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CONTABILIADE GERENCIAL
PROF. HENRIQUE MELO
APOSTILA
ALUNO: _______________________________________________
TURMA:_______________ BLOCO: ______________
PARNAÍBA / PI
Contabilidade Gerencial 1
SUMÁRIO
Contabilidade Gerencial 2
A EVOLUÇÃO E O IMPACTO DA CONTABILIDADE GERENCIAL COMO
FERRAMENTA DE GESTÃO NAS ORGANIZAÇÕES
Contabilidade Gerencial 3
Segundo Padoveze (2004), o atual estágio da Contabilidade Gerencial, que abarca todos os
estágios evolutivos anteriores, centra-se no processo de criação de valor por meio do uso
efetivo dos recursos empresariais.
• Estágio 1 – em meados dos anos 50, o foco principal estava vinculado ao controle
do custo de produção e a elaboração do orçamento;
• Estágio 2 – acontece em meados dos anos 60, a contabilidade gerencial passa a
fornecer informações para o controle gerencial;
• Estágio 3 – já em meados dos anos 80, a contabilidade gerencial foi focada mais
como ferramenta para minimizar os custos no processo começou-se a usar mais a
tecnologia para auxiliar tal processo;
• Estágio 4 – e em meados dos anos 90, a contabilidade gerencial passou a fazer parte
integrante no processo de gestão, não só apenas na geração de informações, mas
também na criação de valor, bem como na busca de se usar tal ferramenta como um
diferencial para alcançar vantagem competitiva no mercado.
Analisando o gráfico acima, constata-se que cada estágio representa uma evolução da
contabilidade gerencial, bem como o crescimento dos focos e objetivos da organização. A
Contabilidade Gerencial 4
evolução dos estágios não significa que os focos anteriores tenham deixado de ser
trabalhados, cada estágio é uma combinação do antes com o atual. Constata-se também que
os estágios “velhos” estão sempre sendo modificados, isso acontece para facilitar a
integração com o “novo” estágio e contribuir para a solidez e alinhamento estratégico da
organização.
Uma das técnicas utilizadas para auxiliar no avanço competitivo é o uso do sistema de
informações contábeis (SIC), oferecendo as empresas relatórios gerenciais com
informações que auxilie no processo de gestão criando vantagens competitivas no mercado
concorrente.
Segundo Padoveze (2004), para que a informação contábil seja usada no processo de
administração, é necessário que essa informação contábil seja desejável e útil para as
pessoas responsáveis pela administração da entidade. Para os administradores que buscam
a excelência empresarial, uma informação, mesmo que útil, só é desejável se conseguida a
um custo adequado e interessante para a entidade. A informação não pode custar mais do
que ela pode valer para a administração da entidade.
Para Laudon & Laudon (2004), hoje, todos admitem que conhecer sistemas de informação
é essencial para os administradores, porque a maioria das organizações precisa deles para
sobreviver e prosperar. Esses sistemas podem auxiliar as empresas a estender seu alcance a
Contabilidade Gerencial 5
locais distantes, oferecer novos produtos e serviços, reorganizar fluxos de tarefas e trabalho
e, talvez, transformar radicalmente o modo como conduzem os negócios.
Diante desses pressupostos básicos para a informação contábil, fica claro o caminho a ser
adotado para que a contabilidade se transforme em ferramenta de ação administrativa e se
torne um instrumento gerencial. Para se fazer, então, Contabilidade Gerencial, é mister a
construção de um Sistema de Informação Gerencial. Em outras palavras, é possível fazer e
é possível ter Contabilidade Gerencial dentro de uma entidade, desde que se construa um
Sistema de Informação Contábil.
Segundo Laudon & Laudon (2004), definem Sistemas de Informações Gerenciais como o
estudo dos sistemas de informação nas empresas e na administração. O termo Sistemas de
Informações Gerenciais (SIGs) também designa uma categoria especifica de sistemas de
informação que dão suporte às funções do nível gerencial. Os Sistemas de Informações
Gerenciais (SIGs) atendem ao nível gerencial da organização, munindo os gerentes de
relatórios ou de acesso on-line aos registros do desempenho corrente e histórico da
organização.
Exercícios:
Contabilidade Gerencial 6
DEFINIÇÕES DA CONTABILIDADE GERENCIAL
Entendemos por Contabilidade Gerencial, como conceito básico, formador do método que
orientará o conjunto de conhecimentos contábeis organizado para observar o objeto da
ciência sob o aspecto administrativo, notadamente sob os da tomada de decisões.
À medida que uma empresa cresce, suas atividades tornam-se mais complexas. Para dirigi-
la, a cúpula administrativa necessita de informações para inteirar-se dos acontecimentos
importantes nas respectivas áreas de atuação. É mediante esse fluxo de informações que ela
consegue administrar sua empresa. A tomada de decisões depende, em grande parte da
quantidade e da qualidade das informações recebidas. A tarefa de coletar dados, selecioná-
los, analisá-los e retratá-los é muito importante para que a empresa alcance seus objetivos.
Em síntese, os relatórios visam fornecer à empresa melhores condições para que possa:
Contabilidade Gerencial 7
Portanto, a condição primordial de um bom relatório é a clareza. Um bom relatório indica
claramente a situação passada e a tendência futura do fenômeno observado. Uma
informação clara e objetiva permite a compreensão, a qual conduz à confiança e ao sucesso.
Em um bom relatório as informações são classificadas em função de usa relevância ; as de
pouca importância são relegadas ao final ou eliminadas. Deverá ser evitado um número
exagerado de cifras e tabelas complicadas.
Para Padoveze (2004), a Contabilidade Gerencial é o ramo da Contabilidade que tem por
objetivo fornecer instrumentos aos administradores de empresas que os auxiliem em sua
funções.
Exercícios:
Contabilidade Gerencial 8
Para Iudícibus (1998), a Contabilidade Gerencial pode ser caracterizada superficialmente
como: um enfoque especial, conferido a várias técnicas e procedimentos contábeis já
conhecidos e tratados na contabilidade financeira, na contabilidade de custos, na análise
financeira de balanços etc., colocados numa perspectiva diferente, um grau de detalhe mais
analítico ou numa forma de apresentação e classificação diferenciada, de maneira a auxiliar
os gerentes das entidades em seu processo decisório. A contabilidade gerencial, num
sentido mais profundo, está voltada única e exclusivamente para a administração da
empresa, procurando suprir suas informações que se encaixam de maneira válida e efetiva
no modelo decisório do administrador.
Exercícios:
Uma das funções mais importantes da contabilidade gerencial, descrita por Iudícibus
(1998), consiste em “fornecer informações hábeis para a avaliação de desempenho. Este
desempenho pode ser considerado não somente em relação à apuração de resultados por
produto ou por serviços, mas envolve uma apreciação de “quão bem” se houveram os
vários setores da empresa.
