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Escola Canto dos Pássaros

Série: ______ Turma:________ Data


____/____/____
Aluno(a):__________________________________________________________
Matéria: Língua Portuguesa Educador: Patricia Estaky
Avaliação de Língua Portuguesa

Uma estela, vista através de periscópio

Aqui estou, de gravata,


Passandinho a ferro,
Feito sardinha em lata
Ao molho de burocrata.
Sem horizonte nem brisa,
Enforcado na camisa,
Olhar perdido, estupor.
Um poeta-cavador,
Metido fundo na lata
Do desamor-bolor.

Soergo meu periscópio


Que, da alma, espia o mundo;
Cronópio e marinheiro,
Varo as ondas do dinheiro,
Singro o mar da servidão.
Mas resisto no que me sinto:
Homem atento, jumento
De pés cravados no chão;
À espera do momento
Em que a brasa do pensamento
Se transfigure em quimera
E fulgure no firmamento.

Uma estrela.
Mas, o que é uma estrela?
Pura emoção de quem,
Ao vê-la, sente que pulsa
O coração? Ou pedra fria,
Suspensa no espaço,
Entre milhões de solidões?

Cadente que sou, perdido,


Na vastidão espantosa
Do marasmo nacional,
Vejo na estrela um sinal:
Um gesto de Deus no céu
- como quem tira do chapéu
Um arco-íris noturno.
(COSTA, Eduardo Alves da. Salamargo. São Paulo:
Massao Ohno & M. Lydia Pires e Albuuerque Editores, 1982.)

1. No verso “feito sardinha em lata”, a palavra sublinhada apresenta mudança de classe


gramatical.

1
a) Cite o nome desse processo de formação de palavras.
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b) Indique, na primeira estrofe, outro exemplo em que ocorre o mesmo processo.
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2. Se você procurasse no dicionário o substantivo “Salamargo”, que intitula a obra de Eduardo


Alves, não o encontraria.
a) De que processo de formação o autor se utilizou para formar o neologismo?
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b) “Burocrata” é uma palavra criada a partir do radical grego crata, que significa poder, autoridade,
domínio, e do francês bureau, que significa escrivaninha, escritório. Com base nisso, podemos
dizer que “burocrata” e “Salamargo” são formadas por processos diferentes. Explique essa
diferença.
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3. As vogais sublinhadas em “estrelas”, “perdido” e “espantosa” possuem, morfologicamente, a
mesma classificação? Justifique.
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4. (UERJ) Observe:
I. “Nos estabelecimentos comerciais, nas redações dos jornais, as lâmpadas elétricas despejavam
sobre a multidão uma luz ácida e galvânica, que enlividescia e parecia convulsionar os movimentos
da turba.”
II. “Era provável que dançassem vinte cordões e quarenta grupos, rufassem duzentos tambores,
zabumbassem cem bombos, gritassem cinquenta mil pessoas (...). A rua personalizava-se, tornava-
se (promíscua) e parecia, toda ela, policromada de serpentinas e confetti, arlequinar o pincho da
loucura e do deboche. Nós íamos indo, eu e o meu amigo, nesse pandemônio.”

a) Explique como se forma o vocábulo “enlividescia”, do trecho I, e qual a sua classificação quanto
ao processo de formação de palavras.
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b) A palavra “pandemônio” (composto de “pan-“ e “demônio”) é um neologismo criado por Milton,
poeta inglês do século XVII, no seu livro O Paraíso Perdido, para designar o Palácio do Satã.
Explique o emprego conotativo da palavra no trecho II e indique o sentido do morfema pan-.
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5. (UERJ) As palavras rabinho-de-cavalo e carinhosos são formadas por processos diferentes.
Explique a diferença entre esses processos.
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