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Biodiesel: Uma alternativa estratégica na matriz energética brasileira?

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Resumo:
Tendo em vista a introdução do biodiesel na matriz energética brasileira, procurar-se-á efetuar
uma análise acerca das potencialidades do Brasil neste projeto. Para tanto foi efetuada,
inicialmente, uma discussão acerca dos limites do petróleo como principal fonte de energia do
padrão industrial vigente e, posteriormente, demonstrou-se a evolução histórica mundial das
pesquisas e uso desse combustível. O foco da pesquisa foi analisar os principais limites e
motivações que levaram a criação do Projeto Biodiesel Brasil. Tem-se como conclusões,
dentre outras, que há uma carência de estudos integrados na cadeia, o que demonstra a
necessidade de novas pesquisas para que esse projeto não seja inviabilizado, sob pena de
perder-se uma janela de oportunidades de um negócio de alto valor agregado.

Palavras Chave: Matriz energética; Biomassa; Biodiesel; Viabilidade; Combustível.


Biodiesel: Uma alternativa estratégica na matriz energética brasileira?

1. Introdução
O objetivo deste artigo é o de efetuar uma breve discussão acerca da inserção do
biodiesel na matriz energética brasileira, analisando seus impactos econômicos, ambientais e
sociais. Para isso parece interessante começar pela apresentação de um breve histórico do
cenário energético mundial, basicamente no que tange ao petróleo e seus derivados. A
utilização de combustíveis intensificou-se, por um lado, com o desenvolvimento econômico,
que colocou a disposição de cada cidadão maiores quantidades de bens manufaturados e
primários e, por outro lado, com aumento vegetativo do número de pessoas em cada país.
Inicialmente, verifica-se o fato de ser quase unânime na literatura, o que
posteriormente procurar-se-á demonstrar, que esse combustível fóssil, enquanto não-
renovável, irá se esgotar. Logo surge a pergunta fundamental: Quais serão as alternativas
estratégicas para o mantenimento deste padrão industrial intensivo em energia? Essa
necessidade de abundância energética revela-se marcante ao se analisarem as séries históricas
de consumo de petróleo no século XX. Essas revelam uma tendência de crescimento contínuo
do consumo, a uma taxa média de 3% ao ano no mundo desde 1985 (PIRES, 2004).
Entretanto as reservas de petróleo, comercialmente exploráveis, crescem a taxas menores que
o consumo, indicando, por conseguinte, um descolamento entre essas duas curvas (reservas e
consumo).
Admitindo que os indicadores de médio e, até porque não, de longo prazo, não
demonstram um esgotamento do sistema capitalista de produção, surge a necessidade da
busca por alternativas energéticas, sob pena do sistema esgotar-se sem que haja um substituto
natural que o suplante.
Em suma, a idéia é mostrar primeiramente a necessidade de um substituto energético
capaz de manter o modo de produção em condições que permita a reprodução do capital, visto
que as reservas petrolíferas rumarão para o esgotamento. Após, intenciona-se mostrar que
existe uma tradição de pesquisa, assim como uma preocupação de alguns países com essa
questão, denotada através da abertura de fontes energéticas alternativas.
O foco deste artigo é mostrar como se insere nesse cenário o biodiesel, mostrando
primeiramente a evolução deste em países-chave, e por fim, especificamente, abrindo uma
maior discussão sobre sua inserção na matriz energética brasileira. Para tanto se detalhará a
estrutura produtiva do biodiesel, ainda que a mesma esteja em sua fase inicial de estruturação.

2. O cenário mundial das reservas petrolíferas


Dado que as reservas mundiais de petróleo totalizam 1.147,80 bilhões de barris
(figura 1) e o consumo anual deste combustível fóssil está estimado em 80 milhões de barris /
dia, chega-se à conclusão que as reservas mundiais de petróleo se esgotarão por volta do ano
de 2046. Além disso, é importante ressaltar que nesse calculo não foi contabilizada a
tendência do crescimento no consumo, o que leva a conclusão de que, não havendo novas
descobertas de reservas de petróleo, esse tempo ainda diminuiria. Por outra parte, é de se
prever que antes do esgotamento das reservas o preço do petróleo ficará tão elevado que, sua
utilização como combustível não seria mais interessante, denotando uma necessidade da
obtenção de alternativas de recursos energéticos que permitam a substituição do petróleo.
Figura 1: Reservas provadas de petróleo, segundo regiões geográficas – 2003 (bilhões barris)