Contabilidade Gerencial 9
operacional que acentue a melhoria de custos, de qualidade e de redução de tempo de
processamento das atividades desenvolvidas por seus funcionários.
Segundo Crepaldi (2004), com relação à utilização dos dados da Contabilidade de Custos
para tomada de decisões, estes podem ser muito úteis para o administrador avaliar as
conseqüências de medidas tais como:
Exercícios:
Contabilidade Gerencial 10
de informações que necessitam para atender adequadamente no processo de decisão que
deverão serem tomadas.
a) Os processadores da informação
b) O público em geral
c) Os estudiosos
Exercícios:
A contabilidade gerencial, afirma IUDÍCIBUS (1998, p.22), para ser utilizada como
instrumento no processo de tomada de decisões necessita de integração com: a
contabilidade de custos, e por sua vez, com todos os procedimentos contábeis e financeiros
ligados a orçamento empresarial, a planejamento empresarial, a fornecimento de
informações contábeis e financeiras para decisão entre cursos de ação alternativos recaem,
sem sombra de dúvida, no campo da contabilidade gerencial (...) que requerem informações
contábeis (além das de outras disciplinas) que não são facilmente encontradas nos registros
da contabilidade financeira. Na melhor das hipóteses, requerem um esforço extra de
classificação, agregação e refinamento para poderem ser utilizadas em tais decisões.
Exercícios:
Contabilidade Gerencial 11
a) Comente a afirmação de Iudícibus (1998), sobre a integração da Contabilidade
Gerencial para fins decisoriais.
MÉTODOS DE CUSTEAMENTO
INTRODUÇÃO
A atual tendência à globalização dos mercados, que estende essa competição a um nível
internacional, enfatiza, como não poderia deixar de ser, a necessidade da adoção de técnicas
e procedimentos que permitam o adequado gerenciamento desses gastos.
Enquanto a Contabilidade Financeira é sintética e regida por regras bem definidas que
atendem o interesse do publico externo à empresa (ao qual se destinam às informações por
ela geradas), a Contabilidade de Custos é analítica e flexível, produzindo dados de receita,
custo e resultado por produto, por departamento, por cliente, etc.
Inicialmente desenvolvida para uma melhor avaliação dos estoques, da qual depende a
apuração do Custo dos Produtos ou Serviços Vendidos e, conseqüentemente, dos
Resultados, as funções da Contabilidade de Custos expandiram-se, à medida que
aumentava a competição dos mercados, de forma a abranger, hoje, todas as áreas e
atividades das empresas, assumindo uma posição de absoluto destaque entre as prioridades
da empresa bem administrada.
Por isso, aumenta, a cada dia, a necessidade de divulgação e aplicação das técnicas de
análise e de controle dos gastos empresariais, das quais se ocupa a Contabilidade de Custos.
Contabilidade Gerencial 12
Segundo Figueiredo e Caggiano (1997), custos são essencialmente medidas monetárias dos
sacrifícios com os quais uma organização tem que arcar a fim de atingir seus objetivos.
Conseqüentemente, são parte muito importante do processo decisorial, e não é surpresa que
os contadores estejam muito envolvidos com a coleta e análise das informações de custos.
Exercícios:
Contabilidade Gerencial 13
• Permitir avaliar os custos unitários de produção, conseqüentemente fixar os preços
de venda;
• Permite localizar os desperdícios de material, horas máquinas/homens, aproveitar
resíduos, reduzir ou eliminar gastos;
• Permite apuração de custos por elementos, seções, departamentos, produtos,
períodos, etc;
• Oferece elementos para estudo acurado das despesas, bem como o controle e
previsão dos negócios;
• Fornece rapidamente os inventários de materiais; produtos em elaboração e
produtos acabados, facilitando o levantamento de balancetes, balanço e
demonstração de resultados parcial/total;
• Oferece elementos para comparação e interpretação dos custos ocorridos por
departamentos, fases de fabricação, produtos;
• Permite descobrir quais os produtos/serviços mais lucrativos para a empresa.
Exercício:
TERMINOLOGIA CONTÁBIL
Exemplos:
- Gasto com mão-de-obra (salários e encargos sociais) = aquisição de serviços de
mão de obra;
- Gasto com aquisição de mercadorias para revenda;
- Gasto com aquisição de matérias-primas para industrialização;
- Gasto com energia elétrica = aquisição de serviços de fornecimento de energia;
Contabilidade Gerencial 14
- Gasto com aluguel de edifícios;
INVESTIMENTOS _ Gasto com bem ou serviço ativado em função de sua vida útil ou de
benefícios atribuíveis a períodos futuros.
Todos os sacrifícios havidos pela aquisição de bens ou serviços (gastos) que são
“estocados”, nos Ativos da empresa para baixa ou amortização quando de sua venda, de seu
consumo, de seu desaparecimento ou de sua desvalorização são especificamente chamados
de investimentos (Martins, 2003).
Exemplos:
- Aquisição de móveis e utensílios;
- Aquisição de imóveis;
- Despesas pré-operacionais;
- Aquisição de marcas e patentes;
- Aquisição de matéria-prima;
- Aquisição de material de escritório.
CUSTO _ Gasto relativo a bem ou serviço utilizado na produção de outros bens e serviços:
são todos os gastos relativos à atividade de produção.
Segundo Martins (2003), o custo é também um gasto, só que reconhecido como tal, isto é,
como custo, no momento da utilização dos fatores de produção (bens e serviços), para a
fabricação de um produto ou execução de um serviço.
Exemplos:
- Salários do pessoal da produção (MOD);
- Matéria-prima utilizada no processo produtivo;
- Combustíveis e lubrificantes usados nas máquinas da fábrica;
- Alugueis e seguros do prédio da fábrica;
- Depreciação dos equipamentos da fábrica;
- Gastos com manutenção das máquinas da fábrica.
DESPESA _ Gastos com bens e serviços não utilizados nas atividades produtivas e
consumidos com a finalidade de obtenção de receitas.
Para Bruni e Famá (2004), despesas, correspondem a bem ou serviço consumido direta ou
indiretamente para a obtenção de receitas. Não estão associadas à produção de um produto
ou serviço. Como exemplos de despesas poder ser citados gastos com salários de
vendedores, gastos com funcionários administrativos, etc.
Exemplos:
- Salários e encargos sociais do pessoal de vendas;
- Salários e encargos sociais do pessoal administrativo;
- Energia elétrica consumida na sede administrativa;
- Gasto com combustíveis e refeições do pessoal de vendas;
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- Conta telefônica da administração e de vendas;
- Alugueis e seguros da sede administrativa.
Exemplos:
- Incêndio;
- Obsoletismo de estoques;
- Período de greve;
- Enchente;
- Furto/roubo.
