com tudo isso...

- Quero levar todas , por favor. ʹ Disse , com um sorriso doce.

Ela embrulhou tudo , aparentemente satisfeita. A loja era tão cara que estava
praticamente falindo.

O preço era bem apimentado , e no momento em que ela disse o preço , dei um murro
em sua cabeça.

Ela caiu no chão , quase imediatamente.

Verifiquei se não tinha ninguém olhando , e fui para trás da bancada.

Uma veia estava sangrando em sua Cabeça , e não perdi tempo.

Bebi todo sangue , até seu corpo ficar gelado.

Não esquecendo que eu estava de luvas , e a câmera eu escondi entre as roupas.

Peguei as sacolas, e sai andando devagar até a rua do portal.

Enfiei-me entre as matas, e pulei no portal.


Um segundo depois eu já estava na floresta.

Juntei as sacolas e me ergui , com determinação.

Entrei na casa.

Visão de Anna

- Lucas, por favor. Eu quero ajudar!

- Anna, não. Não tem necessidade. Você sabe que para mim e para Estevão , isso está
tão leve que chega a ser hilário você querer ajudar! ʹ ele me pegou pela cintura e
ficamos juntos pelo caminho da floresta.

Carly estava dormida atrás de Estevão , que parecia estar meio avoado , sem pr estar
atenção.

Nós sabíamos que seria um longo caminho até o portal , e estávamos andando apenas
um pouco mais rápido do que os humanos.

Não tínhamos pressa , porque sabíamos que correndo ou não , teríamos que enfrentar
as mesmas coisas.

Era muito tranqüilizante ficar perto dele , sem fazer mais nada a não ser andar entre
as árvores.

- Se ficar cansada , por favor me diga! ʹ ele disse , e beijou minha cabeça.

Suspirei pesadamente e o empurrei , já irritada.

- Acho que novamente parece esquecer que eu sou quase igual a você. Qual é , Lucas!
Eu sou forte e ágil também , sabia?
- É , eu sei! ʹ ele disse , sorrindo ʹ me desculpe. Sei que merece mais consideração que
isso... mas eu tenho medo de te perder , e você sabe!

- Isso não vai acontecer ʹ me agarrei nele , novamente ʹ estamos todos juntos nessa!

- Todos! ʹ afirmou ele.

- Anna , Lucas! ʹ disse Estevão , inesperadamente ʹ desculpe interromper , mas acabei de


lembrar de uma coisa!

- O que? ʹ perguntou Lucas , rapidamente , com sede de informações.

- Rose hoje mesmo me disse que tinha o seu próprio portal , e eu sinceramente acho que é
verdade. Pelo modo como ela falou... e essa floresta é imensa , não é improvável que exista
um alem do norte.

- Então seria ao Norte também? Como saberíamos? ʹ mordi os lábios , nervosamente

- Bem , quando ela estava caçando , ela estava voltando do Sul. Senti seu cheiro , e tenho
certeza disso. Então só pode a ver um no Sul!

- Hum , interessante ʹ informou Lucas , pensativo.

Me aproximei de Estevão e encostei a cabeça em seu ombro.

- Você está bem , Estevão?

- Só um pouco nervoso...

- não estou falando disso!

Ele riu

- Anna , posso ser bem velho por dentro e por fora , mas tenho a mesma resistência que um
vampiro normal. Não dá nem para perceber que ela está nas minhas costas!

Verifiquei a temperatura de Carly. Sua cara estava amaçada na coluna de Estevão , e quando
encostei nela , ela deu um pulo e abriu os olhos.

- Hum? O que foi? ʹ ela murmurou sonolenta.

- Nada. Pode dormir...

- Estamos indo aonde , Anna?

- Estamos indo para casa ʹ comuniquei, tentando pela segunda vez verificar sua temperatura.
E agora eu acabei dando um pulo ʹ Oh, Carly! Você está super gelada , febre coisa nenhuma!

- Gelada?! ʹ Estevão engasgou - quinze minutos atrás ela estava fervendo!

- Carly, está sentindo vertigem? ʹ perguntou Lucas, rapidamente.


- Um pouco. Hmm , ok muito. Não consigo te enxergar, Lucas! A. estou só conseguindo ver os
seus lindos olhos azuis ʹ ela sorriu para ele , meio grogue.

- Ela está delirando. ʹ Disse , preocupada ʹ Carly , quer uma água?


