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Debate Historiográfico

Globalização, helenismo e romanização – uma abordagem


comparada

Segundo o autor Arnold J. Toynbee em “Helenismo” os termos “Hélade”,


“helenos” e “helenismo” são palavras que na língua grega serviam para os
helenos designar sua civilização. Porém são palavras que não induzem ao
erro, pois “helenos” significa “habitantes da Hélade”, região onde habitava essa
civilização.

Helenismo, de acordo com o autor Toynbee, foi uma forma de vida dos
helenos nas cidades-Estados, e quem se aclimatasse à vida na qual eles
viviam, seria aceito como heleno, sem distinção qual a sua origem e formação.
Uma forma de “internacionalizar” as cidades-Estados, diz Toynbee, era através
dos acontecimentos “pan-helênicos” , ou seja, eram os jogos realizados em
cada território heleno, onde os festivais regionais ofereciam prêmios de valor
para atrair participantes de outras regiões, portanto a honra de ser vencedor
num desses jogos pan-helenos era maior que um recompensa material.

Em “Repensando o Império Romano” o autor Norberto Luiz Guarinello


nos apresenta uma nova temática, o conceito de Imperialismo e Império. A
distinção dos termos Imperialismo e Império, por Guarinello, acontece na
seguinte forma: Imperialismo é uma ação, política ou econômica, de expansão
ou dominação de um Estado sobre outros. Império é um Estado, por vezes o
resultado da ação imperialista , mas que não se confunde com esta.

Guarinello nos mostra uma distinção entre o helenismo e a romanização


a partir da queda da cidade-Estado construída na civilização helênica,
apresentado a nós por Arnold J. Toynbee em “Helenismo”, e forma o Império
Romano que durante séculos construiu uma unidade política heterogênea
complexa. A criação do Império Romano foi o resultado de uma expansão da
aliança de cidades da Itália, sobre um mundo urbano enfraquecido
internamente e externamente.
Segundo a autora Vera Maria Candau em “Sociedade, Educação e
Cultura(s)” a globalização, singular ao processo de romanização pelo Império
Romano nos apresentado por Guarinello, nos remete a um mundo
“uniformizado” e como um todo comunicável por regras e práticas comuns, que
devem ser adotadas por todos sem distinção, e que a ideia de reorganizar os
países dentro de conjuntos de postulados e objetivos, converteria cidadãos
locais em cidadãos planetários. De acordo com Candau, nessa realidade em
que o global e o local, o geral e o particular coexistem, esses confrontos vão
dando lugar a um verdadeiro jogo de identidades, resultado de muitos
processos de hibridização cultural, como ela mesma diz utilizando os métodos
de Stuart Hall e Garcia Canclini.
Conclusão

Em suma, os autores nos mostram como foram os processos de


expansão de cada sociedade, como esse avanço nos remete ao entendimento
das civilizações e sua organização atual nos parâmetros políticos, sociais,
econômicos e culturais. Nos leva uma visão acessível e atualizada das
reflexões contemporâneas sobre aquelas civilizações que se parece tão
distante de nós, mas que nos leva a reflexões sobre nosso próprio presente.
Referências bibliográficas

TOYNBEE, Arnold. J. Helenismo – História de uma civilização. Rio de Janeiro:


Zahar editores.

CANDAU, Vera Maria. Sociedade, Educação e Cultura(s)-Questões e


propostas. Petrópolis,RJ: Vozes, 2002.

GUARINELLO, Norberto Luiz. Repensando o Império Romano-Perspectiva


Socioeconômica, Política e Cultural. Rio de Janeiro – Introdução.

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