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RESUMOS DE ANÁLISE MATEMÁTICA II

1o Semestre 2010/2011

Integral de Superfı́cie
1. Uma (porção de) superfı́cie S ⊂ R3 é um conjunto de pontos correspondente
à imagem r(R) = S por meio de uma aplicação contı́nua r : R ⊂ R2 → R3
(com R limitado). A aplicação r diz-se uma parametrização da superfı́cie e se
esta for diferenciavel, ou de classe C 1 então a superfı́cie diz-se diferenciavel ou
de classe C 1 , respectivamente.

2. Uma superfı́cie correspondente ao gráfico de uma função g : R ⊂ R2 → R de


classe C 1 admite uma representação paramétrica r : R → R3 definida por

r(x, y) = (x, y, g(x, y)).

3. Uma superfı́cie S em R3 parametrizada por uma aplicação r : R ⊂ R2 → R3


∂r ∂r
de classe C 1 diz-se regular se o produto externo ∂u × ∂v é não nulo em todos
os pontos de R.

4. Alguns exemplos de superfı́cies regulares:

(a) uma superfı́cie de nı́vel de uma função F : T ⊂ R3 → R de classe C 1


definida num aberto T , com ∇F 6= ~0 em S; ou
(b) o gráfico de uma função f : R ⊂ R2 → R de classe C 1 definida num
aberto R.

5. Seja A uma porção de superfı́cie e r : R ⊂ R2 → R3 uma sua representação


paramétrica regular. Seja f um campo escalar contı́nuo definido num conjunto
aberto contendo A. Define-se o integral de superfı́cie de f sobre a superfı́cie
A pela igualdade
ZZ ZZ ° °
° ∂r ∂r °
f dS = °
f (r(u, v)) ° × ° du dv
−1 ∂u ∂v °
A r (A)

RR
6. A área de uma porção de superfı́cie A é dada pelo integral A
dS.

7. Se A é uma porção de superfı́cie correspondente ao gráfico de uma função


g : R ⊂ R2 → R de classe C 1 então
ZZ ZZ q
f dS = f (x, y, g(x, y)) gx2 + gy2 + 1dx dy
A R

8. (Propriedades do integral de superfı́cie) Seja A uma porção de superfı́cie de


R3 .

1
(a) (Linearidade) Para quaisquer c1 , c2 ∈ R e campos escalares f e g definidos
num aberto contendo A tem-se
ZZ ZZ ZZ
c1 f dS + c2 g dS = (c1 f + c2 g) dS
A A A

(b) (Aditividade) Se A se divide em duas porções de superfı́cie A1 e A2 cuja


intersecção é um subconjunto das linhas que os delimitam então
ZZ ZZ ZZ
f dS = f dS + f dS
A A1 A2

9. (Superfı́cies orientáveis) Considere-se uma superfı́cie que admite plano tan-


gente em todos os pontos interiores a S. A superfı́cie diz-se orientável se ex-
iste um campo vectorial contı́nuo n b : S → R3 onde, para cada (x, y, z) ∈
S, nb(x, y, z) é um vector unitário director da recta normal a S no ponto
(x, y, z). Uma superfı́cie orientável conexa tem exactamente duas orientações
que diferem num sinal. A superfı́cie diz-se orientada quando a esta está asso-
ciada uma determinada orientação.
10. Seja S uma superfı́cie e r : R ⊂ R2 → R3 uma sua representação paramétrica
∂r ∂r
regular. O produto externo ∂u × ∂v é normal a S em cada ponto da superfı́cie.
Em cada ponto existem duas normais unitárias
∂r ∂r
∂u
× ∂v °
n
b1 = ° ∂r e n
b2 = −b
n1
° × ∂r °
∂u ∂v

11. Uma superfı́cie S, gráfico de uma função g : R ⊂ R2 → R de classe C 1 , é


orientável através do campo de vectores normal unitário
µ ¶
1 ∂g b ∂g b b
b=p 2
n − i− j+k
gx + gy2 + 1 ∂x ∂y
Por convenção estabelece-se que a superfı́cie, definida como o gráfico de uma
função em (x, y), tem orientação positiva quando o vector normal unitário tem,
em cada ponto, a componente segundo b k positiva.
12. Para uma superfı́cie orientável fechada, isto é, uma superfı́cie correspondente
à fronteira de uma região sólida E, convenciona-se que a orientação positiva é
aquela em que o vector normal unitário aponta para fora do sólido E.
13. Seja F~ um campo vectorial contı́nuo definido num aberto contendo uma porção
de superfı́cie A, limitada por uma curva do espaço, orientada segundo o vector
normal unitário n b. Define-se o integral de superfı́cie do campo vectorial F~
sobre A pela igualdade
ZZ ZZ
F~ · dS
~ := (F~ · n
b) dS
A A

2
14. (Interpretação Fı́sica) Suponha-se que um fluı́do atravessa uma porção de su-
perfı́cie A com uma velocidade dada pelo campo vectorial contı́nuo F~ . Então,
o fluxo de F~ através de A no sentido da normal n b (i.e., o volume de fluı́do
que atravessa a porção
RR de superfı́cie A no sentido da normal n b por unidade de
tempo) é dado por A (F · n ~ b) dS.

15. Seja S uma superfı́cie orientável, r : R ⊂ R2 → R3 uma sua representação


paramétrica regular e A ⊂ S uma porção de superfı́cie. O fluxo de um campo
vectorial contı́nuo F~ através de A no sentido de n b é dado por
ZZ ZZ µ ¶
∂r ∂r
F~ · n
b dS = ± F~ (r(u, v)) · × du dv
A r−1 (A) ∂u ∂v
∂r ∂r
sendo o sinal + ou − consoante o sentido do vector ∂u
× ∂v
relativamente ao
sentido do vector n
b.

16. Seja A uma porção de superfı́cie, gráfico de uma função g : R ⊂ R2 → R de


classe C 1 , com orientação positiva. O fluxo de F~ = Mbi + N b j + Pb k através de
A é dado por
ZZ ZZ µ ¶
∂g ∂g
F~ · n
b dS = F~ (x, y, g(x, y)) · − bi − b j+bk dx dy
A R ∂x ∂y
ZZ µ ¶
∂g ∂g
= −M (x, y, g(x, y)) − N (x, y, g(x, y)) + P (x, y, g(x, y)) dx dy
R ∂x ∂y

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