- Hm hm ʹ ela disse , e mesmo sendo apenas um gemido , dei água a ela. Fiz ela beber a
metade , apesar da sua luta.

- Afaste isso de mim! Que coisa horrível!

- é água , Carly!

- Eu não preciso de água. Estou com frio... ʹ ela tremeu ʹ ou talvez calor demais. Eu não sei!

Coloquei meu casaco em volta dela e ela se encolheu. Depois de segundos , ela o tirou
rapidamente e deu para mim.

- Muito calor!

Olhei para Lucas , que estava ainda com aquele olhar pensativo.

Ele sorriu para mim , com um olhar longe. Retribui , confusa

Depois de alguns minutos , resolvemos aumentar o passo , e aí sim estávamos correndo como
verdadeiros vampiros.

A selva passava por trás de nós , e eu senti uma sensação maravilhosa de liberdade.

Nós estávamos praticamente voando. Carly apertou os olhos com força e se segurou ainda
mais em Estevão.

- Não vai cair, Carly. Estou te segurando! ʹ acalmou ele.

- Obrigada Estevão. Devo estar incomodando a beça... ʹ ela disse, com os olhos fechados , já
meio grudado entre as lágrimas secas.

- Não, você não pesa absolutamente nada! Não se preocupe com isso...

Depois de alguns minutos, Carly estava dormindo novamente.

Seu hábito e costume estava terrível , e ela nunca dormirá tanto na vida. Pelo menos, quando
estávamos na escola , e Jessica inventava uma daquelas suas ͞ festas do pijama ͞ , Carly
sempre era a última a dormir , e sempre incomodava os outros , que ao contrário dela ,
precisavam de energia para um outro dia.

As lembranças fluíram em minha mente como um trovão , e me senti um buraco no peito.


Lucas pegou delicadamente minha mão enquanto voávamos para o Sul , e me puxou para ele.
Encostei a cabeça em seu ombro e ele me deu um longo beijo , que me fez parar na mesma
hora.

Estávamos nos beijando , quando reparamos que Estevão estava muito a frente.

Lucas riu e me pegou no colo , e então alcançamos Estevão em questão de segundos.

Nós acabamos rindo tanto , que Carly acordou de seu profundo sono no mesmo instante.

- O que?? O que foi??? ʹ ela gritou.

- Carly ʹ disse Estevão ʹ eu acho melhor você ir no meus braços. Não vai incomodar...

Carly desceu devagar e totalmente sonolenta , e se não fosse eu segurando-a , ela teria caído.
Coloquei ela nos braços de Estevão , e ela voltou a dormir.

- Porque ela está dormindo tanto? Ontem ela passou praticamente o dia todo dormindo!ʹ
disse , olhando para as árvore que passavam como um borrão por nós.ʹ Esses são os
sintomas?

Eles ficaram em silencio por algum tempo , e depois ouvi a respiração pesada de Lucas.

- Não vou mentir para você , porque sei que não adianta. ʹ Ele suspirou ʹ Agora eu tenho
certeza que Tony a mordeu!

- Eu sabia! ʹ quase gritei ʹ eu sabia deis de o ínicio. Só faltava essa , para ele estragar
completamente as nossas vidas. De todos! ʹ acabei rosnando , de tanta raiva que sentia.

- Anna, é questão de algum tempo , até que cheguemos ao portal. Aí ela estará bem
novamente, eu juro!

Olhei em seus olhos , e então senti a confiança que ele sentia. Senti sua certeza incomum, e
acabei me tranqüilizando um pouco.

- Eu te amo ʹ ele sussurrou em meu ouvido ʹ desculpe ter demorado a dizer.

- Idem ʹ eu disse , sorrindo. Aquelas palavras foram uma grande emoção , e eu apenas apertei
os olhos para não chorar. ʹ Eu e você vamos ficar juntos , para sempre!

Ele fechou os olhos rapidamente , mas depois os abriu e apertou minha mão.

- O que foi? ʹ perguntei

- Nada ʹ ele respondeu , com um pequeno sorriso desconfotável

Parei na mesma hora , em sua frente.

- Lucas ,me diga. O que foi? O que eu disse?


- Não é nada com você , meu amor. É serio , é comigo mesmo. Não tem que se preocupar com
isso agora , vamos até o portal e depois falamos sobre isso.

