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Há pessoas que têm uma filosofia de vida, mas não têm uma religião e nem acreditam em
Deus. São ateias. Entre essas filosofias de via, evidenciaremos neste tópico, e em grandes
linhas, o humanismo absoluto e o materialismo. São formas de compreender a realidade que
se traduzem em determinadas atitudes para a humanidade e em valores éticos.
De maneira bem ampla, o eixo que sustenta o humanismo é o indivíduo é o o eixo que
sustenta o materialismo são as ciências naturais. Nos próximos tópicos, serão estudados
alguns autores, vindos dos campos da filosofia, da psicanálise e da economia política, que
levaram o humanismo absoluto às suas últimas conseqüências. Mas neste, de cunho
introdutório, vamos nos deter no significado do humanismo e do materialismo.
O humanismo
A palavra humanismo deriva de humano. Podemos definir um humanismo como “aquele que
dá maior importância aos seres humanos, à vida humana e à dignidade humana. O humanismo
enfatiza a liberdade do indivíduo, sua razão, suas oportunidades e seus direitos ( HELLERN;
NOTAKER;GAARDER, 1989, p. 227).
O iluminismo, cuja expressão máxima é Voltaire (1694-17780), trouxe uma crença inabalável
no triunfo do esclarecimento e da razão. Pessoalmente, Voltaire não era ateu. Lutou, no
entanto, contra a crença dogmática em Deus e contra a opressão das autoridades eclesiásticas.
A separação entre o humanismo cristão e o humanismo profano ou absoluto
A grande maioria dos humanistas da Renascença era cristã por conviccção. Mas, a partir do
século XIX, com o biólogo Charles Darwin e sua teoria da evolução, há uma ruptura do
humanismo com o cristianismo, tendência já presente no Renascimento. O humanismo
profano ou absoluto se separa do humanismo cristão.
Utilizando apenas sua razão ou sua experiência, o ser humano não pode afirmar que Deus
existe. Mas também não pode dizer com certeza que Deus não existe. Por essa razão, o
humanista muitas vezes define-se como agnóstico. E, porque vive como se Deus não existisse e
nega a realidade sobrenatural, assume o ponto de vista ateu.
A atitude para com a humanidade é positiva e otimista, o ser humano ser de liberdade e
dignidade, de igual valor. A razão humana proporciona a diferença entre o certo e o errado. A
ética humanista caracteriza-se pelo princípio da reciprocidade, pelo respeito à dignidade e
inviolabilidade do indivíduo. É do Iluminismo que nascem as bases para a Declaração do
Direitos Humanos da ONU , em 1948.
O materialismo
Convicção de que todos os fenômenos do mundo podem ser atribuídos a condições físicas. Não há
forças espirituais agindo independentemente das leis da física. A realidade é composta unicamente de
matéria,ou, em outras palavras, natureza (HELLERN; NOTAKER; GAARDER,1989, P. 240
O materialismo ético é uma “visão da vida, ou uma atitude perante a vida que dá importância aos
benefícios materiais e ao prazer físico”( HELLERN;NOTAKER; GAARDER, P.240)
O materialismo tem uma visão ateísta da realidade. A chave para compreensão do mundo é o
próprio mundo, não os conceitos produzidos. O conhecimento do mundo é obtido por meio da
experiência e da percepção sensorial – é dessa forma, empírico. A idéia de Deus deve ser
rejeitada, pois não tem fundamento na experiência (compreendida como experimento).
Não há diferenças substanciais entre o ser humano e os outros organismos vivos, pois as leis
da química regem todas as formas de vida. E se o ser humano, no século XVIII, pôde ser
comparado a uma máquina, o cérebro humano pode hoje ser comparado, pelos materialistas,
a um computador exremamente complexo, mas totalmente regulado pelas leis bioquímicas
constantes no mundo natural.
O materialismo e a ética
Bibliografia
HELLERN, Vítor; NOTAKER, Henry; GAADER, Jostein. O livro das religiões. São Paulo:
Companhia das Letras, 1989. P. 226-246.
JORGE, J.Simões. Cultura religiosa: O homem e o fenômeno religioso. São Pulo: Loyola, 1994
Webliografia
http://www.infidels.org/library/modern/richard_vitzthum/materialism.html
Debate
Os cristãos e todos os que crêem em algo maior e superior também podem ser humanistas.
Em que se diferenciam do humanismo absoluto?