Fonte: ANP (2005)

Assim inúmeras pesquisas sugerem a utilização de biomassa para fins energéticos,


principalmente para fins de uso como combustíveis. É importante ressaltar que biomassa são
todos os organismos biológicos que podem ser aproveitados como fontes de energia: a cana-
de-açúcar, o eucalipto, a beterraba (dos quais se extrai álcool), o biogás (produzido pela
biodegradação anaeróbica existente no lixo e dejetos orgânicos), lenha e carvão vegetal,
alguns óleos vegetais (amendoim, soja, dendê, mamona), etc (RAMOS, 2003).
Estudos já apontam que, a utilização da biomassa para fins energéticos, vem tendo
uma participação crescente perante matriz energética mundial, levando a estimativas de que
até o ano de 2050 deverá dobrar o uso mundial de biomassa disponível (FISCHER, 2001).
Uma alternativa que apresenta crescente interesse é a utilização de combustíveis
obtidos da agricultura (etanol, biodiesel, etc).

3. Os antecedentes do biodiesel no mundo


As experiências com alternativas de combustíveis não são recentes, comprovando a
preocupação dos agentes com o eventual esgotamento das reservas petrolíferas. As primeiras
experiências com o uso comercial do biodiesel na Europa surgiram nos anos da Segunda
Guerra Mundial (Patente belga de 1937). Já no Brasil os estudos acerca de combustíveis
alternativos iniciaram na década de 70, com a experiência do PROÀLCOOL, o qual foi
implementado em função do choque do petróleo (PLÀ, 2002). A idéia de utilizar o biodiesel
no Brasil surgiu na Universidade do Ceará, nos últimos anos da década de 70.
Assim, segue abaixo um breve histórico dos principais fatos associados a utilização
de biomassa para fins energéticos no mundo, especialmente biodiesel:
Tabela 1: Evolução histórica do biodiesel
 1900: Primeiro ensaio por Rudolf Diesel, em Paris, de um motor movido a óleos vegetais
 1937: Concessão da primeira patente a combustíveis obtidos a partir de óleos vegetais (óleo de palma),
a G. Chavanne, em Bruxelas/Bélgica. Patente 422.877
 1938: Primeiro registro de uso de combustível de óleo vegetal para fins comerciais: ônibus de
passageiros da linha Bruxelas-Lovaina/BEL.
 1939-1945: Inúmeros registros de uso comercial na “frota de guerra” de combustíveis obtidos a partir
de óleos vegetais.
 1975: Lançamento do programa PRO-ÁLCOOL
 1980: Depósito da 1ª Patente de Biodiesel no Brasil - Dr. Expedito Parente
 1988: Início da produção de biodiesel na Áustria e na França e primeiro registro do uso da palavra
“biodiesel” na literatura
 1997: EUA aprovam biodiesel como combustível alternativo
 1998: Setores de P&D no Brasil retomam os projetos para uso do biodiesel
 2002: Alemanha ultrapassa a marca de 1milhão ton/ano de produção
 08/2003: Portaria ANP 240 estabelece a regulamentação para a utilização de combustíveis sólidos,
 líquidos ou gasosos não especificados no País
 12/2003: DECRETO do Governo Federal Institui a Comissão Executiva Interministerial (CEI) e o
Grupo Gestor (GG), encarregados da implantação das ações para produção e uso de biodiesel
 24/11/2004: Publicadas as resoluções 41 e 42 da A.N.P, que instituem a obrigatoriedade de autorização
deste orgão para produção de biodiesel, e que estabelece a especificação para a comercialização de
biodiesel que poderá ser adicionado ao óleo diesel, na proporção 2% em volume
 06/12/2004: Lançamento do Programa de Produção e Uso do biodiesel pelo Governo Federal
 13/01/2005: Publicação no D.O.U. da lei 11.097 que autoriza a introdução do biodiesel na matriz
energética brasileira
 22/02/2005: Instrução Normativa SRF nº 516, a qual dispõe sobre o Registro Especial a que estão
sujeitos os produtores e os importadores de biodiesel, e dá outras providências.
 15/03/2005: Instrução Normativa da SRF nº 526, a qual dispõe sobre a opção pelos regimes de
incidência da Contribuição para o PIS/PASEP e da Cofins, de que tratam o art. 52 da Lei nº 10.833, de
29 de dezembro de 2003, e o art. 4º da Medida Provisória nº 227, de 6 de dezembro de 2004.
 24/03/2005: Inauguração da primeira usina e posto revendedor de Biodiesel no Brasil (Belo
Horizonte/MG)
 19/04/2005: A medida provisória foi a sanção do presidente
Fonte: Plá (2002); Knothe (2001); Presidência da República (2005); ANP (2005)