- Estamos quase chegando lá , quero que fale ago... ʹ ele beijou meus lábios , me
interrompendo. Tá certo que eu sempre fui muito curiosa , e discutia muito. Adorava ter a
última palavra , mas seus lábios eram a melhor coisa do mundo.

- Vamos ʹ ele me puxou delicadamente , e conseguimos novamente alcançar Estevão.

Depois de um bom tempo , o céu estava escurecendo , e ficamos aliviados em ver que faltava
apenas mais ou pouco.

Dessa vez , não tivemos pressa e começamos a andar. As árvores já tinham acabado , e foram
trocadas por rochas lisas no chão.

As flores estavam crescendo na mata , e elas indicavam o caminho , numa fileira.

Logo depois , chegamos ao final da mata. Um muro enorme , muito grande , que ia de
encontro ao céu , estava parado em nossa frente.

Era impossível ver até aonde o muro ia , o que chegava a ser mais curioso.

Estevão sorriu para nós , e então muito delicadamente fez Carly se encostar numa pedra.

Ela tinha o sono leve , e acordou na mesma hora. Ajudei ela a se levantar

- Carly , nós chegamos! ʹ anunciei com um grande abraço ʹ só falta achar o portal e aonde ele
está escondido.

- Hum. Até que não demorou! ʹ ela bocejou.

Foi nessa hora , em que o vento bateu em nosso cheiro.

E aí aconteceu.

Muito rápidamente , como num flash back , nós sentimos o cheiro de Tony e de Rose , não
muito longe. Eles vinham do mesmo caminho que viemos , e podíamos quase escutar o
barulho.

O cheiro aumentava a cada passo , e por instinto , fiquei na frente de Carly. Lucas ficou na
frente de todos.

- Escute ʹ ele sussurrou ʹ achei que iria demorar mais. Pelo jeito , não. Ele ainda está vivo , e
está vindo aqui. Se protejam!
- É o Tony? ʹ murmurou Carly em meu ouvido ʹ Oh , eu sabia que ele iria vir atrás de nós. Olhe
que fofo , veio se despedir!

- Ele não veio se despedir! ʹ disse entre-dentes ʹ ele veio nos torturar mais...

- Anna , fique para trás ʹ disse Estevão

- Não , eu estou protegendo Carly. ʹ Abraçei ela , e então adimiti para mim mesma que estava
com medo. O que sempre era muito difícil!

- Anna ʹ ela sussurrou ʹ nossa , minha garganta está seca. Eu to com sede... ,alguma vez eu te
disse que você cheira muito bem? Ahh , minha garganta está queimando , Anna!

Olhei para ela , devagar. Ela mantinha uma expressão de dor , e colocou a mão na garganta.

Fechei os olhos com força , e prometi a mim mesma que não iria gritar.

Ah , ah meu Deus! Carly quer o meu sangue!!!

A transformação estava correndo por suas veias , e se não fossemos rápidos , seria tarde
demais.

Enquanto isso , o cheiro deles se aproximava , manso e calmo.

Até que , fui capaz de ver primeiramente seus olhos.

Os olhos verdes de Tony estavam de olho em mim , e eles traziam ferocidade.

Logo depois , vi os cabelos loiros avermelhados de Rose esvoaçando no vento.

Até que eles deram mais um passo , e pude ver tudo.

Tony rosnou. Ele continuava ferido ,e sua roupa toda rasgada.

Rose sorria diabólicamente , e ela mandou um beijo para Lucas. Senti tanta raiva que quis
avançar nela , na mesma hora.

Mas eu tinha que pensar em Carly agora!

- Ora , Ora ʹ disse Tony com um sorriso ʹ então pretendem fugir. Anna , Lucas , Estevão.
Acharam mesmo que conseguiriam? Anna , minha princesa , achei que usaria a cabeça na hora
mais tensa de sua vida. Seu lugar é COMIGO!

- Não é , e nunca será! ʹ gritou Lucas - Você é um monstro!

- Então porque não sai correndo , Lucas? Vamos! Se está com medo , é o certo a fazer ʹ disse
Tony , ironicamente.
- Você vai morrer ʹ anunciou Lucas , tranquilamente.

- É o que veremos! ´- Foi nessa hora em que Tony ͞correu͟ até Lucas e agarrou seu pescoço.

Mesmo sabendo que Lucas iria se virar , eu morria de medo , e gritei quando ouvi estralos.