Em termos práticos, nem sempre é fácil distinguir Custos e Despesas. Pode-se, entretanto,
propor uma regra simples do ponto de vista didático: todos os gastos realizados com o
produto até que esteja pronto, são Custos; a partir daí, são Despesas. Assim, por exemplo,
gastos com embalagens são Custos se realizados no âmbito do processo produtivo (o
produto é vendido embalado); são Despesas, se realizados após a produção (o produto pode
ser vendido com ou sem embalagem).
Todos os Custos que estão incorporados nos produtos acabados que são fabricados pela
empresa industrial são reconhecidos como Despesas no momento em que os produtos são
vendidos. A matéria-prima industrial que, no momento de sua compra, representava um
Investimento, passa a ser considerada Custo no momento de sua utilização na produção e
torna-se Despesa quando o produto fabricado é vendido. Entretanto, a matéria-prima
incorporada aos produtos acabados em estoque, pelo fato destes serem ativados, volta a ser
Investimento.
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Exercícios Resolvidos
Exemplo 1:
( I ) compra de matéria-prima;
( C ) consumo de energia elétrica;
( C ) utilização de mão-de-obra;
( C ) consumo de combustível;
( D ) gastos com pessoal do faturamento (salário);
( I ) aquisição de máquinas;
( C ) depreciação de máquinas;
( D ) remuneração do pessoal da contabilidade (salário);
( D ) pagamentos de honorários da administração;
( D ) depreciação do prédio da empresa;
( C ) utilização de matéria-prima (transformação);
( I ) aquisição de embalagens;
( P ) deterioração do estoque de matéria-prima por enchente;
( P ) remuneração do tempo de pessoal em greve;
( I ) geração de sucata no processo produtivo;
( P ) estrago acidental e imprevisível de lote de material;
( D ) imposto de circulação de mercadorias e serviços;
( D ) comissões proporcionais de vendas;
Exemplo 2:
Exercícios:
Contabilidade Gerencial 17
f) O que são perdas? Exemplifique.
CLASSIFICAÇÃO DE CUSTOS
CUSTO DIRETO _ São aqueles que podem ser apropriados diretamente aos produtos
fabricados, porque há uma medida objetiva de seu consumo nesta fabricação.
Exemplos:
- Matérias-primas – Normalmente a empresa sabe qual a quantidade exata de
matéria-prima que está sendo utilizada para a produção de uma unidade do
produto. Sabe-se o preço da matéria-prima, o custo daí resultante está associado
diretamente ao produto;
- Mão-de-Obra direta – Trata-se dos custos com os trabalhadores utilizados
diretamente na produção. Sabendo-se quanto tempo cada um trabalhou no
produto e o preço da mão-de-obra, é possível apropria-la diretamente ao
produto;
- Material de embalagem;
- Depreciação de equipamento quando é utilizado para produzir apenas um tipo de
produto;
- Energia elétrica das maquinas, quando é possível saber quanto foi consumido na
produção de cada produto;
CUSTO INDIRETO _ São os custos que dependem de cálculos, rateios ou estimativas para
serem apropriados em diferentes produtos, portanto, são os custos que só são apropriados
indiretamente aos produtos. O parâmetro utilizado para as estimativas é chamado de base
ou critério de rateio.
Exemplos:
- Depreciação de equipamentos que são utilizados na fabricação de mais de um
produto;
- Salários dos chefes de supervisão de equipes de produção;
- Aluguel da fábrica;
- Gastos com limpeza da fábrica;
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- Energia elétrica que não pode ser associada ao produto.
OBSERVAÇÕES:
Quanto ao volume
CUSTO FIXO _ Custos fixos são aqueles cujos valores são os mesmos qualquer que seja o
volume e produção da empresa. È o caso, por exemplo, do aluguel da fábrica. Este será
cobrado pelo mesmo valor qualquer que seja o nível de produção, inclusive no caso da
fábrica nada produzir.
Observe que os Custos Fixos são fixos em relação ao volume de produção, mas podem
variar de valor no decorrer do tempo. O aluguel da fábrica, mesmo quando sobre reajuste
em determinado mês, não deixa de ser considerado um Custo Fixo, uma vez que terá o
mesmo valor qualquer que seja a produção do mês. Outros exemplos: imposto predial,
depreciação dos equipamentos, salários de vigias e porteiros da fábrica, prêmios de seguro,
etc.
Segundo Sanvicente (1997), definimos como custo fixo todo aquele item de custo ou
despesas que não varia, em valor total, com o volume de atividade ou operação. Portanto, o
seu valor unitário é que varia com o volume de operação.
Para Braga (1995), são custos que permanecem constantes dentro de certo intervalo de
tempo, independentemente das variações ocorridas no volume de produção e vendas
durante esse período. O referido interalo de tempo não costuma ser superior a alguns
meses. Configurada uma retração mais prolongada nas atividades ou um ciclo de expansão
dos negócios, o valor total desses custos e despesas será ajustado para um novo patamar,
em decorrência de decisões da administração.
Custo fixo
unitário
Contabilidade Gerencial 19
Fonte: FGV modificada pelo autor
CUSTO VARIÁVEL _ Custos variáveis são aqueles cujos valores se alteram em função do
volume de produção da empresa. Exemplo: matéria-prima consumida. Se não houver
quantidade produzida, o Custo Variável será nulo. Os Custos Variáveis aumentam à
medida em que aumenta a produção.
Segundo Sanvicente (1997), já o custo variável é aquele que se altera em relação direta com
as modificações do volume de atividade. Portanto, o custo variável total (CVT) é
perfeitamente variável, como o próprio termo indica, e o custo variável unitário pe
constante.
São aqueles cujo valor total aumenta ou diminui direta e proporcionalmente com as
flutuações ocorridas na produção e vendas (Braga, 1995).
Segundo Hoji (2004), o valor total dos custos e despesas variáveis varia proporcionalmente
à quantidade de produção. Unitariamente, os CDVs são fixos.............a proporcionalidade
dos CDVs não é exata em alguns casos, pois vários fatores (humanos, mecânicos,
ambientais etc.) influenciam o nível de produção. Por exemplo: algumas maquinas
funcionam com maior eficiência algum tempo depois de colocadas em funcionamento; no
final do dia, a produtividade dos operários diminui em função do cansaço etc. Mas, de
modo geral, pode-se considerar que os CDVs variam linearmente.
Custo variável
prática unitário
teória
Contabilidade Gerencial 20
de matéria-prima é provavelmente a mesma; mas isso não lhe tira a característica de
Variável; pelo contrario, reforça-o
CUSTO SEMI-FIXO _ Custos Semi-Fixos são custos que são fixos numa determinada
faixa de produção, mas que variam se há uma mudança nesta faixa. Considere, por
exemplo, a necessidade de supervisores de produção de uma fábrica expressa na tabela a
seguir:
CUSTO SEMI-VARIÁVEL _ Custos Semi-Variáveis são custos que variam como o nível
de produção mas que, entretanto, têm uma parcela fixa que existe mesmo que não haja
produção. É o caso, por exemplo, da conta de energia elétrica da fábrica, na qual a
concessionária cobra uma taxa mínima mesmo que nada seja gasto no período, embora o
valor da conta dependa do número de quilowatts consumidos, portanto, do volume de
produção da empresa.