O biodiesel insere-se na matriz energética brasileira a partir da criação de seu marco


regulatório, através da lei 11.097/2005, publicada no Diário Oficial da União em 13/01/2005.
Abaixo, na figura 2, segue uma linha histórica, a qual vai desde a criação desta lei, até a
obrigatoriedade do uso do B5 (biodiesel a 5% no óleo diesel) a partir de 2013.

Figura 2: Evolução do marco regulatório

Fonte: ABIOVE(2005)

Entretanto outros países já têm uma experiência com a utilização de biodiesel para
fins energéticos, o que será apresentada nos sub-capítulos abaixo.

3.1 Alemanha
A utilização do biodiesel na Europa começa em 1991, como conseqüência da
política agrícola comunitária, desse ano, que oferece subsídios para a produção agrícola não-
alimentar, com o que se busca descongestionar os mercados de alimentos, saturados por causa
dos generosos subsídios agrícolas. A Alemanha se encontra em plena utilização do biodiesel
como combustível, sendo que atualmente ela pode ser considerada a maior produtora e
consumidora desse tipo de combustível. As empresas autorizadas pelo governo a utilizar
biodiesel, tanto no segmento de carros de passeio, quanto de máquinas agrícolas e veículos de
carga são: Audi, BMW, Citroen, Mercedes, Peugeot, Seat, Skoda, Volvo, VW.
O estado de Niedersachsen é pioneiro na produção de biodiesel, sendo que em 2004
foram vendidos 34,9 milhões de litros deste combustível nos postos desse território. O estado
de Baviera é o primeiro em número de postos no mundo, com 357 postos, que venderam em
2004, 59,7 milhões de litros de biodiesel. Em segundo lugar encontra-se o estado de
Westfália, com 350 postos, num total de vendas em 2004 de 84 milhões de litros de biodiesel.

3.2 Estados Unidos da América


A utilização neste país começa a generalizar-se a partir da motivação americana em
melhorar a qualidade do meio ambiente, com várias iniciativas, entre as que encontramos o
programa intitulado de “Programa Ecodiesel”. O mesmo prevê a utilização de biodiesel, nas
grandes cidades nos ônibus escolares.
A proporção de mistura do biodiesel ao óleo diesel que tem sido mais cogitada é a de
20%, chamada de EcoDiesel B -20.
O marco regulatório é determinado através da norma ASTM D-6751 e a política
americana de produção e utilização de biodiesel emana do National Biodiesel Board, com os
seguintes destaques:

• A Lei do Senado S -517, de 25/04/2002, entre várias providências, cria o


Programa de biodiesel com a meta de produção de 5 bilhões de galões anuais
(20 bilhões de litros por ano).
• Uma Lei Estadual de Minnessota, de 15/03/2002, obriga que seja adicionado,
pelo menos 2% de biodiesel no óleo diesel mineral.
• No intuito de dar vazão aos estoques extras de óleo d e soja, vários outros
Estados americanos estão incentivando a transformação dos excedentes em
biodiesel.
• A Comissão de Segurança Ambiental, após aprofundados estudos, recomendou
a utilização de biodiesel nos ônibus de transporte escolar (Yellow Bus).
• A NASA e as Forças Armadas Americanas consideram oficialmente o
biodiesel, um combustível de excelência para qualquer motor do ciclo diesel.
Então, considerando que um litro de biodiesel equivale em capacidade energética
veicular a 2,5 litros de álcool etílico, o programa americano de biodiesel equivale a 7 vezes o
máximo atingido do programa brasileiro do álcool (PARENTE, 2003).