Tony fez tudo que Lucas fez nele , ou até pior. Com força e brutalidade.

Acabei fechando os olhos em algumas partes , e em outras gemi.

- Não , Não , por favor ! ʹ Gritei em desespero. ʹ Tony , não faça isso.

Tony se virou para mim , com os olhos brilhando de fogo por dentro.

Foi nessa hora em que Lucas o derrubou e lhe deu chutes , pontapés , e virei o rosto quando
Lucas quebrou a perna de Tony.

Ele deu um grito , e um líquido transparente se soltou na grama. Foi nojento , e Carly afundou
o rosto em mim . Ela estava chorando...

Rose só ria da situação , e toda vez batia palmas.

Estevão pulou em Rose , e a derrubou.

- Chega , sua bruxa! ʹ ele gritou ʹ Cansei de você!

Estevão podia até ser velho , mas as cenas foram chocantes.

Ele contorceu o pescoço de Rose , e uns tufos de cabelos saiam.

Rose lutou , e Estevão ficou muito machucado , mas nem comparado a ela.

Seu braço caiu na grama , e ela soltou um grito estridente.

- Seu idiota! ʹ ela gritou , e pulou em cima dele.

A luta virou de lado , e quando Rose iria arrancar sua cabeça , peguei uma pedra e a joguei
com tudo na cabeça dela.

Apesar de eu saber que não iria doer nenhum pouco , era só para ela se distrair e se afastar de
Estevão.

Ela se virou para mim , com uma expressão assassina.

Eu sabia que essa era a hora de ser forte , então joguei Carly no mato. Estevão veio até mim
para ajudar , mas eu gritei.

- Não. Cuide dela! ʹ gritei ʹ por favor!

Foi nessa hora em que ele a pegou e a segurou , escondendo-a.


Seus cabelos no sol ficavam completamente ruivos , mas na realidade tinham vários tons
loiros.

Rose sorriu e me empurrou com tudo para uma árvore lá longe.

Meu corpo caiu na metade do caminho , e minha cabeça começou a sangrar.

A dor foi terrível , inimaginável. Eu sabia que eu nada podia com Rose , era impossível ganhar
dela.

Eu não parava de sangrar , em todos os lugares possíveis.

Rose já estava vindo até mim , e Lucas olhou para mim com desespero.

Vi que tinha uma pilha com os ossos de Tony , e alguns de Lucas. Tony estava deitado , todo
quebrado e quase morto. Tremi e sacudi a cabeça , para ele não vir , mas ele não deu bola.

Agarrou Rose por trás. Ela gritou e ficou paralizada , com o susto.

- Me largue agora , Lucas. Não quero te machucar! ʹ ela rosnou , dando um soco em sua
barriga , ele nem se mecheu.

- Quer sim! ʹ ele rosnou. ʹ Está me machucando quando a machuca!

- Cale essa boca ʹ ela gritou ʹ Lucas , esqueça ela!

E então , ela deu um chute em seu estomago. Foi assim que começou.

Enquanto eles lutavam , eu sangrava mais.

Minhas costas estavam completamente doloridas , e eu tive que esconder um gemido de dor ,
para Lucas não se distrair.

Eu gritava quando a luta virava , e Rose o machucava , mas aí Lucas dava a volta por cima , e eu
ficava alíviada. Pois qualquer dor no mundo não seria comparada nem com um terço de ver
Lucas se machucando.

Até que Estevão saiu da mata acabou com Tony de vez.

Já tinha uma pilha próxima da pedra mais perto.

Até que , as duas lutas tinham acabado e Rose estava despedaçada.

Lucas correu para mim , e se ajoelhou , com uma expressão triste.

Ficamos todos um tempo em silencio absuluto. Eu não sabia o que dizer...

- Oh , meu amor. Você está bem? ʹ ele perguntou , e pude sentir que ele ele se sentia
totalmente culpado - tudo vai melhorar , eu juro!

- Eu sei ʹ gemi , e acariciei seu rosto ʹ estou bem agora.


Ele deu um pequeno sorriso e me pegou no colo.

- Eles não estão mortos , mas quase. Temos que sair daqui! ʹ ele disse rapidamente.

Estevão pegou Carly no colo , que ainda estava chorando e tremendo.

- Carly , Carly , está tudo bem! ʹ ele a tranqüilizou ʹ ele não está morto.

- Eu sei! ʹ ela disse ʹ não estou triste com vocês... só decepcionada com ele!