Outros exemplos: aluguel de uma copiadora no qual se cobra uma parcela fixa mesmo que
nenhuma cópia seja tirada; gasto com combustível para aquecimento de uma caldeira, que
varia de acordo com o nível de atividade, mas que existirá, mesmo que seja num valor
mínimo, quando nada se produza, já que a caldeira não pode esfriar.
Exemplo 3:
Exercícios:
Contabilidade Gerencial 21
a) O que são custos diretos?
b) Conceitue custos indiretos. Exemplifique.
c) O que são custos fixos e variáveis?
Classifique os custos em Custos Fixos (F), Custos Variáveis (V), Custos Indiretos (I),
Custos Diretos (D).
Segundo Laudon & Laudon (2004), administradores não podem ignorar os sistemas de
informação porque estes desempenham um papel fundamental nas organizações atuais. Os
sistemas de hoje afetam diretamente o modo como os administradores decidem, planejam e
gerenciam seus funcionários e cada vez mais determinam quais produtos serão produzidos e
onde, quando e como. Por conseguinte, a responsabilidade pelos sistemas não pode ser
delegada a tomadores de decisões técnicos.
Contabilidade Gerencial 22
fazendo com que as mesmas tenham um papel importante na avaliação de desempenho de
forma que dê sustentação na tomada de decisões.
MÉTODOS DE CUSTEIO
Existem diversos métodos de custeio, cada um com uma metodologia própria, com
vantagens e desvantagens de aplicação. Os métodos mais utilizados no Brasil são: o
Método por Absorção (atende as necessidades societárias e fiscais) e o Método de Custeio
Variável (atende as necessidades gerenciais). Entretanto, outros métodos de custeio são
utilizados para necessidades gerenciais como: Método de Custeio Pleno (RKW) e o Custeio
Baseado em Atividades (ABC).
Apesar de sofrer criticas e conter certas falhas como instrumento gerencial é o único
permitido para fins de avaliação de estoque, além de ser admitido pela legislação do
imposto de renda. Os conceitos de investimento, custo direto, custo indireto e despesas
administravas, comerciais e financeiras é de suma importância para aplicação ou
distribuição dos custos de produção aos produtos fabricados pela empresa. O método de
custeio consiste em considerar custos de produção a todos os gastos com a matéria-prima
direta e indireta consumidas, a mão-de-obra direta e indireta aplicadas e os demais custos
indiretos incorridos no processo de produção de bens destinados à venda. Nesse sentido os
custos decorrentes da obtenção ou transportes para colocar a matéria-prima em condições
de produção serão custos. As despesas com a administração da empresa, comercialização
dos produtos e os gastos financeiros decorrentes de empréstimos e, ainda, os gastos fabril
cuja produção não se destina à venda, não são tratados como custos, indo diretamente para
o resultado do período (considerados despesas do período).
Para Crepaldi (2004), o Custeio por Absorção ou Custeio Pleno consiste na apropriação de
todos os custos (sejam eles fixos ou variáveis) à produção do período. Os gastos não fabris
(despesas) são excluídos. È o método derivado da aplicação dos princípios fundamentais
de Contabilidade e é, no Brasil, adotado pela legislação comercial e pela legislação fiscal.
Contabilidade Gerencial 23
Não é um principio contábil em si, mas uma metodologia decorrente da aplicação desses
princípios. Dessa forma, o método é válido para a apresentação de demonstrações
financeiras e para o pagamento do Imposto de Renda. Segundo Padoveze (2004), é o
método de custeamento , onde, para se obter o custo dos produtos, consideram-se todos os
gastos industriais, diretos ou indiretos, fixos ou variáveis. Os gastos industriais indiretos ou
comuns são atribuídos aos produtos por critérios de distribuição.
Sua principal finalidade e utilidade é a avaliação de estoque, podendo ser utilizado como
parâmetro para a formação de preços. Quatro aspectos devem ser considerados na adoção
desse custeio, para avaliar o custo de um produto:
Demonstração de Resultados
Receita Líquida
Venda CPV
Lucro Bruto
Despesas Operacionais
Lucro Líquido
Contabilidade Gerencial 24
Fonte: Martins (2003) modificada pelo Autor
Exercício Resolvido:
Exemplo:
Gastos $ mil
Salários da fábrica (MOD + MOI) 100
Matéria-prima 120
Comissões sobre vendas 10
Depreciação de maquinas e equipamentos 5
Energia elétrica da fabrica 8
Manutenção de maquinas e equipamentos 3
Seguros da fábrica 7
Salários da administração 10
Material de expediente 5
268
Custos $ mil
Salários da fábrica (MOD + MOI) 100
Matéria-prima 120
Depreciação de maquinas e equipamentos 5
Energia elétrica da fabrica 8
Manutenção de maquinas e equipamentos 3
Seguros da fábrica 7
243
Gastos $ mil
Comissões sobre vendas 10
Salários da administração 10
Material de expediente 5
25
Contabilidade Gerencial 25
Gastos $ mil
Custo de produção 243
Despesas do período 25
268
Como já sabemos, as despesas não compõem o custo dos produtos e, como conseqüência,
serão lançados diretamente no resultado do exercício.
Com relação aos salários da fábrica, existe a necessidade de se separar a mão-de-obra direta
e a indireta.
Com isso a empresa mantém cálculos que permitem a apuração das horas gastas em cada
produto e as horas de mão-de-obra indireta.
Diretos
Contabilidade Gerencial 26
Enérgia 8.000 8.000
A seguir, mostraremos algumas formas de alocação desses custos indiretos aos dois
produtos.
Para Crepaldi (2004), existem vários critérios de rateio, alguns descendo a detalhes como
distribuição do aluguel (ou depreciação do prédio, se for próprio), por metros quadrados,
materiais auxiliares de acordo com o consumo de matéria-prima, depreciação de maquinas
Contabilidade Gerencial 27
de acordo com horas trabalhadas etc. O nível de detalhamento a ser usado depende de
relevância dos valores envolvidos e do bom-senso de cada um, visando eliminar as
arbitrariedades. É impossível determinar uma regra de rateio.
Exercícios:
Exercício 1
A empresa Fabricante S.A produz os itens Alfa, Beta e Delta. O custo a ratear entre
os três produtos totaliza $ 36.000,00. O rateio é baseado nas horas/máquina (h/m)
trabalhadas para cada um deles.
Com o consumo de 120, 240 e 360 h/m para cada tipo de produto, respectivamente, foi
concluída a produção de 300 unidades, em quantidades rigorosamente iguais de Alfa, Beta
e Delta.
