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Introdução

- Como o mioma se desenvolve?


- Quais são os sintomas?
- Como é feito o diagnóstico?
- Mioma e gravidez
- Como é feito o tratamento?

"Os miomas são tumores benignos originados do tecido muscular liso, presente em
diversos órgãos do nosso organismo. No entanto, o local onde ocorre com maior
freqüência é o útero, sendo a neoplasia mais freqüente desse órgão. Os miomas não são
cânceres, e a chance de se transformarem nessa doença é extremamente baixa."

Introdução

Acometem aproximadamente um quarto das mulheres em idade fértil, e acredita-se que


até 50% das mulheres possam apresentar essa doença em alguma época de suas vidas.
Pode ocorrer a partir da puberdade, mas a idade de maior incidência é a quarta década
de vida. As estatísticas mostram que os miomas são mais comuns em mulheres negras,
naquelas que ainda não engravidaram e em mulheres que apresentam condições
associadas a altos níveis de estrogênio no sangue.

Como o mioma se desenvolve?

A causa é desconhecida, mas sabe-se que os miomas originam-se de uma única célula,
que começa a se multiplicar desordenadamente, e origina o tumor. Por isso, acredita-se
que exista alguma base genética para o seu desenvolvimento e pode ser devido a isso
que ele seja mais comum nas mulheres negras e que apresente uma tendência a acometer
mulheres da mesma família.

O crescimento desses tumores ocorre por ação do estrogênio, um hormônio feminino de


extrema importância, e isso pode explicar o seu desenvolvimento durante a fase
reprodutiva da vida da mulher, a sua inexistência antes da puberdade e a redução de
tamanho após a menopausa (quando os níveis de estrogênio diminuem). Qualquer coisa
que leve a um aumento dos níveis de estrogênio pode fazer com que o mioma tenha um
crescimento maior e mais rápido.

Quais são os sintomas?

Mais da metade das mulheres com miomas não apresenta nenhum sintoma, e não
existem sinais ou sintomas específicos dessa doença. Assim, na maioria das vezes eles
são descobertos em exames de rotina, como uma casualidade. Algumas vezes, o
diagnóstico pode ser suspeitado devido ao aumento do tamanho do abdome, que pode
levar a mulher a pensar que apenas engordou um pouco ou até que está grávida.
A manifestação mais freqüente é a alteração menstrual, com aumento dos dias de
menstruação e da quantidade de sangramento. A cada menstruação, o fluxo vai ficando
maior, aumentando o número de absorventes utilizados. Podem ocorrer também
sangramentos fora do período menstrual, às vezes com coágulos. Essas alterações
podem levar à anemia.

Esse aumento do período menstrual pode acompanhar-se de dor, que decorre de um


maior acúmulo de sangue no útero, provocando distensão dolorosa e maior contração da
musculatura para eliminar esse conteúdo.

À medida que o útero cresce, começa a comprimir estruturas e órgãos próximos,


podendo ocasionar dor, inclusivo durante as relações sexuais. Pode ocorrer compressão
da artéria que nutre o mioma, o que faz com que ele sofra degeneração e suas células
morram, o que se acompanha de dor. A compressão da bexiga leva à redução da
capacidade de armazenar urina, levando a paciente a urinar com maior freqüência. Outro
sintoma decorrente de compressão é a constipação intestinal (prisão de ventre), já que o
útero pode comprimir o reto, dificultando a passagem das fezes.

A dificuldade para engravidar é freqüente em pacientes com miomas uterinos, já que


esse tumor pode levar a alterações (deformidades) do órgão que dificultam a
implantação do ovo. Porém, isso não ocorre em todas as pacientes.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico é suspeitado inicialmente pela história da paciente e pelo exame físico


realizado pelo ginecologista. Durante o exame, pode ser palpada uma massa de
localização sugestiva de ser uterina. O principal exame utilizado é o ultra-som, que pode
demonstrar a presença do mioma e também a sua localização.