- Carly , eu sinto muito ʹ disse baixinho. Ela olhou para meu sangue jorrando , e apenas
desviou o olhar.

- Obrigada , Anna. Mas nenhum de vocês tem culpa! ʹ ela disse , e depois se encostou mais em
Estevão.

- Lucas , eu estou bem! ʹ avisei rapidamente.

- Não está não. Só temos que achar o portal , e aí sim ficará bem. Deus , isso é tudo minha
culpa! ʹ ele quase gritou ʹ eu não devia ter me concentrado mais nela!

- Lucas , por favor! Você me salvou , se não tivesse agido , ela teria me matado em questão de
segundos. Eu só tenho a agradecer a você! ʹ encostei a cabeça em seu ombro.

Tudo estava doendo , eu estava completamente dolorida. Minha cabeça estava queimando ,
mas não importava. Eu estava com ele!

- Vamos achar um meio de sair , e rápido! ʹ disse Estevão.

Lançei um olhar furioso para Lucas e empurrei seu corpo. Me apoiei em seus braços , e desci
de seu colo.

- O que está fazendo? ʹ ele perguntou ʹ volte aqui!

- Não. Eu estou bem , é serio! ʹ cruzei os braços ʹ calma. Eu só quero ajudar pelo menos nisso,
já que na luta eu fui imprestável.

- Não foi. Você distraiu Tony! ʹ disse Lucas

- e quando eu estava lutando com Rose , também - disse Estevão. Carly gemeu

- Tudo bem , tudo bem. Mas se acham que vão me impedir , estão completamente enganados!

Me aproximei do muro e procurei algo que nem eu sabia o que era.

Lucas e Estevão fizeram o mesmo , enquanto Carly se encostou numa pedra e soluçou.

- Ddesculpe , eeu ssei que nnão estou ajudando em nnada... ʹ ela gaguejou

- Tudo bem , Carly! ʹ falei baixinho ʹ só fique aí!

A dor aumentava cada vez mais , e eu me obriguei a não abrir o bico.


Lucas pegou uma blusa sua de uma mala e apertou em minha cabeça. Enrrolou ela ali.

- Obrigada ʹ murmurei.

Foi nessa hora , em que meu cotovelo encostou numa pequena alavanca escondida nas
plantas do muro.

Não conseguia nem sentir meu braço , mas com muito esforço , fiz ele levantar a alavanca.

Meu braço deu um estalo , e tive que apertar os lábios para não gritar.

E aí , ao mesmo tempo , as plantas deram lugar a um pequeno quadrado com vários números.

Lá também tinham letras e acentos de todos os tipos , mas eu sabia que era só para confundir.

Lucas me abraçou e me deu um longo beijo.

- Agora só falta achar a combinação ʹ disse Estevão.

Sorri para ele , e tirei o papelsinho do bolso.

- Eu achei , quando estava vasculhando no quarto de Tony! É de Rose , ela escondeu lá ,


porque achou improvável que ele fosse procurar em seu próprio quarto!

- Foi uma boa idéia ʹ disse Lucas , me pegando no colo novamente.

Revirei os olhos com impaciência.

- Não posso ao menos digitar? ʹ perguntei , fazendo biquinho.

- Você achou a combinação , e achou a alavanca. Devia estar satisfeita!

- Mas não estou. Oh , Lucas , por favor!

- Hum , tá ʹ ele disse , me levando ao chão devagar. ʹ Anna , você está inteiramente
machucada , e quer discutir?

Dei de ombros , e finalmente digitei todos os números que estavam no papel , e eram muitos.

Depois que digitei todos , apertei enter , e esperei.

Meu coração estava aos pulos , e mordi os lábios nervosamente. Foi quando um TAK ressou no
ar , e o muro caiu.

Uma porta solta deu lugar ao muro. Apenas uma porta de madeira , presa ao chão.

Ele caiu dentro da terra , foi se abaixando pelo buraco que tinha ali. Claro que demorou para
todo o muro descer , mas foi.

Lucas apertou minha mão , e Carly se levantou com a ajuda de Estevão , que estava sorrindo.

- Obrigada , de verdade. Se não fosse por vocês , eu nunca iria sair daqui! ʹ disse Estevão. Deu
um aperto de mão em Lucas , e um abraço em mim. ʹ Foi ótimo conhece-la , Anna!
- Igualmente , Estevão. Ainda nos veremos , certo?