O custo direto unitários também foi o mesmo para cada tipo de produto, ou seja, $ 250,00.
Com base nessas informações, pode-se afirmar que:
Exercício 2
Contabilidade Gerencial 28
Pede-se:
Exercício 3
A indústria Ceras do Nordeste S.A produz cera em pó e cera em barra, ambas usadas para
diversos fins. Em determinado período produziu 80.000 kg de cera em pó e 70.000 kg de
cera em barra, incorrendo nos seguintes gastos:
em Pó em Barra
Matéria-prima $ 2/kg 12.000 kg 8.500 kg
MOD $ 6/hora 6.700 h 4.000 h
Material de embalagem $ 0,5/kg 12.000 kg 8.500 kg
A empresa não possui medidores de energia, assim sendo, todo o gasto com energia elétrica
é fixo.
Os CIF são incorporados aos produtos de acordo com o tempo usado na produção, sabendo-
se que são necessários 10 minutos para produzir um kg de cera em pó e 8 minutos para
produzir um kg de cera em barra.
Pede-se:
Exercício 4
Contabilidade Gerencial 29
d) Salários da Administração, MOD, matéria-prima;
e) Energia elétrica direta, MOD, insumos de acabamento.
Exercício 5
A empresa Diamante produz dois produtos, A e B, cujo volume de produção é de 20.000
unidades do produto A e 16.000 unidades do produto B por período. As vendas em média
são: 90% e 95% dos produtos A e B respectivamente. Sabe-se que os CIF totalizam $
500.000,00 por período.
Em determinado período, foram registrados os seguintes custos diretos por unidade ($):
A B
Material-direto 20 25
Mão-de-obra direta 15 8
Pede-se calcular o valor dos CIF de cada produto utilizando o custos de MOD como base
de rateio.
Assim sendo, essa modalidade de custeio apresenta, sobre o método anterior (custeio por
absorção), algumas vantagens no que tange à apuração dos resultados financeiros gerados
pelos diferentes produtos da empresa e conseqüentemente as decisões gerenciais.
Entretanto, a grande falha deste sistema, é que não é aceito pela Legislação do Imposto de
Renda. Portanto a empresa que desejar adota-lo, deverá fazê-lo mediante controles e
relatórios distintos, em complemento á informação contábil. Método de custeio que atribui
apenas custos de manufatura variáveis aos produtos, estes custos incluem materiais diretos,
mão-de-obra e CIF variáveis. Os CIF fixos são tratados como um custo do período e são
alocados no resultado no período incorrido (Iudícibus, 2001).
Contabilidade Gerencial 30
Para Crepaldi (2004), custeio variável (também conhecido como Custeio Direto) é um tipo
de custeamento que consiste em considerar como custo de produção do período apenas os
Custos Variáveis incorridos. Os Custos Fixos, pelo fato de existirem mesmo que não haja
produção, não são considerados como custo de produção e sim como despesas, sendo
encerrados diretamente contra o resultado do período. Assim sendo, o Custeio Variável é
um método que trabalha na separação dos gastos em custos variáveis e custos fixos, em
suma, com os gastos que oscilam proporcionalmente ao volume de produção/venda e os
gastos que mantêm sua estabilidade (estáveis) perante as produções e vendas dentro de
certos limites de produção.
Exercício Resolvido:
Exemplo:
Para deixar claro o método de custeio variável, vamos exemplificar, fazendo com que os
produtos fabricados sejam incorporados a eles, somente os gastos variáveis do período.
Estoques
Meses / ano produção Vendas Final
jan/06 10.000 7.000 3.000
fev/06 10.000 8.000 5.000
mar/06 13.000 10.000 8.000
abr/06 3.000 11.000 0
Pede-se:
a) Aproprie os custos variáveis as quantidades vendidas por período;
b) Faça a DRE, confrontando as vendas com os custos e despesas.
Contabilidade Gerencial 31
Resolução:
janeiro fevereiro março abril Total
(+)Vendas Líquidas =7000*65 =8000*65 =10000*65 =11000*65 =455000+520000+650000+715000
(-) CPV – custos variáveis =7000*24 =8000*28 =10000*25 =11000*29 =168000+224000+250000+319000
(=) Margem de Contribuição - MC =455000-168000 =520000-224000 =650000-250000 =715000-319000 =2340000-961000
(-) Custos Fixos - CF =150000 =150000 =150000 =150000 =150000*4
Para Crepaldi (2004), o sistema de custeio variável ou direto é útil para a tomada de
decisões administrativas ligadas a fixação de preços, decisão do compra ou fabricação,
determinação do mix de produtos, e ainda, para possibilitar a determinação imediata do
comportamento dos lucros em face das oscilações de vendas.
Custeio Variável
Empresa Industrial
CUSTOS
Estoque de
produtos
Demonstração de Resultados
Receita Líquida
Venda CPV
Lucro Bruto
Despesas Operacionais
Lucro Líquido
Contabilidade Gerencial 32
Fonte: Martins (2003) modificado pelo Autor
Exercícios:
Estoques
Meses / ano produção Vendas Final
jan/06 20.000 17.000 3.000
fev/06 5.000 4.000 4.000
mar/06 15.000 9.000 10.000
abr/06 3.000 13.000 0
Custos Fixos
Aluguel da fabrica = R$ 30.000,00
Energia = R$ 40.000,00
MOI = R$ 20.000,00
Manutenção = R$ 10.000,00
Depreciação = R$ 10.000,00
Total = R$ 110.000,00
Pede-se:
a) Aproprie os custos variáveis as quantidades vendidas por período;
b) Faça a DRE, confrontando as vendas com os custos e despesas.
Contabilidade Gerencial 33
indiretos. Assim sendo, o custeio ABC, se torna uma poderosa ferramenta a ser utilizada
nas estratégias da gestão de custos.
O ABC é uma ferramenta de custeio mais voltada à gestão de negócios, uma vez que, a
partir do histórico de custos ou orçamento de determinado período, proporciona uma visão
diferenciada do consumo de recursos das organizações (CFC, p.17, 1995).
O CFC enumera os benefícios que a utilização do ABC pode trazer para a organização:
Contabilidade Gerencial 34
7. Permite estabelecimento de cost target (custo meta) para cada atividade,
possibilitando a gestão desses custos na fonte, eliminando arbitrariedade nos
processos de redução de custos;
Para Crepaldi (2004), no Sistema ABC, as atividades são o foco do processo de custeio. Os
custos são investigados, relacionando-se as atividades aos produtos, com base na demanda
por tais atividades pelo produto durante o processo de produção. Portanto, as bases de
alocação usadas no custeio baseado na atividade são medições das atividades executadas
que podem incluir horas do tempo de ajuste de máquina ou número de vezes em que isso
foi feito.