3.3 Argentina
A aprovação pelo Congresso de uma lei (Decreto Governamental 129/2001) isentando
de impostos por 10 anos toda a cadeia produtiva do biodiesel é uma conseqüência do preço
baixo das oleaginosas, no inicio da década de 2000. A implantação de várias fábricas de
biodiesel comprova o interesse dos usuários pelos combustíveis alternativos.

4. Política de preços do diesel no Brasil


Os combustíveis no Brasil, e em especial o óleo diesel, vêm tendo seu preço descolado
da variação internacional de preços do barril de petróleo, já que sua influência sobre o nível
de inflação interna impede que as flutuações desse mercado sejam transferidas ao mercado
interno, dados seus impactos na matriz produtiva brasileira, a qual é dependente,
principalmente, de transporte terrestre para escoar a produção (agrícola e industrial).
Embora não seja notado isso pelos consumidores finais de combustível, tanto o
preço interno da gasolina, quanto do álcool e do diesel tem variado muito pouco em relação
ao mercado internacional de petróleo.
O que interessa aqui destacar é a disposição do governo brasileiro em proteger o
Projeto Biodiesel Brasil, pela questão estratégica que representa hoje esse projeto. O que se
denota, principalmente, quando se analiza os gráficos abaixo.
Cabe ressaltar que a variação do preço do barril foi ajustada pela taxa de câmbio R$
/ US$ (comercial - compra - média - mensal - R$) fornecida pelo Banco Central, e que os
preços do barril são para petróleo do tipo Brent, preço spot, FOB e preços em dólares / barril
comercializado em Nova Iorque.

Gráfico 1. Evolução do preço do barril de petróleo entre 1988 e 2004

45,00 140
128,15
40,00 41,51 120
35,00 31,08
100
30,00 25,98
95,54
25,00 22,12 80
U$$

R$
20,58
20,00 17,20 14,42
59,71 60
15,00
40
10,00
17,17 20
5,00 22,90
0,04
11,34
0,00 0
88

89

90

91

92

93

94

95

96

97

98

99

00

01

02

03

04
19

19

19

19

19

19

19

19

19

19

19

19

20

20

20

20

20

Preço Petroleo - U$$ Preço Petroleo - R$


Polinômio (Preço Petroleo - R$) Polinômio (Preço Petroleo - U$$)

Fonte: Elaboração própria com base em no site http://www.ipeadata.gov.br Acessado em 30/03/2005

A evolução dos preços dos combustíveis no Brasil é fornecida pelo Instituto


Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e se referem à variação apresentada no mês em
relação ao mês anterior. Usou-se a média anual para demonstrar a tendência de variação, e
como os valores mensais apresentam o mesmo comportamento, apenas suavizamos os dados
para simplificar a sua apresentação.

Gráfico 2. Evolução dos preços internos dos combustíveis

23,00

18,00

13,00
%
8,00

3,00

-2,00
94 95 96 97 98 99 00 01 02 03 04 05

Álcool Diesel

Fonte: Elaboração própria com base em no site http://www.ipeadata.gov.br Acessado em 30/03/2005


Gráfico 3. Evolução e tendência do preço do litro da gasolina tipo C
25,00

20,00

15,00
%

10,00

5,00

0,00
94 95 96 97 98 99 00 01 02 03 04 05
-5,00

Gasolina Polinômio (Gasolina)

Fonte: Elaboração própria com base em no site http://www.ipeadata.gov.br Acessado em 30/03/2005

Ao se comparar os gráficos 1,2 e 3 percebe-se que as curvas de tendência de


aumento do barril de petróleo no mercado internacional não foram acompanhadas por um
igual aumento no mercado brasileiro de combustíveis. Ao contrário, as curvas se deslocam em
sentido oposto. Dessa maneira pode-se comprovar que o óleo diesel é subsidiado pelo
governo brasileiro, através de sua empresa estatal de combustíveis.

