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Tema: O ministério do Espírito Santo na Igreja Primitiva.

Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e ser-me-eis


testemunhas, tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samária, e até os confins
da terra. (Act 1:8)

E, tendo eles orado, tremeu o lugar em que estavam reunidos; e todos foram cheios do
Espírito Santo, e anunciavam com intrepidez a palavra de Deus. (At 4:31)

Dois ministérios são importantes e inseparáveis na igreja:


Eles, pois, saindo, pregaram por toda parte, cooperando com eles o Senhor, e
confirmando a palavra com os sinais que os acompanhavam (Mc 16:20)

1. O ministério da Palavra

2. O ministério do Espírito Santo

A igreja não pode cumprir a sua missão sem a acção activa do Espírito Santo

O ministério de Jesus foi cumprido sob o efeito da unção do Espírito Santo.

Concernente a Jesus de Nazaré, como Deus o ungiu com o Espírito Santo e com
poder; o qual andou por toda parte, fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do
Diabo, porque Deus era com ele. (At 10:38)

Vemos a igreja primitiva em duas perspectivas:

1. Durante a espera para receber o Espírito Santo

2. A desempenhar a sua missão no poder e na unção do Espírito Santo

E todos ficaram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas,


conforme o Espírito lhes concedia que falassem. (At 2:4)
Então Pedro, cheio do Espírito Santo, lhes disse: Autoridades do povo e vós, anciãos,
(At 4:8)
E, tendo eles orado, tremeu o lugar em que estavam reunidos; e todos foram cheios do
Espírito Santo, e anunciavam com intrepidez a palavra de Deus. (At 4:31)
(Act 5:32) (Act 6:10) (Act 11:12) (Act 20:23)

É extremamente vital a existência de um relacionamento entre o Espírito Santo e a


Igreja, como vamos ver de seguida.

Recepção do Espírito Santo

Jesus Prometeu a vinda do Espírito Santo

No dia de Pentecostes Pedro reconhece que essa promessa foi cumprida.


Os vários relatos sobre o derramar do Espírito Santo, não mostram um padrão, um
ritual específico, no entanto um factor é comum em todas as ocasiões –
receptividade ao ministério do Espírito Santo.

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Vamos ver como foi recebido o Espírito Santo pela Igreja Primitiva:

I. A promessa do Espírito santo

Manifestações visíveis e audíveis convenceram no dia de Pentecostes os discípulos de


que Deus derramara o Espírito Santo sobre Eles.

Tratava-se de um promessa dos profetas – Deus derramaria do Seu Espírito sobre o


Povo e esta dádiva resultaria num reavivamento. (Joel 2:28,29)

Ezequiel fala sobre a habitação do Espírito dentro do homem (novo coração),


capacitando-o a ser povo de Deus (Ez 36:22 sg)

A literatura judaica e rabínica inter testamentária reconhece que o período de


inspiração profético está concluído, que depois dos últimos profetas o espírito Santo
afastou-se de Israel, o Espírito Santo não estava presente no segundo Templo, não
havia revelação inspirada.

Então aparece João Baptista e Jesus que mostravam que algo novo estaria para
acontecer:

A presença do Espírito profético em João Baptista, falando directamente a Palavra de


Deus, profetizando acerca de Jesus como Aquele que iria executar o Baptismo com o
Espírito Santo (Mar 1)

O poder do Espírito Santo em Jesus, recebido no seu baptismo, por declaração própria
em Nazaré (Lc 4:18), e a realização de actos de poder pelo Espírito Santo (Mt 12:28)

Quando os 120 receberam o Espírito, Pedro interpretou o evento como o cumprir da


promessa de Joel, não sobre todos mas sobre todos os que creram que Jesus era
o Messias.

II. A vinda do Espírito Santo

É o cumprir da promessa de Joel, João, Jesus.

Os crentes aguardavam o cumprir da promessa, mas a vinda foi repentina e


inesperada.

O Espírito veio e evidenciou-se através de línguas como que de fogo e um vento


veemente (não repetidas nas experiências posteriores), e o falar noutras línguas,
evidência esta repetida, como vemos por exemplo em Act 10:46 e 19:6.

O derramamento do Espírito trouxe:

1. Poder e autoridade Espiritual que resultou em ousadia para proclamar a


Palavra como nunca antes (2:14 a 36).

2. Gloria para o nome de Jesus

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3. Convicção da parte do Espírito Santo aos que ouviram e receberam a
mensagem de Pedro (Act 2:37). Este facto confirma a promessa de Jesus em Jo
16.8,9 e resulta em conversões.
Actos 2:38 e 39 mostram duas coisas:

1. A salvação é primária, pois não pode haver a experiência do Espírito Santo


sem a prévia experiência de salvação

2. A experiência do Espírito Santo está disponível para todos os salvos, sem


barreiras sociais, nem limitado no tempo, logo podemos dizer que o Espírito
Santo está disponível para todos os salvos em todas as gerações.

