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PATENTE DE INVENÇÃO DE PROCESSO DE PRODUÇÃO DE FITAS DE PTFE.

02/10/1970.

A presente invenção diz respeito a produção de tiras ou películas de PTFE para serem
usadas como vedante nas junções de roscas macho e fêmea para impedir a fuga de fluidos
sob pressão.

A patente dos EUA de Nº 3 002 770 descreve um procedimento para utilizar as tiras não
sinterizadas de PTFE para que propiciem estanqueidade às junções rosqueadas e também
um procedimento para produzir as tiras.
A patente canadense N°926 565 e a dos EUA3 315 020 descrevem os procedimentos para
produzir as tiras de PTFE.

As tiras obtidas por estes procedimentos asseguram uma boa estanqueidade para junções
rosqueadas, mas são difíceis de utilizar porque são muito escorregadias. Ou seja elas
aderem mediocremente a elas mesmas no caso de superposição e são muito inflexíveis e
difíceis de se adaptar aderindo ao perfil da rosca o que complica a junção. Tal dificuldade
complica o trabalho em ambientes externos em tempo de baixas temperaturas ou mesmo
para roscas de passo muito pequeno e estreitamente ajustadas. Estas dificuldades impedem
seu uso em tais circunstâncias.
Além disso, o PTFE é caro pois custa cerca de 500frs/Kg no estado de pó e certamente na
forma de tira será muito mais caro.

A invenção tem por objetivos obter as tiras de PTFE com coeficiente de atrito bem maior,
melhor aderência e melhor adaptabilidade aos perfis de roscas do que as atualmente usadas.
Tem também por objetivo a fabricação de uma tira que possa ser usada em menor
quantidade mas assegurando estanqueidade tão boa como a obtida com as tiras até então
produzidas.
Os diversos objetivos desta invenção ressaltarão dentre outros, da descrição dada após
referência ao desenho.
O desenho anexado representa esquematicamente um equipamento para fabricar as tiras
que são o objeto da invenção.

Em conformidade à invenção, utiliza-se menor quantidade de PTFE , oneroso, sem


prejudicar o excelente poder de estanqueidade das tiras.
Para esse fim estira-se longitudinalmente a tira não sinterizada a mais de duas vezes o
comprimento original e aí ocorrem uma pequena retração transversal da lâmina e uma
perda de espessura de difícil constatação por recursos comuns de medição.
Esta operação dilata a estrutura fibrilar (ver a patente Nº3 315 020 dos EUA para conhecer
a descrição da estrutura fibrilar) da lâmina, de modo que a densidade do produto diminui
sensivelmente. Além disso o produto resulta menos escorregoso, mais auto adesivo quando
aplicado e pressionado em vários tipos de base e também mais facilmente adaptável aos
perfis de roscas sobre as quais serão enroladas para a formação das junções.

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Uma tira de PTFE dilatada por estiramento à temperatura ambiente manifesta uma
retomada elástica logo que a tensão é suprimida. Este fenômeno incomoda do ponto de
vista comercial porque a tira é vendida em comprimentos especificados.
Por outro lado, logo que a tira é enrolada em bobinas para venda, as tensões elásticas se
acumulam e esmagam a alma da bobina. Além disso, a tira fica difícil de ser desenrolada
por que adere a ela mesma e sofre os esforços decorrentes de uma memória elástica.
Dentro do procedimento da invenção essa relaxação é suprimida pelo fato de que o
estiramento é executado a uma temperatura de cerca de 300°C , ou , que a temperatura da
tira estirada é elevada enquanto é impedida de se retrair, mantendo-se estas condições até
que qualquer retração desapareça.

O procedimento é descrito em detalhe na referência ao desenho.