5. A relevância do biodiesel e as vantagens de sua inserção


As dúvidas dos agentes envolvidos com o biodiesel são muitas. Os questionamentos
envolvem tributos, matérias-primas, marco-regulatório e avaliação dos diferentes projetos.
Em um mundo em permanente mutação é natural que, os empresários se sintam receosos em
investir em setores considerados recentes e de alto risco para o capital. A incerteza que
permeia suas considerações nos mostra que ainda tem-se um longo caminho a percorrer para
atender os anseios dos empresários e demais envolvidos.
Assim denota-se que é preciso manter e aumentar os investimentos nos projetos de
biodiesel, inserindo o Brasil no que há de mais moderno em termos de combustíveis, pois em
se mantendo o atual ritmo de uso do petróleo as atuais reservas se esgotarão, logo, sendo
necessária, a inserção de novas formas de geração de energia.
Além disso, não se pode deixar de considerar os impactos sociais que a inserção
desta nova cadeia proporcionará, a qual pode levar à geração de emprego e renda. Estimativas
iniciais apontam para a inclusão de 250.000 famílias com emprego no meio rural, por meio
tanto da agricultura familiar, quanto pelo desenvolvimento da indústria nacional de pesquisa e
equipamentos. Essa inserção social, através de empregos, realizar-se-á basicamente nas
regiões com maior potencial para produção de oleaginosas, especialmente as regiões Norte e
Nordeste (MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO, 2005). Daí decorre a
necessidade de se avaliar os impactos de forma agregada, descolando da análise puramente
financeira.
Também não se deve deixar de mencionar os ganhos ambientais, sejam eles
advindos da redução direta das emissões de gás carbônico, como da fixação de carbono
atmosférico pela fotossíntese, durante o crescimento das culturas que produzem óleo (PLÁ,
2002).
Ainda é preciso garantir a confiabilidade do combustível que os consumidores
utilizarão, atendendo a normas técnicas que garantam que não haverá prejuízos para os
motores, o que poderia colocar em risco o projeto.
Em síntese é preciso responder de forma clara: È viável ou não produzir biodiesel?
De que matérias-primas? A que distância? Com que processos?

5.1 Vantagens da inserção do biodiesel na matriz energética brasileira


Existem diversas fontes potenciais de oleaginosas no Brasil para a produção de
biodiesel, dada a ampla diversidade de nosso ecossistema. Essa é uma vantagem comparativa
que o país possui em relação a todos os outros produtores de oleaginosas (LABORATÓRIO
DE DESENVOLVIMENTO DE TECNOLOGIAS LIMPAS, 2005).
Além dessa vantagem existem outras mais específicas para a utilização do biodiesel:

a) Vantagens ecológicas: A emissão de gases da combustão dos motores que


operam com biodiesel não contém óxidos de enxofre, principal causador da
chuva ácida e de irritações das vias respiratórias. A produção agrícola que
origina as matérias primas para o biodiesel capta CO2 da atmosfera durante o
período de crescimento, sendo que apenas parte desse CO2 é liberada durante o
processo de combustão nos motores, ajudando a controlar o “efeito estufa”,
causador do aquecimento global do planeta;
b) Vantagens macroeconômicas: A expansão da demanda por produtos agrícolas
deverá gerar oportunidades de emprego e renda para a população rural; a
produção de biodiesel poderá ser realizada em localidades próximas dos locais
de uso do combustível, evitando o custo desnecessário de uma movimentação
redundante; o aproveitamento interno dos óleos vegetais permitirá contornar os
baixos preços que predominam nos mercados mundiais aviltados por práticas
protecionistas;
c) Diversificação da matriz energética, através da introdução dos biocombustíveis.
È necessário definir uma metodologia específica para os estudos de
alternativas de investimentos na introdução de novas tecnologias para a
produção e distribuição e logística dos biocombustíveis;
d) Vantagens financeiras: A produção de biodiesel permitirá atingir as metas
propostas pelo Protocolo de Kyoto, através do Mecanismo de
Desenvolvimento Limpo, habilitando o País para participar no mercado de
“bônus de carbono”;
e) Desenvolvimento regional: A dinâmica da globalização é renovar-se
continuamente, sendo uma realidade que todo padrão de consumo capitalista é
ditado pelas escalas mais elevadas, ou seja, por aqueles países detentores do
padrão tecnológico mais avançado. Logo é vital uma reestruturação do sistema
produtivo, demonstrando a necessidade por inovações produtivas, inserindo-se
aí a constituição de uma cadeia competitiva do biodiesel como resposta de
desenvolvimento local ante ao desafio global;
f) Economia de divisas: no ano de 2004 o Brasil gastou com importações de óleo
diesel, aproximadamente US$ 826 milhões, em dólares correntes. (Página
ANP, 2005). Assim se estima que a diminuição de importações com petróleo e
derivados, proveniente da mistura de biodiesel a 2% no óleo diesel (B2),
geraria uma economia em divisas de US$ 160 milhões / ano, enquanto que
para a mistura de biodiesel a 5% no óleo diesel (B5) haveria uma economia de
US$ 400 milhões / ano. (ANP, 2005).
6. Cadeia, produção e venda de biodiesel no Brasil
O biodiesel é obtido através do processo de transesterificação, o qual envolve a
reação do óleo vegetal (obtido através do processamento / esmagamento de uma oleaginosa),
com um álcool, utilizando como catalisador a soda cáustica. O resultado dessa reação é um
éster (biodiesel), e o seu principal subproduto é a glicerina (PLÁ, 2002).
A mistura do biodiesel ao óleo diesel, segundo as normas da ANP, somente pode
ocorrer, no caso do Brasil, junto a refinarias da Petrobrás, por conseguinte sendo vedada a
comercialização do produtor do biodiesel diretamente ao revendedor. A figura 2 procura
demonstrar o desenho da cadeia, de montante a jusante.