Os efeitos do derramamento do Espírito Santo:

1. Ousadia e coragem para testemunhar de Jesus Cristo Exaltado (Act 4:10-


12)

2. Os membros do sinédrio ficaram espantados com tamanha ousadia.

3. Renovação espiritual, depois da experiência inicial (4.31 e 13.9), de toda a


igreja e do apostolo Paulo algum tempo depois.

Uma experiência subsequente a salvação, visível em Samaria. Os que foram salvos


pelo ministério de Filipe receberam o Espírito Santo pela imposição de Mãos de Pedro
e João. (8:15-17)

Paulo recebeu o Espírito (9:17), para poder cumprir a sua nova missão de forma
adequada, isto é apresentar o Evangelho aos gentios sob o poder do Espírito Santo
(9:20).

O Espírito Santo actua espontaneamente como resposta a receptividade dos que


ouvem a mensagem do Evangelho (10:44-47). Não foi preciso Pedro falar acerca do
Baptismo com o Espírito Santo.

A experiência dos gentios é igual a dos judeus, pois o Espírito é o mesmo. O derramar
do Espírito trouxe comunhão e igualdade.

Em Efeso vemos que a experiência do baptismo com o Espírito Santo depende


primeiramente da salvação e pode não ocorrer no momento da salvação (19:1-7).

O baptismo com Espírito Santo deve ser encarada como prioritária na vida dos crentes
e está sempre relacionado com a apresentação eficaz do Evangelho de Jesus Cristo.

Recebemos o Espírito com a finalidade de testemunharmos acerca de Cristo e não


para termos um prazer secreto e egoísta.

O Espírito Veio para que a Igreja ministrasse a Palavra no poder do Espírito

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Em actos 1:6 a 8, vemos Jesus a desviar a atenção dos discípulos (que estava voltada
para o estabelecimento do reino), para a mensagem e ministério da Igreja –
Testemunhar.

Jesus começa o ministério com a presença dinamizadora do Espírito e o mesmo


acontece com o ministério da Igreja (Lc 3:22 e Act 1:8 e 2:4).

O ministério da igreja está relacionado com a presença e poder do Espírito Santo.

As circunstâncias eram diferentes, mas a necessidade do Espírito era a mesma como


vemos nos textos seguintes.

Pedro diante do sinédrio


Os discípulos a pedirem coragem para testemunhar
Estêvão no seu julgamento
A chamada de Paulo como missionário

O Espírito veio para administrar a Igreja

O Espírito Santo veio não só para auxiliar e capacitar no testemunho evangelistico da


Igreja, mas também para se envolver directamente na administração da Igreja em
três áreas distintas:

1. Na disciplina da igreja, como guardião da moral (5:3,9)

2. Na selecção de Obreiros

É o espírito Santo que reveste de poder os homens para o ministério na Igreja. Este
facto é visível no ministério dos diáconos, aparentemente comum mas para o qual era
preciso ser cheio do Espírito Santo (6:2 a 5).

A chamada e a selecção de Paulo e Barnabé como missionários é uma evidência


específica da administração que o Espírito faz. (Act 13:2 a 4).

A supervisão da Igreja é resultado da selecção que o Espírito faz (20:28).

3. O Espírito Santo orientava a Igreja e orientava indivíduos, no sentido em que


as suas decisões fossem em conformidade com a vontade e o propósito de
Deus, como vemos em Actos 15. Uma decisão errada faria com que a igreja
perdesse a sua missão redentora as nações gentias.

Por isso o Espírito Santo orientou Pedro a ir a casa de Cornélio (Act 10), argumento
usado por Pedro no concilio.

A orientação que os lideres em Antioquia receberam para mandarem Paulo e Barnabé


como missionários aos Gentios (13:2-4)

Esta orientação é visível nas palavras de Tiago em Actos 15:28 – conclusão do


concilio.

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Filipe foi orientado pelo Espírito a ir falar com o Etíope (8:29), pois estava perto
daquele lugar. Após cumprir a sua missão o Espírito o orientou a ir a outro lugar
(8:39,40).

O Espírito orientou Paulo a não ir a determinados lugares (16:6-7). Por duas vezes o
Espírito não permitiu que Paulo começasse trabalhos pioneiros na Ásia, mas logo lhe
Deu visão que o orientava a ir evangelizar a Macedónia (16:9,10).

Paulo sabia as provações que o esperavam na sua viagem Final a Jerusalém, mas foi
orientado pelo Espírito a seguir viagem (19:21;20:22,23;21:4,11). Mesmo quando os
irmãos lhe rogavam que não fosse, Paulo resolveu obedecer a orientação do Espírito
Santo (21:13).

Conclusão:

O Espírito Santo era predominantemente activo na vida e ministério da igreja primitiva,


rejeitar ou negligenciar este facto é deixar de perceber que só através do ministério do
Espírito a igreja está capacitada para fazer a obra para a qual foi chamada e ser a
igreja que deve ser.

É possível resistir ao Espírito, como vemos na passagem de Estêvão, mas não é lógico
e compreensivo que essa resistência seja por parte da Igreja.

Bibliografia

Sebenta do Pr Paulo Porta - “Actos dos Apóstolos”, paginas 5 a 13.

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