Uma lâmina de PTFE 1 com largura de aproximadamente 152mm é desenrolada de uma
bobina 2 por dois cilindros pinçadores revestidos de borracha 3 .
Estes cilindros não devem se tocar e são em geral regulados de modo a desenrolar a lâmina
1 da bobina 2 sem adelgaça-la, ou seja, sem reduzir a sua espessura.
Em seguida a lâmina passa entre duas placas aquecidas, 4 , e estreitamente aproximadas
uma da outra, onde ela é aquecida até uma temperatura entre 200 e 300ºC, antes de passar
entre dois cilindros, 5 , revestidos com borracha de silicone.
Estes são movidos com velocidade periférica superior a dos cilindros 3 e provocam o
estiramento desejado.
A lâmina estirada passa então sobre o cilindro 6 que é aquecido a uma temperatura superior
a 200ºC, porém inferior a 342ºC que é a temperatura de fusão do PTFE não sinterizado.
Daí a lâmina quente passa em torno do cilindro de resfriamento 7 e é finalmente reenrolado
sobre a bobina 8 que é tracionada por um mecanismo de embreagem (não representado aqui
por comodidade) que exerce um acoplamento leve.
Os cilindros 6 e 7 tem a mesma velocidade periférica que os cilindros 5. Estes não são
cilindros pinçadores, ainda que eles pudessem estar próximos um do outro. O estiramento
entre os cilindros pinçadores 3 e os cilindros de estiragem 5 é imposto pelas engrenagens
dos mecanismos de tração (não representados por comodidade), sendo o mecanismo motor
o mesmo para as duas séries de cilindros, o mesmo que para os cilindros 6 e 7 .

O estiramento entre os cilindros pinçadores 3 e os de estiramento 4 pode ser executado à


temperatura ambiente, porém o resultado é mais uniforme e o grau de estiramento pode ser
mais elevado se a lâmina é aquecida entre as placas 4 durante seu estiramento.
No caso onde A lâmina de PTFE é aquecida entre as placas a uma temperatura maior que
200ºC e de preferência em torno de 300ºC, o tratamento de relaxação pelo cilindro 6 é
freqüentemente omitido e não é mais necessário se a velocidade de “defilement” da lâmina
é suficientemente fraca..
Todavia, a utilização do cilindro aquecedor 6 permite acelerar as operações e é portanto
preferido. Depois de ter sido refrigerada, a lâmina de PTFE é recortada nas larguras
desejadas e as pequenas tiras são reenroladas em bobinas.
A retração é fraca senão nula e suas almas não sofrem esmagamento uma vez que as tiras
não aderem mais a ela mesma.
A invenção é ilustrada, sem entretanto ser limitada, pelos exemplos seguintes.

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Exemplo 1.

Introduz-se no equipamento a bobina 2 de uma lâmina de PTFE não sinterizado de 152mm


de largura e espessura de 76,2mm (da bobina), e fazemos passar a lâmina entre os cilindros
3 que são movidos com velocidade de 9015m/min.
As placas aquecedoras 4 são levadas à temperatura de 300ºC enquanto o cilindro de
distensão 6 é levado a 310ºC e o cilindro de resfriamento 7 a cerca de 25ºC.
Realizam-se diversos graus de estiramento e depois de ter rebobinado em 8 cada uma das
lâminas estiradas pode-se executar os ensaios.

Para assegurar três diferentes graus de estiramento, usamos três conjuntos diferentes de
engrenagens conferindo aos cilindros 5, 6 e 7, as velocidades periféricas de 10,74 , de 11,90
e de 15,10 m/min , de modo que o acréscimo de comprimento do produto seja de 18, 30 e
65% respectivamente.
As propriedades das três lâminas estiradas estão na tabela I sob os números de 1 a 4.

TABELA I
Lâmina Espessura Densid. Coef.de Auto Confor Resist. Alonga- Resist. Torque
Média Atrito Aderêcia mação à Tração. mento àTração
ao (1) (2) (3) (4)
Filete
µ G/cm³ g/cm² % Kg/cm² % Kg/cm² Kg/m
Não 78,7 1,49 0,29 5,12 12,6 107,2 115 9,14 2,35
estirada
Estirada 78,7 1,29 0,91 6,51 16,0 95,6 83 4,78 1,94
a 18%
Estirada 78,0 1,17 1,09 17,05 19,1 94,2 84 4,64 2,91
a30%
Estirada 76,2 0,93 1,34 27,13 29,2 94,2 97 3,66 2,77
a 65%

(1) Resistência à tração no sentido longitudinal da lâmina.


(2) Alongamento no sentido longitudinal.
(3) Resistência à tração no sentido transversal.
(4) Torque para assegurar a estanqueidade em nitrogênio sob pressão de 105Kg/cm²

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As espessuras dadas na tabela 1 são medidas com micrômetro capaz de indicar
diferenças de 1,27µ . O intervalo entre dois desvios padrão (intervalo para
probabilidade de 95%) para as médias de espessuras dadas na tabela é de ± 3,05µ ..

A densidade é medida a partir de tiras de 12,7mm cortadas das lâminas.


A espessura, a largura, o comprimento e o peso são medidos em duplas.
O intervalo para a probabilidade de 95% para esta medição é de ± 0,015.