Ele pode ser classificado em:

• Subseroso: localiza-se na porção mais externa da parede do útero, relacionado mais


raramente a sintomas de sangramento. O principal sinal é o aumento do abdome.

• Intramurais: estão localizados na porção média da parede do útero, e são os mais


comuns.

• Submucosos: são os que se localizam mais próximos da cavidade uterina, sendo os


mais sintomáticos. Quase sempre causam sangramento. Eventualmente, ele pode sair
pelo orifício do colo uterino, caracterizando o chamado "mioma parido".

Outro exame utilizado é a histeroscopia, no qual é inserida uma sonda no útero,


contendo uma espécie de câmera que permite a visualização da cavidade uterina. Ajuda
muito no diagnóstico dos miomas submucosos. Exames raramente utilizados são:
radiografia simples da pelve, tomografia computadorizada, ressonância magnética.
Mioma e gravidez

A associação entre mioma e gravidez ocorre em aproximadamente 0,13% a 7%. Nessa


situação, o mioma pode determinar gravidez ectópica (quando o ovo implanta em outro local
que não a cavidade uterina), abortamento, parto prematuro, sangramento e dificuldades
durante o parto. Além disso, eles podem aumentar significativamente de tamanho durante a
gestação, devido aos altos níveis hormonais. Cada caso deve ser analisado individualmente,
para determinação da necessidade de tratamento.

Como é feito o tratamento?

Nem toda paciente deve ser tratada, já que se trata de uma doença benigna e que na grande
maioria dos casos não causa sintomas. O conceito principal é de que o mioma deve ser tratado
quando causa sintomas significativos. Nos casos assintomáticos, a paciente deve ser
acompanhada regularmente.

Existem basicamente três tipos de tratamento:

1) Medicamentoso

Esse é, geralmente, o primeiro passo no tratamento dos miomas. Os objetivos são controlar o
sangramento, inibir o crescimento dos miomas ou reduzir o seu tamanho (especialmente antes
da cirurgia). Muitas vezes, o uso de antiinflamatórios já é suficiente para controlar os sintomas,
não sendo necessário nenhum outro tipo de terapia.

Os medicamentos mais indicados, quando se deseja a redução do tamanho dos miomas, são
os chamados análogos do GnRH. Eles criam uma falsa menopausa, reduzindo a liberação de
estrogênio pelos ovários. São úteis também para controle do sangramento. O problema é que,
após a interrupção do uso do medicamento, os miomas voltam a crescer. Isso é importante,
pois essas drogas podem ser usadas por no máximo 6 meses. Os efeitos colaterais são: ondas
de calor, insônia, secura vaginal, diminuição da libido, perda temporária de memória, aumento
do risco de osteoporose.

2) Cirúrgico

Indicado nos casos sintomáticos, nos miomas muito grandes, na presença de sinais de
degeneração (alterações do tecido do mioma), e nos casos em que o mioma é causador de
infertilidade. As modalidades são:

• Miomectomia: retira-se apenas o mioma, preservando-se o útero. Indicada nos casos em que
a mulher queira preservar a capacidade de reprodução ou de menstruar. Porém, pode não ser
conseguido em alguns casos. A recorrência ocorre em um terço dos casos. Uma das
complicações é a formação de aderências.

• Histerectomia: consiste na retirada do útero. É o tratamento de escolha em mulheres que não


querem mais engravidar.
3) Embolização

É realizada com a colocação de um cateter dentro da artéria uterina que nutre o mioma,
seguida da injeção de agentes que levam à formação de êmbolos no interior da artéria, com
interrupção do fluxo de sangue. Está indicada quando a paciente quer manter o útero ou
quando existem contra-indicações à histerectomia. As complicações associadas a esse método
são: isquemia grave do útero (como se fosse um infarto, parecido com o do coração),
ocorrência de infecção e parada das menstruações

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