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ADVOCACIA

Lucy Mari de Almeida Novicki - OAB/SC 21.756


Marcio Miguel Novicki – OAB/SC 20.612
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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA
CRIMINAL DA COMARCA DE FORMIGA – MINAS GERAIS.

Autos sob nº nº26108061727-5

OSNI DIAS SUBTIL, já devidamente


qualificado nos autos do processo em epígrafe, que lhe
move a Justiça Pública, como incurso no Artigo 302 da Lei
9.503/97, combinados com os artigos 224 alínea “a”, e 226,
inciso II, por intermédio de sua procuradora, que firma a
presente, vem, perante Vossa Excelência:

APRESENTAR SUAS ALEGAÇÕES FINAIS, em conformidade com o


estatuído no art. 500 do CPP.

INCLITO MAGISTRADO,

DA PRETENSÃO ACUSATÓRIA

O réu encontra-se processado perante este r. juízo,


mediante denuncia do Ministério Público, em decorrência de
acidente qual se envolveu no dia 21 de novembro de 2007,
por volta das 19:45 horas, na Rodovia MG 050, KM 209, zona
rural de Córrego Fundo /MG, sob alegação de que tenha agido
com negligência na direção do veículo.

1. Por ocasião de manobra com o caminhão Mercedes Benz


1620, Placa MIL 1620 de Fraiburgo/SC de propriedade de
Gianello Transp. Com. LTDA, o denunciado não tendo
outra forma de adentrar o pátio do posto de gazolina
Auto Posto Primavera, procedeu convergência à esquerda
de seu sentido, ocasião em que colidiu a frontal
direita do veículo com a motocicleta de Wesley Augusto
da Costa, qual veio a óbito por traumatismo craniano.

Av. Campos Novos, n.º 124, sala 02, Centro – Fraiburgo – Santa Catarina – 89.580-000. 1
Fone (049) 3246-6155
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2. O ilustre Representante do Ministério público,
assevera que o denunciado foi o único causador do
acidente, em decorrência de sua manobra, o que não é
verdade, pois a vítima também seu causa em decorrência
de estar trafegando em horário já noite, com os faróis
apagados.
3. Ainda há de se considerar que a estrada sem
acostamento foi o motivo da convergência operada pelo
acusado, o que lhe retira a culpa.
4. Logicamente que, assim como qualquer um o acusado
ficou imensamente triste com o ocorrido, contudo não
foi o responsável pelo acidente.
5. O acusado comprovou nos autos sua qualificação para
dirigir, tendo efetuado diversos treinamentos e
cursos, considerando-se um exímio motorista. Por outro
lado foi imprudente a vítima ao trafegar sem ligar os
faróis, o que deve ser levado em consideração. Tanto é
que o acusado somente parou o caminhão quando foi
avisado, pois sequer chegou ver a batida, quanto mais
a moto vindo, pois estava aquela, com os faros
apagados.
6. No mais, durante a instrução criminal, não foram
colhidas provas que autorizem um decreto condenatório
do acusado, eis que os testemunhos integrantes na fase
de inquérito não foram confirmados durante a
instrução, tampouco foram produzidas provas que
levassem a convicção da culpa exclusiva do acusado.
7. Resta, pois, a palavra do Réu, que, em casos tais,
deve prevalecer, face a ausência de outros elementos
de convicção, atendendo-se ao princípio do "in dubio
pro reo".
8. Requer sejam analisados todos os documentos juntados
aos autos, bem como considerado que o acusado é réu
primário, tem bons antecedentes, emprego fixo, é
pessoa preparada para a sua função, bem seja dado
atenção ao fato da vítima estar trafegando à noite com
os faróis apagados.

DO DIREITO

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Porém, caso o acusado seja condenado, o que não se
acredita, mas se cogita ante ao princípio da eventualidade,
deverá o acusado ser enquadrado pelo art. 121 do CPP, uma
vez que as inovações trazidas pela Lei 9503/97, o Novo
Código de Trânsito, em especial o artigo 302 que
especializou o crime de homicídio do Código Penal valorando
a conduta quando cometida na direção de um veículo
automotor, não fosse o aumento da pena base nos homicídios
de trânsito, ofende o princípio constitucional da isonomia,
e o direito subjetivo do réu a um tratamento igualitário,
agredindo igualmente o princípio da proporcionalidade, pois
aumenta a pena injustificadamente, sendo de todo
inconstitucional.

CONCLUSÃO

Ante ao acima exposto, temos que a conclusão, é que a


acusação é de todo improcedente, porque a instrução
criminal não caracterizou certeza alguma na culpabilidade
do réu, sendo o mesmo tão vítima quanto a própria vítima,
devendo por isso ser absolvido.

Deste modo, justo magistrado, espera o acusado que V. Exa.


ao se debruçar no exame deste processo, derrame sobre o
mesmo o seu espírito de Justiça, julgando improcedente a
acusação não como forma de descaso, mas como medida de
Justiça!

Não entendendo Vossa Excelência pela absolvição do Réu,


meramente por argumentação, deverá a pena ser aplicada
mediante enquadramento do acusado no art. 121 do CPP e não
no art. 302 da Lei 9.503/97, com diminuição de pena, em
face do réu ser empregado, ser primário, ter residência
fixa e boa conduta.

J U S T I Ç A!

Nesses termos,
Pede e espera deferimento.

Fraiburgo, 14 de abril de 2011.

Lucy Mari de Almeida Novicki


OAB/SC 21756
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