Mede-se o coeficiente de atrito fixando uma peça de lâmina de PTFE sobre uma placa
de alumínio de 508mm de comprimento e fixando uma outra peça de lâmina da mesma
bobina sobre a face inferior de um bloco de aço de largura 12,7mm e comprimento
50,8mm e pesando 47,7g. Determina-se em seguida a inclinação da placa para evitar o
escorregamento do bloco. Executam-se quatro medidas para cada um dos quatro
produtos.
Para cada um dos ensaios aplica-se novas peças de lâmina sobre a placa e sobre o bloco
porque as peças de lâmina usadas ficam mais lisas depois de atritadas umas sobre as
outras. As medidas da tabela são válidas para PTFE contra PTFE.
Não se constatam diferenças sensíveis de ângulos de escorregamento a não ser que se
use um bloco de aço não recoberto com a peça de lâmina.
O coeficiente de atrito é a tangente do ângulo de declive da placa necessário para se
atingir o escorregamento do bloco.
O intervalo com probabilidade de 95% para os coeficientes de atrito indicados está em
torno de ± 0,05.

A auto aderência é medida por meio de dois quadrados de 25,4mm x 25,4mm da


lâmina, que se cola sobre blocos de madeira distintos com a ajuda de uma lâmina
untada de adesivo sobre suas duas faces dispostas entre o bloco e a lâmina a ensaiar,
prensando depois os dois quadrados um sobre o outro por superposição dos dois blocos
de modo que as lâminas ficam em contato uma à outra e por depósito de um peso de
9,08Kg sobre o bloco superior durante 3min.
Medimos em seguida o peso em g necessário para separar os dois quadrados de PTFE
assim prensados juntos, sendo os valores que figuram na tabela as médias de seis
ensaios para cada variedade de lâmina.
O intervalo de probabilidade de 95% para as auto aderências indicadas está em torno de
± 0,93g/cm² para a auto aderência de 4,63g/cm² até em torno de 3,10g/cm² para a auto
aderência de 23,25g/cm².

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A conformação ao filete de rosca é medida enrolando-se uma tira de 12,7mm de
largura e 254mm de comprimento na extremidade filetada de um tubo de ½”(12,7mm),
dependurando depois na tira enrolada, um peso de 464,5g para que o PTFE apoiado nos
filetes seja adaptado a seu perfil pelo peso.
Com a ajuda de um microscópio (projetor de perfil) montado horizontalmente e munido
de um retículo com divisões de 25,4µ , medimos a profundidade das depressões do
PTFE desde a crista até o fundo dos filetes.
Executam-se as medidas para quatro tiras de cada tipo de lâmina produzida. A
profundidade do filete é de 1,27mm relativamente a medida das diferenças de nível e a
% de conformação ao filete é dado por 100 vezes o valor do quociente da depressão da
tira enrolada em mm por 1,27mm.
O intervalo de probabilidade de 95% para os valores da tabela relativos à
conformabilidade a um filete é de ± 1,5%.

As medidas de resistência à tração e de alongamento são executadas em um aparelho


de ensaio “Instron”.
Apenas a diminuição de resistência à tração no sentido transversal da lâmina estirada é
estatisticamente significativa.
O alongamento transversal para as quatro variedades de lâminas é superior a 500% que
é o máximo mensurável com a aparelhagem usada e o alongamento longitudinal sempre
Significativamente superior a 50%.

As medidas de torque que asseguram estanqueidade são executadas em roscas normais


de ½” (12,7mm).
Cobre-se as extremidades roscadas de cinco tampões filetados com tiras de 12,7mm de
largura, aplicando-se a técnica descrita na patente Nº 3.002.770 dos EUA.
Adapta-se um tubo coletor com cinco orifícios (manifold) para se interligar a um
cilindro de N2 sob pressão e rosqueamos um dos tampões identificado com a tira que
foi enrolada até que esteja firme entre os dedos.
Elevamos a pressão no distribuidor até 105Kg/cm² e apertamos o tampão com um
torquímetro com divisões de 0,1385Kgm .
Apertamos cada tampão aumentando 0,1385Kg.m de cada vez e apreciamos as fugas
pela imersão em água.
A estanqueidade é considerada como estável até que nenhuma bolha de gás apareça no
período de 30s.
O limite de probabilidade de 95% para os valores indicados é em torno de
± 0,831Kgm.
Não há diferenças estatisticamente significativas.