Figura 2. Cadeia produtiva do biodiesel

Fonte: Adaptação de ANP (2005)

6.1 Cadeia agrícola


È nesse ramo da cadeia que surgem os maiores questionamentos acerca da
viabilidade da produção do biodiesel no Brasil.
A autorização da produção em escala comercial de biodiesel na proporção de 2%
deste a 98% de óleo diesel criaria, a principio, uma demanda de 782 milhões de litros de
biodiesel ao ano (ANP, 2005). Entretanto cabe ressaltar que essa demanda não se realizaria
imediatamente, pois as industrias poderão demorar a instalar fábricas de biodiesel, assim
como para desenvolver as cadeias para os subprodutos. A disseminação do uso do biodiesel se
daria gradativamente, não sendo assim realizada de forma instantânea. Entretanto essa
demanda passaria a realizar-se integralmente a partir de 2008, pois neste ano passa a ser
obrigatória a mistura de 2% de biodiesel ao óleo diesel, sendo proibida a comercialização do
óleo diesel puro a partir desse ano (PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA, 2005).
Assim haverá uma necessidade fixa de disponibilidade de oleaginosas para obtenção
do biodiesel, ou seja, a cadeia produtiva deverá garantir, de forma constante e uniforme, o
fornecimento de insumos básicos (oleaginosas). È daí que reside uma das maiores incertezas,
tanto das empresas responsáveis pela industrialização e pela mistura, quanto do setor público.
O que garantiria que os agricultores realizassem sua produção internamente, para fins de
produção do biodiesel? A produção de grãos no Brasil é sensível às variações nos preços
internacionais, e sendo esses grãos commodities, não haveria qualquer surpresa se os
agricultores destinassem sua produção ao mercado externo.
Estudos já apontam esse problema como um futuro “gargalo”, pois se estima que até
o ano 2050 deverá dobrar o uso mundial de biomassa disponível. Estes ainda apontam que
ocorrerão tensões no que tange ao uso de terra agriculturável para fins de apropriação da
biomassa. (FISCHER, 2001).
Ainda nesse setor da cadeia uma outra pergunta que surge é se existiria capacidade
interna de processamento de oleaginosas para extração do óleo necessário à produção deste
biocombustível, pois como foi citado anteriormente o consumo de biodiesel junto ao óleo
diesel, a partir de 2008, será obrigatório. A tabela 1, a seguir, indica que a capacidade diária
de extração de óleo de soja já seria suficiente para atender a necessidade, também diária, de
biodiesel B2, a qual seria de aproximadamente 2 milhões de litros.