Ainda segundo Crepaldi (2004), é o método que mede o custo e o desempenho de processos
e produtos. Mais especificamente, que:
CLIENTES
demandam
PRODUTOS
demandam
ATIVIDADES
demandam
RECURSOS
demandam
GASTOS
demandam
CUSTOS
Exercícios:
Exercício 1
A empresa Enchuta produz dois produtos, A e B cujos preços de venda líquidos de tributos
são, em média, $ 80 e $ 95, respectivamente, e o volume de produção e de vendas é de
12.000 unidades do produto A e 4.490 unidades do produto B, por período.
Contabilidade Gerencial 35
Em determinado período, foram registrados os seguintes custos diretos por unidade (em $):
Produto A Produto B
Material Direto 20 27,95
Mão-de-obra Direta 10 5
Por meio de entrevistas, análise de dados na contabilidade etc., verificou-se que esses
custos indiretos referem-se às seguintes atividades mais relevantes:
Atividade $
Inspecionar material 60.000
Armazenar material 50.000
Controlar estoques 40.000
Processar produtos (máquinas) 150.000
Controlar processos (Engenharia) 200.000
Total 500.000
Produto A Produto B
Número de lotes inspecionados e armazenados 3 7
Numero de horas-máquina de processamento de produtos 4.000 6.000
Dedicação do tempo dos engenheiros 25% 75%
Pede-se para calcular:
Exercício 2
Em determinado período, foram registrados os seguintes custos diretos por unidade (em $):
Requeijão Queijo
Matéria-prima 12 18
Contabilidade Gerencial 36
Mão-de-obra 6 3
Atividade $
Inspecionar matéria-prima 8.000
Armazenar matéria-prima 6.000
Controlar estoques 5.000
Processar produtos (máquinas) 15.000
Controlar processos (Engenharia) 20.000
Total 54.000
Pede-se:
Exercício 3
Contabilidade Gerencial 37
A B
Depreciação de veículos 0 80.000
Salários e encargos sociais do pessoal 200.000 120.000
Depreciação da planta básica 100.000 0
Material para reparos (fios de cobre, ferramentas etc.) 0 45.000
Energia elétrica 155.000 0
Os Custos Indiretos, comuns aos dois serviços, foram de $ 500.000 para o mesmo período.
Por meio de entrevistas, análises de dados na contabilidade etc., verificou-se que os custos
indiretos referiam-se às seguintes atividades:
Atividade $
Realizar manutenção preventiva de equipamentos 150.000
Realizar manutenção corretiva de equipamentos 180.000
Supervisionar serviços 70.000
Controlar a qualidade dos serviços 100.000
Total 500.000
A B
Numero de horas de manutenção preventiva 1.000 5.000
Numero de pedidos de manutenção corretiva 5 20
Tempo dedicado pelos Supervisores 25% 75%
Numero de defeitos detectados e corrigidos 10 40
Numero de pontos de inspeção de controle de qualidade 20 80
Quantidade de consertos realizados em domicílio 0 300
Quantidade de minutos de uso 30.000 0
Pede-se calcular:
a) O valor dos custos indiretos, por tipo de Serviço, segundo o rateio com base no
custo direto;
b) Idem, rateando com base no custo de mão-de-obra direta;
c) Idem, segundo o Custeio Baseado em Atividades (ABC);
d) \A margem bruta de lucro, em porcentagem da receita, por tipo de Serviço, segundo
cada uma das três abordagens.
ANÁLISE CUSTO/VOLUME/LUCRO
Contabilidade Gerencial 38
volume de vendas será necessário para que o lucro do negócio seja $X?, ou que preço deve
ter o produto, dado que o volume de operação será de Y unidades e o lucro desejado deverá
ser de $Z?. As relações entre receita, despesas e lucro são estudadas a fim de responderem
perguntas similares as apresentas.
Para utilizar essa análise é importante que os custos da empresa sejam divididos em fixos e
variáveis.
Margem de Contribuição
Para Hoji (2004), Margem de Contribuição (MC) é o valor resultante das vendas (liquidas
de impostos) deduzidos dos CDVs.
Formulas:
A Margem de Contribuição Unitária (MCu) é dada pela formula:
Contabilidade Gerencial 39
PV = Preço de Venda
CVu = Custo Variável Unitário
DVu = Despesa Variável Unitária
Segundo Hoji (2004), uma vez apurada a Margem de Contribuição Unitária (MCU), que é a
margem de contribuição relativa a uma unidade do produto, basta multiplica-la pela
quantidade total de vendas para se conhecer a Margem de Contribuição Total (MCT), pois
ela varia proporcionalmente ao volume produzido e vendido.
EXEMPLO:
( + ) Preço unitário de venda (liquido de impostos): $ 10,00
( - ) Custos variáveis unitários: $ 4,30
( - ) Despesas variáveis unitárias: $ 0,90
( = ) Margem de contribuição unitária (MCU) $ 4,80
Contabilidade Gerencial 40
Quantidade de vendas 1.000 5.000 7.500 10.000
( + ) Vendas líquidas $ 10.000 $ 50.000 $ 75.000 $ 100.000
( - ) Custos variáveis $ 4.300 $ 21.500 $ 32.250 $ 43.000
( - ) Despesas variáveis $ 900 $ 4.500 $ 6.750 $ 9.000
( = ) MCT $ 4.800 $ 24.000 $ 36.000 $ 48.000
Em vez de calcular item por item,para obter a MCT, basta multiplicar a MCU pela
quantidade de vendas. Por exemplo:
EXERCICIOS RESPONDIDOS
1º Suponhamos que uma empresa trabalhe na produção do produto X com preço de venda
unitário de $ 10,00 e cujo os custos variáveis são de $ 4,00, e suas despesas variáveis são
de: $3,00. Qual sua Margem de Contribuição unitária?
Resolução:
MCu = PV – (CVu + DVu)
MCu = 10 – (4 + 3) = MCu = 10 – 7 = 3
2º Certa empresa trabalha no ramo na produção do produto B. Seu preço de venda unitário
é de $ 15,00, seus custos variáveis são $ 4,00 a matéria-prima e $ 2 a MOD, suas despesas
variáveis são $ 2,00 a unidade. Calcule sua Margem de Contribuição unitária.
Resolução:
MCu = PV – (CVu + DVu)
MCu = 15 – (6 + 2) = MCu = 15 – 8 = 7
3º Suponhamos um produto X, cujo preço de venda unitário seja $ 20,00 e seus custos
variáveis sejam $ 5,00 de matéria-prima e $ 3,00 de MOD. Além desses custos variáveis, a
empresa, por ocasião da venda, incorre em despesas com comissões s/ venda, em 20% do
preço de venda, e de imposto no valor de 30% do preço de venda. Calcule a Margem de
Contribuição unitária do produto.