Para determinar a existência de diferenças de torque significativas entre o produto


estirado e o não estirado, elevamos a pressão de ensaio com N2 para 141Kg/cm² e
executa-se 15 medições de torque até a estanqueidade no caso do produto não estirado e
outras 15 medições de torque também até a estanqueidade no caso de produto estirado
a 65%.

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Torque médio Desvio Padrão
Não estirado 3,836Kgm 0,914Kgm
Estirado a 65% 3,767Kgm 0,983Kgm

A diferença de torque necessária para vedar de modo estanque os tampões de 12,7mm


sob pressão de 141Kg/mm² de N2 não é significativamente diferente.
As tiras da invenção são tão eficazes como as tiras não estiradas.

Os produtos estirados são menos escorregadios, tem também a vantagem da auto


aderência e se adaptam melhor ao perfil dos filetes e ainda conservam as excelentes
propriedades de estanqueidade dos produtos não estirados.

Descobriu-se igualmente que o produto estirado de 65% pode ser estirado uma segunda
vez de mais 65% , o que corresponde a um ganho de alongamento total de 1:2,72 .
Todavia, grandes precauções são necessárias para obter um produto estirado
uniformemente para esses ganhos de alongamento tão elevados.
As dilatações por estiramento repetido têm permitido obter produtos cuja densidade é
inferior a 0,5%. Esses produtos estirados uniformemente convém para junções que
trabalham sob compressão.

Exemplo 2.

Estira-se em 65%, exatamente como no exemplo 1 a lâmina não sinterizada proveniente


da mesma bobina, com a diferença de que não se aquece mais as placas 4 nem o
cilindro 6 e que aumentamos o torque de arraste da bobina de reenrolamento 8para que
a lâmina não manifeste retração ao passar do cilindro 7 à bobina 8.
Aplicamos marcas à distância de 305mm por ocasião da passagem dos cilindros 5 ao
cilindro 6.
Retira-se da bobina 8 um comprimento marcado de lâmina e o depositamos sobre uma
mesa lisa ao lado de um produto estirado a 65% e tendo sofrido o tratamento térmico
obtido no exemplo 1 e portando também as marcas a distância de 305mm. Mede-se o
comportamento de retração das duas lâminas. A % de retração está na tabela 2 .

TABELA 2
% de Retração
Estado imediato 3 min 20min 60min
Produto do exemplo 1 após tratamento térmico 0 0 0 1
Produto do exemplo 2 sem tratamento térmico 17 20,5 23,5 24,5

Dividindo em larguras de 12,7mm, o produto não tendo sofrido o tratamento térmico do


presente exemplo e ao enrola-las em bobinas, encontramos dificuldades devido
esmagamento do tubete de papel.
As bobinas se deformam em forma côncava depois de algumas horas.
A tira desenrolada das bobinas se deforma e se amarrota.
É impossível vender comprimentos definidos de um produto que sofre retração após o
desenrolamento da bobina. O produto da invenção não suscita tais inconvenientes.
Por exemplo, o produto obtido do exemplo 1 é satisfatório sob esse aspecto.

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Exemplo 3.

Para estabelecer os limites de tempos e temperaturas do relaxamento da contração,


introduz-se tiras divididas longitudinalmente do material estirado de 65% sem ter
sofrido tratamento térmico depois dos cilindros pinçadores mantendo-os no estado
alongado em seu comprimento isento de retração, depois de introduzidos as amostras
entre as placas aquecidas, para diversas durações e para diferentes temperaturas das
Retiramos as tiras esfriadas das pinças e deixamo-las tomar sua retração durante
1 hora tendo que medir as diferenças de comprimento.

Os resultados são os seguintes.

TABELA III

% DE RETRAÇÃO APÓS
TEMP. °C DURAÇÃO-seg 60 MINUTOS
300 30 2,0
60 1,0
120 < 1,0
250 30 3,0
60 4,0
120 3,0
200 30 7,5
60 8,0
120 7,0
150 30 14,0
60 12,0
120 11,0
240 9,0
480 6,0