Tabela 1. Capacidade de processamento de oleaginosas

Fábricas Ativas Fábricas Inativas Total Instalado - 2003

Estado UF Capacidade de Capacidade de Capacidade de Capacidade de


Processamento Processamento Processamento Processamento
Kg/dia Kg/dia Kg/dia Kg/Ano %
Paraná PR 28.250.000 700.000 28.950.000 7.527.000.000 25,1
Rio Grande do Sul RS 18.600.000 1.500.000 20.100.000 5.226.000.000 17,4
Mato Grosso MT 14.500.000 - 14.500.000 3.770.000.000 12,6
São Paulo SP 13.850.000 600.000 14.450.000 3.757.000.000 12,5
Goias GO 10.320.000 - 10.320.000 2.683.200.000 9,0
Mato Grosso do Sul MS 6.980.000 - 6.980.000 1.814.800.000 6,1
Minas Gerais MG 6.350.000 - 6.350.000 1.651.000.000 5,5
Bahia BA 5.460.000 - 5.460.000 1.419.600.000 4,7
Santa Catarina SC 4.000.000 - 4.000.000 1.040.000.000 3,5
Amazonas AM 2.000.000 - 2.000.000 520.000.000 1,7
Piauí PI 1.760.000 - 1.760.000 457.600.000 1,5
Pernambuco PE 400.000 - 400.000 104.000.000 0,3
Total 112.470.000 2.800.000 115.270.000 29.970.200.000 100

Fonte: ABIOVE (2005)

7. Os subprodutos do biodiesel
A cadeia produtiva do biodiesel gera alguns subprodutos, os quais devem ser foco de
análises mais detalhadas, pois podem ser um fator determinante para a viabilidade econômica
da produção desse combustível. Entre os principais pode-se citar: glicerina, lecitina, farelo e a
torta de oleaginosa.
Entretanto praticamente inexistem estudos acerca do aproveitamento desses
subprodutos como elementos de viabilização da cadeia produtiva. Uma das contribuições
precursoras nesse sentido é a de Ferres (2003), a qual demonstra uma estimativa de custos do
biodiesel a partir do óleo de soja. Esse estudo aponta um custo de produção de biodiesel de
US$ 394,78 por tonelada. Como a reação de biodiesel gera em média um subproduto de 15%
de glicerina, estima-se que esse reduziria em US$ 77,79 o custo total por tonelada, passando o
custo de obtenção de uma tonelada de biodiesel para US$ 316,99.
Porém o autor não considera se essa diminuição no custo de fato se realizaria, pois não
aponta como essa oferta de glicerina adicional seria aproveitada pelo mercado. Então
procurar-se-á evoluir na discussão, demonstrando em um breve capítulo, como se compõe o
mercado internacional desse subproduto.

7.1 O mercado mundial da glicerina


A inserção da cadeia produtiva do biodiesel na matriz energética brasileira deverá
gerar um aumento significante da oferta interna de glicerina. Assim esse subproduto do
processo de transesterificação deverá, em um momento inicial, ter o seu preço diminuído.
Até o surgimento de outras novas utilizações da glicerina no Brasil, que aumentem a
demanda desse subproduto do processo de transesterificação, essa situação deverá se manter,
ou seja, haverá um desequilíbrio entre oferta e demanda. Uma resposta a essa situação poderá
estar no mercado internacional, motivo pelo qual foi efetuado um breve levantamento do
mercado mundial de glicerina.
Tabela 2. Mercado mundial de glicerina
Capacidade inst. de produção (mil ton.) Produção total (ton./ano) Balança Comercial Consumo Preços (US$/ton.)
Natural refinada Sintética
E.U.A 140 60 160 deficitária Cresce 3% a.a. 1.100
Europa 200 60 208 superavitária (em descenso) Cresce 1% a.a. 1.200
Japão 50 27 61,6 superavitária (em ascensão) Cresce 2% a.a. 1.000
Argentina N/E N/E N/E superavitária leve Estável N/E
TOTAL 390 147 429,6
Fonte: ISLA, M.A e IRAZOQUI, H.A.; Glicerina: Coproducto del processo de transesterificación. Libro de oro de A&G, Buenos Aires, 2003.
*** Estimada capacidade ociosa de 20%
Fonte: ISLA, M.A e IRAZOQUI, H.A (2003)

Verifica-se, em geral, que o consumo mundial de glicerina vem apresentando um


crescimento a taxas que variam entre 1% e 3%. Tem destaque o mercado dos Estados Unidos
da América, o qual é importador desse produto, assim como os demais países analisados vêm
tendo uma posição superavitária decrescente.
Na atual situação fica difícil analisar qual será o destino desse aumento da oferta
interna de glicerina, pois não há elementos que permitam avaliar os impactos deste no
mercado demandante de glicerina.

