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Pedro Luiz Alcazas Dias de Souza

Geologia Econômica
RedBeds

AS MINAS DO CAMAQUÃ:
UM SÉCULO DE EVOLUÇÃO DE HIPÓTESES GENÉTICAS
Jorge Henrique Laux
Zara Gerhardt Lindenmayer

RESUMO
Este trabalho abordará uma revisão das hipóteses propostas para a origem das mineralizações de
Cu(Au) das minas do Camaquã.Aevolução do pensamento foi decorrente dos problemas encontrados à
lavra do minério sulfetado. Inicialmente um modelo hidrotermal-magmático foi adotado.Com a
descoberta de sulfetos disseminados nas rochas sedimentares, o modelo passou a ser sedimentar-
singenético a diagenético. Com o aumento da profundidade da extração do minério e próximo da
exaustão das reservas econômicas, o modelo epitermal passou a ser aventado.No entanto, os dados
conhecidos ainda não são suficientes para a proposição de um modelogeológico consistente, permitindo
enquadrá-lo nas hipóteses genéticas propostas. Os modelos propostos para as minas do Camaquã, por
diversos autores, descritos e discutidos neste trabalho, foram aplicados, cada um deles, dentro do
contexto do conhecimento geológico da época e para o segmento das minas estudado.

As minas do Camaquã estão localizadas no município de Caçapava do Sul, Rio


Grande do Sul, delimitada pelas coordenadas 30°47’ de latitude sul e 52°24’ de
longitude oeste. Camaquã é composta por duas outras minas, a Uruguai e São Luiz, que
apresentam mineralização sulfetada de cobre (sedimentar), em forma de filões. Por
muito tempo a evolução dos modelos genéticos sobre as mineralizações, ocorreram
principalmente com a coleta de novos dados, visando quantificar os problemas
presentes a lavra de minério sulfetado de cobre. Então foi adotado que, para filões
espessos, o modelo hidrotermal-magmático era usual, e sem restrições.
À medida que os filões se tornavammenos espessos, em profundidade, a
descoberta de concentrações expressivas de sulfetos disseminados e estratiformes nas
rochas sedimentares fez com que um modelo sedimentar-singenético a diagenético
passasse a ser mais aceito. Com o aumento progressivo da profundidade da extração
dominério, e já próximo da exaustão das reservas econômicas, o modelo hidrotermal do
tipo epitermal passou a ser considerado como mais adequado. A aceitação desse modelo
foi fundamentada principalmente no aumento dos teores de Au, no controle do minério
econômico restrito aos filões, em forma de pipes e formando “rosários”, e à diminuição
do minério disseminado, embora a mineralogia característica do modelo não tenha sido
encontrada.
Conjuntos de dados sistematicamente ordenados, modelos de depósitos minerais,
consistem em que descrevem as feições essenciais de determinadas classes de depósitos
minerais, podendo ser descritivos (empíricos) ou teóricos (genéticos). Modelos teóricos,
são imprescindíveis em trabalhos de prospecção mineral, pois permitem prever as
feições geológicas importantes, direcionando a pesquisa. Contudo, é preciso não perder
de vista que cada depósito mineral possui suas características peculiares e deve ser
detalhadamente estudado como um todo. Por isso, os modelos devem ser
fundamentados em dados geológicos consistentes, sendo comum a modificação, e
mesmo a adoção de novos modelos, à medida que o conhecimento geológico de uma
região ou distrito mineiro progride. Muitas vezes os dados geológicos não são
suficientes para a proposição de um modelo geológico consistente, outras vezes, as
características do depósito estudado não permitem enquadrá-lo num modelo genético
existente. Nesse caso, seria mais conveniente utilizar um modelo descritivo empírico
para o depósitomineral em questão.

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