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Exemplo 4.
Para apreciar as propriedades da tira de PTFE não sinterizadas em uso atualmente, foram
compradas fitas de oito marcas diferentes. Mediu-se as propriedades que figuram na
Tabela 4 comparando os resultados do exemplo 1, sendo o ensaio executado conforme
abaixo.
TABELA 4
Marca Espessura Dens. Coef. Auto Conform. Tração Alonga/ Torque
Média de Aderen. ao filete longitud. longitud. (1)
µ atrito g/cm² % Kg/cm² % Kg.m
Gore não
estirada 78,7 1,49 0,29 5,12 12,6 107,2 115 2,35
Gore
Estirada 18% 78,7 1,49 0,29 6,51 16,0 95,6 83 1,94
Gore
Estirada 30% 78,7 1,17 1,09 17,1 19,1 94,2 84 2,91
Gore
Estirada 65% 76,2 0,93 1,34 27,1 29,2 94,2 97 2,77
Pipe-Pac 88,9 1,65 0,31 2,79 10,6 136,1 180 2,35
Permacel 76,2 1,61 0,35 1,24 9,2 151,8 177 1,65
Scotch
Brand 3M 88,9 1,5 0,44 4,65 10,6 76,3 115 2,22
Chesterton
Gold End 91,4 1,46 0,43 <0,822 10,0 81,8 102 1,52
Ethylene
Gulf Coast 61,0 1,46 0,41 3,72 14,0 156,2 85 2,91
American Pack.
&Gasket Co. 71,1 1,56 0,31 <0,822 11,2 186,3 72 1,66
Anklon 91,4 1,46 0,30 3,41 10,0 99,3 67 1,39
Grosslite 78,8 1,53 0,31 <0,822 11,2 225,0 120 2,77

(1) Torque para assegurar a estanqueidade em teste com N² sob pressão de 105 Kg/cm²

Algum desses produtos do comércio tem uma auto-aderência muito fraca para levantar o
bloco de madeira ao qual a amostra é ligada.
Os valores da tabela que indicam números inferiores a 0,822 g/cm², correspondem aos
pesos da amostra e do bloco por unidade de superfície.
Convém notar que nenhum dos produtos do comércio apresenta baixo peso específico, nem
coeficiente de atrito elevado, nem a grande auto-aderência e nem a % de conformação ao
filete que são apresentadas pelos produtos da invenção.Sobressai portanto da tabela que os
produtos da invenção tem coeficientes de atrito maiores do que 0,5 enquanto os do
comércio são bem menores.
Têm também auto-aderência bem superior a 5,43g/cm², portanto bem mais altos que os da
concorrência.Ademais, os produtos da invenção são bem superiores quanto a sua
adaptabilidade aos filetes em mais de 15% que os da concorrência.
Estas diversas vantagens dos produtos da invenção são muito importantes. Não são apenas
superiores como também muito mais econômicos em razão de sua baixa densidade.

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Exemplo 5.
Aplica-se marcas à distância de 127mm sobre barras não sinterizadas de PTFE de seção
circular fibriladas uniaxialmente e as estiramos manualmente em diversos graus de
estiramento.
Depois da estiragem deixamos as barras retomar suas formas durante aproximadamente
1 minuto e medimos a nova distância entre as marcas.
A tabela abaixo indica o grau de alongamento calculado após as marcas originais de
127mm, o diâmetro médio e o peso específico.
TABELA 5
Produto Alongamento Diâmetro médio mm Densidade
Barra de diâmetro 2,5mm nenhum 2,443 1,57
Idem 10% 2,428 1,45
Idem 20% 2,423 1,33
Idem 40% 2,400 1,15
Barra de diâmetro 60,35mm nenhum 6,690 1,60
Idem 10% 6,624 1,48
Idem 20% 6,612 1,36
Idem 40% 6,612 1,17

Se estirarmos uma das barras de diâmetro 2,5mm até que as marcas estejam distantes de
190,5mm e a mantemos assim alongada e a colocamos em forno a 300°C durante 10min, ao
soltarmos as pinças, a barra não manifesta nenhuma retração perceptível entre as marcas.
Este exemplo mostra que a estiragem pode ser realizada para qualquer forma com a
condição de que a seção seja uniforme seguindo um eixo.
É surpreendente que as tiras de PTFE não sinterizadas possam ser dilatadas por
estiramento.
Sabe-se, com efeito, que as tiras de material plástico ficam normalmente mais estreitas e
mais finas depois de alongadas e não manifestam modificação de densidade. A melhora do
coeficiente de atrito, da auto-aderência e a adaptabilidade ao perfil dos filetes foram difíceis
de se deduzir a partir das propriedades conhecidas dos polímeros.
É surpreendente assim, que as tiras de PTFE estiradas possam sofrer um relaxamento das
contrações por um aquecimento tão breve a temperaturas sensivelmente inferiores ao ponto
de fusão deste polímero, que é de 342°C. É também surpreendente que a espessura e a
largura das tiras diminuam tão pouco durante o relaxamento das contrações.