Resolução:
MCu = PV – (CVu + DVu)
CVu = 8
DVu = comissões s/ vendas e impostos
Comissões s/ vendas = 2% do PV = 20%x20 = 4
Impostos = 3% do PV = 30%x20 = 6
Então,
Contabilidade Gerencial 41
MCu = PV – (CVu + DVu)
MCu = 20 – (8 + 10) = 20 – 18 = 2
Ponto de Equilíbrio
Segundo Sanvicente (1997), ponto de equilíbrio de uma empresa é aquele nível ou volume
de produção (ou atividade, em caso de empresa não-industrial) em que o resultado
operacional é nulo, ou seja, as receitas operacionais são exatamente iguais ao valor total das
despesas operacionais.
Para Figueiredo e Caggiano (1997), a análise do Ponto de Equilíbrio tem como finalidade o
cálculo desse ponto. Antes que sejam feitos quaisquer cálculos, é necessário que sejam
estabelecidas algumas premissas a respeito do comportamento dos custos e das receitas.
Assim assumimos que os padrões de custos e receitas foram criteriosamente determinados e
que possuem um comportamento linear, no intervalo do nível de atividade que esta sendo
analisado.
Para Padoveze (2004), evidencia, em termos quantitativos, qual é o volume que a empresa
precisa produzir ou vender, para que consiga pagar todos os custos e despesas fixas, além
dos custos e despesas variáveis que ela tem necessariamente que incorrer para
fabricar/vender o produto. No ponto de equilíbrio, não há lucro ou prejuízo. A partir de
volumes adicionais de produção ou venda, a empresa passa a ter lucros.
Contabilidade Gerencial 42
Segundo Crepaldi (2004), Antes que seu negócio possa gerar lucro, devemos entender o
conceito de equilíbrio. Para alcançar o equilíbrio nas linhas de produção e/ou serviço do
departamento, deveremos calcular o volume de vendas necessário para cobrir os custos e
como usar essa informação. Devemos também entender como os custos reagem com
mudanças de volume............a expressão ponto de equilíbrio, tradução de break-even-point,
refere-se ao nível de venda em que não há lucro nem prejuízo, ou seja, onde os custos totais
são iguais às receitas totais.
Para Braga (1995), sob a ótica contábil, o ponto de equilíbrio corresponde a certo nível de
atividades onde o lucro será nulo. À medida que o volume de operações se deslocar acima
do ponto de equilíbrio surgirão lucros crescentes; abaixo desse ponto ocorrerão prejuízos
cada vez maiores. A análise distingue dois pontos de equilíbrio contábeis relacionados com
o lucro operacional e com o lucro liquido. Também é possível calcular um ponto de
equilíbrio econômico onde o lucro liquido corresponderia à remuneração esperada pelos
acionistas sobre o capital próprio.
Segundo Martins (2003), O Ponto de Equilíbrio não pode ser calculado como um todo para
empresas com diversos produtos, a não ser que eles tenham mesma MC por produto ou
mesma porcentagem de MC, sobre o preço de venda. O máximo que se pode fazer é
calcular o PE especifico de cada produto, quando há custos e despesas fixos identificados
com cada um. Mesmo assim, persiste o problema sem solução de um único PE para a
cobertura dos CDF comuns. Haverá sempre um número infinitamente grande de diferentes
hipóteses para esse PE global e final.
Para Hoji (2004), no Ponto de Equilíbrio (PE), a empresa está produzindo (e vendendo) a
quantidade de produtos suficiente para cobrir além dos CDVs, os CDFs, ou seja, os Custos
e Despesas Totais (CDTs). Acima do PE, a empresa obtém um lucro liquido de X valor
para cada unidade vendida.
EXEMPLO:
Sabendo-se que a MCU é $ 4,80, e CDF é $ 36.000, a quantidade de venda necessária para
cobrir todos os custos e despesas é calculada como segue:
Contabilidade Gerencial 43
A empresa precisa vender 7.500 unidades do produto para ter o “lucro zero”. Portanto, uma
vez que os CDFs são cobertos pela MCT gerada pelas 7.500 unidades vendidas, cada
unidade vendida acima do ponto de equilíbrio gerará lucro de $ 4,80 (Figura 1.3).
Contabilidade Gerencial 44
PEE = 36.000 + 15.000 = 10.625 unidades
4,80
O PEF é a quantidade de produção e venda (venda a vista) que produz Receita total que
anula os Custos e despesas totais (também pagos a vista) deduzidos das depreciações e
amortizações. Suponha-se que as depreciações e amortizações sejam de $ 6.000 no período.
EXERCICIOS RESOLVIDOS
Exemplos:
1º Um produto em custo fixo de $ 50.000,00 suas despesas fixas foram de $ 10.000,00, sua
MCu foi de $10,00. Calcule seu Ponto de Equilíbrio em unidades.
Resolução:
Resolução:
3º Suponhamos que o preço de venda de um produto seja $ 30,00 a unidade, seus custos
variáveis unitários sejam de $ 17,00 e suas despesas variáveis unitárias sejam de 10% sobre
o PV. Sabendo que seus custos e despesas fixas são de $ 50.000,00. Calcule o Ponto de
Equilíbrio em unidades e em valor.
Resolução:
Contabilidade Gerencial 45
PE em valor = PV x Q = 30 x 5.000 = $ 150.000,00
4º Uma empresa estima seus custos e despesas fixas em $ 30.000,00 por período.
Determinar o Ponto de Equilíbrio da empresa, em valor, sabendo que a Margem de
Contribuição é de 40%.
Resolução:
5º Uma empresa pretende vender e produzir no próximo ano 1.000 unidades de seu
produto. Os valores orçados são:
Pede-se:
Resolução:
d)
Contabilidade Gerencial 46
PE em valor = (CF+DF) = (10.000,00 + 2.000,00) = 12.000,00 = $ 33.333,33
% MC 36% 36%
6º) A empresa Produtos Quimicos S.A, trabalha com produtos corrosivos. Na sua linha de
produção se destacam dois produtos: Produto A e Produto B. No mês corrente a empresa
obteve um total de custos e despesas fixas no valor de $ 50.000,00.
Produto A: 8.000,00 kg
Produto B: 10.000,00 kg
Produto A: $ 13,00 / kg
Produto B: $ 15,00 / kg
Obs: seus custos e despesas fixas são rateadas de acordo com o total das receitas de
venda de cada produto.
