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"Os miomas são tumores benignos originados do tecido muscular liso, presente em
diversos órgãos do nosso organismo. No entanto, o local onde ocorre com maior
freqüência é o útero, sendo a neoplasia mais freqüente desse órgão. Os miomas não são
cânceres, e a chance de se transformarem nessa doença é extremamente baixa."
Introdução
A causa é desconhecida, mas sabe-se que os miomas originam-se de uma única célula,
que começa a se multiplicar desordenadamente, e origina o tumor. Por isso, acredita-se
que exista alguma base genética para o seu desenvolvimento e pode ser devido a isso
que ele seja mais comum nas mulheres negras e que apresente uma tendência a acometer
mulheres da mesma família.
Mais da metade das mulheres com miomas não apresenta nenhum sintoma, e não
existem sinais ou sintomas específicos dessa doença. Assim, na maioria das vezes eles
são descobertos em exames de rotina, como uma casualidade. Algumas vezes, o
diagnóstico pode ser suspeitado devido ao aumento do tamanho do abdome, que pode
levar a mulher a pensar que apenas engordou um pouco ou até que está grávida.
A manifestação mais freqüente é a alteração menstrual, com aumento dos dias de
menstruação e da quantidade de sangramento. A cada menstruação, o fluxo vai ficando
maior, aumentando o número de absorventes utilizados. Podem ocorrer também
sangramentos fora do período menstrual, às vezes com coágulos. Essas alterações
podem levar à anemia.
Nem toda paciente deve ser tratada, já que se trata de uma doença benigna e que na grande
maioria dos casos não causa sintomas. O conceito principal é de que o mioma deve ser tratado
quando causa sintomas significativos. Nos casos assintomáticos, a paciente deve ser
acompanhada regularmente.
1) Medicamentoso
Esse é, geralmente, o primeiro passo no tratamento dos miomas. Os objetivos são controlar o
sangramento, inibir o crescimento dos miomas ou reduzir o seu tamanho (especialmente antes
da cirurgia). Muitas vezes, o uso de antiinflamatórios já é suficiente para controlar os sintomas,
não sendo necessário nenhum outro tipo de terapia.
Os medicamentos mais indicados, quando se deseja a redução do tamanho dos miomas, são
os chamados análogos do GnRH. Eles criam uma falsa menopausa, reduzindo a liberação de
estrogênio pelos ovários. São úteis também para controle do sangramento. O problema é que,
após a interrupção do uso do medicamento, os miomas voltam a crescer. Isso é importante,
pois essas drogas podem ser usadas por no máximo 6 meses. Os efeitos colaterais são: ondas
de calor, insônia, secura vaginal, diminuição da libido, perda temporária de memória, aumento
do risco de osteoporose.
2) Cirúrgico
Indicado nos casos sintomáticos, nos miomas muito grandes, na presença de sinais de
degeneração (alterações do tecido do mioma), e nos casos em que o mioma é causador de
infertilidade. As modalidades são:
• Miomectomia: retira-se apenas o mioma, preservando-se o útero. Indicada nos casos em que
a mulher queira preservar a capacidade de reprodução ou de menstruar. Porém, pode não ser
conseguido em alguns casos. A recorrência ocorre em um terço dos casos. Uma das
complicações é a formação de aderências.
É realizada com a colocação de um cateter dentro da artéria uterina que nutre o mioma,
seguida da injeção de agentes que levam à formação de êmbolos no interior da artéria, com
interrupção do fluxo de sangue. Está indicada quando a paciente quer manter o útero ou
quando existem contra-indicações à histerectomia. As complicações associadas a esse método
são: isquemia grave do útero (como se fosse um infarto, parecido com o do coração),
ocorrência de infecção e parada das menstruações