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Os resultados detalhados dos ensaios de estanqueidade em numerosas variedades de filetes,
tem sugerido que é só o volume de PTFE nos interstícios entre os filetes acoplados, é
importante para a qualidade da junção e que a densidade da tira aplicada não é importante.
Todavia, para os filetes finos, foi demonstrado de modo concludente que o material estirado
é muito mais fácil de se utilizar porque se adapta melhor, o que pode ser em razão de sua
maior compressibilidade.

Executam-se ensaios para conhecimento de pessoas não informadas sobre a natureza dos
produtos de modo que possam comparar a comodidade de aplicação das fitas de PTFE
estiradas com a das fitas não estiradas, em roscas de uma câmara frigorífica mantida a
–40°C.
Em cada caso, o produto estirado é eleito por sua facilidade de conformação e aderência.
Ensaios semelhantes porém realizados à temperatura ambiente, concluem também por um
resultado favorável ao produto estirado.

Experimentou-se outras técnicas de estiramento de PTFE não sinterizado.


Uma das técnicas consiste em aumentar o teor de lubrificante da composição a ser
extrudada. Todavia esse acréscimo é limitado, porque o excesso de lubrificante é expulso
durante a extrusão e também porque a formação das fibrilas fica reduzida a uma
quantidade inferior à necessária para a coesão da tira.
Uma densidade inferior a 1,40 parece impossível de se chegar dessa forma.

Experimentou-se também estirar o produto fazendo com que um líquido de baixo ponto de
ebulição ( como o tricloroetileno) preencha os interstícios de uma lâmina de PTFE, pelo
contato de uma placa aquecida a uma temperatura muito superior ao ponto de ebulição do
líquido. A volatilização teria que provocar o estiramento, porém o fenômeno não se
manifesta e a densidade não diminui.

A invenção foi descrita com referência à manipulação de um produto manufaturado tal


como uma tira ou uma lâmina, mas é possível partir do polímero em pó e processa-lo do
modo habitual e de conduzi-lo em seguida ao procedimento da invenção.
A tira formada inicialmente não requer particular tratamento antes de ser submetida ao
procedimento da invenção. Assim é possível aplicar os procedimentos clássicos de
fabricação de tiras e produtos semelhantes e de levar esses produtos diretamente ao
equipamento da invenção ou equivalente.

Do mesmo modo os polímeros de PTFE possíveis de ser utilizados são os diversos


polímeros disponíveis no comércio, como aquele usado para fabricação de fitas bem como
os copolímeros de PTFE.

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Por exemplo, o Teflon 6C em pó, que é um copolímero disponível no comércio, tem sido
usado com sucesso no procedimento da invenção por resultar nas tiras e lâminas estiradas
conforme o objetivo da invenção.
Esses polímeros podem conter em quantidade pouco elevada, e em geral entorno de 1 a 5%
de etileno ou de clorotrifluoretileno ou ainda um propileno fluorado tal como o
hexafluorpropileno.
Como o PTFE de fitas serve principalmente para tornar estanques as junções roscadas, ele é
preferível para os fins da invenção, mas os copolímeros indicados e outros que lhe são
aparentados também podem ser convenientes.

O PTFE de fitas adquire não somente de melhores propriedades para a estanqueidade das
junções rosqueadas, mas também a redução de densidade após estiragem permite formar
juntas de alta qualidade por meio de uma pequena quantidade desse polímero oneroso.
Esta particularidade é de uma evidente importância para a indústria, o que se pode apreciar
pelo consumo de PTFE de fitas em 1970, só para a aplicação em roscas, da ordem de
500.000Kg .
Os produtos da invenção permitem sob esse aspecto importantes economias.
Os produtos estirados da invenção são úteis não só como agentes de estanqueidade para
roscas mas também para gaxetas e juntas em geral, como por exemplo gaxetas de válvulas e
bombas e juntas para flanges.
Os produtos da invenção permitem formar de modo fácil e eficaz essas aplicações para
dispositivos e equipamentos que funcionem sob pressão.

O procedimento de estiragem tem sido descrito com referência a finas tiras de PTFE não
sinterizadas, mas é evidente que permite também a estiragem de cordões de seções
redondas , quadradas, etc. e com comprimentos diversos.

Ainda que diversos modos e detalhes de realização foram descritos para ilustrar a invenção,
não há dúvida de que numerosas variantes e modificações são aplicáveis porém sem sair
do quadro apresentado.

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