Pede-se:
a) o lucro de cada produto;
b) a margem de contribuição total (MCT), de cada produto;
c) a margem de contribuição unitária (MCU) de cada produto;
d) o ponto de equilíbrio de cada produto;
e) se a empresa aumenta seus custos e despesas fixas em 20%, qual será seu novo
ponto de equilíbrio de cada produto;
Resolução:
a)
Produto A Produto B
percentuais rateio 41% 59% 100%
(+) Receita de Venda 104.000 150.000 254.000
(-) Custo Variável (61.000) (64.000)
Contabilidade Gerencial 47
(-) Despesa Variável (6.000) (8.000)
= Margem de Contribuição 37.000 78.000
(-) Custo e Despesa Fixa (20.472) (29.528) (50.000)
= Lucro Líquido 16.528 48.472
Produto A Produto B
MCT = Rec – (CV + DV)total MCT = Rec – (CV + DV)total
MCT = 104.000 – (61.000 + 6.000) MCT = 150.000 – (64.000 + 8.000)
MCT = 104.000 – 67.000 MCT = 150.000 – 72.000
MCT = $ 37.000 produto A MCT = $ 78.000 produto B
Produto A Produto B
MCu = MCT = 37.000 = $ 4,63 MCu = MCT = 78.000 = $ 7,80
Q 8.000 Q 10.000
Produto A Produto B
PE = CDF = 20.472 = 4.426,47 PE = CDF = 29.528 = 3.785,58
MCu 4,63 MCu 7,80
Produto A Produto B
PE = CDF + 20% = 20.472 + 20% = $ 5.311,65 PE = CDF + 20% = 29.528 + 20% = $ 4.542,77
MCu 4,63 MCu 7,80
Exercícios:
Exercício 1
A Empresa Renzen fabrica dicionários digitais de bolso. Os custos variáveis são de $ 30 por
dicionário, o preço é de $ 45, e os custos e despesas fixos são de $ 90.000.
Pede-se:
Contabilidade Gerencial 48
c) Se a empresa Renzen vender 6.300 dicionários, qual será o resultado operacional?
Exercício 2
Exercício 3
Com a mesma estrutura de custos e despesas do exercício anterior, a empresa planeja obter
lucro liquido de $ 120.000,00. Quantas unidades do produto ela precisaria vender para
atingir seu objetivo?
Exercício 4
A B
Matéria-prima 4 kg/un. 2 kg/un.
$ 4/kg $ 4/kg
MOD 2,5 h/un. 2 h/un.
$ 20/h $ 20/h
Pede-se:
Contabilidade Gerencial 49
c) O Ponto de Equilíbrio de cada produto ao mês;
Exercício 5
A indústria de calçados Corezzo fabrica dois produtos: botas e sapatos. Para atender
ao mercado, a empresa produz, normalmente, 5.000 unidades do primeiro e 4.000 unidades
do segundo, por mês:
Os custos e despesas fixos totalizam $ 33.000 por mês, e são rateados à base de horas de
MOD (2,1 h/un. para o produto botas e 1,5 h/un. para sapatos).
Pede-se calcular:
Exercício 6
Pede-se:
Contabilidade Gerencial 50
d) Suponha que a Curtlass queira obter um resultado operacional igual a 20% da
receita de vendas. Quantas unidades devem ser vendidas para esses objetivos serem
realizados? Prepare uma demonstração de resultado para evidenciar sua resposta;
Exercício 7
A empresa PI Ltda, trabalha com produtos quimicos. Na sua linha de produção se destacam
dois produtos: Produto A e Produto B. No mês corrente a empresa obteve um total de
custos e despesas fixas no valor de $ 60.000,00.
Obs: seus custos e despesas fixas são rateadas de acordo com o total das receitas de
venda de cada produto.
Pede-se:
a) o lucro de cada produto;
b) a margem de contribuição total (MCT), de cada produto;
c) a margem de contribuição unitária (MCU) de cada produto;
d) o ponto de equilíbrio de cada produto;
e) se a empresa aumenta seus custos e despesas fixas em 20%, qual será seu novo
ponto de equilíbrio de cada produto;
Exercício 8
Contabilidade Gerencial 51
DRE
Vendas (2.000.000 garrafas a $ 0,25) 500.000
Custo Variável (300.000)
Custos Fixos (100.000)
Custo Total (400.000)
Lucro 100.000
Pede-se:
Estudo de Caso 1
Uma empresa produz e vende, normalmente, cerca de 30.000 unidades de seus produtos por
mês. Os artigos são classificado como de luxo e destinados a populações de alta renda; a
matéria-prima principal (lã) é importada, e a mão-de-obra direta é qualificada.
Matéria-prima $ 20 por kg de lã
Contabilidade Gerencial 52
Mão-de-obra direta (MOD): salário dos operários $ 6 por hora
Comissões sobre a receita liquida 10%
Despesas administrativas gerais da empresa (fixas) $ 100.000 por mês
Despesas comerciais e de marketing (fixas) $ 75.000 por mês
Custos fixos $ 615.000 por mês
Outros dados:
Pede-se:
Estudo de Caso 2
Uma empresa produz e vende, normalmente, cerca de 4.000 unidades de seus produtos por
mês. As informações mais relevantes sobre as atividades da organização são apresentadas
nas tabelas a seguir:
Contabilidade Gerencial 53
Tabela 3 Estrutura básica-padrão de custos e despesas.
Matéria-prima $ 25 por kg de MP
Mão-de-obra direta (MOD): salário dos operários $ 8 por hora
Despesas administrativas gerais da empresa (fixas) $ 20.000 por mês
Despesas comerciais e de marketing (fixas) $ 10.000 por mês
Custos Fixos Comuns a todos os produtos $ 45.000 por mês
Custos Fixos Diretos dos produtos:
Fogões $ 20.000 por mês
Forno de Microondas $ 170.000 por mês
Lavadoras de Roupa $ 70.000 por mês
Refrigeradores $ 160.000 por mês
Outros dados:
REFERÊNCIAIS
Contabilidade Gerencial 54
Fundação Getúlio Vargas. Preço e Gestão Estratégica de Custos. São Paulo: FGV
management.
HANSEN, Don R.; MOWEN Maryanne M. Gestão de custos: contabilidade e controle. São
Paulo: Pioneira Thomson, 2003.
HOJI, Masakazu. Administração Financeira: uma abordagem prática. São Paulo: Atlas,
2004.
IUDÍCIBUS, Sérgio de. Contabilidade Gerencial. São Paulo: Atlas, 2001.
IUDÍCIBUS, Sérgio de. Contabilidade Gerencial. São Paulo: Atlas, 1998.
LAUDON, Kenneth C.; LAUDON, Jane P. Sistema de Informação Gerenciais:
administrando a empresa digital. São Paulo: Prenhall, 2004.
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. São Paulo: Atlas, 2003.
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. São Paulo: Atlas, 2001.
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de custos: livro de exercícios. São Paulo: Atlas, 2006.
MELO, Henrique. A evolução e o impacto da Contabilidade Gerencial como ferramenta de
gestão nas organizações. Net. Cobertura on-line. Disponível em:
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PADOVEZE, Clóvis Luís. Contabilidade Gerencial: um enfoque em sistema de informação
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SANVICENTE, Antonio Zoratto. Administração Financeira. São Paulo: Atlas, 1997.
VICECONTI, Paulo Eduardo Vilchez; NEVES, Silvério das. Contabilidade de Custos: um
enfoque direto e objetivo. São Paulo: Frase, 2000.
Contabilidade Gerencial 55