8. Conclusões
A geração de riqueza no mundo está assentada sob um padrão industrial intensivo
em energia, sendo que a principal fonte energética – o petróleo, deve ter suas reservas
exauridas em um período entre 40 e 50 anos. As empresas hoje têm o desafio de produzir
energia retirando da natureza o mínimo possível. Nossas fontes não são inesgotáveis, como se
pensava a 150 anos ou menos. Os últimos 300 foram marcados por três grandes ciclos de
fonte de energia. No século XIX foi o carvão, no século XX foi o petróleo e agora tem-se o
ciclo da biomassa (CASA CÍVIL DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA, 2005).
Um indicativo da consciência dos países sob essa questão é denotado através das
pesquisas e do desenvolvimento de fontes alternativas de energia, especialmente as que usam
a biomassa como fonte. Nesse sentido se ressalta o uso do biodiesel, o qual já é utilizado em
larga escala em países como a Alemanha.
O Brasil insere-se oficialmente nessa questão a partir da aprovação do marco
regulatório do biodiesel. O país possui uma grande vantagem comparativa em relação aos
países que já produzem biodiesel, que é a biodiversidade. Enquanto poderíamos produzir
biodiesel a partir de uma ampla gama de oleaginosas, com altos teores de óleo, a Alemanha
produz quase todo seu biodiesel a partir da colza, a qual não é uma oleaginosa com grande
teor de óleo.
As vantagens da inserção da cadeia produtiva do biodiesel na matriz energética
brasileira são muitas, porém é preciso qualificar a discussão. Uma das vantagens muito
ressaltadas é a economia de divisas que traria o biodiesel em substituição ao óleo diesel.
Entretanto a Petrobrás já produz cerca de 94% do total do diesel consumido no Brasil,
devendo em um curto prazo ser auto suficiente nesse combustível (ANP, 2005). Esse fato
remete a necessidade de se avaliar a questão mais criteriosamente, para não incorrer em gastos
desnecessários.
Para tanto se exemplifica a produção agrícola de grãos, a qual tem no comércio
exterior grande parte de sua venda. A obrigação a partir de 2008 da adição do biodiesel numa
proporção de 2% ao óleo diesel geraria uma necessidade de destinação fixa de oleaginosas
para esse fim. Isso levaria à necessidade de se garantir essa oferta, sob pena do programa
fracassar. Uma solução seria estabelecer contratos de produção com os agricultores que
garantissem que os mesmos destinassem sua produção para o biodiesel, obrigando-os a
sujeitar-se aos compromissos através de uma legislação regulatória específica. A fiscalização
poderia ser efetuada por um órgão regulador, o qual criaria uma Central de Informações para
o caso de agricultores que não cumprissem o contrato.
Estudos preliminares, como o de Ferres (2003) apontam que no início o biodiesel
provavelmente teria um custo de produção maior que o óleo diesel. Entretanto isso parece
uma questão que ocorrerá no período inicial, como já ocorreu com o etanol (álcool), que
segundo a “learning curve”, para esse produto, observou uma queda de US$ 700/m3 para
US$ 200/m3 no custo entre 1980 e 1998 (GOLDEMBERG, 2003).
Um dos elementos que podem viabilizar a produção do biodiesel são os subprodutos
gerados, para os quais inexistem estudos mais apurados acerca de fontes de uso alternativo.
Para tanto foi mostrado sinteticamente o potencial do mercado mundial da glicerina, o qual
poderia aportar um aumento da oferta interna desse produto no Brasil (a lecitina tem múltiplos
aproveitamentos na indústria e não parece que sua oferta possa constituir um grave problema;
quanto ao farelo, ele encontra ampla demanda no mercado mundial de rações para animais
confinados).
O mundo já entende o biodiesel como uma fonte de energia substitutiva do óleo
diesel, porém, especificamente no caso brasileiro, ainda há dúvidas, em relação à organização
das cadeias produtivas e com outros aspectos institucionais, as quais poderão ser minimizadas
com estudos acadêmicos, que contribuam assessorando os agentes de forma a potencializar as
oportunidades desse novo negócio.

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