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Escola Secundária Dr.

Augusto César da Silva Ferreira, Rio Maior


CIDADANIA E PROFISSIONAL

UNIDADE 5- Deontologia e princípios éticos

RA 1- princípios fundamentais da ética

Actividade 2: Diferentes valores culturais, diferentes valores éticos.

Exemplos de temas: ciganos; Africanos; muçulmanos; aborto; eutanásia, etc.

Como vimos anteriormente, os princípios éticos estão influenciados pelos valores morais adquiridos

pelo um ser dentro da sua cultura. O seu carácter como ser humano é inevitavelmente definido de

certa forma pela sua educação e seus valores morais.

Por exemplo: dentro da comunidade cigana existem aspectos culturais fortes como o casamento, em

que só é permitido entre eles e obedece a regras instituídas pelos valores culturais para eles

importantes. Uma vez que uma mulher cigana contraía matrimónio com alguém não cigano, jamais

será aceite dentro da comunidade.

Já o adultério pós casamento na comunidade cristã, terá uma importância idêntica ao caso cigano

embora com consequências diferentes; uma vez que o casamento é para a vida e o princípio de valor

moral que rege esta conduta é religioso e cultural, diz-se que é eticamente incorrecto no seio da

comunidade cristã.

Na cultura laica generalizada, o casamento está instituído juridicamente como união de facto, o

adultério só é eticamente reprovável tanto quanto o peso moral que cada um dos intervenientes

atribuir à relação extra conjugal.

Se um cidadão matar outro, sejam eles de que etnia forem, eticamente será tão reprovável como se

fosse noutra cultura ou etnia qualquer. É reprovável eticamente em ambas as culturas.

Logo, a escolha de uma conduta de vida com atitudes consideradas mais ou menos éticas cabe ao

juízo momentâneo de cada indivíduo e normalmente generaliza-se a todos os seres humanos

independentemente das suas origens. Agora as questões de educação, valores adquiridos na

formação de personalidade e carácter estão sempre ligadas aos valores culturais, morais e religiosos

e têm peso nas decisões pessoais; mais ou menos éticas.

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Vimos, também, que a ética está ligada ao desempenho profissional e daí surgiu a sua normalização

« o código deontológico »; aqui a decisão já não fica só ao critério do juízo momentâneo mas

obedece a uma serie de normas instituídas.

Vamos ver um exemplo de pessoas de etnias diferentes, com a mesma profissão e neste caso

ambos médicos; quer um médico seja muçulmano e o outro judeu. Aqui, além do código

deontológico existe o principio básico de salvar vidas que é acautelado pelo juramento de Hipócrates

que revoga as origens religiosas para segundo plano.

No caso da etnia africana e em algumas comunidades é usual os homens comprarem as noivas

mediante o pagamento de um dote aos pais da noiva. Depois acautelando um presumível adultério

têm por habito cultural aquilo que para nós é considerado mutilação genital femenina. Na maioria dos

povos, esta prática é considerada uma barbaridade; no entanto a compra de noiva e/ou noivas, às

vezes menores, é muito usual.

Poderemos nós, no caso de uma comunidade deste tipo estar a viver no nosso país, interferir em que

aspectos? –Sabemos que em território português prevalece a lei portuguesa e provavelmente a

aplicação dessa lei sobre uma comunidade com estes hábitos poderia causar grandes problemas.

Em França, recentemente debateu-se o assunto mais uma vez e decidiu-se por manter os sistemas

políticos e as leis apartadas de quaisquer aspectos culturais e religiosos. O mundo ocidental está a

apelar ao respeito mutuo entre as diferentes culturas porque é sempre difícil definir limites claros

entre estes conceitos, da moralidade e da ética, sendo que este último está mais regularizado.

A ética não é apenas um elemento estrutural de uma sociedade e que se assenta nas leis e normas
escritas e não escritas. Ela requer a capacidade de pensar, ou seja, a capacidade crítica do ser
humano sobre o processo de descobrir ou fazer associações, de presumir, de supor, de comparar, e
de tantas outras questões fundamentais para a construção do pensamento. Pela ética nos guiamos
na descoberta do que seja conveniente, na comparação entre o bom e o mau, como um
conhecimento adquirido por critérios opostos, como o justo e o injusto, o permitido e o proibido.

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