- Certo ʹ ele sorriu , e deu mais um aperto de mão em Lucas ʹ Até algum dia , amigo.

- Até , Estevão ʹ ele disse com veemência.

E então , Estevão passou pelo portal. Tão rápido que pareceu impossível.

Ele estava completamente desesperado para sair dali...

A porta se fechou com um grande BAQUE ao vento. Suspirei de alívio , ao ver que Estevão
estava a salvo.

Então chegou a vez de Carly. Ela deu um longo abraço em Lucas , e sussurrou um obrigada. E
depois correu até mim , e o abraço foi mais longo ainda.

- Carly , você ficará bem , eu prometo. Vamos nos ver na escola , ok?

Ela assentiu

- Carly , você não pode contar nada do que viu ou ouviu aqui , para ninguémʹ alertou Lucas ʹ
aja como se nada tivesse acontecido!

Ela assentiu novamente.

- Carly , você irá voltar para o lugar que estava antes de vir aqui , entendeu? ʹ ela me abraçou
mais uma vez , e murmurou um Sim. ʹ Ok. Fique com Deus!

- Vocês também ʹ ela secou o rosto ʹ obrigada por tudo! ʹ então , ela entrou pela porta ,
lentamente.

E aconteceu a mesma coisa. Ela se fechou com um grande Baque , e não se via mais cor de
Carly, e nem de Estevão.

{...]

Eu e Lucas ficamos de mãos dadas , em pelo silencio por um bom tempo. Eu não queria me
afastar dele. Não agora , que estávamos livres.

- Anna ʹ ele pegou o meu rosto e beijou meus lábios delicadamente ʹ também não quero te
deixar ir. Acredite , seria um inferno... ʹ ele disse , como se tivesse lido meus pensamentos ʹ
mas eu te amo , mais que tudo. E sei que precisa ir...

- Lucas... ʹ murmurei , com meus olhos já cheios de água ʹ Lucas , você me prometeu!

Eu comecei a chorar desesperadamente , e a dor me atravessou.

- Sim , e pretendo cumprir a minha promessa. ʹ Ele disse , com um brilho especial nos olhos
azuis - Mesmo longe , sempre perto. E farei de tudo para nós nos vermos novamente. E não
vai demorar...
- Como eu posso saber? ʹ perguntei , já agarrada nele. ʹ Lucas , você tem que voltar!

Ele sorriu e me abraçou com força.

- E eu vou. Acha mesmo que eu agüentaria ficar sem você? ʹ ele acariciou meus cabelos ʹ
nunca , e você sabe bem disso! Alguém tem que cuidar de você , não é mesmo? ʹele sorriu e
me beijou novamente , só que dessa vez foi mais longo.

Eu sabia que nosso primeiro beijo , seria sempre o último. Com completo amor e fragilidade
que sentíamos.

Era como se eu já sentisse sua falta. Mas pelo modo como ele me disse , eu sabia que nos
veríamos novamente.

Não sei quanto tempo ficamos ali , juntos. Mas também não importava , somente se
estávamos assim...

Eu estava soluçando , . Mas suas palavras me acalmaram , e eu sabia que eram verdade.

Eramos feitos um para o outro , então não havia dúvidas. O lugar que ele estava antes de vir
para cá , eram séculos atrás. Mas Lucas uma vez me disse que já tinha saído do castelo , nesse
ano. Mas teve que voltar.

Foi alguns dias antes dele vir me buscar. Era dia , e Tony estava junto com ele. Porque pensava
que ele iria me buscar nesse dia... mas Lucas já tinha seus planos , e então fugiu. Ele
atravessou o portal , que era de Tony na época , e saiu. Mas Tony o alcançou e ele teve que
voltar.

Então quando ele entrasse no portal , ele voltaria nesse dia , mas agora, sem Tony.

O portal não interfere com a morte ʹ foi o que ele demorou para me explicar.

- Então , vamos estar no mesmo ano , e na mesma data?


- Sim , vamos ʹ ele riu ʹ se quiser , pode acordar ele e tirar a dúvida. Não acredita em mim??

- Bem , acredito ʹ disse devagar ʹ mas só é meio difícil de entender!

- Anna , só vamos ter uma diferença de 3 dias. Aí eu estarei na mesma rua , só que dessa vez
poderei realmente fugir sem Tony.

- Vai ficar bem?

