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Introdução Histórica:
O que hoje se denomina física moderna constitui
essencialmente a física desenvolvida no início do
século XX. Mais precisamente, nas três primeiras
décadas do século passado. Do ponto de vista
teórico todo o conhecimento produzido nesse
período pode ser resumido em duas grandes
linhas: a teoria da relatividade, proposta por
Einstein, e a teoria quântica, iniciada com
Max Planck. Do ponto de vista prático esse
conhecimento resultou virtualmente em toda a Dilatação dos Tempos:
tecnologia do final do século. Na verdade, toda a Vamos analisar agora como se comportam os
física moderna que é estuda foi incorporada à intervalos de tempo medidos em cada
tecnologia. referencial. Consideremos um observador A' em
repouso no referencial S', a uma distância D de
RELATIVIDADE RESTRITA: um espelho também em repouso no mesmo
Em 1905, com 26 anos, Albert Einstein publicou referencial. O observador produz um pulso
vários artigos, entre os quais um sobre a luminoso e mede o intervalo de tempo Δt' entre
eletrodinâmica dos corpos em movimento. Neste o momento em que o pulso é gerado e o
artigo, ele propõe um princípio de relatividade momento em que detecta o pulso após este ser
mais abrangente, que se aplica tanto às leis da refletido no espelho. O intervalo de tempo é Δt'
mecânica quanto às leis da eletrodinâmica. Com = 2D/c, pois a luz viaja com uma velocidade c e
base nos trabalho de Lorentz e Poincaré, a teoria a distância percorrida pelo pulso é 2D uma vez
da relatividade especial (ou restrita) se baseia que ele é gerado e reflete no espelho voltando
em dois postulados que Einstein menciona ao ponto inicial. Agora do ponto de vista de um
explicitamente em seu artigo de 1905: observador no referencial S que observa o
referencial S' viajar com uma velocidade
I. As Leis da Física são as mesmas em constante de módulo v na direção x, perceberá a
todos os sistemas de coordenadas que se emissão do pulso num ponto x1 e o retorno do
movem com movimento uniforme pulso ao ponto de emissão após ser refletido
relativamente um ao outro, ou seja, em pelo espelho num ponto x2. Entre os instantes
todos os referenciais inerciais. em que o pulso original é gerado e o pulso
refletido é detectado, o observador A' se desloca
II. A velocidade da luz no espaço vazio é a horizontalmente de uma distância v Δt, onde Δt
mesma em todos os sistemas de referência é o intervalo de tempo medido no referencial S.
e é independente do movimento do corpo No referencial S, a luz percorre uma distância
emissor. maior que no referencial S', levando mais tempo
para chegar ao espelho e voltar ao ponto de
CONSEQUÊNCIAS DOS POSTULADOS DE partida, assim o intervalo de tempo Δt é maior
EINSTEIN: que Δt'. À distância percorrida pela luz no
Os postulados de EINSTEIN levam a certas referencial S é cΔt. Podemos relacionar as
conseqüências que contrariam o senso comum. distâncias utilizando um triângulo retângulo de
São elas, a relatividade da simultaneidade, a hipotenusa cΔt/2
e catetos D e vΔt/2,
aplicando
dilatação do tempo, a contração do espaço, a o Teorema de Pitágoras temos:
dilatação da massa e o efeito Doppler
relativístico.
Relatividade da Simultaneidade:
Os postulados de Einstein levam a certas
previsões com relação às medidas executadas
por observações situados em diferentes
referenciais inerciais que em princípio podem
parecer estranhas ou mesmo paradoxais. É o
caso da relatividade da simultaneidade, que é
uma implicação dos postulados da relatividade
especial, que nos diz o seguinte:
Dois eventos que são simultâneos em um
referencial não são simultâneos em
nenhum outro referencial inercial que
esteja em movimento em relação ao
primeiro. Explicitando Δt encontramos:
MASSA RELATIVÍSTICA:
Onde Δt' é o intervalo de tempo próprio, que é o Nas leis de Newton, a massa de um corpo é
intervalo de tempo entre dois eventos que sempre a mesma. Entretanto, Einstein mostrou
ocorrem no mesmo ponto do espaço, medidos que a massa de um corpo depende de sua
pelo mesmo relógio. A equação acima expressa velocidade. A equação que descreve o
à dilatação dos tempos, mostrando que o comportamento da massa de um objeto em
observador no referencial sem linha medirá um movimento, em função da sua massa em
intervalo de tempo maior que o observador no repouso será:
referencial linha.