- eu é que deveria estar perguntando isso. Anna , por favor , não se preocupe comigo! ʹ ele
beijou minhas mãos.

- Hum. Então está bem ʹ disse , dessa vez esperançosa.

Eu estaria novamente em Boston, em minha terra natal. Não poderia ser ruim!
Ficamos mais algum tempo , no gramado , conversando. Ele me contou tudo que tinha deixado
de lado ,e agora não tínhamos mais segredos...

Até que o tempo perfeito acabou , e uma chuva ameaçou o céu.

Vi o desapontamento de Lucas.

- Vamos?

- Juntos?

- Para sempre ʹ ele me pegou no colo , e então enfim atravessamos o portal.

Apartir do momento em que entramos , senti meus olhos se fecharem involuntáriamente.


Senti um vento passando por nós , e depois de um tempo apenas por mim. Não senti mais
nada a não ser escuridão. Já não estava mais no colo de Lucas.

Já não sentia suas mãos , já não o sentia seu cabelo roçando meu pescoço.

Não conseguia me sentir. Eu estava flutuando , isso eu sabia.

Era tudo muito confuso , e por um momento , achei que tinha morrido.

Foi aí que a sensação de estar caindo , tomou conta de mim. Então senti uma coisa confortável
na minha cabeça. Uma coisa fofa. Também senti uma coisa lisa escorregando pelas minhas
pernas.

Foi quando consegui abrir os olhos , e levei um choque ao ver que estava no meu quarto ,
deitada em minha cama.

Dei um pulo e arregalei os olhos. Eu sempre soube que algo assim aconteceria , mas estar lá é
diferente.

Sai das cobertas e andei pelo meu quarto , para tirar a prova de que era mesmo real.

E vi que era. Dei um grito abafado quando olhei no relógio e vi que eram exatamente 03:00 da
manhã , e era dia 27 de fevereiro.

O mesmo dia em que sonhei com Lucas. O mesmo dia em que senti atração de verdade. E
medo também...
Sorri comigo mesma, e me encostei na parede.

Logo depois, corri para o banheiro e me olhei no espelho. Estava com a minha camisola de
seda roxa, e sem nenhum ferimento, aparentemente.

Avaliei meu pescoço, e vi que as perfurações também tinham desaparecido.

Mas uma coisa continuava ali.

Minhas lágrimas. Elas ainda escorriam pelo meu rosto, e as que já tinham escorrido já estavam
secas.

E meu coração ainda disparava igual a quando estava com Lucas.

Lucas.

Meu coração se apertou com o nome. Segurei-me na bancada da pia e fechei os olhos com
força. Calma, Anna. Tudo vai dar certo ʹ prometi a mim mesma.

Falando em saudades, desci as escadas e corri para o quarto de minha mãe. Quase chutei a
porta, que estava presa.

- Mãe, mãe ʹ gritei e a abracei com força . Só então percebi que ela estava dormindo
profundamente. E ainda por cima, estava roncando.

Ela dormia tranquilamente, e eu não queria interromper seus sonhos.

Isso era como um sonho, afinal. Ela não se lembrava que tinha ligado para mim um montão de
vezes...

Tudo tinha voltado como era antes, e eu teria que aprender a conviver com isso.

Então percebi como estava com saudades da minha mãe, e quanto eu realmente dependia
dela. Sorri e beijei seu rosto, de leve.

Também aprendi que sem minha mãe ao meu lado por todo esse tempo, eu não seria nada
agora.

Porque a força que tive para encarar todas as situações da minha vida, a coragem e a
dependência eram apenas por ela.

Sorri para a sua figura dormindo, no escuro. Para ela, eu não precisaria fingir nada, porque
embora eu nunca ter saído de casa , ela saberia que eu estava diferente.

Ela era minha mãe, afinal...


Mas Eu só esperava que ela não descobrisse tão cedo. Não queria envolver ela nos momentos
mais loucos e profundos da minha vida. Era extremamente perigoso...

Agora , apenas uma coisa importava realmente : que eu relaxasse e não olhasse para trás ,
porque eu sabia que ia me sentir tão mal , que acabaria me trancando no quarto, em
depressão.

Depois de pensar e pensar , acabei deitei ao seu lado como se nada tivesse acontecido ,
realmente tentando dormir.

Mesmo sabendo que depois de tudo que acontecerá, era mais que impossível...

Continua...

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