M0 = massa de repouso m0
Paradoxo dos gêmeos: M = massa relativística m=
O paradoxo dos gêmeos (também conhecido por v2
paradoxo de Langevin) e uma experiência de 1−
pensamento, onde dois gêmeos se separam num EQUIVALÊNCIA MASSA – ENERGIA:
c2
dado instante, iniciando um deles uma viagem A equação obtida por Albert Einstein em 1905, é
numa nave que se desloca a uma velocidade uma das mais conhecidas da Física, e talvez da
próxima da velocidade da luz até uma estrela própria Ciência. Com base nela podemos
distante, e regressa logo em seguida a Terra. Ao compreender uma vasta gama de fenômenos
encontrar-se com o seu gêmeo que ficou na tais como processos atômicos e a produção de
Terra verifica que este está muito mais velho, energia nas estrelas através da fusão nuclear. A
significando isto que o tempo anda mais equivalência entre massa e energia, retratada
lentamente para o gêmeo viajante. na equação, constitui-se no fundamento da
geração de energia nas usinas nucleares (pelo
Contração das Distâncias: processo de fissão nuclear). No futuro, espera-se
Um fenômeno intimamente associado à o domínio da tecnologia da fusão nuclear para a
dilatação dos tempos é a contração das produção de energia limpa e de baixo custo.
distâncias. Denomina-se comprimento próprio o
comprimento de um objeto no referencial em E = mc2
que o objeto está em repouso, sendo
representado pelo símbolo L0. Num referencial Com base nesta equação pode-se concluir que
no qual o objeto está se movendo, o um corpo que esteja em repouso apresenta uma
comprimento na direção do movimento é quantidade de energia só pelo fato de possuir
sempre menor que o comprimento próprio. massa.
Aplicando as Transformações de Lorentz
encontramos: E0 = m0. c2
QUANTIZAÇÃO DA ENERGIA:
A quantização, ou seja, a idéia que o mundo
natural é granular ao invés de um contínuo,
certamente não é uma idéia nova para a física. A
matéria é quantizada, um tijolo de ouro é igual a
um número inteiro de átomos de ouro; a
eletricidade é quantizada, pois a carga elétrica é
sempre um número inteiro da carga do elétron.
A luz também é quantizada, Max Planck lançou a
hipótese de que a luz era composta por vários
“pacotes” discretos de energia que ele chamou
de quanta (que é o plural de quantum). De
acordo com Planck, a energia de cada pacote
era proporcional a freqüência da radiação
emitida ou absorvida.
E=hf
E = 1240 eV.nm
λ
Usando nossas definições ficamos com Onde
E: energia existente em um quantum de luz;
f: freqüência da luz
h: constante de Planck (h=6,63. 10-34 J.s).
DUALIDADE PARTÍCULA-ONDA:
L0 = comprimento inicial
Desde Newton, a polêmica sobre o caráter
L = comprimento final
ondulatório ou corpuscular da radiação foi
continuamente mantida, até que por volta de ejetado do interior do corpo perde energia até
1905, Einstein apresentou uma teoria atingir a superfície, Einstein propôs a seguinte
estabelecendo os limites de validade de um e equação, que relaciona a energia do elétron
outro comportamento. Em suma, na segunda ejetado (E) na superfície, à freqüência da luz
década deste século não havia razão para incidente (f) e à função trabalho do metal (Ø),
duvidar do caráter dualístico da radiação: ora que é a energia necessária para arrancar o
ondulatório, ora corpuscular. Sob o ponto de elétron do material. Isto é,
vista moderno, depois de tudo que sabemos,
parece natural imaginar que essa dualidade E = hf – Ø
também seja verdadeira para a matéria.
Todavia, o conhecimento científico da época não
permitia essa generalização. O passo seguinte
foi dado por Louis de Broglie. Se a luz, que tinha
sido considerada por décadas como uma onda
podia também ser tratada como uma partícula
(os fótons de Einstein), de Broglie supôs que
outras partículas também poderiam ser tratadas
como ondas! De Broglie propôs que todos os
corpos, com momento linear (quantidade de
movimento) p teria um comprimento de onda λ
associado, dado pela fórmula:
RADIAÇÃO GAMA:
As radiações gama são as mais energéticas (10 4
eV até 1019 eV) e com menor comprimento de
onda. Possuem elevado poder penetrante,
podendo mesmo atravessar a Terra de um lado
ao outro.